Associação Brasileira de Formação e Desenvolvimento Social - ABRAFORDES www.cursosabrafordes.com.br DICA: Tecle Ctrl+s para salvar este PDF no seu computador. Curso Sistema Imunológico Lição 01: Introdução Introdução SISTEMA IMUNOLÓGICO Nós compartilhamos o ambiente com milhares de outras formas de vida, incluindo vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes, muitos deles organismos parasitas ou patógenos, causadores de doenças. Classicamente, infecções são causadas por microrganismos e infestações são causadas por organismos macroscópicos; para ambos os casos, nosso corpo conta com mecanismos de defesa específicos. Lição 02: Defesas não especificas DEFESAS NÃO ESPECÍFICAS Contamos com barreiras contra os patógenos que podem ser físicas, como a pele e a mucosa ciliada das vias respiratórias; químicas, como a acidez (principalmente da pele e mucosas estomacal e vaginal) e as lisozimas, além da reação inflamatória que inclui defesa realizada por algumas das células do sangue. A reação inflamatória A reação inflamatória é uma resposta não especifica que acontece imediatamente após a invasão de algum organismo estranho. As principais características do processo inflamatório são: calor, rubor, inchaço, dor e função lesada. Na reação inflamatória participam diversas células. Num primeiro momento, os basófilos que estão no sangue e os mastócitos que estão no tecido conjuntivo produzem histamina, que dilata os vasos sanguíneos e aumenta o fluxo de sangue para a região afetada. Isto facilita a saída dos neutrófilos e dos macrófagos do sangue até o tecido e também produzem os sintomas que caracterizam a inflamação. Neutrófilos: São os leucócitos encontrados com maior freqüência no sangue (70%). Recebem esse nome porque possuem grãos que se coram com corantes neutros. Quando as bactérias penetram no organismo elas e os tecidos afetados liberam substâncias que atraem os leucócitos ao local da infecção. Esses leucócitos atravessam a parede dos vasos capilares, passando para o tecido conjuntivo (diapedese). A seguir os neutrófilos e os macrófagos fagocitam a bactéria, digerindo-a com seus lisossomos. As bactérias são destruídas também pelo peróxido de hidrogênio (H2O2) produzido por estes dois tipos de células. Os macrófagos e neutrófilos que fagocitaram organismos estranhos morrem e formam o pus.
Se a resposta inflamatória não contiver a infecção, a reação à agressão passa a depender da resposta imune, que envolve mecanismos específicos. Monócitos e macrófagos: Os monócitos constituem de 3 a 8% dos leucócitos. Podem sair do sangue, crescer e transformar-se em macrófagos, com função similar aos neutrófilos. Basófilos: são chamados de leucócitos polimorfonucleares, por apresentarem núcleos com diferentes formas. São encontrados em baixa freqüência no sangue (0 a 0,1%) e se coram com corantes básicos. Ao igual que os mastócitos, possuem grânulos com heparina (anticoagulante) e histamina (vasodilatador). Eosinófilos ou acidófilos: São corados pela eosina, um corante ácido. Constituem de 2 a 4% do total de leucócitos. Defendem o corpo contra vermes parasitas e também tem a função de deter reações alérgicas. Coagulação do sangue Se não fossem pequenos pedaços de citoplasma presentes em nosso sangue, qualquer ferimento representaria risco de vida. Esses fragmentos de citoplasma desprovidos de núcleo recebem o nome de plaquetas ou trombócitos. Assim que um vaso se rompe, as plaquetas acumulam-se rapidamente na região e formam um tampão, que diminui a perda de sangue. Além disso, elas secretam substâncias que promovem a contração do vaso, diminuindo o fluxo sanguíneo no local (vasoconstrição). Os tecidos lesados e as plaquetas liberam um complexo de substâncias chamado de ativador de protrombina, que tem como enzima principal a tromboplastina. A protrombina, em presença da tromboplastina e de outros fatores de coagulação (e de íons cálcio do plasma), ela se transforma em uma enzima ativa, a trombina, que transforma fibrinogênio (proteína do plasma) em fibrina. As moléculas de fibrina unem-se constituindo uma rede tridimensional que retém os glóbulos sanguíneos. Surge assim, o coágulo. A protrombina e o fibrinogênio são formados pelo fígado. Para que esse órgão produza a
