MODELO TRIDIMENSIONAL INTERATIVO DO CAMPUS CENTRO POLITÉCNICO DA UFPR EM VRML

Documentos relacionados
CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DA VARIÁVEL VISUAL COR NAS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS TRIDIMENSIONAIS

USO DE NOVAS TECNOLOGIAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MAPA VIRTUAL DO CAMPUS DA UFRRJ PARA FINS DE VISUALIZAÇÃO.

Universidade Federal do Paraná - Setor de Ciências da Terra

MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO DA CIDADE DE PONTA GROSSA/PR

Simulação Digital: Modelos Digitais Fotorealísticos no Mapeamento. de Patologias em Projetos de Restauração

Modelagem Numérica de Terreno: Teoria & Prática

FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DO DESENVOLVIMENTO ÓSSEO UTILIZANDO TÉCNICAS DE REALIDADE VIRTUAL

08/06/2017. Desenho Topográfico UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOMÁTICA. Desenho Topográfico

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

Laboratório 01 Modelagem e Criação de Bancos de Dados

GEOPROCESSAMENTO. MNT - Modelo Numérico de Terreno. Prof. Luiz Rotta

Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências da Terra Departamento de Geomática

TUTORIAL WEBGIS ROSANA SP Versão 1

Laboratório 3 Modelagem Numérica de Terreno

SIG PROF. IVAIRTON M. SANTOS 2015/2 AULA 2 INTRODUÇÃO A SIG E CARTOGRAFIA

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA- TOPOGRAFIA

Laboratório 1. Disciplina. Introdução ao Geoprocessamento SER 300. Prof. Antonio Miguel Vieira Monteiro

Mapeamento Temático. Fotogrametria e Fotointerpretação Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

1. Justificativa. 2. Introdução

PROPOSTA DE ORIENTAÇÃO GEOGRÁFICA PARA AS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS TRIDIMENSIONAIS

Aplicação de Técnicas de Cartografia Digital na Elaboração do Mapa de Relevo do Campo Experimental da Caatinga da Embrapa Semi-Árido

MODELO DIGITAL DE TERRENO I

MODELAGEM E CRIAÇÃO DE BANCOS DE DADOS

MULTIMÍDIA E CARTOGRAFIA

Modelagem Numérica do Terreno. Prof. Maria Isabel C. de Freitas Adaptado de INPE - DPI

A Representação do Espaço

Projeto de símbolos. Cartografia Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

Restituição / Pontos de Apoio. Fotogrametria e Fotointerpretação Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

Figura 16 Niagara - Visão de grupos de notas.

Criação de um Relevo Sombreado (Shaded Relief)

Portal de Transparência Manual de Operação

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Divisão de Sensoriamento Remoto. Geoprocessamento

SER Introdução ao Geoprocessamento

Sensoriamento Remoto II

Figura 1 - Uma possível forma de acesso à informação compartilhada.

Engenharia de Faixa de Dutos Terrestres

INPE - SER300 Geoprocessamento Laboratório 1: Modelagem da Base de Dados Georreferenciados para Estudos Urbanos no Plano Piloto de Brasília

3 REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA

Cartografia Temática. Cartografia Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

SERVIDOR DE MAPAS PROJETO BRASÍLIA 2060

O COMPORTAMENTO DE RECEPTORES GPS DE DIFERENTES PRECISÕES, EM LEVANTAMENTOS FEITOS EM MESMA ÁREA, ÉPOCA E TRAJETO

AVALIAÇÃO DE VARIÁVEIS GRÁFICAS PARA A REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA TRIDIMENSIONAL

UMA METODOLOGIA PARA MAPEAMENTO TRIDIMENSIONAL DE SÍTIOS HISTÓRICOS USANDO TÉCNICAS DE FOTOGRAMETRIA DE BAIXO CUSTO

CARTOGRAFIA TEMÁTICA. Prof. Luciene S. Delazari Departamento de Geomática Curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

Aluno do Curso de Engenharia Elétrica da UNIJUÍ, 3

4 Implementação do Gerador de arquivos VRML - VRMLGer

4 IMPLEMENTAÇÃO E APLICAÇÕES DO PROGRAMA DE COMPUTADOR

DADOS EM GEOPROCESSAMENTO

SER-300 INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO: MODELAGEM E CRIAÇÃO DA BASE DE DADOS

MODELO DIGITAL DE TERRENO II

CURSO DE BACHARELADO EM EXPRESSÃO GRÁFICA DISCIPLINA: CEG201-INTRODUÇÃO À EXPRESSÃO GRÁFICA

MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO DE UM ATLAS ELETRÔNICO INTERATIVO UTILIZANDO MÉTODOS DE VISUALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL GOIANO - CAMPUS TRINDADE

O AUXÍLIO DE AMBIENTES VIRTUAIS INTERATIVOS PARA O ESTUDO ARQUITETÔNICO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO ANTONIO EUFRÁSIO DE TOLEDO DE PRESIDENTE PRUDENTE

ModeloDigital de Superfície-MDS

Figura 1.1: Um reservatório natural de petróleo típico: dificuldade para investigar áreas de interesse.

