POLÍTICAS DE FAMÍLIA EM PORTUGAL

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Transcrição:

POLÍTICAS DE FAMÍLIA EM PORTUGAL Karin Wall karin.wall@ics.ul.pt Instituto de Ciências Sociais/UL OFAP Observatório das famílias e das políticas de família http://www.observatoriofamilias.ics.ul.pt

POLÍTICAS DE FAMÍLIA EM PORTUGAL Evolução recente das políticas de família (-2013) Alguns indicadores-chave: Portugal, Portugal em comparação

Políticas de Família O conceito de Políticas de Família: acções de política pública dirigidas às famílias, com várias instâncias que as definem, decidem, executam Origem no: poder legislativo e poder executivo à escala nacional (parlamento/governo), municipal, regional RESUMO 2010-13: Políticas de família mais implícitas (diluída nas políticas de solidariedade ) Ausência de objectivos, metas, organismo que tutele (PES: minorar o impacto da crise através do programa de emergência alimentar) Políticas de famílias mais selectivas (concentram o apoio nas famílias muito pobres) mas também mais residuais, mesmo para estas famílias

Os instrumentos Apoio económico Apoio em licenças Apoio em serviços

EVOLUÇÃO DA DESPESA DO ESTADO com transferências para as famílias (apoio económico e serviços) em % do PIB (1980 2009) Média OCDE 33 países: 2.2 (2011) Suécia: 3,6 França: 3,0 Polónia: 1,4 Espanha: 1,3 Fonte: OCDE, Thévenon, Olivier (2012), Macro-level database on fertility and policies supporting families with children in European and OECD countries

ABONO DE FAMÍLIA Número de titulares 2000-2013 Despesa total da segurança social com prestações sociais e despesa total da segurança social com o Abono de Família, 2000-2013 200,0 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: PORDATA (última actualização a 10 de Abril de 2014) Despesa total com Abono de Família Despesa total com Prestações Sociais Fonte: Elaboração própria a partir de dados da Pordata. O valor de 2013 foi retirado do Relatório da Execução Orçamental Mensal da Segurança Social (Dezembro 2013, publicado em Janeiro de 2014), disponível em: http://www4.seg-social.pt/execucao-orcamental-mensal

RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO Número de beneficiários do RSI: total e famílias, 2009-2013 Despesa com o rendimento social de inserção, 2005-2012 (milhões de euros) 600,00 500,00 400,00 519,90 414,40 387,90 300,00 200,00 100,00 285,30 315,10 0,00 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Estatísticas da Segurança Social, disponível em: http://www4.segsocial.pt/estatisticas, dados sujeitos a actualização, situação da base de dados a 1 de Fevereiro de 2014. Fonte: 2005-2011:Pordata; 2012: Execução Orçamental da Segurança Social de Janeiro a Dezembro de 2012, Mapa Sintético IX

MONTANTES DAS PRESTAÇÕES Família e RSI) (Abono de Escalões do Abono de Família Até ao 1º ano de vida A partir do 1º ano de vida 1º escalão 2010 * 2013 2010 * 2013 174,72 140,76 43,68 35,19 * Até Novembro de 2010, data em que os montantes descem e o 4º e 5º escalão são eliminados. Rendimento Social de Inserção 1º adulto 2º adulto por cada menor 2010 2013 2010 2013 2010 2013 189,52 178,15 132,66 89,07 94,76 53,44

DURAÇÃO DA LICENÇA PARENTAL em meses (paga >= 70%) PORTUGAL em comparação Fonte: (2012) International Network on Leave Policy and Research

LICENÇA PATERNIDADE PAGA (nº de dias úteis) PORTUGAL em comparação Fonte: (2012) International Network on Leave Policy and Research

