ESTUDO DA TEMPERATURA DE SINTERIZAÇÃO DA γ-alumina UTILIZADA NA OBTENÇÃO DA MEMBRANA INORGÂNICA MCM-22

Documentos relacionados
DESENVOLVIMENTO DE MEMBRANAS CERÂMICAS COM ADIÇÃO DE ZEÓLITA MORDENITA PARA SEPARAÇÃO DE EMULSÃO ÓLEO/ÁGUA

PRODUÇÃO DA MEMBRANA COMPÓSITA (MCM-41/ -ALUMINA) PARA SEPARAÇÃO DE EMULSÃO ÓLEO/ÁGUA

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA MEMBRANA INORGÂNICA ZSM-5/ -ALUMINA VISANDO A REMOÇÃO DE ÓLEO EM EFLUENTES PETROLÍFEROS.

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA MEMBRANA ZEOLÍTICA MOR GAMA/ALUMINA PELO MÉTODO DE TRANSPORTE EM FASE VAPOR

SÍNTESE E CARCATERIZAÇÃO DE BETA FOSFATO TRICÁLCICO OBTIDO POR MISTURA A SECO EM MOINHO DE ALTA ENERGIA

SÍNTESE DE SILICOALUMINOFOSFATO (SAPO) A PARTIR DE REJEITO DE CAULIM AMAZÔNICO.

Estudo da influência da fonte de sílica na síntese do precursor zeolítico MCM-22

Síntese e Caracterização de Membranas Zeolíticas MCM-22 Utilizando Suporte Poroso α-al 2 O 3

AVALIAÇÃO DA ADIÇÃO DO PÓ DE RESÍDUO DE MANGANÊS EM MATRIZ CERÂMICA PARA REVESTIMENTO

PROPRIEDADES MECÂNICAS DO COMPÓSITO ALUMINA-ZIRCÔNIA

UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS: MEMBRANA INORGÂNICA Y E ARGILA CHOCOBOFE PARA AVALIAÇÃO DAS SUAS CAPACIDADES ADSORTIVAS DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO COMPÓSITO NANOTUBOS DE CARBONO/FERRITA POR PROCESSO HIDROTÉRMICO.

ESTUDO DA REMOÇÃO DE ÓLEOS EMULSIONADOS DE EFLUENTES SINTÉTICOS UTILIZANDO MEMBRANAS ZEOLÍTICAS DO TIPO Y E MCM-22

SÍNTESE DE BETA FOSFATO TRICÁLCICO, POR REAÇÃO DE ESTADO SÓLIDO, PARA USO BIOMÉDICO

SÍNTESE DE PIGMENTOS DE ALUMINA/FERRO RESUMO

SINTERIZAÇÃO DE CERÂMICAS À BASE DE ALUMINA, ZIRCÔNIA E TITÂNIA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA OBTENÇÃO DE HIDROXIAPATITA PARA FINS BIOMÉDICOS

SÍNTESE DA MEMBRANA ZEOLÍTICA Y/ -ALUMINA E SUA UTILIZAÇÃO COMO ADSORVENTE PARA REMOÇÃO DE CONTAMINANTES EM EFLUENTES LÍQUIDOS

SÍNTESE DE ZEÓLITA A PARTIR DE METACAULIM COMERCIAL COMO FONTE ALTERNATIVA DE SÍLICA E ALUMINA


sintetizada pelos métodos de coprecipitação

SÍNTESE DE ÓXIDO DE SILÍCIO NANOESTRUTURADO EM REATOR DE FLUXO CRUZADO

PREPARAÇÃO DE MULITA A PARTIR DE MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS. Departamento de Engenharia de Materiais, UFPB, , João Pessoa, Brasil

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

Cerâmica 49 (2003) 6-10

REMOÇÃO DE ÓLEO/ÁGUA USANDO ADSORVENTES: ZEÓLITA MCM-22 E MEMBRANA ZEOLÍTICA MCM-22 DE ÁGUAS RESIDUAIS.