Métodos para Obtenção de Altimetria - Características, Vantagens e Aplicação

UTILIZAÇÃO DE DADOS DE RPAS NA GERAÇÃO DE BASE DE DADOS GEOESPACIAIS PARA USO EM APLICAÇÕES DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA

DOCUMENTAÇÃO E MODELAGEM 3D DE PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO ATRAVÉS DO USO DE TÉCNICA DE FOTOGRAMETRIA DE BAIXO CUSTO

CARTOGRAFIA TEMÁTICA Teoria das cores. Prof. Luciene S. Delazari Departamento de Geomática Curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

DADOS EM GEOPROCESSAMENTO

APRESENTAÇÃO... 3 IGEO... 3 ACESSO AO SISTEMA... 4 MANUAL DO USUÁRIO... 4 FUNCIONALIDADES... 5 NAVEGAÇÃO E CONSULTA... 5 MANIPULAÇÃO DE CAMADAS...

Disciplina: Sistemas de Informação. Módulo nº2 Linguagem de Programação I

Transformação, institucionalização e conflito nas esferas espacial, econômica, social e política

LABORATÓRIO 1. SER Introdução ao Geoprocessamento. Modelagem da Base de Dados. Hugo do Nascimento Bendini

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO. SER-300 Introdução ao Geoprocessamento. Relatório do Laboratório 3 ANA CAROLINA MOREIRA PESSÔA

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Altitude: é a distância medida na vertical entre um ponto da superfície

Exploração do potencial dos City Information Models em Instrumentos de Gestão Territorial à escala urbana

Elementos Externos 3D

Geoprocessamento. Laboratório 1: Modelagem e Criação de Bancos de Dados

Título da Pesquisa: Utilização de Navegação Virtual para o Mapeamento do Campus Ouro Preto Do Instituto Federal Minas Gerais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO. SER-300 Introdução ao Geoprocessamento. Relatório do Laboratório 1 ANA CAROLINA MOREIRA PESSÔA

SER-330: INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

PMI 3331 GEOMÁTICA APLICADA À ENGENHARIA DE PETRÓLEO

Sensoriamento Remoto Engenharia Ambiental Prática #1

Mapas e suas representações computacionais

Cartografia Digital. Aulas 3 a 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

Posicionamento por Ponto Preciso usando GIPSY-OASIS II

SIG PARA GESTÃO AMBIENTAL DO ESTADO DE ALAGOAS: O CASO DE SANTANA DO IPANEMA

SER Introdução ao Geoprocessamento Laboratório 1- Modelagem de Base de Dados. Barbara Hass Miguel

Construção de um Sistema Cartográfico Especialista: funções de classificação semiautomática

Operação Básica da Estação TC 407 Leica.

TOPOGRAFIA. Prof. Michel Andraus

MNT: MODELAGEM NUMÉRICA DE TERRENOS

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

Sensoriamento Remoto II

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO (SER - 300)

SER-300 Introdução ao Geoprocessamento

REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA INTERATIVA TRIDIMENSIONAL: ESTUDO DA VARIÁVEL VISUAL COR EM AMBIENTE VRML

Modelagem e Criacao de Banco de Dados Laboratorio 1: Geoprocessamento

CENTRO DE SERVIÇOS TÉCNICO-EDUCACIONAIS E CIENTÍFICOS CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA - CET. Aluno: Data: AVALIAÇÃO DE TOPOGRAFIA

FORMULÁRIO PARA CRIAÇÃO DE DISCIPLINAS

RELATÓRIO Data: 18/08/2016 e 19/08/2016. Apresentar o software GeoGebra 3D e suas potencialidades aos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio

CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Título da Pesquisa: Palavras-chave: Campus: Tipo Bolsa Financiador Bolsista (as): Professor Orientador: Área de Conhecimento: Resumo

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini /

6 MATERIA IS UTILIZADOS E PREPARO DOS DADOS

INTRODUÇÃO A TOPOGRAFIA ARQUITETURA E URBANISMO / AGRONOMIA / ENGENHARIA CIVIL PROF. LUIZ MIGUEL DE BARROS

Transcrição:

