6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

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Transcrição:

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG DADOS PRELIMINARES DA BIODIVERSIDADE DE VESPAS SOCIAIS (HYMENOPTERA: VESPIDAE) EM ÁREAS DE TRANSIÇÃO DE CERRADO E CAATINGA NO NORTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL. Angela G. BRUNISMANN 1 ; Marcos M. SOUZA 2 ; Epifânio P. Pires 3; Evando L. COELHO 4 ; Danielle C. DE PADUÁ 5 ; João B. Dallo 6, Lucas R. Millani 7 ; RESUMO Apesar do crescente conhecimento sobre biodiversidade e distribuição de vespas sociais no estado de Minas Gerais, em algumas regiões e ecossistemas não se tem nenhuma informação sobre esses insetos. Nesse panorama, as atividades do presente trabalho iniciaram-se em junho de 2014 e se estenderão até maio de 2015 e visa conhecer a diversidade de vespas sociais em ambientes de transição entre o Cerrado e a Caatinga. O trabalho está sendo conduzido na APA do Rio Pandeiros, município de Januária, Norte do estado de Minas Gerais, em áreas de Mata Seca e floresta de galeria. Estão sendo utilizadas três metodologias de coleta de espécies, a busca ativa, armadilhas atrativas e armadilhas interceptadoras de vôo do tipo malaise. Na primeira campanha de campo, com cinco dias 30 espécies foram amostradas e registradas 114 colônias, sendo cinco espécies inéditas para o estado de Minas Gerais, e duas consideradas raras. A diversidade de vespas deve ser maior, pois as primeiras coletas foram realizadas no período de seca e isso restringe a diversidade, portanto o número de espécies deve aumentar em coletas no período chuvoso, evidenciando a importância desse ecossistema para a conservação da diversidade biológica do estado. 1 Inconfidentes/MG, email: brunismann@hotmail.com; 2 Inconfidentes/MG, email: marcos.magalhaes@ifs.ifsuldeminas.edu.br ; 3 Universidade Federal de Lavras, Lavras/MG, e-mail: epifaniopires@yahoo.com.br; 4 Inconfidentes/MG, email: evando.coelho@ifs.ifsuldeminas.edu.br; 5 Inconfidentes/MG, email: danii-padua@hotmail.com; 6 Inconfidentes/MG, email: joao.b.dallo@hotmail.com; 7 Inconfidentes/MG, email: lucasdocero@hotmail.com;

INTRODUÇÃO A mata seca ou floresta estacional decídua se caracteriza pela perda de folhas na época de seca, que ocorre com a maior parte das espécies arbóreas no norte de Minas Gerais e estados nordestinos, formando um ambiente de transição entre Cerrado e Caatinga (SEVILHA et al., 2004). Apesar desse ambiente representar apenas 6% da cobertura vegetal do pais, estudos sobre a diversidade de vespas são escassos, sendo que os existentes apontam uma riqueza de espécies relevante. Contudo a escassez de estudos, associado à utilização econômica dessa área, especialmente para extração de madeira e a ampliação de áreas para agricultura e pecuária, fazem da Mata Seca um ambiente muito vulnerável (SEVILHA et al., 2004). Segundo Tabarelli et al. (2000), mais de 40% dos ecossistemas do bioma Caatinga ainda não foi amostrado, cerca de 80% das áreas estudadas foram subamostradas e as áreas protegidas, como reservas e unidades de conservação totalizam menos de 2% de todo ecossistema. Mesmo em grupos de relevância ambiental, como os insetos existem poucas informações ou nenhuma, como é o caso de vespas sociais. Há um esforço recente para conhecer a diversidade desses insetos no estado de Minas Gerais, mas não há informações para Mata Seca e Caatinga (SOUZA & ZANUNCIO, 2012). Nesse sentido, o objetivo desse estudo é obter informações sobre a biodiversidade, nidificação e ecologia de vespas sociais em áreas de Mata Seca e ambientes associados. MATERIAL E MÉTODOS O Trabalho de coleta está sendo realizado na APA do Rio Pandeiros (45 95 W, 15 88 S e 43 95 W, 14 40 S), que possui 393.060 hectares, abrangendo áreas dos municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho. É a maior reserva de uso sustentável do estado de Minas Gerais sob a influência dos Biomas Cerrado e Caatinga, e inclui áreas de Veredas, Mata Seca e a maior área alagada do estado. O trabalho será desenvolvido no período de junho de 2014 a maio de 2015, totalizando 12 meses de esforço de campo, com 28 dias de coleta, sendo sete