TAXA DE COBERTURA CRECHES E PRÉ-ESCOLAR (%) 2000-2013 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 19,8 23,5 30,2 32,6 35,1 37,2 41,8 2000 2004 2008 2009 2010 2011 2012 (em 2013 46,2%) Fonte: Ministério da Educação (2010 e 2012) e Carta Social, Folha Informativa nº 8, de Maio 2012, e nº 11, de Junho de 2013. (U.E 27: 86% em 2013) Fonte: PORDATA (revisto em 08-08-2014).: Comiossão E uropeia (2013) Barcelona Objectives, the development of childcare facilities for young children in Europe with a view to sustainable and inclusive growth, Report from the Commission to the European Parliament, the Council, the European Economic and Social Committee and the Committee of the Regions, pp.8; Disponível em: http://ec.europa.eu/justice/genderequality/files/documents/130531_barcelona_en.pdf

COMENTÁRIOS FINAIS: DESAFIOS

Taxa de pré-escolarização* 3-6 anos de idade (%) 1980-2011 UE 27 (2011) Fonte: Pordata (actualizada em 27-09-2012) * Taxa bruta de pré-escolarização: Relação percentual entre o número total de alunos matriculados num determinado ciclo de estudos (independentemente da idade) e a população residente em idade normal de frequência desse ciclo de estudo; Dados da UE:Comissão Europeia 2013: http://ec.europa.eu/justice/gender-equality/files/documents/130531_barcelona_en.pdf

Taxa de cobertura lares e apoio domiciliário (%) População >= 65 anos (2000-2011) Fonte: Portugal: Elaboração própria: estimativa calculada com base na relação entre a capacidade das repostas sociais (lares de idosos e apoio domiciliário) na Carta Social em 21 de Novembro de 2011 http://www.cartasocial.pt/elem_quant1.php e a população residente no Continente com idade igual ou superior a 65 anos no INE, Estimativas Anuais da População Residente

Evolução das políticas de família em Portugal Anos 30-70 Contexto: Estado Novo Orientação explícita e holista, pró-tradicional e de forte intervenção na vida privada 4 grandes Objectivos: - modelo único de família (casamento católico e desigualdade de género) - pró-natalista e alguma protecção da maternidade (fraca) - protecção social incipiente (não universal/fraca) - prestação de cuidados entregue à Família (não intervenção do Estado) Instrumentos: legislação (Constituição 1933, Código Civil 1966), abono de família (1942) para o chefe de família, serviços iniciativa privada, sobretudo da Igreja Anos 60: mais alguns subsídios e licença de maternidade 60 dias

Evolução das políticas de família em Portugal Anos 70 início anos 80 Contexto: pós 25 de Abril, políticas em mudança/ contrastes políticoideológicos/ difícil contexto económico Orientação implícita/diferenciada/pró-igualitária, família e indivíduos dotados de liberdade e com direito reconhecido à sua privacidade (com protecção Estado) Objectivos: - autonomia (acesso à informação, contracepção, indep. económica) - pluralidade de modelos de família e de vida conjugal - família igualitária e democrática - atitude favorável ao trab. feminino/protecção mulher trabalhadora - protecção da maternidade - Promoção da universalidade da protecção social (subsídio à criança) - redistribuição não só horizontal mas tb vertical. - novo: intervenção do Estado em matéria de serviços Instrumentos: legislação (Constituição, Direito de família), subsídios, serviços Políticas de família sob a tutela da política social

Evolução das políticas de família em Portugal Meados 80 anos 90 Contexto: alguma expansão da protecção social, o retomar de uma orientação pró-família Orientação: um pouco mais explícita/diferenciada/pró-igualitária e ligação famíliaexclusão social Objectivos: - pluralidade de modelos familiares - igualdade entre homens e mulheres na família - protecção da maternidade e da paternidade - conciliação família/trabalho (1997= na Constituição) - sublinhar a redistribuição vertical (mantendo universalidade) - protecção famílias carenciadas/de grupos problemáticos - aumentar os serviços de apoio à família - modelo misto (serviços): Estado, terceiro sector, mercado Instrumentos: legislação (1984; 1997 Abono; 1999;Plano para uma política Global de família), subsídios (mais atenção aos prestadores de cuidados, à conciliação trabalho e vida familiar, à participação dos homens na vida privada), expansão serviços de apoio Políticas de família sob a tutela das políticas sociais, mas novos organismos governamentais (DG da família, Comissão interministerial.)

