PROJETO DE LEI Nº, DE 2005



Documentos relacionados
COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA. PROJETO DE LEI N o 6.083, DE 2009 I RELATÓRIO

PRONUNCIAMENTO DO EXCELENTÍSSIMO DEPUTADO FEDERAL FERNANDO DE FABINHO SOBRE O PROJETO DE GINÁSTICA LABORAL

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2014 (Do Sr. Moreira Mendes e outros)

MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 105, DE 2008

PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2012.

O PREFEITO MUNICIPAL DE GUANHÃES, Estado de Minas Gerais, no uso de suas atribuições legais;

PROJETO DE LEI N o, DE 2006

LEI Nº , DE 12 DE MAIO DE (Projeto de Lei nº 611/02, da Vereadora Claudete Alves - PT)

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA

LEI Nº 3.265, DE 23/12/2009.

Escola SENAI Anchieta

CAPÍTULO I DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

PROJETO DE LEI N.º 903, DE 2015 (Do Sr. Alfredo Nascimento)

Faculdade de Tecnologia SENAI Roberto Simonsen

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CAPÍTULO I INTRODUÇÃO

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

NORMATIZAÇÃO DE ESTÁGIO PARA OS CURSOS TÉCNICOS E SUPERIORES DO IFSULDEMINAS

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS CÂMARA TÉCNICA DE EDUCAÇÃO

Considerando que as Faculdades Integradas Sévigné estão em plena reforma acadêmica que será implementada a partir de 2009 e;

PROJETO DE LEI Nº, DE 2011 (Do Sr. Aguinaldo Ribeiro)

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgam a seguinte emenda constitucional:

A NOVA LEI DE ESTÁGIO DE ESTUDANTES

FACULDADE ADVENTISTA DA BAHIA REGULAMENTO DE MONITORIA DO CURSO DE PEDAGOGIA

Normas de regulamentação para a certificação de. atualização profissional de títulos de especialista e certificados de área de atuação.

Faculdade de Lucas do Rio Verde Credenciada pela Portaria Ministerial nº de 07/12/01 D.O.U. de 10/12/01.

REGULAMENTO DE ESTÁGIO CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO REGIMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA

Nova Lei de Estágios. Guia prático das novas regras UNICOM - RO / (V1)

RESOLUÇÃO nº 177, de 11 de setembro de R E S O L V E:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 067, DE 2011

Colegiado do Curso de Graduação em Administração

Nome do curso: Pedagogia

RESOLUÇÃO N 26/95 - CUn

Departamento de Estágios FACCAMP. Procedimentos Básicos para assinatura de Convênio e Contrato de Estágio

DÚVIDAS FREQÜENTES SOBRE A NOVA LEI DE ESTÁGIO (LEI /2008)

PROJETO DE LEI Nº, DE 2003

Câmara Municipal de Uberaba O progresso passa por aqui LEI COMPLEMENTAR Nº 381

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO FACULDADE SUMARÉ

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES OBRIGATÓRIAS

REGULAMENTO PARA ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA

Altera os procedimentos acadêmicos e administrativos que regem a distribuição de carga horária para docentes que atuam nos CURSOS DE GRADUAÇÃO.

RESOLUÇÃO Nº 003/2007 CONEPE

Serviços de Saúde do Trabalho

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS SERVIDORES DO QUADRO TÉCNICO/ADMINISTRATIVO ORIENTAÇÕES GERAIS

INSTRUÇÃO CVM Nº 554, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014, COM AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA INSTRUÇÃO CVM Nº 564/15.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

ATUALIZAÇÃO - REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES OBRIGATÓRIAS CAPÍTULO I DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

POLÍTICA DE BENEFÍCIOS E CONVÊNIOS PARA A UNIDADE UNESC SERRA ES VIGÊNCIA A PARTIR DE 2015/1

PROJETO DE LEI N.º 3.984, DE 2012 (Do Sr. Jorge Tadeu Mudalen)

Coordenação-Geral de Tributação

REGULAMENTO NÚCLEO FLEXÍVEL CURSO DE DIREITO REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CAPÍTULO I. Do Estágio Supervisionado

LEI Nº 2198/2001. A Prefeita Municipal de Ibiraçu, Estado do Espírito Santo, no uso de suas atribuições legais;

CÂMARA DOS DEPUTADOS

NR 4. SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Portaria de 08 de junho de 1978

7- Atividades Complementares (CH60)

Regulamento Geral das Atividades Complementares do CENTRO UNIVERSITÁRIO SANT ANNA

II celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino;

RESOLUÇÃO Nº 15/2010, DE 12 DE ABRIL DE 2010

PROJETO DE LEI Nº. Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Produtor Cultural, Esportivo e de Ações Sociais. O Congresso Nacional Decreta:

RESOLUÇÃO Nº 74/2011

Regulamento de Estágios ORIENTAÇÕES GERAIS

LEI N 501, DE 02 DE JULHO DE 2009.