dias de coleta por estação do ano; Os dados aqui apresentados são resultados da primeira campanha de campo com cinco dias de amostragem, 30 espécies foram amostradas e registradas 114 colônias. Para registro das espécies de vespas sociais e colônias estão sendo utilizadas três diferentes metodologias a busca ativa, armadilhas atrativas e armadilhas interceptadoras de vôo do tipo malaise. As identificações estão sendo feitas a partir de chaves, por comparação com a coleção entomológica do IFSULDEMINAS, Câmpus Inconfidentes, ou enviada ao taxonomista prof. Dr. Orlando Tobias da Silveira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram amostradas até o presente momento 30 espécies distribuídas em 13 gêneros, e 114 colônias registradas (Tabela 01), incluindo dois gêneros raros no estado de Minas Gerais, Chartergus e Chartergillus. O número de espécies na área de estudo deve ser maior, pois a primeira campanha foi realizada no período de seca, com baixa pluviosidade, o que diminui a biomassa vegetal e afeta negativamente a biodiversidade de vespas sociais (SOUZA et al. 2014). Chartergilus globiventris havia sido registrada apenas uma vez em coleções biológicas informados por Richards, 1978; e Chartergus communis havia apenas o registro de um indivíduo sem relato de colônias no município de Uberlandia (ELPINO-CAMPOS, 2007). Há espécies ainda não identificadas que podem ser novas, com destaque para quatro do gênero Mischocyttarus que engloba o maior número de espécies de vespas sociais, além de uma nova espécie de Parachartergus. CONCLUSÕES A área de proteção ambiental do Rio Pandeiros constitui uma Unidade de Conservação de suma relevância para as espécies de vespas sociais no estado de Minas Gerais, visto o grande número de espécies registras até o presente momento. Adicionalmente, a Mata Seca forma um ecossistema que precisa ser melhor estudado, em função da aparente taxa endêmica elevada de vespas, que pode refletir um padrão em outros grupos de insetos.

Tabela 01: Espécies de vespas sociais e colônias registradas por espécie na APA do Rio Pandeiros, município de Januária, Norte do estado de Minas Gerais. Espécie de vespa social Número de colônias Agelaia vicina (Saussure, 1854) 01 Agelaia multipicta (Haliday, 1836) 00 Apoica gélida (Van der Vecht, 1973) 00 Apoica toraxica (Buysson, 1906) 00 Brachygastra augusti (Saussure, 1854) 00 Brachygastra lecheguana (Latreille, 1824) 00 Brachygastra sp. 01 00 Chartergus globiventris (Saussure, 1854) 02 Chartergillus communis (Richards, 1978) 08 Metapolybia sp 01 07 Mischocyttarus cassununga (R. von Ihering, 1903) 45 Mischocyttarus drewseni (Saussure, 1857) 00 Mischocyttarus paraguaensis (Zikán 1935) 02 Mischocyttarus rotundicolis (Cameron, 1912) 00 Mischocyttarus sp. 01 18 Mischocyttarus sp. 02 02 Mischocyttarus sp. 03 02 Mischocyttarus sp. 04 02 Parachartergus sp. 01 01 Polistes subsericius (Saussure, 1854) 00 Polybia ignobilis (Haliday, 1836) 00 Polybia chrysothorax (Lechtenstein, 1796) 00 Polybia jurinei (Saussure, 1854) 00 Polybia occidentalis (Olivier, 1791) 14 Polybia sp. 01 04 Protonectarina slyveirae (Saussure, 1854) 00 Protopolybia sp. 01 13 Protopolybia sp. 02 01

Synoeca surinama (L. 1767). 02 AGRADECIMENTOS Ao IFSULDEMINAS, Câmpus Inconfidentes pelo transporte; ao motorista Flavio; ao IEF pela concessão da licença ambiental e pela logística na área; aos funcionários do IEF da APA Rio Pandeiros, e aos moradores das comunidades pela forma gentil e educada a qual fomos recebidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ELPINO-CAMPOS, A., DEL-CLARO, K. & PREZOTO, F. (2007). Diversity of social wasps (Hymenoptera: Vespidae) in Cerrado fragments of Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil. Neotropical Entomology, 36: 685-692. RICHARDS, O.W. (1978). The social wasps of the Americas excluding the Vespinae. London: British Museum, 580p. SEVILHA, A. C., SCARIOT, A. & NORONHA, S.E. 2004. Estado atual da representatividade de unidades de conservação em florestas estacionais deciduais no Brasil. In:, 55, São Paulo. Anais, São Paulo: Sociedade Brasileira de Botânica. SOUZA, M.M. & ZANUNCIO, J.C., 2012. Marimbondos-Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae). Editora UFV, Viçosa, 79p. SOUZA, M. M.; PIRES, E. P.; PREZOTO, F. 2014. Seasonal richness and composition of social wasps (Hymenoptera, Vespidae) in areas of cerrado biome in Barroso, Minas Gerais, Brazil. Bioscience Journal, 30: 539-545. TABARELLI, M., J.M.C. SILVA, A.M.M. SANTOS & A. VICENTE. 2000. Análise de representatividade das unidades de conservação de uso direto e indireto na

caatinga. Relatório do Projeto Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da biodiversidade da Caatinga, Petrolina, Brasil.