MODELO TRIDIMENSIONAL INTERATIVO DO CAMPUS CENTRO POLITÉCNICO DA UFPR EM VRML Juliana Moulin Fosse 1 Luis Augusto Koenig Veiga 2 1 Universidade Federal do Paraná UFPR Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas - jumoulin@ufpr.br 2 Universidade Federal do Paraná UFPR Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas - kngveiga@ufpr.br RESUMO Este trabalho apresenta um estudo sobre representação cartográfica interativa e tridimensional com a aplicação da variável visual cor para representar os níveis de medida das informações. Esta representação foi realizada a partir de uma base cartográfica digital do Centro Politécnico da UFPR, da qual foram extraídas as informações planimétricas e as informações do relevo, e por levantamento de campo foram extraídas as informações das alturas das edificações que compõem a área. Três modelos tridimensionais foram gerados no programa ArcView a partir destas informações, sendo que para cada modelo foi aplicada uma variável visual (tom de cor, luminosidade e saturação), com o objetivo de representar o nível de medida adequado a cada classificação. Posteriormente, estes modelos foram exportados para a linguagem VRML (Virtual Reality Modeling Language) que permite uma visualização interativa dos dados. Foi elaborado um site para a visualização dos modelos tridimensionais gerados e acesso do usuário. A linguagem VRML mostrou-se eficiente na construção rápida e fácil de modelos tridimensionais e interativos. Dessa maneira, a Realidade Virtual apresenta-se como uma ferramenta de auxílio à Cartografia assim como um vasto campo de pesquisa a ser explorado. Palavras-chave: Representação Cartográfica, Cor, VRML. THREE-DIMENSIONAL INTERACTIVE VRML MODEL OF THE CAMPUS POLYTECHNIC CENTER OF UFPR ABSTRACT This work presents a study about interactive and three-dimensional cartographic representation with the application of visual variable color to represent the measure levels of the information. This representation was accomplished from a digital cartographic base of the Polytechnic Center of UFPR, from which were extracted the horizontal and relief information, and through surveying height informations obtained of the constructions present in the area. Three three-dimensional models were generated from this information with ArcView software, and one visual variable (hue, value and saturation) was applied for each model aiming the measure level representation adapted to each classification. After that, these models were converted to the VRML language (Virtual Reality Modeling Language) which allows an interactive visualization of the data. A site was created for the visualization of the generated three-dimensional models and access of the user. The language VRML was efficient for the fast and easy construction of three-dimensional and interactive models. Therefore, the Virtual Reality comes up as a useful feature to Cartography as well as a vast research field to be explored. Keyword: Cartographic Representation, Color, VRML 1. INTRODUÇÃO Para testar algumas das potencialidades da Realidade Virtual aplicada à Cartografia, foi elaborada uma representação tridimensional do campus Centro Politécnico da UFPR através da linguagem de modelagem dos mundos virtuais para Internet - a VRML (Virtual Reality Modeling Language). Segundo FOSSE (2004), o modelo 3D gerado teve por objetivo proporcionar mais uma opção de visualização e navegação à comunidade universitária e aos visitantes do Centro Politécnico, usando-se

da variável visual cor para a representação e classificação das informações representadas. A utilização dessa representação é digital, via um browser web, e a interatividade proporcionada pelo sistema permite ao usuário definir aproximadamente o seu ponto de vista em relação ao modelo em tempo real, ou seja, o usuário define o seu ângulo de visualização e aproxima-se ou afasta-se do modelo quando desejar, usando para isso os comandos disponíveis no plug in. A primeira etapa desse trabalho foi a aquisição dos dados necessários para a geração do modelo em três dimensões. Como base cartográfica foi utilizada uma carta topográfica, em formato digital, que cobre toda a área e que possui informações planialtimétricas da mesma. As alturas das construções foram medidas em campo com o auxílio de uma Estação Total. Depois, foi gerado o MDE (Modelo Digital de Elevação) da área e atribuído a altura de cada edificação no programa ArcView. Na terceira fase, três modelos foram gerados: o primeiro usando a variável visual tom de cor' para classificação (nominal) das edificações quanto à sua utilização e nos outros dois modelos usou-se respectivamente a variável visual luminosidade e saturação, ambos usadas para a classificação (ordinal) de alguns prédios segundo a capacidade de alunos. Na quarta e última fase, os três modelos foram exportados para VRML. Um site foi construído para disponibilizar para o usuário, via Internet, esses três modelos tridimensionais gerados. 2. MODELAGEM TRIDIMENSIONAL INTERATIVA 2.1. OBTENÇÃO DOS DADOS O projeto cartográfico desenvolveu-se a partir de uma base cartográfica digital da Cidade Universitária da Universidade Federal do Paraná (KRUEGER et al., 2001), no formato.dwg. Esta base cartográfica contém a representação planimétrica (Figura 1a) das feições da área a serem representadas e da altimetria do relevo (Figura 1b), representado por curvas de nível com eqüidistância de um metro e pontos cotados. (a) (b) Figura 1 Informações Planas e Altimétricas da Área de Estudo Fonte: Adaptado de KRUEGER et al. (2001) As alturas das edificações foram obtidas por levantamento topográfico. Porém, quase todas estas edificações possuem uma forma geométrica irregular, principalmente no que se refere a suas coberturas (telhados), desta forma as representações das edificações foram generalizadas, sendo estas representadas por um sólido cuja altura seja a altura máxima da edificação medida em campo, como ilustra a Figura 2.