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE Al 2 O 3 OBTIDA POR MEIO DO MÉTODO DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS UTILIZANDO GLICERINA COMO POLIÁLCOOL

PÓ DE ACIARIA MODIFICADO UTILIZADO EM PROCESSO DE DESCONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 09 a 13 de Novembro de 2014, Cuiabá, MT, Brasil

SÍNTESE DE BIODIESEL UTILIZANDO ARGILA BENTONÍTICA NATURAL E IMPREGNADA COMO CATALISADOR

OBTENÇÃO DE MEMBRANAS ZEOLÍTICAS (ZSM-5/γ-ALUMINA E ZSM- 5/α-ALUMINA) PELO MÉTODO PORE-PLUGGING

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DAS INCLUSÕES DE 3Y-ZrO 2 EM COMPÓSITOS CERÂMICOS DE ALUMINA-ZIRCÔNIA PARA APLICAÇÃO COMO FERRAMENTA CERÂMICA

01 - SÍNTESE DE HIDROXIAPATITA PELO MÉTODO SOL- GEL UTILIZANDO EM DIFERENTES MEIOS

ESTUDO DO DESGASTE ABRASIVO DE AÇO CARBONITRETADO EM DIFERENTES RELAÇÕES AMÔNIA/PROPANO

Preparação de catalisadores de óxido de cobalto suportado em zircônia para reação de deslocamento do vapor de água em alta temperatura

Análise Microestrutural e de Fases de um Carbeto Cementado Dopado com Terras-Raras Sinterizado por Fase Líquida

Efeito da diluição do gel de síntese para a produção da Zeólita NaA

ESTUDO DA MORFOLOGIA DO PENTÓXIDO DE NIÓBIO

MOAGEM DE ALTA ENERGIA DE ALUMINA SINTETIZADA POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO UTILIZANDO MOINHO ATRITOR DE EIXO VERTICAL: INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE ROTAÇÃO

Aluno de Iniciação Científica da Escola de Engenharia Mauá (EEM/CEUN-IMT); 2. Professora da Escola de Engenharia Mauá (EEM/CEUN-IMT).

MÉTODO DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS PARA OBTENÇÃO DE PIGMENTOS INORGÂNICOS À BASE DE ÓXIDOS DE CROMO E DE FERRO, DEPOSITADOS SOBRE TIO2.

PRODUÇÃO DE ZEÓLITAS A PARTIR DE CAULIM EM SISTEMA AGITADO COM AQUECIMENTO A VAPOR EM ESCALA SEMI-PILOTO

DECOMPOSIÇÃO CATALÍTICA DO METANO SOBRE Fe/Al 2 O 3 SINTETIZADO PELO MÉTODO DA RÉPLICA

Bodocongó, Campina Grande-PB, Brasil,

SÍNTESE DE NANOPARTÍCULAS DE PALÁDIO UTILIZANDO POLIANILINA COMO REDUTOR DE PdCl 2

INFLUÊNCIA DA CALCINAÇÃO NAS TRANSFORMAÇÕES DE FASE DA GIBSITA-BOEMITA-GAMA/ALUMINA

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO ÓXIDO DE CÉRIO PREPARADO POR DIVERSOS MÉTODOS

ESTUDO COMPARATIVO DOS PÓS BaCeO 3 /BaPrO 3 OBTIDOS PELO MÉTODO DE COMPLEXAÇÃO EDTA-CITRATO

SÍNTESE DE UM PÓ COMPÓSITO WC-10%pCo NANOCRISTALINO ATRAVÉS DE MOAGEM POR BOLAS DE ALTA ENERGIA

ESTUDO PRELIMINAR DA OBTENÇÃO DE ZIRCÔNIA ESTABILIZADA COM ÍTRIA VIA GÉIS DE AMIDO DE MILHO

Síntese e Caracterização dos Compósitos de Fosfato Dicálcio Anidro/Óxido de Silício e avaliação da estabilidade química

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE SÍLICAS MESOPOROSAS COM FERRO E COBALTO ASSOCIADOS

Universidade Estadual de Maringá / Centro de Tecnologia /Maringá, PR. Centro de Tecnologia/Departamento de Engenharia de Alimentos

INFLUÊNCIA DO LANTÂNIO NAS PROPRIEDADES ELÉTRICAS DO TITANATO DE BÁRIO OBTIDO POR SÍNTESE HIDROTÉRMICA

Caracterização de Nanomateriais por Difração de Raios-X

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE MEMBRANAS DE NANOCOMPÓSITOS DE PEI/ARGILA REGIONAL

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DA ARGILA ORGANOFILICA

EFEITO DA SEMENTE NA CRISTALIZAÇÃO DA ZEÓLITA MCM-22

COMPARAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DE CASCAS DE OVOS E CONCHAS COMO PRECURSORES DE HIDROXIAPATITA PELO MÉTODO SOL-GEL