RESOLUÇÃO CONSEPE 19/2007

Resolução CONSUN nº 004/2008

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

RESOLUÇÃO Nº 02/2010 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE DIVINÓPOLIS-ISED REGULAMENTO GERAL DE ESTÁGIOS DO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE DIVINÓPOLIS

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE MATERIAL BÉLICO (Dir G MB/1952)

Regulamento dos Cursos da Diretoria de Educação Continuada

E S T A D O D O M A T O G R O S S O

ESTADO DE MATO GROSSO CAMARA MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS Gabinete do Vereador Rodrigo da Zaeli

PROJETO DE LEI N o, DE 2009

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

CAPÍTULO I DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Programa de Ginástica Laboral

Minuta de Resolução Programa de Ações Afirmativas da Udesc

RESOLUÇÃO Nº 015/2009-CONSUNIV-UEA ESTÁGIO SUPERVISIONADO

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA

PROJETO DE LEI Nº, DE 2008 (Do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame)

PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO PARA RETIRADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDAS DAS ENTIDADES ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CAOPCAE/PR

PROJETO DE LEI /2013, do Vereador André Régis de Carvalho.

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 815, DE 1995

PROJETO DE LEI N.º 030/2013.

TÍTULO V DA SEGURANÇA, SAÚDE E AMBIENTE DE TRABALHO DOS SERVIDORES DA SES/MT CAPITULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 23 DE AGOSTO DE 2011

1º Anexo a estas Normas haverá um conjunto de Resoluções de caráter transitório que legislarão sobre assuntos específicos do Programa em Astronomia.

Art. 1- Da definição do selo educacional:

SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE ITU FILIADO A FESSPMESP

Manual do Estagiário

REGULAMENTAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº, DE 2013

DIRETRIZES E NORMAS PARA O ESTÁGIO NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

REGULAMENTO ATIVIDADE COMPLEMENTAR Curso de Ciências Contábeis

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º terão o prazo de duzentos e quarenta dias para se adaptarem ao disposto nesta Lei.

PROJETO DE LEI Nº, DE 2013

FACULDADE PROCESSUS REGULAMENTO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Transcrição:

PROJETO DE LEI Nº, DE 2005 Institui a ginástica laboral como prática obrigatória em todas as empresas que desenvolvam atividades que gerem esforço físico repetitivo. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º Fica instituída a ginástica laboral como prática obrigatória em todas as empresas, públicas ou privadas, estabelecidas em território brasileiro, que tenham, entre suas atribuições, atividades profissionais relacionadas a: ** I entrada de dados via computador; 1

II digitação ou datilografia que preencham mais de cinqüenta por cento da jornada diária de trabalho; III mecanografia; IV linhas de montagem em geral; e V outras atividades que envolvam esforço repetitivo. Art. 2 Para os efeitos desta lei, ginástica laboral é a seqüência de exercícios de alongamento destinados a distensionar os principais grupos musculares exigidos nas atividades profissionais. Parágrafo único. De caráter preventivo, a ginástica laboral visa à diminuição do acometimento de doenças ocupacionais nos trabalhadores que desenvolvam atividades relacionadas nos incisos do art. 1º. Art. 3º As pausas nas atividades laborais, com duração de dez minutos, destinadas à realização de exercícios de alongamento, deverão ocorrer, no máximo, a cada duas horas de trabalho. Parágrafo único. Os prestadores de serviço, funcionários de empresas que prestem serviços terceirizados e trabalhadores correlatos, submetidos às atividades previstas nos incisos do art. 1º, ** 2

também participarão das pausas para a realização da ginástica laboral. Art. 4º Nas empresas em que o serviço não puder ser interrompido, deverá ser implementado rodízio, dividindo-se o corpo funcional em quantas turmas forem necessárias, desde que respeitado o período máximo de trabalho para a realização de pausa, previsto no art. 3º. Parágrafo único. As pausas não serão acrescidas no final da jornada de trabalho, sendo consideradas como período efetivamente trabalhado. Art. 5º A ginástica laboral deverá ser ministrada por profissional graduado em Educação Física, devidamente habilitado para aplicar e supervisionar os exercícios de alongamento das estruturas corpóreas exigidas nas ações inerentes ao trabalho. desenvolvida no âmbito do local de trabalho. 1º Para cada grupo de vinte funcionários que desenvolvam as atividades previstas nos incisos do art. 1, deverá ser contratado um estudante do curso de graduação em Educação física, em sua terça fase final, na condição de estagiário, sem vinculação empregatícia formal, desde que comprove pertencer ao corpo discente de estabelecimento de ensino superior credenciado pelo Ministério da Educação. ** 3