Evolução recente: PSD/CDS-PP 2002-2005 Contexto: neofamilialista, contexto económico difícil Orientação: explícita, holista, familialista tradicional, pró natalista, pró vida, ligação família-exclusão social Objectivos: - promoção da família tradicional (casais casados com filhos; a mulher dedica mais tempo à família; valorizar a perenidade do casamento) - promoção da redistribuição vertical/protecção famílias pobres (abono de família só para famílias de baixos rendimentos; abandono da universalidade subsídio à criança pobre ) - promoção da maternidade e da paternidade - conciliação família/trabalho (mulheres trabalham, de preferência a t. parcial) - pró-natalistas (promoção da família numerosa) - pró-vida (promover serviços de apoio à vida ) (Expansão dos serviços de apoio à família - creches, jardins de infância - não é prioridade) Políticas sob a tutela das políticas sociais + organismos (Coordenador nacional para os assuntos da família, Observatório.)

Evolução recente: 1º Período Governo PS 2005-2010 Contexto económico difícil, descida taxa da natalidade Orientação: explícita, diferenciada, forte ligação família-igualdade de género/exclusão social, pró natalista Objectivos/Princípios: Diversidade dos modelos familiares - famílias imigrantes, famílias monoparentais, casais homossexuais (legalização casam.) Reforçar o apoio económico às famílias mais vulneráveis - alargamento do abono de família para famílias imigrantes com autorização de permanência - reforço quantitativo de 25% nos dois primeiros escalões - majoração de + 20% famílias monoparentais - generalização do 13º mês (exclusivo do 1º escalão) a todos os cinco escalões - equivalência entre acção social escolar (escalão A e B) e 1º e 2º escalão de abono de família: 711.218 beneficiários em vez de 229.748, em 2008 + Bolsas secundário (1º/2º escalão abono) Promoção da natalidade - introdução do abono pré-natal (a partir da 13ª semana gravidez) e majoração para 2º e 3º filho - introdução dos subsídios sociais de maternidade e paternidade para famílias carenciadas Articulação entre conciliação família/trabalho e igualdade de género - introdução do conceito parentalidade versus maternidade/paternidade (bónus de 30 dias em caso de partilha entre pai e mãe: se o pai gozar sozinho 30 dias) - reforço da paternidade (mais cinco dias úteis de gozo obrigatório, ao todo 20 dias úteis) Expansão dos serviços de apoio à família - apoio domiciliário, rede de cuidados continuados integrados, reforço da taxa de cobertura das creches (objectivo de 33%) e pré-escolar Políticas de Família sob a tutela das políticas socias + 5 organismos (Comissão para a Promoção das Politicas de família, Conselho consultivo das famílias.)

Evolução recente: 2º Período Governo PS 2010-2011: crise económica agrava-se, cortes nas prestações sociais... Abono de família mudanças na elegibilidade e no apoio (em vigor desde Nov. 2010) - alteração do conceito de agregado doméstico; das condições de recursos - eliminação do 4º e 5º escalões (de 5 escalões passa para 3 escalões) - limite máximo do rendimento de referência (cálculo=total rendimentos 14 meses /nº de filhos + 1): passa de 2096 (5º esc.) para 628,83 (3º esc.) (Casais com um filho e com rendimentos acima dos 1257 euros deixaram de receber abono, tal como os agregados com duas crianças que ultrapassassem os 1886 euros) - eliminação do aumento de 25% para o 1º e 2º escalão do abono de família - eliminação da generalização do 13º mês a todos os escalões (mantém-se só para o 1º escalão) Impacto das mudanças no Abono de família - Número de beneficiários :aumento entre 2005 e 2009: de 1.758.921 para 1.846.904 Tendência de descida a partir do 3º trimestre 2010: de 1.833.140 beneficiários em 2010 passa para 1.375.168 em 2011 = menos 457.972 beneficiários - Despesa: sobe ao longo última década: 563 milhares de euros (2003); 663 (2007); 823 (2008); 1000 (2009). Desce: 968 em 2010 (-3,18%) para 674 em 2011 (-33%) e 664 em 2012 Mantém-se abono pré-natal, monoparentais, majoração a partir de 2º filho Mantém-se política de licenças e de equipamentos

