Plantas tóxicas são um perigo para crianças e animais Conheça espécies de plantas ornamentais que merecem cautela. Mais do que belas, eles escondem perigos que pouca gente conhece. 10 de maio de 2014 Algumas das plantas ornamentais que temos em nossos em vasos ou jardins podem esconder perigo por trás de sua beleza. Elas são chamadas "plantas tóxicas", pois apresentam princípios ativos capazes de causarem graves intoxicações quando ingeridas ou irritações cutâneas quando tocadas. Segundo dados do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), cerca de 60% dos casos de intoxicação por plantas tóxicas no Brasil ocorrem com crianças menores de nove anos. E a maioria, 80% destes casos, são acidentais. O Sinitox, que fornece informações sobre os agentes tóxicos existentes, funciona em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e possui centros de atendimento e informações em vários estados do Brasil. Geralmente, os acidentes e a intoxicação por plantas acontece por desconhecimento da população em relação a essas belas espécies. A seguir apresentamos algumas das plantas ornamentais tóxicas mais comuns em quintais, jardins e vasos. COROA-DE-CRISTO Nome científico: Euphorbia milii L. Nome popular: coroa-de-cristo Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia. Princípio ativo: látex irritante MAMONA Nome científico: Ricinus communis L. Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-de-cristo, carrapato Parte tóxica: sementes Sintomas: a ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até sanguinolenta; casos mais graves podem ocorrer convulsões, coma e óbito. Princípio ativo: toxalbumina (ricina) MARGARIDA Nome científico: Chrysanthemum leucanthemum Nome popular: margarida-comum, bela-margarida, bonina, bonita, mãe-de-família, margarida-rasteira, margaridinha; Parte tóxica: folhas e caule. Sintomas: irritação na pele e coceira. 1
COPO-DE-LEITE 10 de maio de 2014 Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng Nome popular: copo-de-leite Sintomatologia: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. TINHORÃO Nome científico: Caladium bicolor Vent Nome popular: tajá, taiá, caládio Família: Aráceas Nome científico: Caladium bicolor Vent Nome popular: tajá, taiá, caládio COMIGO-NINGUÉM-PODE Nome científico: Dieffenbachia picta Schott Nome popular: aninga-do-pará, saponinas TAIOBA-BRAVA Nome científico: Colocasia antiquorum Schott Nome popular: cocó, taió, tajá 2
BICO-DE-PAPAGAIO 10 de maio de 2014 Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd Nome popular: rabo-de-arara, papagaio Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia Princípio ativo: látex irritante AVELÓS Nome científico: Euphorbia tirucalli L. Nome popular: graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios,boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia Princípio ativo: látex irritante PINHÃO-ROXO Nome científico: Jatropha curcas L. Nome popular: pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho, purgante-de-cavalo Parte tóxica: folhas e frutos Sintomas: a ingestão do fruto causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e até sanguinolenta, dispnéia, arritmia e parada cardíaca Princípio ativo: toxalbumina (curcina) ESPIRRADEIRA Nome científico: Nerium oleander L. Nome popular: oleandro, louro rosa.. Sintomas: a ingestão ou o contato com o látex podem causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar à morte Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos 3
HORTÊNSIA Nome científico: Hydrangea macrophylla Nome popular: Hortênsia, hortência, rosa-do-japão, hidrângea Parte tóxica: folhas e gomos. Sintomas: náuseas, irritação na pele, dor abdominal e suores. Princípio ativo: licosídeo cianogênico - hidrangina BEGÔNIA ANTÚRIO Nome científico: Anthurium andraeanum Nome popular: Antúrio Parte tóxica: tronco e folhas Sintomas: ardor na boca e dificuldades em engolir. SAIA-BRANCA Nome científico: Datura suaveolens L. 10 de maio de 2014 Nome científico: Begonia elatior Nome popular: Begônia Parte tóxica: Raiz Sintomas: provocar irritação na boca, língua e lábios, dificuldade em engolir e sensação intensa de queimadura. Nome popular: trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, cartucheira, zabumba. Sintomas: a ingestão pode provocar boca seca, pele seca, taquicardia, dilatação das pupilas, rubor da face, estado de agitação, alucinação, hipertermia e nos casos mais graves pode levar à morte Princípio ativo: alcalóides beladonados (atropina, escopolamina e hioscina) 4
Orientações 10 de maio de 2014 1 - Procure identificar se possui plantas venenosas em sua casa e arredores, buscando informações como nome e características. 2 - Mantenha as plantas venenosas fora do alcance das crianças e dos animais domésticos. 3 - Oriente as crianças para não colocar plantas na boca e nunca utilizá-las como brinquedos (fazer comidinhas, tirar leite, etc.) 4 - Não utilize remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação especializada. 5 - Evite comer folhas, frutos e raízes desconhecidas. Lembre-se de que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta. 6 - Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex, pois elas podem provocar irritação na pele e principalmente nos olhos. Evite deixar os galhos em qualquer local onde possam atrair crianças ou animais. Quando estiver mexendo com plantas venenosas use luvas e lave bem as mãos após esta atividade. 7 - Cuidados especiais também devem tomados com os animais domésticos. Animais filhotes e adultos muito ativos têm uma grande curiosidade por objetos novos no meio em que vivem e notam logo quando há um vaso diferente em casa ou uma planta estranha no jardim. Não é raro o animal lamber, morder, mastigar e engolir aquilo que lhe despertou curiosidade. Animais privados de água podem, por exemplo, procurar plantas regadas ou molhadas de chuva recentemente e ingerir suas partes. Há casos de cães e gatos que ficam sozinhos confinados por períodos longos e acabam se distraindo com as plantas e acabam as ingerindo. 8 - Em caso de acidente, guarde a planta para identificação e procure imediatamente orientação médica. Fonte: Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINITOX Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz 5