2º As sessões de ginásticas laboral deverão ser desenvolvidas no âmbito da própria empresa. Art. 6º Os demais funcionários que não se enquadrem nas atividades previstas nos incisos no art. 1º poderão, a critério da direção da empresa, participar das atividades de ginástica laboral, como forma de integração e estímulo para o aumento da produtividade. Art. 7º Os empregadores que tiverem funcionários enquadrados nas atividades previstas nos incisos do art. 1º deverão manter nos registros individuais de seus funcionários o controle de freqüência às atividades de ginástica laboral oferecidas pela empresa. 1º O funcionário que, enquadrado nas atividades previstas nos incisos do art. 1º, não quiser participar das atividades de ginástica laboral oferecidas pela empresa deverá preencher declaração isentando a empresa das implicações legais advindas da ocorrência de casos de doenças ocupacionais, após três meses da vigência desta lei. 2º Para a implicação legal de que trata o parágrafo anterior, deverá haver a comprovação do nexo causal, referente à enfermidade diagnosticada e as atividades profissionais desenvolvidas pelo funcionário acometido. ** 4

Art. 8º As empresas que não possuírem Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA deverão constituir comissão formada por funcionários e pela direção da empresa, com o objetivo de zelar pelo controle da qualidade, da realização e da freqüência das sessões destinadas à prática da ginástica laboral, adequadas ao tipo de atividade laboral exercida pelo corpo funcional. Parágrafo único. As atribuições devidas à comissão citada no caput estarão a cargo da CIPA, quando essa estiver formalmente constituída no âmbito da empresa. Art. 9º As empresas que não instituírem a ginástica laboral, quando exigível pelas suas atividades laborais, previstas nesta lei, arcarão com o ônus trabalhista e previdenciário, caso haja a comprovação de nexo causal entre a atividade desenvolvida na empresa e a doença diagnosticada como pertencente ao grupo das Doenças Osteo-musculares Relacionadas ao Trabalho (DORT). Art. 10. A fiscalização das medidas contidas nesta lei ficará a cargo das instituições públicas relacionadas às atividades trabalhistas e de saúde pública. Art. 11. O Instituto Nacional de Seguridade Social estipulará alíquotas diferenciadas para as empresas que se enquadrarem nos dispositivos previstos nesta lei. ** Art. 12. Esta lei entra em vigor 120 dias após a sua publicação. 5

JUSTIFICAÇÃO A crescente utilização de equipamentos de informática vem demonstrando a inadaptabilidade do ser humano no trato com essas máquinas, que, introduzidas nas atividades trabalhistas com o intuito de facilitar os processos desenvolvidos pelos trabalhadores nos diversos segmentos produtivos, acabaram revelando sua face negativa ao causar diversos distúrbios orgânicos, quando da sua utilização inadequada. A principal razão dos malefícios causados pelos computadores está na extrapolação dos limites corpóreos. Pausas regulares, principalmente nas atividades de entrada de dados em computador, são necessárias para a manutenção da homeostase(equilíbrio orgânico), fundamental para a manutenção das atividades corpóreas em um nível de esforço razoável, que não exceda as possibilidades articulatórias normais. A Constituição Federal, sabiamente, prevê em seu art. 7º, inciso XXII, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Pouco foi feito, em nível governamental, para o cumprimento desse essencial ditame constitucional. A falta de uma legislação federal nessa área expõe ** 6

milhões de trabalhadores ao risco de acometimento das doenças ocupacionais. Empresas que já utilizam a pausa durante suas atividades profissionais experimentam o aumento da produtividade, aliado a uma grande redução na taxa de absenteísmo, maior interação social entre seus funcionários e, principalmente, a melhora incontestável da qualidade de vida de seus profissionais, fator preponderante na melhora da relação entre empregado e empregador. Contando com a compreensão dos nobres pares, na defesa de tão importante norma, promotora de ações de prevenção aos males causados à nossa população trabalhadora, reiteramos nossos pedidos de apoio a essa causa essencial aos profissionais das mais variadas classes do cenário nacional. Sala das sessões, de de 2005 DEPUTADO FERNANDO DE FABINHO ** 7