Figura 2 Representação Generalizada de uma Edificação 2.2. GERAÇÃO DO MDE O Modelo Digital de Elevação (MDE) foi gerado utilizando o programa ArcView 3.2, convertendo o arquivo com as curvas de nível de formato.dwg para o formato.shp e gerando um TIN (em português, uma rede triangular irregular), como é ilustrado na Figura 3a. Os arquivos referentes às quadras, edificações, arruamento, área de esportes e limite do campus também foram convertidos para o formato shape (.shp) e usado posteriormente para representar tais feições sobre o MDE gerado (Figura 3b). (a) (b) Figura 3 MDE e Feições Representadas na Área Na tabela de identificação dos polígonos, criada pelo próprio programa, foi inserido um novo campo com a altura de cada edificação. Depois, no módulo 3d Analyst, fez-se a extrusão de cada um dos polígonos representados com base na altura medida em campo, como é ilustrado na Figura 4.

Figura 4 Inserção das Alturas nas Edificações Pela Tabela Após a representação tridimensional do modelo, três outros novos modelos foram gerados e aplicados a cada um deles a variável visual tom de cor, luminosidade e saturação, respectivamente, como descrito a seguir. 2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS A primeira classificação foi feita levando-se em consideração a utilização das edificações representadas do campus do Centro Politécnico, usando para esta classificação a variável visual tom de cor. A outra classificação foi feita em função da capacidade do número de alunos que utilizam alguns dos prédios do campus. Estes dados foram utilizados apenas para os prédios das Exatas, engenharias e Ciências da Terra. Para representar esta segunda classificação foram usadas as variáveis visuais luminosidade e a saturação da cor. No primeiro modelo o tom de cor foi aplicado como variável visual para representar nominalmente a classificação dos prédios quanto a utilização de cada um. As edificações foram divididas em: Setor Administrativo; Setor de Biologia e Educação Física; Setor das Tecnológicas; Setor das Ciências de Terra, Exatas e Engenharias; Escola Técnica e; Banco e Associações. A Figura 5 ilustra o modelo 3D utilizando o tom de cor para representar a classificação descrita. Figura 5 Representação das Classes Segundo o Tom de Cor Os outros dois modelos tridimensionais gerados tiveram seus dados classificados segundo o método das quebras naturais e, de acordo com a esta classificação, foram atribuídos e eles diferentes valores de luminosidade e saturação para um mesmo tom de cor, respectivamente. A Figura 6 ilustra a variação em luminosidade aplicada ao tom de cor vermelho sobre os prédios.

Figura 6 Representação das Classes Segundo a Luminosidade De forma análoga, a Figura 7 ilustra o modelo variando em saturação, também no tom de cor vermelho, ainda no programa ArcView. Figura 7 Representação das Classes Segundo a Saturação Depois, os três modelos gerados foram exportados para VRML. 2.4. EXPORTAÇÃO DOS MODELOS PARA VRML A Figura 8 apresenta o modelo tridimensional, que usa tom de cor para representar as classes das edificações, em três pontos de vista diferentes. Nesta figura percebe-se que a aplicação da variável visual tom de cor para representar o nível de medida nominal é satisfatório. As edificações são facilmente agrupadas em classes de acordo com o tom de cor aplicado, sem que seja percebido algum grau de relevância diferente entre as classes representadas.

