UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL LUCAS SANDI SISTEMA DE CAPTACÃO DE ÁGUA DA CHUVA EM UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR Lages 2017

2 LUCAS SANDI SISTEMA DE CAPTACÃO DE ÁGUA DA CHUVA EM UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR Estágio Supervisionado submetido à Universidade do Planalto Catarinense para obtenção dos créditos de disciplina com nome equivalente no curso de Engenharia Civil. Orientador: Gilmar Souza Pereira Lages 2017

3 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Mapa da localização da residência...12 FIGURA 2. Planta segundo pavimento da residência...13 FIGURA 3. Planta térreo da residência...14 FIGURA 4. Indicações para o cálculo da área de contribuição... 17 FIGURA 5. Localização dos condutores e do ralo...23 FIGURA 6. Localização dos condutores no telhado... 24

4 LISTA DE TABELAS TABELA 1. Coeficiente de escoamento...18 TABELA 2. Dados pluviométricos de Lages em mm...19 TABELA 3. Consumo de água não potável...20 TABELA 4. Orçamento...26 TABELA 5. Faixa de consumo...27 TABELA 6. Estimativa de consumo na residência...27

5 SUMÁRIO 1. INDENTIFICAÇÃO...6 2 APRESENTAÇÃO...6 2.1 TEMA...6 2.2 PROBLEMÁTICA...6 2.3 JUSTIFICATIVA...7 2.4 OBJETIVOS...7 2.4.1 Objetivo geral...7 2.4.2 Objetivos específicos...7 3. REVISAO DA LITERATURA...8 4 METODOLOGIA...10 4.1 PLANO DE PESQUISA...10 4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA...10 4.3 PLANO DE COLETA DE DADOS...11 4.4 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS...11 4.5 AREA DE ESTUDO...11 5 DESENVOLVIMENTO...14 5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...15 5.2 DADOS PLUVIOMÉTRICOS...17 5.3 ÁREA DE CAPTAÇÃO...18 5.4 LOCAIS PARA APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA NA RESIDÊNCIA.18 5.5 PREVISÃO DE CONSUMO...18 5.6 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO INFERIOR...24 5.7 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO SUPERIOR...24 5.8 CUSTO PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA...25 6 ANALISE DE VIABILIDADE ECONOMIA...26 7 CONCLUSÃO...28

6 1. IDENTIFICAÇÃO Nome da Organização: Kayser Construtora e Incorporadora LTDA - ME Endereço: Rua Elidio Teodoro Westphal nº 69 Bairro Coral Ramo de atividade: Recursos Hídricos Professor Orientador: Gilmar Souza Pereira Período da Realização: 31/07/2017 a 08/12/2017 Carga Horária: 180 horas 2. APRESENTAÇÃO Elaborar um projeto de captação de agua da chuva se torna cada vez mais relevante, pois está cada vez mais caro tratar água devido a qualidade e poluição. Além do fato da água tratada ser utilizada em aplicações menos nobres como lavagem de veículos, limpeza de pisos, lavagem de roupas. A água é o recurso natural mais importante, portanto deve ser utilizada para fins de consumo e para fins menos nobres deve ser utilizada a água da chuva. Para alguns é tratada com indiferença e para outros, como riqueza. Dessa forma os estudos apontam para o aproveitamento e reúso, como alternativa à pressão sobre as fontes ainda existentes. Neste projeto iremos dimensionar um sistema de captação de água da chuva para uma residência unifamiliar localizada em Lages SC. 2.1 TEMA Sistema de reuso de águas pluviais para fins não potáveis. 2.2 PROBLEMÁTICA Nos dias de hoje existem grandes preocupações da sociedade em relação à conservação dos recursos da natureza. Dentre estes, a água é o mais precioso recurso da humanidade e é indispensável para vida de todos. Para conservarmos o planeta é de extrema importância não apenas economizar água "limpa", mas também coletar a água da chuva através dos telhados, sacadas, terraços, para que