Caracterização estrutural e morfológica de zeólita MCM-22 via síntese hidrotérmica: Influência do Tempo de Cristalização

SÍNTESE DE PÓS DE Y-TZP POR COPRECIPITAÇÃO E TRATAMENTO SOLVOTÉRMICO

EFEITO DO TEOR DE COBALTO NA SINTERIZAÇÃO DO COMPÓSITO CERÂMICO Al 2 O 3 - Co

Fontes alternativas para produção da zeólita MCM-22: Efeito do tipo de sílica

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DA PENEIRA MOLECULAR SBA-15: INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA

Preparação e caracterização da fase La 2 MoO 6. R. A. Rocha, E. N. S. Muccillo

SÍNTESE DE PÓS CERÂMICOS DE TiO2 DOPADO COM Zr OBTIDO PELO MÉTODO PECHINI APLICADOS EM MEMBRANAS CERÂMICAS PARA TRAMENTO DE ÁGUA

ARGILA VERDE-CLARO, EFEITO DA TEMPERATURA NA ESTRUTURA: CARACTERIZAÇÃO POR DRX

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE BLENDAS DE POLIAMIDA E POLIÉSTERES A BASE DE GLICEROL E ÁCIDOS DICARBOXÍLICOS

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA MgO-CeO 2 OBTIDO POR INTERMÉDIO DO MÉTODO DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS

CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS CATÓDICOS SrCoO3 e La0,2Sr0,8CoO3 PARA APLICAÇÃO EM CÉLULAS A COMBUSTÍVEL DE ÓXIDO SÓLIDO (SOFC)

DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITO CERÂMICO AL 2 O 3 ZrO 2 REFORÇADA COM ÓXIDO DE TERRA RARA PARA SISTEMA DE ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE PETRÓLEO CRU.

INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE E NA SÍNTESE DE NANOPARTÍCULAS DE ÓXIDO DE FERRO POR COPRECIPITAÇÃO. Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais

Síntese de Manganita de Lantânio com Substituição Parcial do La por Sr pelo Método Citrato

SÍNTESE DE ELETRÓLITO A BASE DE Ce 0,88 Ca 0,12 O 1,96 PARA PILHAS A COMBUSTÍVEL COM USO DE ADITIVO DE SINTERIZAÇÃO 1

COMPÓSITOS DE NiO/YSZ COMO ANODOS PARA PILHAS A COMBUSTÍVEL. R.F.Martins, R.Z.Domingues, M.C.Brant, T. Matencio.

Preparação de óxido de alumínio nanoestruturado a partir de reações executadas em fase homogênea

PREPARAÇÃO DE SILICATO DE LANTÂNIO TIPO APATITA PELO MÉTODO SOL-GEL POR HIDRÓLISE DE ALCOÓXIDO E PRECIPITAÇÃO

SÍNTESE DE PIGMENTOS DE Al 2 O 3 DOPADO COM CROMO RESUMO INTRODUÇÃO

6 Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel 9º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel 953 Estudo das c

ANÁLISE ESTRUTURAL DO CARBETO DE TANTALO NANOMÉTRICO POR DRX E REFINAMENTO RIETIVELD*

Síntese e Caracterização de Óxidos Nanoestruturados: Óxidos de Vanádio

OTIMIZAÇÃO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO DE FERRAMENTAS UTILIZANDO SINTERIZAÇÃO NORMAL

5. CARACTERIZAÇÃO POR MICROSCOPIA ELETRONICA DE TRANSMISSÃO E VARREDURA.

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DE COMPÓSITOS À BASE DE COBALTITA DE LANTÂNIO E CÉRIA PARA APLICAÇÃO COMO CATODOS DE CÉLULAS A COMBUSTÍVEL

APROVEITAMENTO DA CINZA DA CASCA DO ARROZ PARA OBTENÇÃO DE VIDRO BIOATIVO

ENRIQUECIMENTO SUPERFICIAL COM CROMO E NITRETAÇÃO DO AÇO IF EM DESCARGA ELÉTRICA EM REGIME ANORMAL

CARACTERIZAÇÃO DO COMPÓSITO DE CaCu 3 Ti 4 O 12 - PVA.