protrombina é necessária a vitamina K (também chamada, por isso, de vitamina anti-hemorrágica). É preciso também uma concentração mínima de íons cálcio para que as diversas etapas do processo ocorram. Lição 03: Defesa especificas: O sistema imune DEFESAS ESPECÍFICAS: O SISTEMA IMUNE Além das defesas não específicas, possuímos defesas específicas que dependem da ação dos linfócitos e geram imunidade. Todas as defesas contra patógenos dependem da habilidade do organismo em reconhecer o que lhe é próprio e o que lhe é estranho. Todos os organismos são bioquimicamente únicos; suas superfícies celulares possuem glicoproteínas e glicolipídeos que variam de acordo com a espécie e com os indivíduos. Cada organismo reconhece e aceita suas macromoléculas e estranha as macromoléculas de outros organismos. Antígenos: são chamadas assim macromoléculas de um patógeno que são interpretadas como estranhas e capazes de desencadear resposta imunológica. Em um único patógeno muitas moléculas podem ser antigênicas. O sistema imunológico ou imune combate especificamente cada tipo de invasor. As principais células que atuam neste sistema são os linfócitos T e os linfócitos B. Os linfócitos B: a defesa pelos anticorpos Os linfócitos B atuam na resposta imune humoral mediada por anticorpos ou imonoglobulinas, que
neutralizam os antígenos. Os anticorpos são proteínas específicas: para cada antígeno que penetra no organismo deverá ser formado apenas um tipo de anticorpo. O sistema imunitário produz milhões de linfócitos B diferentes, cada grupo com um anticorpo diferente em sua membrana. Quando um antígeno entra no corpo é reconhecido por um grupo de linfócitos que tem um determinado anticorpo na membrana. A união do antígeno com este anticorpo fará que este grupo de linfócitos se multiplique e produza mais anticorpos. Quando o linfócito começa a fabricar anticorpos que serão secretados, transforma-se em plasmócito. Este reconhecimento do anticorpo pelo antígeno entrante, a subsequente multiplicação dos linfócitos e transformação destes em plasmócitos chama-se resposta primaria. A união do anticorpo com o antígeno promove uma aglutinação dos agentes infecciosos, evitando que eles se espalhem pelo corpo. Desse modo, o anticorpo facilita a ação dos neutrófilos e macrófagos. Alguns anticorpos podem também provocar a ruptura da membrana do micróbio invasor, recobrir partes tóxicas do antígeno ou ainda causar o deposito do antígeno, removendo-o da circulação. Alguns anticorpos que foram ativados pelo antígeno transformam-se em linfócitos de memória. Se o antígeno invadir novamente, algumas destas células de memória se transformarão em plasmócitos em poucas horas. Este tipo de resposta é chamada de resposta secundária. Graças às células de memória nosso organismo torna-se imune contra doenças como sarampo, catapora, etc. Linfócitos T Os linfócitos T atuam atacando diretamente as células do corpo que foram invadidas por micróbios. Além disso, eles ativam outros linfócitos e também suprimem a produção de anticorpos depois que o invasor foi destruído. Cada uma dessas funções é exercida por um tipo diferente de linfócito T: o linfócito T citotóxico, o linfócito T auxiliar (ou helper), o linfócito T supressor e a célula T de memória.
Linfócitos T auxiliares: Depois de ter fagocitado o micróbio invasor, o macrófago passa a circular pelo sangue e pela linfa, levando aderida a sua membrana algumas proteínas (antígenos) do invasor. Nesta viagem o macrófago se encontra com linfócitos T com o receptor adequado que reconhece esses antígenos. Nesse momento o linfócito T auxiliar produz substâncias (as linfoquinas) que estimulam a multiplicação do próprio linfócito T auxiliar e de outros linfócitos T e B. Linfócitos T citotóxicos: Estes linfócitos se encarregam de destruir as células do corpo que foram invadidas por vírus. AS células invadidas são reconhecidas porque apresentam pedaços do vírus na sua membrana. Os linfócitos T citotóxicos unem-se as células invadidas por vírus e destroem sua membrana, abrindo orifícios por onde sai o citoplasma. O linfócito T também secreta substâncias que destroem os lisossomos da célula, provocando assim a autólise e a destruição do ADN do vírus. Esse grupo de linfócitos constitui a principal causa de rejeição nos transplantes de órgãos. Linfócitos T supressores: Este tipo de linfócitos suprime a resposta do sistema imunológico à invasão de um patógeno, quando o combate se encerra. Células T de memória: Ao igual que as células B de memória, estas células estão prontas a se diferenciar em diferentes tipos de linfócitos quando o mesmo antígeno invadir novamente.