7 sua finalidade seja para uso menos nobre (descarga de banheiro ou irrigação de plantas por exemplo), com esse procedimento é possível amenizar o impacto ambiental perpetuando assim com o ciclo natural da água. 2.3 JUSTIFICATIVA Podemos diminuir uma grande parte da demanda de água da população através da captação e aproveitamento da água da chuva para uso não potável. A água captada pode ser utilizada em funções tais como: descarga de vasos sanitários, lavagem de roupas, calçadas e automóveis, rega de jardins. Para aplicação desse sistema, é necessário realizar estudo de viabilidade técnica para sua implantação. Neste trabalho será desenvolvido um estudo de aproveitamento da água da chuva em uma residência unifamiliar apresentando um estudo de caso a partir de dados pluviométricos da região e de localização da mesma, na cidade de Lages - SC. 2.4 OBJETIVOS 2.4.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre o potencial de utilização de águas pluviais captadas pelos telhados e sacadas, em residências familiares. Posteriormente será realizado o dimensionamento de um sistema de captação e reuso de água, e seu estudo de viabilidade para instalação em uma residência na cidade de Lages, SC. 2.4.2 Objetivos Específicos Para desenvolver esse trabalho será necessário estabelecer como objetivos específicos: Analisar os dados pluviométricos da cidade de Lages/SC. Estimar o consumo mensal de água da residência em questão. Definir do uso da água captada através da chuva. Determinar a área coletada e o índice de aproveitamento da água. Dimensionar do reservatório para o sistema de aproveitamento. Calcular o período de retorno do investimento.

8 3. REVISÃO DA LITERATURA Conforme DIXON et al. (1999) a crise no abastecimento d água gera a necessidade de buscar alternativas que contribuam para o uso eficiente da água pela sociedade. A sustentabilidade urbana só será alcançada caso a sociedade se direcione no sentido do uso eficiente e apropriado da água. De acordo com Lomba (2011) o Brasil possui o equivalente a 12% da reserva de água doce do mundo e 53% da América do Sul. Desse montante, 70% estão presentes na Região Amazônica e os 30% restantes estão distribuídos pelo país. Embora o país teoricamente possua grande abundancia deste recurso, a condição brasileira demonstra um cenário completamente diferente. A escassez de água é uma realidade em todas as regiões do Brasil, sendo em áreas rurais e também nas regiões altamente urbanizadas, como é o caso das principais áreas metropolitanas. Essa alta demanda por água, em quantidade e qualidade, visando atender as necessidades humanas no desenvolvimento urbano, industrial e rural, vêm tornando a água um recurso cada vez mais caro e escasso, por conta do tratamento empregado para a viabilização do seu consumo potável e as restrições para seu uso devido à poluição. A contínua urbanização aliada à elevada densidade demográfica, principalmente nas regiões metropolitanas, contribui consideravelmente para o aumento da demanda de água e para a poluição dos corpos hídricos, seja por esgoto doméstico quanto por industrial (BREGA FILHO e MANCUSO, 2003; ARAUJO; RODRIGUES; NUNES, 2008). Desta forma, percebe-se que com uma concentração populacional cada vez maior em algumas cidades, mesmo com os recursos hídricos abundantes, ainda são insuficientes para atender à disponibilidade média de água renovável por habitante, fato que repercute diretamente sobre a saúde e sobre os padrões de qualidade de vida da sociedade em geral (ARAUJO; RODRIGUES; NUNES, 2008). Com o passar dos anos, a disponibilidade das bacias hidrográficas se torna cada vez menor para uma demanda que cresce cada vez mais. Segundo Lomba (2011) o problema por trás da escassez de água, na verdade, é a má administração da agua e o mau uso deste recurso, o que está levando a uma perda de qualidade acelerada, especialmente nas regiões intensamente urbanizadas ou industrializadas. A abundância deu suporte à ideia de que os recursos hídricos são inesgotáveis, à cultura do desperdício, de uso de rios como esgotos, ao crescimento desordenado das demandas e à