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO COMBUSTÍVEL NA OBTENÇÃO DE HAp VIA REAÇÃO DE COMBUSTÃO

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE EMERSÃO NA OBTENÇÃO DE FILMES FINOS DE LiNbO 3.

ESTUDO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E MICROESTRUTURAIS DO ALUMINETO DE FERRO POR MOAGEM DE ALTA ENERGIA

Reaproveitamento da casca de arroz em cerâmicas

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO COAGULANTE CONTIDO NO LODO GERADO NA ETA EM CORPOS CERÂMICOS

Síntese do espinélio Fe2CoO4 nanoestruturado via decomposição térmica de nitratos e tratamento térmico em temperaturas elevadas

SÍNTESE DE SISTEMAS CATALÍTICOS CERÂMICOS DE CuO/CeO 2 DESTINADOS A REAÇÃO DE OXIDAÇÃO PREFERENCIAL DO CO

AVALIAÇÃO COMPORATIVA DA SINTERIZAÇÃO DE CERÂMICA VERMELHA EM FORNO DE MICRO-ONDAS E FORNO CONVENCIONAL

5º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

INFLUÊNCIA DA RAZÃO ÁCIDO CÍTRICO/CÁTIONS METÁLICOS NA SÍNTESE DE MULITA PELO MÉTODO PECHINI

Aluminas para aplicação em colunas de geradores Mo-99/Tc-99m de alta atividade

Síntese de Peneiras Moleculares Mesoporosas do tipo SBA-15 e MCM-41

Síntese e Caracterização dos espinéliosal 2 CuO 4 e Al 2 MnO 4

Transcrição:

ESTUDO DA TEMPERATURA DE SINTERIZAÇÃO DA γ-alumina UTILIZADA NA OBTENÇÃO DA MEMBRANA INORGÂNICA MCM-22 BARBOSA, A.S.(1); BARBOSA, A.S.(1); RODRIGUES, M.F.(1) 1 Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Ciência e Tecnologia, Unidade Acadêmica de Engenharia Química, Av. Aprígio Veloso 882, Bodocongó, 58109 970, Campina Grande PB, Brasil *Email: antusiasb@hotmail.com RESUMO: A alumina é amplamente usada como suporte de catalisador devido a sua elevada estabilidade química, resistência e dureza. Especificamente, a γ- alumina tem uma área superficial elevada. O objetivo deste trabalho foi preparar a membrana cerâmica γ-alumina para ser utilizada na obtenção da membrana inorgânica MCM-22/γ-alumina. Os materiais preparados: membrana cerâmica γ- alumina e membrana inorgânica MCM-22/γ-alumina foram caracterizados por diferentes técnicas: Difração de Raios X (DRX) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Foi utilizado o método de prensagem de pó para compactação da membrana cerâmica γ-alumina. Através da análise de DRX, foi possível observar que o método utilizado foi eficaz na síntese das membranas cerâmicas. De acordo com os resultados foi possível obter γ-alumina com elevada pureza a partir de sulfato de alumínio. Além disso, o tratamento térmico usando sinterização a 700 C durante 1 hora foi eficaz na obtenção da membrana cerâmica γ-alumina sem a presença de outras fases. A membrana inorgânica foi obtida com sucesso. Palavras-chave: MCM-22, membrana inorgânica, γ-alumina. INTRODUÇÃO A alumina é um dos materiais cerâmicos mais importantes e utilizados atualmente, sendo empregada em várias áreas da engenharia, em aplicações que requerem desde resistência ao aquecimento e ao desgaste como também em áreas como a ótica e nos biomateriais [1, 2]. 186

