A perspectiva do fiscalizado

Documentos relacionados
A ACREDITAÇÃO COMO SUPORTE ÀS ATIVIDADES DE REGULAÇÃO DO ESTADO A perspetiva do IPQ enquanto Autoridade Notificadora

Aparelhagem eléctrica BT Requisitos legais e normativos. Paulo Cabral Esaú Cardoso Jornadas CERTIEL 2012

Acção de Sensibilização sobre Higiene e Segurança Alimentar. 15 de Março de 2007

- um ponto de situação -

Comércio de madeira e produtos derivados A implementação das novas regras europeias

Regulamento dos Produtos de Construção

Ecodesign e eficiência energética PROJECTO ELEEN 2.0

O que muda em 1 de julho de 2013

Novos regimes RED e CEM: importadores e distribuidores. Nuno Castro Luís

Jornal Oficial da União Europeia. (Atos não legislativos) REGULAMENTOS

Etiqueta Energética 2020 Comunicação desafio essencial. Daniel Ribeiro

Pedro Martins ''O Regime R&TTE em Portugal - O papel das entidades fiscalizadoras e dos agentes de mercado'', FPC

BINÓMIO REGULAMENTAR ECODESIGN ETIQUETA ENERGÉTICA Eficiência Energética no contexto da política de produto

A Nova Regulamentação de Eficiência Energética dos Edifícios. Ordem dos Engenheiros, 25 de Fevereiro de 2014

Encontro Ascensores - Diretiva 2014/33/UE e novas Normas EN e EN A vigilância de mercado e as. obrigações do Estado Português

PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO Novo Regulamento, o que Muda

Directiva Equipamentos sob Pressão. Nova Directiva 2014/68/UE

ESTUDO DE BENCHMARKING DE REGULAÇÃO MODELOS DE GOVERNAÇÃO I PARTE

OS NOVOS REGULAMENTOS COMUNITÁRIOS PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR

DECRETO-LEI Nº 23/2011 O QUE VAI MUDAR. Seminário marcação CE Importância para o Mercado Interno JUNHO 2011

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU. em conformidade com o artigo 294.º, n.º 6, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

UNO Unidade Nacional de Operações DEPO Divisão de Estudos e planeamento operacional

Uso Ilegal de Produtos Fitofarmacêuticos e Riscos para a Saúde humana e Ambiente. Paulo Cruz (Engº Agrónomo)

Aplicação do regime R&TTE

Mestrado Profissionalizante

Colocação no mercado Primeira disponibilização do equipamento de rádio no mercado da UE

III Conferência Internacional de Resíduos Sólidos Urbanos DA NOVA DIRECTIVA À SOCIEDADE EUROPEIA DE RECICLAGEM

MARCAÇÃO CE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO

Nova Diretiva de Equipamentos sob Pressão (2014/ 68/UE)

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

TEL

MIBEL ASPECTOS DE GOVERNAÇÃO E HARMONIZAÇÃO REGULATÓRIA

Diretiva CEM 2014/30/UE Decreto-Lei n.º 31/2017, de 22 de março

Mercado Único UE - Bens. Luís Campos Diretor de Serviços de Assuntos Europeus Lisboa, 27 de junho de 2017

Higiene dos Géneros Alimentícios

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica

Legislação temática Resíduos

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu Projeto de parecer Jens Geier (PE v01-00)

INSTITUTO DOS RESÍDUOS

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica UNO Unidade Nacional de Operações DEPO Divisão de Estudos e planeamento operacional

O REGULAMENTO DOS PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO E AS ALTERAÇÕES À INFORMAÇÃO QUE ACOMPANHA OS PRODUTOS

Certificação Energética de Produtos

L 94/8 Jornal Oficial da União Europeia DIRECTIVAS

S.R. DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EQUIPAMENTOS, S.R. DA SAÚDE, S.R. DO AMBIENTE E DO MAR Portaria n.º 74/2009 de 14 de Setembro de 2009