Lição 04: Imunização IMUNIZAÇÃO Uma pessoa tem imunidade contra uma doença infecciosa quando possui linfócitos de memória resultantes de contato com antígenos causadores dessa doença. Em um novo contato, o patógeno não consegue se reproduzir e causar a doença, pois logo é destruído. Imunização ativa A imunização ativa resulta do contato com um determinado antígeno e a conseqüente formação de anticorpos que serão produzidos com maior rapidez e em maior intensidade em um novo contanto com o mesmo antígeno. É ativa porque o próprio organismo fabrica anticorpos contra o patógeno. Pode ser natural, decorrente de uma infecção ou artificial, por vacinação. Vacinação: vacinar um indivíduo é injetar antígenos mortos ou atenuados para que o organismo reaja, sem ficar doente, produzindo anticorpos específicos. Imunização passiva Na imunização passiva, o individuo recebe anticorpos prontos, produzidos por outro organismo. Pode ser natural, na transferência de anticorpos da mãe ao embrião pela placenta e da mãe para o bebê através do leite, que disponibiliza grandes concentrações de anticorpos para o neonato. Soroterapia A soroterapia tem efeito curativo em situações que necessitam de defesa rápida. É o caso de ferimento suspeito de contar o bacilo do tétano, vírus da raiva ou veneno de cobra, devido a grande velocidade de proliferação do patógeno ou ao alto teor tóxico do veneno. O soro é um líquido obtido a partir do sangue de um animal, rico em anticorpos, para neutralizar rapidamente os antígenos, enquanto o corpo começa a produzir os anticorpos próprios. São usados cavalos, coelhos e outros animais que recebem doses progressivamente maiores, mas não mortais de antígenos e produzem muitos anticorpos. Lição 05: Alergias ALERGIAS Quando um organismo é invadido por uma proteína estranha, plasmócitos produzem anticorpos contra esse antígeno. Esses anticorpos ligam-se à superfície de basófilos e mastócitos e, num segundo encontro, os antígenos aos anticorpos, o que leva à ruptura da membrana e a liberação de histamina, heparina e outras substâncias que provocam reações alérgicas. A histamina dilata os vasos sanguíneos, estimula produção de muco e em alguns casos contração de músculos lisos das vias aéreas. Nas pessoas alérgicas há uma alta produção dos anticorpos que se ligam aos mastócitos e basófilos. Estes anticorpos são produzidos em resposta à presença de pólen, penas, poeira, etc.
Lição 06: Doenças auto-imunes DOENÇAS AUTO-IMUNES Chamamos doenças auto-imunes aquelas em que o organismo produz anticorpos que destroem as suas próprias células. É o que acontece no vitiligo (anticorpos destroem melanócitos); no diabetes infantil (destruição de células beta do pâncreas), na artrite reumatóide (destruição de células presentes nas articulações), etc. FEBRE É uma temperatura corporal anormalmente alta. Causada mais frequentemente pela infecção por bactérias e vírus. O aumento da temperatura inibe o crescimento microbiano e acelera reações corporais que auxiliam o reparo da infecção. O mecanismo da febre ocorre da seguinte forma: os fagócitos, após ingerirem os agentes invasores, liberam substâncias químicas que circulam até o hipotálamo. É no hipotálamo que se encontra o centro regulador da temperatura corporal cuja função é manter a temperatura em equilíbrio através da produção e da perda de calor. As substâncias químicas liberadas pelos fagócitos, ao chegarem ao hipotálamo, sinaliza que alguma coisa está errada, ou seja, está ocorrendo uma invasão por algum agente estranho. O hipotálamo induz a secreção pelos neurônios de prostaglandinas (hormônios) que atuam no centro regulador da temperatura corporal para que a temperatura se eleve. A frequência cardíaca aumenta permitindo que os glóbulos brancos cheguem mais rápido ao local da infecção. Medicamentos como: Aspirina, Tylenol e Advil inibem a síntese de prostaglandinas combatendo a febre. Lição 07: Bibliografia Coordenação de Estudo e Pesquisa Abrafordes