Existe uma variedade de estruturas metaestáveis usadas dos óxidos de alumínio, que são geralmente chamadas de aluminas de transição, tais como η, χ, κ, ө, λ, δ e ɣ, assim como a fase α-al2o3 estável [3]. Especificamente, γ-alumina possui a área de superfície excelente devido à pequena dimensão das partículas, o que resulta em atividade superficial elevada. No entanto, partículas de γ-alumina de pequeno porte na ordem de nanómetros dependem das condições de preparação. Temperaturas altas de sinterização é um grande problema para γ-alumina, devido sua transformação de fase que ocorre a altas temperaturas podendo aumentar o tamanho das partículas da alumina pelo crescimento de grãos e reduzindo drasticamente sua área superficial específica [4]. Geralmente, a síntese de aluminas de transição consiste de dois processos: (i) preparação de sais hidratados de alumínio, (ii) transformação dos sais hidratados de alumínio para aluminas. O processo de transformação sempre acontece através de decomposição térmica (calcinação), e muitos esforços têm sido atribuídos à investigação da decomposição dos sais hidratos de alumínio [5]. A decomposição térmica desses sais de alumínio, assim como os hidróxidos de alumínio, resultam em aluminas de transição, de pureza muito elevada e partículas micrométricas e/ou nanométricas [6]. As membranas inorgânicas, tais como membranas cerâmicas e de carbono são bastante adequadas para processos que envolvem altas temperaturas e ambientes químicos agressivos e têm sido aplicadas com sucesso para o tratamento de águas residuais oleosas [7]. As membranas inorgânicas são usadas em diferentes aplicações, devido apresentar vantagens como: estabilidade a altas temperaturas e a resistência à pressão, boa estabilidade química, alta resistência mecânica, durabilidade e boas propriedades anti-incrustante. As membranas inorgânicas podem ser produzidas a partir de alumina, mulita, cordierita, sílica, zirconia e outros óxidos [8]. Este trabalho consiste em sintetizar a membrana cerâmica ɣ-alumina para utilização na obtenção da membrana inorgânica do tipo MCM-22/ɣ-alumina, avaliando a influência da temperatura de sinterizacão. 187

MATERIAIS E MÉTODOS Síntese da alumina: A síntese da alumina foi realizada por decomposição térmica do sulfato de alumínio (Al2(SO4)3.16H2O) P.A, em forno mufla, a uma temperatura de 1000 C, utilizando taxa de aquecimento de 5ºC/min e patamar de 2 horas. Preparação da membrana cerâmica: Preparou-se 200 ml de dispersão com a seguinte composição: 40% de alumina obtida anteriormente; 0,2% de PABA ácido paraamino benzóico (dissolvido em álcool); 0,5 % de ácido oléico (lubrificante) e 59,3 % de álcool etílico. Moeu-se a mistura durante 1 hora em um moinho de bolas e então colocou-se na estufa por 24 horas a 60ºC; umidificou-se com 7 % de água, deixou-se repousar por 24 horas. Pesou-se 3 g do material e colocou-se no molde. A prensagem foi realizada com 4 toneladas. Estudo térmico (sinterização): O material prensado foi submetido a sinterização a várias temperaturas: 500 C, 600 C, 700 C, 750 C, 800 C, 900 C, 950 C, 1000 C e 1100 ºC com taxa de aquecimento de 5 ºC/min por 1 hora. Sintese da membrana inorgânica: Neste método foi realizada uma mistura mecânica (manualmente) dos dois sólidos: zeólita MCM-22 (sintetizada com 10 dias de tratamento hidrotérmico) e da membrana cerâmica (ɣ-alumina) obtido anteriormente. Após a mistura mecânica foi realizada uma nova presangem mecânica com 4 toneladas por 10 segundos e em seguida a membrana foi levada à mufla a 700 ºC com taxa de aquecimento de 5 C/min durante 1 hora. Difração de raios X (DRX) Neste trabalho foi utilizado o método de varredura que consiste na incidência dos raios X sobre a amostra em forma de pó, compactada sobre um suporte. O aparelho utilizado é da marca Shimadzu XRD-6000 com radiação CuKα, tensão de 40 KV, corrente de 30 ma, tamanho do passo de 0,020 em 2Ɵ e tempo por passo de 1,0 s, com velocidade de varredura de 2º(2θ)/min, com ângulo 2θ percorrido de 2 a 80º, pertencente ao Laboratório de Desenvolvimento de Novos Materiais - LABNOV 188