ENQUADRAMENTO LEGAL: APRESENTAÇÃO Referências Legais FILEIRA 5 EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO SETEMBRO/2008. Decreto Lei 230/2004

DIRETIVA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O Fluxo dos Óleos Usados enquadramento nacional e comunitário

Eixo I _ Inovação, Desenvolvimento Tecnológico e Sociedade do Conhecimento

Eng. Luís Fernandes Administrador Delegado da AMES Boas Práticas na Gestão de Resíduos 18 de Outubro de 2007

Jornal Oficial da União Europeia L 326/3

Procedimentos de fiscalização Workshop Lisboa, 03 de Dezembro de 2009

Legislação. para a Exploração de Postos de Enchimento de Gás Natural Carburante.

METROLOGIA LEGAL em Portugal

Jornal Oficial da União Europeia L 314/39

LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA NO DOMÍNIO DO AMBIENTE. Principais diplomas legais em 2011

A EVOLUÇÃO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ELETRÓNICA

DECISÃO DE EXECUÇÃO (UE) /... DA COMISSÃO. de

10728/4/16 REV 4 ADD 1 jc/mpm/jc 1 DRI

15926/14 jc/pbp/ms 1 DG C 2B

REGULAMENTO DE EXECUÇÃO (UE) /... DA COMISSÃO. de

10729/4/16 REV 4 ADD 1 jc/mpm/jc 1 DRI

PLANO DE ACÇÃO CONVERSÃO DO SISTEMA DE GAIOLAS CONVENCIONAIS DIRECTIVA 1999/74/CE, DE 19 DE JULHO DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÙDE E PROTECÇÃO ANIMAL

Organismos Notificados para Marcação CE das Vigotas

Livro Verde sobre a eficiência energética

Decreto-Lei n.º 374/98 de 24 de Novembro

Departamento de Assuntos Europeus e Sistema Português da Qualidade (DAESPQ)

COMISSÃO EUROPEIA DIREÇÃO-GERAL DO MERCADO INTERNO, DA INDÚSTRIA, DO EMPREENDEDORISMO E DAS PME

Audição Pública sobre a proposta de regulamentação do sector do gás natural. Aspectos chave dos comentários da Endesa Portugal

Seminário APCER A Importância da Certificação no Sector Gráfico

AUDIÊNCIA COMISSÃO DE ECONOMIA E OBRAS PÚBLICAS

A harmonização regulatória do MIBEL e o novo enquadramento europeu (3º Pacote)

PROTOCOLO DE QUIOTO, UM DESAFIO NA UTILIZAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Uso Ilegal de Produtos Fitofarmacêuticos e Riscos para a Saúde humana e Ambiente ANIPLA 2013

O REACH em Ambiente Empresarial. Carlos Almeida Santos Vila Nova de Famalicão, 17 de Junho de 2008

ESTRUTURA DO CURSO DE CONSELHEIROS DE SEGURANÇA DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS

Alfândegas. O termo Alfândega designa um departamento público, geralmente. localizado junto a portos marítimos, fronteiras terrestres e aeroportos,

Administração Pública Eletrónica O Que Falta Fazer?

Regulamento dos Produtos de Construção - As novas exigências para a Marcação CE

Ambiente Cabo Verde: Novo Regime Jurídico da Gestão de Resíduos

ANEXO COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

REGULAMENTOS ESPECÍFICOS

Seminário: Diretiva de equipamentos sob pressão (ESP) e. O papel das Diretivas no licenciamento dos ESP

Regulamento n.º 995/2010 obrigações dos operadores que colocam madeira no mercado

LEGISLAÇÃO SST avanços e recuos

Decisão da Comissão de /6674 (Período de abrangência ano 2015)