9 degradação da sua qualidade nas cidades. Segundo Araújo et al. (2008) essa situação trouxe uma crescente preocupação com a preservação da água, levando autoridades e pesquisadores a desenvolverem pesquisas que resultaram em programas públicos de planejamento e gestão dos recursos hídricos. Assim, a preocupação com a possibilidade de uma futura escassez de água, trouxe investimentos e uma normatização para seu uso, com leis específicas e atuação do poder público, dada a criação da Política Nacional de Recursos Hídricos em 1997 e da Agência Nacional de Águas em 2000. Com aprovação da lei de outorga e cobrança pelo uso da água, a iniciativa privada para seus processos industriais passou a adotar medidas de racionalização e reuso da água. Deste modo, torna-se cada vez maior a importância da conservação da água para que esse recurso não se torne escasso em um futuro próximo. Uma forma de conservar a água é o aproveitamento da água de chuva para consumo não potável em edificações. A viabilidade desta técnica se caracteriza pela diminuição da demanda de água fornecida pelas companhias de abastecimento, resultando na redução de custos com água potável e diminuição dos riscos de enchentes (MAY, 2004). Está técnica de aproveitamento de água da chuva vem sendo usada cada vez mais em várias partes do mundo, aparentemente a construção de sistemas de coleta de água da chuva é uma medida que vem ganhando mais destaque nos últimos anos devido à situação dos recursos hídricos no mundo atualmente, porém, esta técnica já existe há milhares de anos. Por exemplo, no deserto de Negev em Israel, o sistema já existe há mais de 4000 anos. Na era Romana já existiam sistemas sofisticados de coleta e armazenamento de água da chuva. Além disso, existem evidências da existência de sistemas de coleta da água de chuva num período superior a 2000 anos nos Estados Unidos (Parque Nacional da Mesa Verde) e no Oriente Médio. No México, as inscrições mais antigas e tradicionais de sistemas de coleta de água da chuva são datadas na época dos Astecas e dos Maias. Já no Brasil, a instalação mais antiga foi construída por norte-americanos em 1943, na ilha de Fernando de Noronha (MAY, 2004). No Brasil, o sistema de aproveitamento de água pluvial tem suas diretrizes de projeto e dimensionamento prescritas na Norma Brasileira, NBR 15.527 que trata de Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis, publicada em 24/10/2007 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT; 2007). Essa técnica é mais popular nas regiões semiáridas devido ao seu clima que apresenta chuvas irregulares e alta taxa de evaporação, tornando a opção mais indicada para disponibilizar água para o consumo humano (MAY, 2004).

10 Nas grandes cidades ela passa a ganhar cada vez mais ênfase por conta da grande demanda de água nesses locais, onde a densidade demográfica é alta e o risco de escassez de água potável passa a ser visto com mais seriedade pelas autoridades. Segundo Araújo et al. (2008) a cidade do Rio de Janeiro é um bom exemplo acerca desse assunto, sendo que essa instituiu em fevereiro de 2004, uma lei que obriga todos os novos edifícios com mais de 500 m² de área impermeabilizada a construírem reservatórios para recolhimento de água de chuva, com o intuito de retardar temporariamente o escoamento para a rede de drenagem. Dentre ações de utilização de fontes alternativas compreendidas na lei municipal de Curitiba, destacam-se a de captação, armazenamento e utilização de água proveniente das chuvas e de águas servidas, visto que a mesma obriga todos os novos condomínios residenciais a incorporarem essas ações em seus projetos de construção para múltiplos usos em substituição à água potável. No caso específico dos sanitários, que consomem em média 70% de toda a água numa construção, a lei torna obrigatória a canalização das águas usadas na lavagem de roupas, chuveiros ou banheiras para uma cisterna, onde serão filtradas e posteriormente reutilizadas nas descargas sanitárias. Então, somente depois essa água seria descartada para a rede de esgoto (ARAUJO; RODRIGUES; NUNES, 2008). 4 METODOLOGIA 4.1. PLANO DE PESQUISA Para o desenvolvimento deste relatório a metodologia adotada foi descritiva qualitativa, através das visitas in loco e verificação dos projetos arquitetônicos para a análise das áreas de coberturas. 4.2. DEFINIÇÃO DA ÁREA Este relatório tem como principal finalidade a apresentação do sistema de captação pluvial no telhado de uma residência unifamiliar de dois pavimentos, para fins não potáveis, a qual se enquadra na área de recursos hídricos. 4.3. PLANO DE COLETA DE DADOS