Evolução recente: objectivos em mudança? (coligação PSD/CDS-PP) 2012-2013: crise económica agrava-se, redução das despesas, novos cortes nas prestações sociais para as famílias, descida natalidade : Orientação: implícita, selectiva, ênfase terceiro sector e apoio redes informais (do Estado Social ao Estado Solidário e assistencialista?) Vazio: orientação pró família, pró-igualitária, pró natalista, ausência de objectivos específicos Objectivos (Plano de Emergência Social, medidas) - assistência às famílias muito pobres e carenciadas com filhos, idosos desfavorecidos - promoção solidariedades informais e redes tradicionais de prestação de cuidados - reforço do 3º sector (a Linha da Frente ) em detrimento das responsabilidades do Estado - conciliação entre a vida profissional e a vida familiar Instrumentos/medidas - rentabilização (em vez da expansão ) da capacidade já existente dos serviços de apoio (aumento das vagas em creches e lares/nenhuma programa de equipamentos) - alteração subsídios (passes escolares fam. carenciadas/idosos sob condição de recursos); - majoração + 10% subsídio desemprego (casais com filhos até 4º escalão abono) - promoção dos apoios em espécie (refeições em Cantinas Sociais) em vez de monetários - redução do valor de RSI (mudanças afectam sobretudo famílias com crianças ) - Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a Menores (limite desce de salário mínimo para IAS) - Complemento Solidário para Idosos (desce ligeiramente o limite que permite o acesso) - Complemento por Dependência Grau 1 (universalidade vs rendimentos até 600 euros/mês) - Complemento por Cônjuge a Cargo (universalidade vs rendimentos até 600 euros/mês) - Subsídio por Morte (valor fixo no máximo 3 X IAS vs valor variável até 6 X IAS, na lei anterior) - Subsídio por Despesas de Funeral (3 X IAS vs 4 X IAS)) Actores - Ministério da Solidariedade Emprego e Segurança Social: acaba a Comissão para a Promoção de Políticas de Família e Conselho Consultivo das Famílias: é criado Conselho Nacional para as Políticas de Solidariedade, Voluntariado, Família, Reabilitação e Segurança Social

Modelos de Política Familiar (Anne Gauthier The State and the Family A Comparative Analysis of Family Policies in Industrialized Countries, 1996; + artigo Population 2002) 1. Pro-family/pro-natalist model (França) Pró-natalista 2. Pro-traditional model (Alemanha) Tradicional 3. Pro-egalitarian model (países escandinavos) Igualitário 4. Pro-family but not interventionist (Reino Unido) N/interventivo 5. Latin Rim model??) Residual (Esping-Andersen Three Worlds of Welfare Capitalism, 1990: modelo Democrático (pró-igualitário, centrado nos direitos dos indivíduos); Liberal (centrado na ideia da não intervenção do Estado); Conservador (+ tradicional, centrado na ideia de alguma intervenção do Estado + alguns objectivios específicos prónatalista, pró família tradicional ) ; Residual

