Despacho n.º 15700/2012, de 30 de novembro 1 (DR, 2.ª série, n.º 238, de 10 de dezembro de 2012)



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Transcrição:

1 (DR, 2.ª série, n.º 238, de 10 de dezembro de 2012) Aprova os modelos de receita médica, no âmbito da regulamentação da Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio A Lei n.º 11/2012, de 8 de março, regulamentada pela Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio, instituiu um novo paradigma na prescrição, dispensa e monitorização da utilização de medicamentos no nosso país. Desde logo, ao instituir-se a obrigatoriedade de prescrição e dispensa por denominação comum internacional privilegia-se a dissociação entre marcas comerciais e tratamentos nos casos em que a existência de medicamentos bioequivalentes permita que o utente beneficie de poupanças nos seus encargos, sem abdicar da indispensável confiança na qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos. Por outro lado, este novo paradigma de prescrição e dispensa de medicamentos possibilita maior liberdade do utente em relação à seleção de medicamentos que cumpram a prescrição médica e, deste modo, desempenhar um papel ativo na cogestão dos seus encargos com medicamentos. O guia de tratamento para o utente, disponibilizado no momento da prescrição, passará assim a constituir um importante recurso informativo que conterá informação adequada ao pleno exercício do direito de opção estabelecido legalmente. Por último, a obrigatoriedade de dispensa dos medicamentos que cumpram a prescrição com menores níveis de preços constitui elemento de incentivo à concorrência entre medicamentos genéricos, promovendo a generalização de poupanças com medicamentos. Paralelamente, o Ministério da Saúde definiu uma prioridade clara para a utilização de meios eletrónicos como ferramentas de suporte da prescrição, da dispensa e do controlo da faturação dos medicamentos, visando atingir a completa desmaterialização dos procedimentos associados à prescrição e dispensa de medicamentos, reduzindo os meios manuais a exceções delimitadas. Neste contexto, importa aproveitar a sinergia de regulamentação dos novos modelos de receita médica com a previsão de elementos que facilitem a evolução para o processo de desmaterialização do circuito de prescrição, dispensa e conferência de faturação de medicamentos, alcançando importantes ganhos de eficiência e de segurança no circuito do medicamento. Futuramente, a prescrição, dispensa e conferência de faturação de medicamentos no nosso país passará a ser assegurada com base em sistema eletrónico desmaterializado, nomeadamente através da disponibilização de módulo central de prescrição de medicamentos que assegure adequada rastreabilidade e verificação de todo o circuito, desde a prescrição, passando pela dispensa e até ao controlo de faturação de encargos com medicamentos. Aproveitando a necessidade de implementação de novos modelos de receita médica no âmbito da regulamentação da Portaria n.º 137-A/2012, entendeu o Ministério da Saúde incorporar de imediato os elementos necessários à desmaterialização de todo o processo que se concretizará em 2013. O artigo 4.º da Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio, remete para despacho do membro do Governo responsável pela área da saúde a aprovação dos modelos de receita médica, pelo que se determina: 1 - São aprovados os modelos de receita médica constantes dos anexos I, II e III do presente despacho, do qual fazem parte integrante: a) Anexo I - receita médica materializada e guia de tratamento; b) Anexo II - receita médica renovável materializada e guia de tratamento; c) Anexo III - receita médica pré-impressa; d) Anexo IV - verso da receita médica. 2 - O modelo de receita médica pré-impressa é de edição exclusiva da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A. 3 - A impressão da receita médica nos modelos constantes nos anexos i e ii do presente despacho deve ser feita em papel de cor branca. 4 - As menções aos encargos para o utente, a incluir no guia de tratamento, são impressas de acordo com as condições da prescrição realizada, mencionando: 1 _ Alterado pelo Despacho n.º 8990-C/2013, de 1 de julho, publicado no DR, 2.ª série, 2.º Suplemento, n.º 13, de 9 de julho de 2013. Nos anexos I, II e III, onde consta o termo "prescritor" passa a constar o termo "médico prescritor".

a) «Esta prescrição custa-lhe, no máximo, nn,nn, a não ser que opte por um medicamento mais caro» quando a prescrição é realizada por denominação comum internacional; b) «Este medicamento custa-lhe, no máximo, nn,nn, podendo optar por um mais barato» quando a prescrição é realizada ao abrigo da alínea c) do n.º 3 do artigo 6.º da Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio; c) «Este medicamento custa-lhe, no máximo, nn,nn» nas restantes situações, quando aplicável. 5 - Nas receitas pré -impressas é obrigatória a aposição de vinheta médica. _ Alterado pelo Despacho n.º 8990-C/2013, de 1 de julho. O texto original era o seguinte: 5 - Nas receitas materializadas ou pré-impressas é obrigatória a aposição de vinheta médica. 6 - No ato de dispensa o farmacêutico garante a inscrição no verso da receita da seguinte informação, preferencialmente de forma impressa, conforme consta do anexo IV: a) Identificação da farmácia; b) Assinatura do farmacêutico; c) Data da dispensa dos medicamentos na farmácia; d) Preço total de cada medicamento dispensado, valor total da receita, encargo do utente em valor por medicamento e respetivo total, comparticipação do Estado em valor por medicamento e respetivo total, número de registo dos medicamentos dispensados em carateres e código de barras; e) Espaço dedicado à declaração pelo utente da dispensa dos medicamentos, onde conste a frase: «Declaro que me foram dispensadas as nn,nn embalagens de medicamentos constantes na receita e prestados os conselhos sobre a sua utilização»; f) Espaço dedicado à declaração pelo utente em relação ao não exercício do direito de opção: «Declaro que não exerci direito de opção»; g) Espaço dedicado à declaração pelo utente do seu direito de opção: «Declaro que exerci o direito de opção para medicamento com preço superior ao 5.º mais barato»; h) Espaço dedicado à declaração pelo utente do seu direito de opção no caso de prescrição com justificação técnica destinada a assegurar continuidade terapêutica de tratamento superior a 28 dias: «Declaro que exerci direito de opção por medicamento mais barato que o prescrito para continuidade terapêutica de tratamento superior a 28 dias»; i) No verso da receita a farmácia deverá apor ainda o respetivo carimbo de identificação. 7 - As menções referidas nas alíneas f), g) e h) do número anterior, e a respetiva numeração de medicamento(s), são impressas no verso da receita, no momento da dispensa, assegurando o exercício do direito de opção pelo utente consagrado nos n. os 3 e 4 do artigo 120.º-A do Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, e nos n. os 3 e 4 do artigo 3.º da Lei n.º 14/2000, de 8 de agosto, ambos os artigos na redação dada pela Lei n.º 11/2012, de 8 de março.

8 - A utilização dos modelos de receita médica aprovados pelo presente despacho ocorre a partir de 1 de abril de 2013, podendo as farmácias aceitar os modelos anteriormente em vigor até ao dia 30 de abril de 2013. 9 - No âmbito das suas atribuições relativas à gestão do processo de vinhetas e receitas médicas a Administração Central do Sistema de Saúde, I. P., e as administrações regionais de saúde recorrem à SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E., para prestação de um serviço partilhado de disponibilização de receitas. 10 - Durante o ano de 2013, e em data e nas condições a definir por despacho do membro do Governo responsável pela área da saúde, a prescrição eletrónica de medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde deixa de contemplar a respetiva materialização. 11 - Sem prejuízo do disposto no n.º 8 o presente despacho entra em vigor no dia da sua publicação. 30 de novembro de 2012. - O Secretário de Estado da Saúde, Manuel Ferreira Teixeira. ANEXO I

ANEXO II ANEXO III

ANEXO IV