REEE SISTEMA DE GESTÃO EM PORTUGAL LÂMPADAS 23. SET F. Lamy da Fontoura

Cursos de Formação COTHN / SGS

CLEAN ENERGY Energia Limpa para todos os Europeus

L 92/28 Jornal Oficial da União Europeia

O NOVO REGULAMENTO EUROPEU SOBRE ABUSO DE MERCADO

CARTA DE MISSÃO Direção-Geral das Atividades Económicas

Liberalização das utilities e reguladores sectoriais A liberalização dos antigos serviços públicos prestacionais factores político-ideológicos ideológ

CTCV Serviços de Apoio às s Empresas

COMENTÁRIO DA CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL À PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO EM MATÉRIA DE «MUST CARRY» I ENQUADRAMENTO GERAL

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO. relativa à redução do impacto de determinados produtos de plástico no ambiente

Gestão de Óleos Alimentares Usados (OAU) 2017

Nova proposta de regulamentação da produção biológica na UE

Proposta de revisão dos Regulamentos do Sector Eléctrico

Proposta de Lei n.º 12/XIII/1ª. (Orçamento de Estado para 2016) PROPOSTA DE ADITAMENTO

Gestão do Risco para a Saúde

Transcrição:

O REGIME R&TTE EM PORTUGAL - O PAPEL DAS ENTIDADES FISCALIZADORAS E DOS AGENTES DE MERCADO Associação Empresarial dos Sectores Eléctrico, Electrodoméstico, Fotográfico e Electrónico

2 Sobre a AGEFE Membro das Associações Europeias Associação empresarial > 200 empresas 11.000 postos de trabalho 5 mil milhões de 4 Divisões TIC e Electrónica Profissional Material Eléctrico Electrodomésticos Electrónica de Consumo

3 3 rd Joint Cross Border R&TTE Market Surveillance Camp (1 Set 2008 31 Mai 2009) Nível baixo de conformidade dos equipamentos??? Mais e Mais Burocracia? Possibilidade de imposição de mais trabalho e maiores custos administrativos a quem já se preocupa em cumprir!

4 Regulamentação 1. EMBALAGENS 2. REACH 3. REEE 4. RoHS 5. DBT / LVD 6. DCE / EMC 7. ECO DESIGN 8. R&TTE 9. P&A 10. ETIQUETAGEM ENERGÉTICA 11. COPYRIGHT LEVIES 12. GÁS, ÓLEOS, etc

5 INTERVENÇÕES QUE NÃO OBSTANTE O MÉRITO DOS FINS A QUE SE PROPÕEM SÃO TAMBÉM UMA QUESTÃO DE CONCORRÊNCIA (I) Genericamente um EEE tem, no mínimo, 6 ou 7 regimes jurídicos aplicáveis, do que decorrem, entre outras: Várias obrigações, entre elas as declarativas, mensais a anuais, etc. - sendo algumas delas REDUNDANTES (resíduos, por exemplo) Acresce a vantagem sobre muitos dos outros países da EU: a ASAE Preocupação de colocar no mercado equipamentos conformes / disponibilidade para cooperação com as Autoridades sempre que se detectem eventuais desconformidades Porém o que de um modo geral nos chega são questões de importância menor, quando - ali mesmo ao lado relativamente a questões bem mais graves POUCO OU NADA ACONTECE!

6 UMA QUESTÃO DE CONCORRÊNCIA (II) Dir-se-á que também a fiscalização no terreno acaba por ser (perversamente) por impulso : Topos de gôndola Destaques no linear Notoriedade da marca Dificuldades na rastreabilidade. Free-riders: também consequência de nem todos os operadores económicos agirem de forma responsável. Ausência de responsabilidade partilhada. A situação não é muito diferente nos restantes EM: escassez de recursos das autoridades e sobretudo grandes deficiências no processo legislativo (europeu e nacional) Regulação sem uma fiscalização eficiente é um factor de desmotivação da competitividade e um elemento de promoção inaceitável da concorrência desleal