Figura 8 Modelo VRML Variando em Tom de Cor A Figura 9 ilustra a aplicação da variável visual luminosidade como nível de medida ordinal na classificação de alguns prédios do Centro Politécnico. A luminosidade usada para representar diferentes classes às edificações mostra-se adequada para tal quando se tem por objetivo uma classificação ordinal, como pode ser observado na mesma figura. Esta representação leva o usuário a associar valores de luminosidade a valores quantitativos, de forma que, neste caso, prédios representados por cor mais escura são facilmente relacionados a maiores valores. Figura 9 Modelo VRML Variando em Luminosidade A Figura 10 ilustra a mesma classificação descrita anteriormente, porém usando a variável visual saturação de cor para representar ordinalmente os prédios, segundo a capacidade de alunos. Neste modelo, a variável visual é aplicada como nível de medida ordinal aos objetos volumétricos, e também gera um produto satisfatório. De forma análoga a aplicação da variável visual luminosidade, a saturação também proporciona ao usuário uma variação visual ordinal, levando o mesmo a associar a variação da cor com a variação do número de alunos dos prédios.

Figura 10 Modelo VRML Variando em Saturação Os três modelos gerados usam a fonte luz default da VRML, acompanhando sempre o ponto de vista do usuário, podendo-se perceber a variação em saturação nas faces dos objetos tridimensionais decorrente dessa iluminação. Por fim, para que os usuários tenham acesso aos modelos, foi construído um site. Este site permite ao usuário visualizar e navegar nos modelos gerados, explorando as informações tridimensionais modeladas e a aplicação da variável visual cor (tom, luminosidade e saturação) como nível de medida. Para que o usuário visualize os modelos é necessário que ele instale um plug-in no seu browser web. Assim, quando ele acessar o arquivo VRML o plug-in é acionado automaticamente, tornando-se possível visualizar os modelos em três dimensões. A Figura 11 ilustra a página principal do site criado: Figura 11 Site No link Campus UFPR em VRML é apresentado uma outra página em que os três modelos tridimensionais do campus são disponibilizados, em VRML, aos usuários (Figura 12). Figura 12 Escolha do Modelo 3d

Por esta página o usuário tem acesso aos três modelos tridimensionais gerados: tom de cor (Figura 13), luminosidade (Figura 14) e saturação (Figura 15). Em cada uma dessas novas páginas a serem acessadas, o usuário têm disponível no lado direito da tela do computador um mapa bidimensional contendo todas as informações temáticas necessárias, além de orientação e de uma escala aproximada. Também há uma legenda referente a essas informações temáticas apresentadas que é a mesma a ser usada para o mapa bidimensional e para o mapa em 3D. Figura 13 Modelo Tom de Cor Figura 14 Modelo Luminosidade

Figura 15 Modelo Saturação Nestes modelos, através do mouse ou via teclado, o usuário pode visualizar as informações de diferentes ângulos e nível de detalhes, aproximando-se ou afastando-se do modelo, além do usuário ter uma representação mais semelhante ao mundo real tridimensional. 3. CONCLUSÃO A VRML mostrou-se uma ferramenta eficiente para ser usada na construção de modelos tridimensionais para fins cartográficos, de acordo com os experimentos realizados neste trabalho. Dentre suas principais vantagens estão a facilidade na modelagem dos dados e a interação proporcionada ao usuário na navegação e visualização das informações, que podem ser facilmente exploradas por diferentes ângulos e distâncias do modelo. Um fator importante para a popularização do uso de mapas digitais através da Internet, caso em que se incluem os mundos virtuais criados com VRML, é que a publicação e divulgação destes é rápida e barata comparada a um mapa impresso, por exemplo, além do usuário ter acesso de qualquer lugar do mundo, bastando para isso disponibilizar apenas de um computador conectado à rede. Além disso, a manipulação do modelo 3D em VRML é um processo que instiga a curiosidade do usuário pelo fato de ser uma representação dinâmica, suscetível aos comandos fornecidos pelo usuário. Ademais, é crescente a disponibilidade de dados cartográficos tridimensionais, provenientes de fontes de dados como restituição digital e sistemas de mapeamento a laser (laser scanning), por exemplo. Contudo, essa forma de representação cartográfica, interativa e tridimensional, mostrou-se viável técnica e economicamente, atendendo às necessidades cartográficas expressas na presente pesquisa. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FOSSE, Juliana Moulin. Representação Cartográfica Interativa Tridimensional: Estudo da Variável Visual Cor em Ambiente VRML. Curitiba, 2004. 134 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Geodésicas) Setor de cciências da Terra, Universidade Federal do Paraná. No prelo. KRUEGER, Claudia Pereira et al. Campus Cidade Universitária. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Geomática. 2001. Mapa: color. Escala 1:2000. Cd-Rom.