(1 1 1) Intensidade (u.a.) (5 1 1) (2 2 0) (2 2 2) (3 1 1) (4 0 0) (4 4 0) 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica da Unidade Acadêmica de Engenharia Química (UAEQ) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) Nas análises de Microscopia Eletrônica de Varredura foi utilizado um microscópio eletrônico de varredura Shimadzu, SSX-550 Superscan. Esta análise foi realizada no Laboratório de Caracterização de Materiais da Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Campina Grande. RESULTADOS E DISCUSSÕES O difratograma da ɣ-alumina (pó), obtida a partir da decomposição térmicas do sulfato de alumínio esta apresentada na Figura 1, com varredura entre 5 e 70 C. 500 450 -alumina 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 2 ( ) Figura 1. Difratogramas da ɣ-alumina (pó), obtida a partir da decomposição térmica (temperatura de 1000 C/2h), do sulfato de alumínio. 189

A Figura 1 mostra o difratograma de raio X, após a decomposição térmica a uma temperatura de 1000 C do sulfato de alumínio por um tempo de 2h, conforme descrito na parte experimental. É possível observar picos bem resolvidos nos intervalos de 2θ= 19, 2θ= 32-45 e 2θ= 60-67, em ambas as amostras, sendo os mesmos característicos da formação da ɣ-alumina (ficha padrão JCPDS Card No. 10-0425). A amostra foi composta por uma única fase bem cristalina da ɣ-alumina sem a presença de impurezas [9]. Os padrões de raios X da membrana cerâmica obtido após moagem, conformação e compactação da ɣ-alumina, após tratamento térmico (500, 600, 700, 750, 800, 900, 950, 1000 e 1100 C), são apresentados na Figura 2. Para um tempo de tratamento termico de 1 hora, variando as temperaturas de 500, 600, 800, 950 e 1000 ºC, constata-se que os difratogramas apresentaram os picos característicos da fase gama alumina, juntamente com a fase delta e teta. Nas temperaturas de 700 e 750 ºC, foi mantida a fase da gama alumina pura, sem presença de impurezas. A temperatura de 900 C observa-se a fase da gama alumina pura sem a presença do primeiro pico. Na temperatura de 1100 ºC foi mantida a presença da fase gama-alumina com presença de picos caracteristicos da alfa-alumina. A temperatura ótima de tratamento termico deve limitar-se a faixa de 700-750 C durante 1 hora, visto que nessas temperaturas é possivel obter um material puro e livre de impurezas. 190

Intensidade (u.a.) 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 1100 C/1h 1000 C/1h 950 C/1h 900 C/1h 800 C/1h 750 C/1h 700 C/1h 600 C/1h 500 C/1h 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 2 ( ) Figura 2. Difratogramas das membranas cerâmicas obtido após moagem, conformação e compactação da ɣ-alumina, após tratamento térmico: 500, 600, 700, 750, 800, 900, 950, 1000 e 1100 C, por um período de 1hora. 191

A Figura 3 apresenta a imagem obtida por microscopia eletrônica de varredura da ɣ-alumina. Figura 3. Micrografia da ɣ-alumina, obtida a partir da decomposição térmica a uma temperatura de 1000 C/2h, do sulfato de alumínio, ampliadas 2.000 vezes. Observou-se uma estrutura formada por aglomerados de partículas, também sendo possível observar uma estrutura homogênea e com presença de poros, resultado semelhante foi observado na literatura [10]. Na Figura 4 mostra o difratograma de raios X da membrana inorgânica. Os picos relativos para os padrões de DRX da membrana inorgânica MCM- 22/ɣ-alumina demonstrado na Figura 3 sintetizada através da mistura mecânica, apresentam picos característicos àqueles encontrados para a zeólita em pó MCM-22 [11] juntamente com os picos característicos da membrana cerâmica observados na Figura 1, o que indica que a membrana inorgânica típica MCM-22 foi obtida com êxito. 192

Intensidade (u.a.) 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica 600 MCM-22/-alumina 500 400 300 200 100 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 2 Figura 4. Difratograma da membrana inorgânica MCM-22/ɣ-alumina. CONCLUSÃO É possível obter a ɣ-alumina com elevado grau de pureza, a partir do sulfato de alumina, como tem sido encontrado na literatura. Alem disso, o tratamento térmico de sinterizacão utilizando 700 C por 1 hora, mostra-se efetivo na obtenção da ɣ-alumina sem presença de outras fases. A membrana inorgânica foi obtida com êxito. REFERÊNCIAS 1. BARZEGAR-BAFROOEI, H.; EBADZADEH, T. Synthesis of nanocomposite powders of c-alumina-carbon nanotube by sol gel method. Advanced Powder Technology, v.22, p.366 369, 2011. 193