Modelos de Política de Familia (Claude Martin, Jacques Commaille, 1998) 1. Países escandinavos Políticas centradas nos direitos e nas necessidades das pessoas que compõem a família(na igualdade de género entre homens e mulheres; direitos exclusivos dos homens ) 2. Reino Unido, Irlanda, Holanda Política familiar liberal e não intervencionista/imp. do mercado 3. França, Bélgica, Luxemburgo Políticas com elementos tradicionais e progressistas: forte apoio à instituição família, pró-natalista, apoio ao trabalho feminino, importância dos serviços 4. Alemanha, Aústria, Hungria Políticas familiares com elementos tradicionais e mais conservadores do que no grupo 3 (imp. da mãe em casa ) 5. Europa do Sul Políticas centradas no reconhecimento da família como instituição, sistemas de protecção fracos e laços familiares fortes 6.??? Portugal: Políticas que combinam 1,3,5 (igualdade de género, reconhecimento institucional da família e das famílias vulneráveis, prónatalista, serviços em crescimento, apoio económico baixo )

Outros conceitos e olhares 1. Welfare mix um estado-providência multifacetado Diversidade das instâncias que definem e executam políticas, dos actores e dos instrumentos de apoio: licenças, subsídios, serviços públicos e serviços subsidiados. Sistema misto/multifacetado de cuidados (mixed Care Regime) 2. Para além da dicotomia familialização/desfamilialização Novos conceitos: Familialismo desapoiado, familialismo apoiado, familialismo como opção, desfamilialização (Korpi, 2000: Leitner 2007) 3. Para além da dicotomia cuidados formais/informais Sistema misto/multifacetado de cuidados (mixed Care Regime) Diversidade dos modos de cuidar: formal, semi-formal, informal (Pfau- Effinger, 2009)

OBRIGADA karin.wall@ics.ul.pt OFAP Observatório das famílias e das políticas de família http://www.observatoriofamilias.ics.ul.pt

EVOLUÇÃO DA VIDA FAMILIAR, PORTUGAL 1960-2011 1960 1970 1981 1991 2001 2011 UE Casamento Taxa de nupcialidade 7,8 9,4 7,8 7,3 5,7 3,4 4,8 Idade média mulher 1º casamento 24,8 24,3 23,3 24,2 26,1 29.5 (28) Coabitação (% de casais) 3,9 6,9 13,3 (9) Casamentos Católicos 91 87 75 72 63 40 - Taxa de divórcio 0,1 0,1 0,7 1,1 1,8 2,5 2,1 Fecundidade Índice sintético de fecundidade 3,2 3,0 2,1 1,6 1,5 1,4 1,5 Nascimentos fora do casamento (%) 10 7 10 16 24 43 33 Taxa de actividade feminina (acima 14 anos) 13,1 19,0 29,0 36,0 45,5 47,4 63 25-34 anos - - - 78,5 83,1 88,8 - Taxa de desemprego mulheres - - - 4,9 5,0 13,1 - Taxa de desemprego homens - - - 3,4 3,2 12,4 -

EVOLUÇÃO DA VIDA FAMILIAR, PORTUGAL 1960-2011 Agregado doméstico 1960 1970 1981 1991 2001 2011 UE Dimensão média 3,8 3,7 3,4 2,8 2,6 2,4 % de agregados com + de 5 pessoas Tipo de agregado doméstico 18 16 11 6 3 2,0 - A.D. sem núcleo familiar 16 - - 17 20 23,3 - Agregados dom. de pessoas sós 12 - - 14 17 21,4 27 Agregados dom. de várias pessoas 5 - - 3 2 1,8 - A.D. de famílias simples 68 - - 70 70 68,0 - Casais sem filhos (s/ outros) 15 - - 20 22 23,8 24 Casais com filhos (s/ outros) 48 - - 44 41 35,2 37 Pai/ mãe c/ filhos (s/ outros) 6 - - 6 7 9,0 8 A.D. de famílias complexas 15 - - 14 10 8,7 -

EVOLUÇÃO DA VIDA FAMILIAR Percentagem de casais no total dos agregados domésticos

EVOLUÇÃO DA VIDA FAMILIAR A dimensão da família e os agregados de famílias complexas