11 As informações expostas nesse relatório serão de fundamentação teórica na área, coletadas através de bibliografias. 4.4. PLANO DE ANÁLISE DE DADOS Com base nos dados coletados será realizada uma análise com o relato do estagio e itens observados na obra. 4.5. ÁREA DE ESTUDO Trata-se de uma residência unifamiliar de alvenaria, na qual residira uma família de atualmente 3 pessoas, com suporte para 4 pessoas, sendo dois adultos e uma criança. Localizado na rua F, lote 4, no loteamento Nova Lages localizado no Jardim Panorâmico, em Lages SC. A residência ainda em construção possui 2 pavimentos, a parte superior conta com 2 dormitórios e uma suíte máster, banheiro social e ampla varanda, segue imagens:

12 Figura 1. Mapa da localização da residência Fonte: Google Earth.

13 Figura 2. Planta segundo pavimento da residência Fonte: Foto tirada da planta arquitetônica, 2017. A parte inferior da residência contempla um hall de entrada, sala de TV, sala de jantar, cozinha, lavanderia, salão de festas e garagem para dois veículos.

14 Figura 3. Planta térreo da residência Fonte: Foto tirada da planta arquitetônica, 2017

15 5. DESENVOLVIMENTO Para o perfeito dimensionamento de um sistema de captação de água da chuva tem que se levar em conta a norma NBR 15527/07 que trata dos usos previstos para a água da chuva captada e do aproveitamento de coberturas e áreas urbanas para fins não potáveis. Essa norma da ABNT traz em seu conteúdo conceitos de aproveitamento de agua da chuva, qualidade da agua da chuva, previsões de consumo, dimensionamento de calhas e condutores, reservatórios de autolimpeza, relação entre custo e benefício, entre outros assuntos. Na mesma norma são apresentadas algumas outras normas para referência tais como: ABNT/NBR 5626/98: determina exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria. ABNT/NBR 10844/89: determina as exigências necessárias aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais, buscando a garantia de níveis aceitáveis de funcionalidades, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia. ABNT/NBR 12213/92: determina as condições exigíveis para a elaboração de projetos de captação de água de superfície para abastecimento público. ABNT/NBR 12217/94: determina as condições exigíveis na elaboração de projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público. Na norma NBR 15527 (ABNT,2007) são apresentados os requisitos para aproveitamento de agua de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, contém alguns métodos para dimensionamento do reservatório para a água pluvial não potável, são eles: Método de Rippl, esse método consiste em um balanço de massa, podendo ser utilizados dados de precipitação mensal ou diária. A utilização de dados mensais implicara em reservatórios maiores. Assim, recomenda-se que, quando possível, sejam utilizados dados diários para que se tenham reservatórios menores. Método do maior período de estiagem, esse método utiliza o máximo período de estiagem, ou seja, com base em series históricas de dados diários de precipitação, adotando o máximo intervalo de dias consecutivos sem chuvas multiplicado pela demanda diária, se tem o volume do reservatório. Método prático brasileiro (Método Azevedo Neto), neste método empírico é desconsiderada a influência da demanda, considerando apenas o volume captado e o período de estiagem mensal. O volume será 4,2% do valor da