7 O NOVO QUADRO LEGAL (1) Expectativa legítima quanto ao efeito prático da revisão ( NLF ) introduzida pelo Regulamento (CE) 765/2008 e pela Decisão 768/2008/CE Vigilância do Mercado Acreditação Organismos Notificados Papel e significado da (bastante desacreditada) marcação CE Definições & obrigações comuns Cláusula de salvaguarda

8 O NOVO QUADRO LEGAL (2) 2010: Reformulação (recast) da Directiva? 2010: TCAM (Telecom. Conformity Assessment and Market Surveillance Committee) Final report on alignment of the R&TTE Directive with the Decision 768/2008/EC 1. Clarificar e simplificar as disposições da nova Directiva 2. Aumentar o nível da conformidade com os requisitos essenciais 3. Reduzir custos e encargos administrativos 4. Proporcionar um enquadramento adequado à introdução de produtos inovadores 5. Rever o procedimento de salvaguarda e fortalecer a vigilância do mercado 6. Melhorar a cooperação, a coordenação e a troca de informação entre as Autoridades Fiscalizadoras

9 O NOVO QUADRO LEGAL (3) 2010: Proposta da ainda em negociação com os stakeholders (2.º draft ontem) A Indústria de que a DIGITAL EUROPE se faz eco - volta a ter preocupações 1. A inesperada e inexplicada ideia de alargamento do âmbito aos aparelhos de recepção rádio e TV pela eliminação do actual nº 4 do Anexo I da Directiva - o que iria abranger um leque enorme de equipamentos que, na sua esmagadora maioria, estão agora apenas obrigados a EMC e LVD 2. A criação de um registo europeu de produtores, com os respectivos contactos e a obrigatoriedade de carregamento nesse registo dos Manuais Técnicos de Construção (TCF) de cada novo equipamento que coloquem no mercado. 3. Receio de que do processo de alinhamento com o NLF das várias directivas (EMC, LVD, R&TTE, RoHS, WEEE etc.) não venham a resultar diferentes etiquetas ou marcações, bem como diferentes requisitos relativamente à língua, endereço do produtor/importador, etc..

10 ACTUAÇÃO A CURTO PRAZO Disponibilidade da AGEFE para uma cooperação franca e estreita: Divulgação de informação Transposição de Directivas Contribuir para o planeamento de acções Maior cooperação entre as entidades com responsabilidade na vigilância do mercado aproveitamento das sinergias Não deixar de actuar onde se pode (sobretudo onde é fácil!)

11 Intervir junto das Alfândegas no sentido de ser introduzida na Pauta de Serviço / Parte 17 uma Informação Complementar com os requisitos exigíveis. Exemplo: PAUTA DE SERVIÇO 2010 PARTE 17 Informação Complementar 087 Condições para a importação de equipamento eléctrico destinado a ser utilizado em instalações cuja tensão nominal esteja compreendida entre 50 V e 1000 V, em corrente alternada, ou entre 75 V e 1500 V, em corrente contínua. 1. Base legal Directiva 2006/95/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006. Decreto Lei nº 6/2008,de 10 de Janeiro. 2.Condições de segurança e de colocação no mercado para equipamento eléctrico de baixa tensão O artigo 2º do Decreto-Lei nº 6/2008,de 10 de Janeiro, estabelece o seu âmbito de aplicação ao equipamento eléctrico destinado a ser utilizado em instalações cuja tensão nominal esteja compreendida entre 50 V e 1000 V, em corrente alternada, ou entre 75 V e 1500 V,em corrente contínua. O equipamento eléctrico só pode ser introduzido no mercado se tiver sido produzido segundo as regras de fabrico em matéria de segurança e de forma a não comprometer a segurança das pessoas, dos animais domésticos e dos bens. Nomeadamente, o equipamento eléctrico deve obedecer cumulativamente às seguintes condições gerais:

12 MUITO OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO jose.valverde@agefe.pt