EVOLUÇÃO DA VIDA FAMILIAR Novos tipos de agregado doméstico

EVOLUÇÃO DA VIDA FAMILIAR Outras tendências NÍVEIS ELEVADOS DE POBREZA taxa de risco de pobreza infantil elevada 22,4% (idosos: 20%) IMPACTO CRISE ECONÓMICA? ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO 18% (2011) da população em situação de risco de pobreza após transferências sociais 1970 2007 Proporção de jovens 28,5% 15,3% Proporção de idosos 9,7% 17,4% INE, Censos IMIGRAÇÃO Proporção de estrangeiros aumentou 1991 2001 2007 1,1% 2,2% 4,2%

Dinâmicas regionais de transformação da vida familiar 1991-2001 Minho-Lima Grande Porto Cávado Ave Tâmega Entre Douro e Vouga Dão-Lafões Baixo Voug a Baixo Mondeg o Pinhal Litoral Médio Tejo Oeste Lezíria do Tejo Grande Lisboa Penínsul a de Setúbal Pinhal interio r Norte Pinhal Interior Sul Serra da Estrela Alto Trás-os- Montes Douro Cova da Beira Beira Interior Sul Alto Alentejo Alentejo Central Beira Interior Norte G1: Aumento da conjugalização G2: Acentuar da conjugalização G3: Aumento da informalização e da individualização G4: Acentuar da informalização e da individualização G5: Acentuar do isolamento e da informalização AÇORES Alentejo Litoral Baixo Alentejo G6: Estabilidade, isolamento e envelhecimento MADEIRA Algarve

Oeste Minho-Lima Grande Porto Cávado Ave Tâmega Entre Douro e Vouga Dão-Lafões Baixo Vouga Baixo Mondego Pinhal Litoral Grande Lisboa Peníns. Setúbal Médio Tejo Lezíria do Tejo Pinhal interior Norte Pinhal Interior Sul Serra da Estrela Alto Trás-os-Montes Douro Beira Interior Norte Cova da Beira Beira Interior Sul Alto Alentejo Alentejo Central Dinâmicas de Conjugalização Principais Traços % elevada de famílias simples Aumento de casais com e sem filhos Casais casados legalmente Valores baixos de coabitação e de novas formas de família Diminuição das famílias complexas AÇORES Alentejo Litoral Baixo Alentejo Poucas pessoas sós MADEIRA Algarve

AÇORES Oeste Minho-Lima Cávado Ave Grande Tâmega Porto Entre Douro e Vouga Dão-Lafões Baixo Vouga Baixo Mondego Pinhal Litoral Grande Lisboa Penín. Setúbal Médio Tejo Lezíria do Tejo Alentejo Litoral Pinhal interior Norte Pinhal Interior Sul Serra da Estrela Alto Trás-os-Montes Douro Cova da Beira Beira Interior Norte Beira Interior Sul Alto Alentejo Alentejo Central Baixo Alentejo Dinâmicas de Informalização e Individualização Principais traços Aumento das pessoas sós, com destaque para os jovens a viver sozinhos % elevada de casais em coabitação Valores elevados das novas formas de família Diminuição da dimensão média da família, dos casais com filhos e das famílias complexas MADEIRA Algarve

Oeste Minho-Lima Grande Porto Cávado Ave Tâmega Entre Douro e Vouga Dão-Lafões Baixo Vouga Baixo Mondego Grande Lisboa Península de Setúbal Pinhal Litoral Médio Tejo Lezíria do Tejo Pinhal interior Norte Pinhal Interior Sul Alto Trás-os-Montes Douro Serra da Estrela Cova da Beira Alto Alentejo Alentejo Central Beira Interior Norte Beira Interior Sul Dinâmicas de Isolamento e Envelhecimento Principais traços Envelhecimento mantém-se em níveis elevados Acréscimo de pessoas sós, sobretudo de idosos Acréscimo de casais idosos sem filhos Valor elevado de uniões de facto, sobretudo em meios com poucas qualificações escolares (Grupo 5: Alentejo) Diminuição dos casais com filhos AÇORES MADEIRA Alentejo Litoral Baixo Alentejo Algarve No grupo 5, aumento destes traços No grupo 6, manutenção do tracejado verificado em 1991