2. CARTAXO, J. M.; GALDINO, M. N.; MENEZES, R. R.; FERREIRA, H. S.; NEVES, G. A. Síntese de α-alumina utilizando acetato de alumínio. Revista Eletrônica de Materiais e Processos, v.6.3, p.194-197, 2011. 3. JIAO, W. Q.; YUE, M. B.; WANG, Y. M.; HE, M-Y. Synthesis of morphologycontrolled mesoporous transition aluminas derived from the decomposition of alumina hydrates. Microporous and Mesoporous Materials. v.147, p.167 177, 2012. 4. ITOH, N.; ISHIDA, J.; KIKUCHI, Y.; SATO, T.; HASEGAWA, Y. Continuous dehydration of IPA water mixture by vapor permeation using Y type zeolite membrane in a recycling system. Separation and Purification Technology. v. 16, p. 346 352, 2015. 5. ZHU, L.; PU, S.; LIU, K.; ZHU, T.; LU, F.; Li, J. Preparation and characterizations of porous γ-al2o3 nanoparticles. Materials Letters. v.83, p.73 75, 2012. 6. TOMASI, R. Estudo experimental da pirólise de cristais de cloreto de alumínio hexahidratado. 1988. 161f. Tese em Engenharia. Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1988. 7. CHEN, W.; SU, Y.; ZHENG, L.; WANG, L.; JIANG, Z. The improved oil/water separation performance of cellulose acetate-graft-polyacrylonitrile membranes. Journal of Membrane Science. v.337, p.98 105, 2009. 8. GALLEGO-LIZON, T.; EDWARDS, E.; LOBIUNDO, G.; SANTOS, L.F.D. Dehydration of water/t-butanol mixtures by pervaporation: comparative study of commercially available polymeric, microporous silica and zeolite membranes. Journal of Membrane Science. v.197, p.309 319, 2002. 9. GHAMSARI, M. S.; MAHZAR, Z. A. S.; RADIMAN, S.; HAMID, A. M. A.; 194

KHALILABAD, SH. R. Facile route for preparation of highly crystalline γ- Al2O3 nanopowder. Materials Letters. v.72, p.32 35, 2012. 10. ABEDINI, S.; PARVIN, N.; ASHTARI., P. Preparation, characterization and microstructural optimization of a thin _-alumina membrane on a porous stainless steel substrate. Materials Science and Engineering A. v.533, p.1 8, 2012. 11. LAWTON, S. L.; FUNG, A. S.; KENNEDY, G. J.; ALEMANY, L. B.; CHANG, C., D.; HATZIKOS, G. H.; LISSY, D. N.; RUBIN, M. K.; TIMKEN, H. K. C.; STEUERNAGEL, S.; WOESSNER, D. E. Zeolite MCM-49: A Three-Dimensional MCM-22 Analogue Synthesized by in Situ Crystallization. Journal of Physical and Chemical, v. 100, n.9, p. 3788-3798, 1996. 195

SINTERING TEMPERATURE STUDY OF γ-alumina MEMBRANE USED IN OBTAINING INORGANIC MCM-22 ABSTRACT Alumina is widely used as catalyst support due to its high chemical stability, strength and hardness. Specifically, the γ-alumina has a high surface area. The objective was to prepare the γ-alumina ceramic membrane to be used in obtaining the inorganic membrane MCM-22/γ-alumina. The prepared materials: ceramic membrane γ- alumina inorganic membrane and MCM-22/γ-alumina were characterized by different techniques: X-Ray Diffraction (XRD) and Scanning Electron Microscopy (SEM). It used the powder pressing method for compression of γ-alumina ceramic membrane. Through XRD analysis, it was observed that the method was effective in the synthesis of ceramic membranes. According to the results was possible to obtain high purity γ-alumina from aluminum sulfate. Furthermore, the heat treatment using sintering at 700 C for 1 hour was effective in obtaining γ-alumina ceramic membrane without the presence of other phases. The inorganic membrane was successfully obtained. Keywords: MCM-22; inorganic membrane; γ-alumina. 196