16 multiplicação da média de precipitação anual em mm, número de meses de pouca chuva ou seca e a área de captação em m². Método prático Alemão, neste método o tamanho do reservatório será 6% do volume de consumo anual ou do volume anual de precipitação captada, adotando aquele que for menor. Método prático Inglês, neste método a demanda também não é considerado no cálculo, o volume do reservatório é 5% do valor da multiplicação da média de chuvas anual em mm pela área de captação em m². Segundo Amorim e Pereira (2008), para regiões com altos índices pluviométricos, devese escolher métodos mais conservadores, que levam a volumes inferiores para o reservatório, como é o caso da cidade de Lages, os métodos mais conservadores são: Rippl Prático Alemão Pratico Australiano Portanto para os cálculos dos reservatórios será adotado o método prático alemão pois apresenta um valor mais conservador para o volume dos reservatórios. 5.1 Considerações iniciais Para o dimensionamento dos reservatórios tem que ser considerado os incrementos devido a inclinação da cobertura que é de 10% com altura de 58 cm conforme verificado no local. A norma NBR 10844:1989 apresenta as indicações para o cálculo da área de contribuição conforme a figura X:

17 Figura 4 Indicações para o cálculo da área de contribuição Fonte: NBR 10844,1989. O tipo de cobertura pode interferir na quantidade de água captada, o coeficiente de

18 escoamento, determina a quantidade de água absorvida para cada tipo de material utilizado na cobertura. Tabela 1 Coeficiente de escoamento Fonte: Universidade de Warwick, 2001. A tabela apresenta quatro tipos de coberturas, as de folhas de ferro galvanizado, telha cerâmica, telha de cimento amianto e orgânicos, esse coeficiente interfere diretamente na qualidade de água captada sendo classificada de baixa a muito boa conforme a cobertura utilizada, para o dimensionamento dos reservatórios serão utilizadas o coeficiente da telha de cimento amianto com o valor de 0,9, pois a residência ainda é nova e não apresenta mofo e rachaduras. 5.2 Dados Pluviométricos A fonte de dados utilizada para análise do regime de chuvas foi o INMET Instituto Nacional de Meteorologia, utilizando um período de 2006 a 2016 para o município de Lages no estado de Santa Catarina.

19 Tabela 2. Dados Pluviométricos de Lages em mm 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 JANEIRO 172,1 103,7 167,9 179,1 217,1 261,1 192,1 195,4 183 211,9 107,4 FEVEREIRO 127,5 113,5 179,3 149,1 137,8 267,8 195,5 214,7 210,7 133,9 236,4 MARÇO 145,1 170,8 115,7 83,2 213,2 169,7 56,1 179,2 121,3 135,6 186,7 ABRIL 36,3 61,2 185,8 16,8 249,4 78,5 54,9 62,3 94,2 99,7 136,8 MAIO 8,5 196,4 67,5 89,9 227,4 121,9 28,9 86,3 235,3 71 132 JUNHO 58,4 66,6 163,6 42,6 69,7 144,5 148,9 199,3 397,8 134,9 24,8 JULHO 90,2 224,9 37 239 133,1 239,6 154,4 77 77,3 264 132 AGOSTO 155,8 86,9 106,7 253,5 81,2 373 12,5 318,2 61 69,3 139,2 SETEMBRO 102 164,7 154,4 373,6 146,8 211,6 129,3 221,3 233,4 334,6 118,4 OUTUBRO 78,9 192 371,1 151,5 104,8 174,8 161,5 136,9 154,2 363,4 224,8 NOVEMBRO 302,8 134,2 156,3 245,4 207,9 72 19,1 146,1 194,8 128 73,8 DEZEMBRO 116,3 132,5 67,4 73,5 137,5 142,4 203,5 107,7 187,2 208,1 158,1 TOTAL 1393,9 1647,4 1772,7 1897,2 1925,9 2256,9 1356,7 1944,4 2150,2 2154,4 1670,4 MÉDIA MENSAL 116,1583 137,2833 147,725 158,1 160,4917 188,075 113,0583 162,0333 179,1833 179,5333 139,2 MÉDIA ANUAL 1833,645 Fonte: INMET, 2017. Foi obtida uma média anual de 1833,645 mm que será utilizada para o cálculo dos reservatórios junto com a área de captação dos telhados 5.3 Área de Captação A edificação possui um telhado com área de 103,83 m². 5.4 Locais para Aproveitamento de Água da chuva na residência. A água da chuva captada e armazenada não é considerada potável, portanto não poderá ser utilizada para consumo e poderá ser utilizada para descarga dos banheiros, lavagem dos veículos, lavagem de roupas, limpeza dos pisos e vidros, rega de jardim etc. 5.5 Previsão de Consumo Conhecido o número de pessoas que iram morar na residência, número de veículos, área