Evolução dos valores e das dinâmicas internas Inquérito nacional às famílias portuguesas com filhos, 1999 Inquérito realizado a uma amostra representativa de mulheres entre os 25 e os 49 anos, a viver em casal e com pelo menos um filho em idade escolar (6-16 anos) Alguns resultados Orientação / Valores da família Modos de divisão do trabalho profissional e doméstico Rede de apoio K.Wall (2005) Famílias em Portugal, Imprensa de Ciências Sociais S. Aboim (2006) Conjugalidades em mudança, ICS V.Cunha (2007) O lugar dos filhos, ICS Wall, Aboim, Cunha (2010) A Vida familiar no masculino, CITE

Tipos de Orientação Familiar Instituição forte Instituição Aliança Companheirismo Companheirismo forte Sentimento procurado Posição face ao divórcio Comunicação conjugal procurada Divisão ideal Do trabalho doméstico Divisão ideal do trabalho profissional Pressão social sentida no início da conjugalidade 13,1 18,4 27,0 27,0 14,5 Respeito Respeito Respeito Relação Relação Negação absoluta Negação absoluta Muito difícil Necessário Necessário Muito difícil Muito difícil Necessário Melhor solução Melhor solução Pouco intensa Ajuda Mulher faz tudo Ganha-pão Ajuda da mulher Pouco intensa Ajuda Mulher faz tudo Ganha-pão Ajuda da mulher Muito intensa Muito intensa Muito intensa Igualdade Igualdade Igualdade Igualdade Igualdade Igualdade Pressão Pressão Pressão Ausência Ausência

Tipos de orientação familiar e variáveis independentes Instituição forte Instituição Aliança Companheirismo Companheirismo forte 13,1 18,4 27,0 27,0 14,5 Escolaridade da mulher (cf=,44) Sem escolaridade Primário Primário Primário Básico Básico Secundário Curso médio Secundário Curso médio Licenciatura Região de residência (NUTSII) (cf=,23) Norte Alentejo Norte Centro Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Lisboa e Vale do Tejo Algarve Religião da Mulher (cf=,22) Católica Praticante Católica praticante Católica praticante Católica não praticante Sem religião Católica não praticante Trajectória profissional da mulher (cf=,20) Sempre sem trabalho Trabalho em 1-2 momentos Sempre sem trabalho Trabalho em 1/2 momentos Trabalho em 1/2 momentos Sempre com trabalho Sempre com trabalho Domínios de gratificação da mulher (cf=,20) Ano de entrada na conjugalidade (cf=,16) Tarefas domésticas/ parentes Tarefas domésticas/ parentes Tarefas domésticas/ parentes Profissão/ convívios Profissão/ convívios Anos 70 Anos 70 Anos 70 A partir de 1980 A partir de 1980

Modos de divisão do trabalho profissional segundo a escolaridade da mulher e o ano de entrada na conjugalidade Ambos trabalham a tempo inteiro Ambos trabalham - a mulher a tempo parcial, o homem a tempo inteiro Só o homem trabalha Só a mulher trabalha Nenhum trabalha Todas as famílias 60,5 7,6 24,3 4,4 3,1 100 Escolaridade feminina Sem Escolaridade 30,8 11,5 44,9 2,6 10,2 100,0 Primário 56,4 6,2 29,3 4,5 3,6 100,0 Básico 62,7 4,9 24,6 5,4 2,4 100,0 Secundário 74,1 7,1 13,7 2,5 2,6 100,0 Bach., lic. Incompleta 65,2 19,6 9,8 4,3 1,1 100,0 Licenciatura completa ou mais 70,0 21,1 3,3 3,3 2,3 100,0 (cf=,28) Ano de entrada na conjugalidade ate 1974 37,1 13,6 37,1 6,4 5,8 100,0 1975-1979 58,6 8,0 27,6 3,7 2,1 100,0 1980-1984 63,9 6,8 20,9 4,5 3,9 100,0 1985-1989 62,8 7,4 22,8 4,6 2,4 100,0 1990 e mais 65,9 5,0 22,4 3,9 2,8 100,0 (cf=,16) Total