20 de piso e área de jardim, é possível calcular o consumo de água não potável, conforme a tabela a seguir: Tabela 3. Consumo de água não potável Demanda Consumo Unidade Vaso Sanitário - Volume 6 L/descarga Vaso Sanitário - Frequência 4 Descarga/hab/dia Máquina de Lavar Roupa - Volume 150 L/ciclo Máquina de Lavar Roupa - Frequência 0,3 Carga/hab/dia Rega de Jardim - Volume 2 L/dia/m² Rega de Jardim - Frequência 5 Rega/mês Lavagem de Carro - Volume 150 L/lavagem/carro Lavagem de Carro - Frequência 2 Lavagem/mês Fonte: TOMAZ, 2001. Segundo MORELLI (2005) o consumo de água para a lavagem de automóveis é de 150 a 250 litros. Adotando o volume de consumo e a frequência de utilização segue os cálculos de consumo de água não potável na residência: Vaso Sanitário: Dados: - Volume 6 L/descarga - Frequência 4 Descarga/hab/dia - Nº de habitantes = 4 hab L V = 6 descarga 4 descarga hab dia V = 96 L 30 dias dia V = 2880 L mês 4 hab Máquina de Lavar Roupa

21 Dados: - Volume 150 L/ciclo - Frequência 0,3 Carga/hab/dia - Nº de habitantes = 4 hab V = 150 L ciclo 0,3 carga hab 4 hab dia V = 180 L 30 dias dia V = 5400 L mês Rega de Jardim De acordo com os proprietários o jardim localizado nos fundos terá cerca de 50 m². Dados: - Volume 2 L/dia/m² - Frequência 5 rega/mês - Área = 50 m² V = 2 L dia m 2 5 rega 50 m² mês V = 500 L mês Lavagem de Carro Em consulta com os proprietários, a lavagem dos veículos será feita duas vezes ao mês. - Volume = 150 L/lavagem/carro - Frequência = 2 lavagem/mês - Nº de carros = 2 L 150 lavagem V = 2 lavagem 2 carro carro mês V = 600 L mês

22 Lavagem dos pisos De acordo com medições no local a residência terá cerca de 45 m² de pisos mais cerca de 40 m² de varanda. O consumo de água na lavagem de pisos, é de 2 litros/m² x dia; sendo que a frequência de lavagem é de duas vezes por semana. (TOMAZ, 2011,) Dados: - Volume 2 L/m²/dia - Frequência 8 lavagem/mês - Área = 95 m² V = 2 L m² dia 8 lavagem 95 m² mês V = 1520 L mês A previsão de consumo de água na residência é a soma de todas esses valores: V = 2880 + 5400 + 500 + 600 + 1520 Vt = 10900 L mês

23 Figura 5. Localização dos condutores e do ralo Fonte: elaborado pelo autor, 2017

24 Figura 6. Localização dos condutores no telhado Fonte: elaborado pelo autor, 2017 A varanda possui um ralo que também poderia ser utilizado para captação de água da chuva. Porém não será utilizado.

25 5.6 Dimensionamento do reservatório inferior Para o dimensionamento do reservatório inferior será utilizado o método alemão. Neste método o tamanho do reservatório será 6% do volume de consumo anual ou do volume anual de precipitação captada, adotando aquele que for menor. Segue cálculo da área de cobertura conforme a norma NBR 10844,1989 multiplicando pelo valor do coeficiente de escoamento 0,9: A = (7,89 + 0,58 ) 13,16 * 0,9 2 A = 96,88 m² Volume aproveitável anualmente de água de chuva: V = 1833,645 mm 96,88 m² V = 177650,71 litros V = 177,65 m³ Volume de consumo anual: Consumo de água não potável: 10,9 m³ Consumo anual de água não potável: 12 meses *10,9 m³ = 130,8 m³ Adotando o menor valor de volume: Volume adotado: V = 130,8 0,06 V = 7,8 m3 ou 7800 litros 5.7 Dimensionamento do reservatório superior Para o dimensionamento do reservatório superior necessita saber a demanda diária de água consumida não potável consumida na residência: Demanda diária: demanda mensal/30 dias Demanda diária = 10,9 30 Demanda diária = 0,363 m³ ou 363 litros

26 O volume calculado para o reservatório superior foi obtido através da relação do consumo diário pelo período de um mês. Uma etapa de grande importância na realização do projeto de reaproveitamento de água da chuva é a definição do tamanho do reservatório, pois quando todo a água da chuva for consumida o reservatório será completado com água potável, portanto é muito importante que o reservatório adotado supra todas as necessidades da residência, portanto o volume adotado para o reservatório superior será de 500 litros. 5.8 Custo para implantação do sistema Com esses cálculos chegamos à conclusão que será adotado um reservatório inferior de 10000 e um reservatório superior de 500 litros. Os gastos com tubulações e conexões, podem ser estimados adotando um percentual de 15% do custo total de implantação do sistema orçado (FERREIRA, 2005). Foi adotado o valor sugerido pelo autor para suprir todos os custos desses materiais, incluindo sua instalação. Tabela 4. Orçamento PEÇAS UNIDADE QUANTIDADE PREÇO UNITARIO PREÇO TOTAL BOMBA DE SUBMERSÃO 1/2 CV UNIDADE 1 R$ 144,00 R$ 144,00 CAIXA 10000 LITROS UNIDADE 1 R$ 2.697,00 R$ 2.697,00 CAIXA 500 LITROS UNIDADE 1 R$ 179,99 R$ 179,99 DESCARTE + SEPARADOR + TELA UNIDADE 1 R$ 169,00 R$ 169,00 SIFÃO LADRÃO UNIDADE 2 R$ 20,00 R$ 40,00 FREIO D'AGUA UNIDADE 1 R$ 62,61 R$ 62,61 BOIA DE NIVEL UNIDADE 1 R$ 26,99 R$ 26,99 TUBOS, CONEXÕES E MÃO DE OBRA UNIDADE 1 R$ 497,94 R$ 497,94 TOTAL R$ 3.817,53 Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017. 6 ANALISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA Para o instrumento de planejamento é interessante fazer um estudo de viabilidade econômica do investimento, indicando em anos o necessário para a recuperação do investimento feito. Na cidade de Lages (SC), a concessionaria de abastecimento de água potável é