Modos de divisão do trabalho doméstico segundo a escolaridade da mulher e o ano de entrada na conjugalidade Só a mulher Divisão paralela Mulher e empregada Mulher e familiares residentes Alguma partilha conjugal Bastante partilha conjugal Divisão familiar Total Todas as famílias 34,2 25,0 7,3 3,1 11,8 5,2 13,4 100,0 Escolaridade feminina Sem Escolaridade 46,2 38,5 0,0 2,5 2,5 0,0 10,3 100,0 Primário 38,6 30,5 1,1 3,0 11,3 2,7 12,8 100,0 Básico 35,4 23,1 3,5 3,5 13,3 6,9 14,3 100,0 Secundário 32,6 12,6 12,1 2,5 13,6 9,5 17,1 100,0 Bach., lic. incompleta 13,9 26,7 26,7 1,0 12,9 7,9 10,9 100,0 Licenciatura completa ou mais (cf=,47) Ano de entrada na conjugalidade 7,5 8,5 52,7 5,4 9,7 5,4 10,8 100,0 Até 1974 45,1 32,4 4,2 2,1 8,5 1,4 6,3 100,0 1975-1979 31,7 26,6 6,6 2,4 12,1 3,2 17,4 100,0 1980-1984 31,6 26,1 8,2 4,3 9,0 5,7 15,1 100,0 1985-1989 33,2 22,8 8,3 2,8 14,6 7,3 11,0 100,0 1990 e mais 41,0 17,8 5,6 2,8 15,0 5,0 12,8 100,0 (cf=,18)

Tipo de rede de apoio (ao longo de 17 anos de vida conjugal)) 51 % 45 40 41 35 30 25 20 27 22 15 10 10 5 0 Ausência de apoio Apoio ocasional (1-5) Apoio moderado (6-10) Apoio intenso (11 ou mais)

Principais dadores de apoio 80 70 71 60 50 40 30 20 10 13 6 10 0 Pais e sogros Irmãos(ãs) e cunhados(as) Outros parentes Amigos, vizinhos e outros

Tipo de apoio segundo a escolaridade feminina Ausência de apoio Apoio ocasional Apoio moderado Apoio intenso Licenciatura e mais 5 22 26 47 Bach., lic. Incompleta 7 40 30 23 Secundário 7 36 31 27 Básico 8 40 29 23 Primário 14 44 24 18 Sem escolaridade 9 62 17 13 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Desafios para as políticas de família Responder à diversidade dos modelos familiares Assegurar rendimentos adequados para as famílias mais vulneráveis à pobreza (função redistributiva da política de família) e à crise económica Promover a natalidade Para as famílias com redes de entreajuda frágeis ou inexistentes, promover uma sociedade socialmente mais inclusiva Dado o crescimento do duplo emprego e o envelhecimento da população, promover a conciliação entre a vida familiar e a vida profissional (licenças, serviços de apoio para cuidar ) Dar resposta ao sentimento de alguma insegurança relativamente à passagem para e ao exercício da parentalidade Promover a igualdade de género na família Reconhecer os problemas específicos das famílias imigrantes

Taxa de risco de pobreza antes e após as transferências sociais (excluindo pensões) (%) UE 27-4% -6% -6,1% -6,4% -7,4% -10,6% Fonte: Eurostat SILC, http://appsso.eurostat.ec.europa.eu/nui/show.do