27 a companhia SEMASA, cuja tarifa vigente para fins comerciais na realização deste trabalho é conforme a imagem a seguir: TABELA 5. Faixa de consumo FAIXA DE CONSUMO R$/m³ 1 m³ à 10 m³ 0,5329 11 m³ à 25 m³ 1,3438 26 m³ à 999 m³ 6,5467 Fonte: SEMASA, 2017. TABELA 6. Estimativa de consumo na residência ESTIMATIVA DE CONSUMO NA RESIDENCIA VOLUME EM LITROS POR UTILIZAÇÃO MÊS CONSUMO POR TIPO DE ÁGUA EM LITROS POR MÊS ÁGUA POTAVEL ÁGUA CAPTADA DA CHUVA VASO SANITARIO 2880 2880 LAVAGEM DE ROUPAS 5400 5400 REGA DOS JARDINS 500 500 LAVAGEM DOS VEICULOS 600 600 LAVAGEM DOS PISOS 1520 1520 USO PESSOAL MENOS VASO SANITARIO 21120 21120 TOTAL 32020 21120 10900 Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017. Conforme a tabela anterior podemos verificar que o consumo de água na residência se não fosse adotado o método de captação de água da chuva seria de 32.020 litros por mês, que teria um custo de R$ 71,44 por mês. Com a captação de água da chuva o volume de consumo mensal cairia para somente 21.120 litros, com custo de RS$ 20,27. A economia de água na residência será de 71,44 20,27 = 51,17 reais por mês. O período de retorno do empreendimento pode ser obtido pela divisão do valor da implantação pelo valor da economia mensal: T = 3817,53 51,17 T = 74,60 meses ou T = 6,22 anos

28 7 CONCLUSÃO A redução do custo e do consumo de água potável são algumas das vantagens da utilização do sistema de captação de água da chuva, evitando a utilização de água tratada para tarefas que não há necessidade de usar uma água potável. Além disso, ajuda a conter a água que são direcionadas diretamente para as ruas e esgotos, que podem causar alagamentos. Quando falamos de consumo sustentável, temos que levar em conta não apenas o custo, e sim o benefício que tem para a sociedade este tipo de economia de recursos naturais existentes no planeta. O projeto de aproveitamento de água da chuva nesta residência se mostrou viável economicamente, visto que a economia de água na residência será de R$ 51,17 por mês. Em apenas pouco mais de 6 anos se tem um retorno financeiro do investimento sem contar o ganho da sociedade com 10900 litros de água potável economizada por mês.

29 REFERÊNCIAS ABNT (2007). NBR 15527: Água de chuva: Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis: Requisitos. Rio de Janeiro. 11p. LOMBA, Camila Cristina Pacheco. A escassez hídrica da região metropolitana de São Paulo. 2010. Disponível em: <http://www.agb.org.br/evento/download.php?idtrabalho=4474>. Acesso em: 22 maio 2017. BREGA FILHO. Reuso de Água. Barueri SP. USP - Faculdade de Saúde Pública, Núcleo de Informações de Saúde Ambiental. 2003. 579p. ARAUJO, Elite Pinho; RODRIGUES, Rodrigo Pinho; NUNES, Riane. O GERENCIAMENTO DA DEMANDA DE ÁGUA É O CAMINHO PARA PROPICIAR A SUA PRESERVAÇÃO. 2008. Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/arqcom/article/view/669>. Acesso em: 22 maio 2017. MAY, Simone. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água da chuva para consumo não potável em edificações. 2004. 189 f. Tese (Mestrado em Engenharia) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2004. TOMAZ, P. (2005) Aproveitamento de água de chuva: para áreas urbanas e fins não potáveis. 2. ed. São Paulo: Navegar. 180 p. (Série Tecnologia). KI-MOON, Ban. Relatório Sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio 2015. 2015. Disponível em: <https://www.unric.org/pt/images/stories/2015/pdf/mdg2015_pt.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2015. DIXON, A.; BUTLER, D.; FEWKES, A.(1999) Water saving potential of domestic water reuse systems using greywater and rainwater in combination. Water Science & Technology: Options for closed water systems: Sustainable water management. V. 39, N. 5. IAWQ. Londres. ABNT (1998). NBR 5626: Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro. 41p. ABNT (1989). NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais: procedimento. Rio de Janeiro. 13p. ABNT (1992). NBR 12216: Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público. Rio de Janeiro. 5p. ABNT (1994). NBR 12217: Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público: procedimento. Rio de Janeiro. 41p. INMET. Instituto nacional de meteorologia. 2017. Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/portal/>. Acesso em: 01 nov. 2017.

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