Planejamento Previdenciário. Como ajudar seu cliente a obter o melhor benefício possível. Profa. Viviane Masotti

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Transcrição:

Planejamento Previdenciário Como ajudar seu cliente a obter o melhor benefício possível. Profa. Viviane Masotti

Conceitos Fundamentais do Planejamento O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras das decisões presentes. Peter Drucker

Conceitos Fundamentais do Planejamento Planejar o Futuro é diferente de sonhar e agir apenas no futuro

Conceitos Fundamentais do Planejamento Precisa ser ativo e revisto/apurado a cada 6 meses

PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO O que é? O Planejamento Previdenciário é um trabalho de análise e simulações que inclui: o estudo de toda a situação contributiva do segurado, para diagnóstico de direitos presentes ou futuros e definição do melhor caminho para garantir o benefício mais vantajoso possível a este segurado, de acordo com a legislação previdenciária vigente na data de aquisição e fruição destes direitos.

Estatuto do idoso Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de: I profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas; II preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania; III estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

Estatuto do idoso Atendendo ao art. 28 do Estatuto do Idoso podemos incluir diversos Programas de Preparação para a Aposentadoria, organizados principalmente no âmbito das autarquias e instituições governamentais. Muitas empresas privadas começam a oferecer este serviço a seus colaboradores, em muitos casos já preparando a transição de cargos e ou objetivando a retenção de alguém estratégico para sua operação. O objetivo é permitir uma transição atividade/aposentadoria (inatividade) salutar, equilibrada, preparando o trabalhador próximo da aposentadoria em diversos temas que vão desde sua saúde a projetos e ocupações novas para o que mantenha seu bem estar físico, financeiro e emocional.

Desafios Envelhecimento Inatividade Volta ao lar e à convivência familiar diária prolongada Perda do papel de provedor Perda de status ou sustentabilidade econômica Trabalhamos a maior parte do dia e construímos nossa vida social muitas vezes em torno do contexto de trabalho A falta de planejamento para enfrentar esta nova realidade (física, pessoal, social e financeira) pode adoecer.

Efeitos positivos ou negativos na adaptação à aposentadoria Negativos: diminuição da saúde, família financeiramente dependente, viuvez, antecipação de aposentadoria ou inatividade Positivos: plena saúde (física e mental), decidir o momento apropriado da aposentadoria, reservas financeiras planejadas, desenvolvimento de novas atividades ou profissão, sólidos relacionamentos de amizade ou amorosa, insatisfação com a carreira anterior.

Efeitos positivos ou negativos na adaptação à aposentadoria Para garantir que os efeitos sejam positivos é essencial que o planejamento e a preparação aconteça ao longo da vida. Mas quem de fato planeja tanto tempo antes???

Onde entra o advogado previdenciário neste Programa de Preparação Para a Aposentadoria? Nós somos o braço jurídico desta preparação. Que pode ser feita, como tudo o mais, de forma preventiva ou reativa. Pense um pouco... O seu cliente te procura quando...

Onde entra o advogado previdenciário neste Programa de Preparação Para a Aposentadoria? Indeferem seu pedido Sofre no atendimento Precisa buscar documentos Acredita que já possui o direito a algum benefício Sabe que falta pouco tempo e quer entender se corre algum risco de perder direitos Quantos te procuram 10 ou 15 anos antes?

Quando surge o cliente de Planejamento? Quando esse cliente pode se tornar um cliente de Planejamento Previdenciário? Primeiro ele precisa ter consciência da necessidade de planejar e dos riscos em não fazê-lo com antecedência. Dor Oportunidade Promessa

Roteiro passo a passo O QUE É PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO 1 Reunindo documentos e informações cadastrais 2 Fazendo contagem de tempo de contribuição 3 Analisando atividades, inatividades e salários de contribuição do segurado 4 Analisando os direitos atuais e simulando renda mensal dos possíveis benefícios do segurado 5 Conclusões, incluídas as considerações sobre a Reforma Previdenciária

O QUE É PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO Planejamento previdenciário é a análise completa da situação previdenciária do segurado do RGPS, que inclui: Contagem de tempo de contribuição Análise das atividades exercidas para identificação de possível insalubridade Conferência de documentos Verificação da consistência dos dados cadastrais do segurado no INSS Diagnóstico de direito previdenciário adquirido ou futuro Simulações de renda mensal inicial de benefício, atual ou futuro Relatório com sugestões/indicações sobre melhor momento para aposentadoria, baseada nos documentos analisados e na legislação previdenciária

1 - Reunindo documentos e informações cadastrais Todas as carteiras profissionais. O cartão ou número do PIS (caso não esteja nas anotações da CTPS); Números de inscrição do segurado no RGPS/INSS como contribuinte individual autônomo ou empresário ( CICI ou "NIT") e todos os respectivos carnês e/ou guias de recolhimento; Contratos sociais (constituição e alterações) das empresas que foi sócio para verificar a possibilidade de recolhimento em atraso; CNIS fornecido pelo INSS, de preferência atualizado (veja a seguir como obter este documento); Cópia de quaisquer documentos emitidos pelo INSS a partir de requerimentos/concessão de benefícios por incapacidade ou aposentadoria, ainda que indeferidos.

O INSS simplificou as regras para obtenção do relatório do CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais, que contém o que você precisa sobre os vínculos e remunerações do segurado para fazer as simulações do planejamento previdenciário. Agora ele pode ser obtido pela internet, bastando o segurado cadastrar uma senha através do site Meu.inss.gov.br Meu.inss.gov.br

Na tela gerada, ao selecionar qualquer das opções de consulta irá aparecer a tela de login. Nesta, selecione a opção para novo cadastro de senha. Isto irá direcionar o segurado à tela de Dados Cadastrais, que deve ser preenchida corretamente de modo a ser gerada uma senha provisória pelo sistema. Caso haja alguma divergência de informações a senha não será gerada e é provável que o segurado precise comparecer a uma Agência do INSS para acerto cadastral.

Após realizar este procedimento, e com a senha provisória anotada, o segurado deve telefonar para o 135, informar o CPF e escolher a opção para Validar o código de acesso. O atendente do serviço 135 irá fazer algumas perguntas, para certificar-se que está falando com o próprio segurado. Depois de validado o código de acesso no serviço 135, já será possível consultar o CNIS através do portal, repetindo os procedimentos até o LOGIN e solicitando o Extrato CNIS.

2 - Fazendo contagem de tempo de contribuição Você pode fazer a simulação da contagem de tempo de contribuição do segurado através do site do INSS, no link http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-osservicos/simulacao/ Alguns navegadores, como o Firefox, irão informar que este não é um link seguro. Mas para chegar ao final desta simulação é preciso aceitar o acesso como exceção de segurança. Isso irá leva-lo ao link correto. A partir desta tela, basta informar as datas de entrada e saída de cada vínculo de trabalho para chegar ao tempo total de contribuição. Obs.: a simulação no site do INSS não faz qualquer conversão de tempo insalubre. Apenas considera o tempo corrido comum.

3 - Analisando atividades, inatividades e salários de contribuição do segurado Analise todos os vínculos do segurado, comparando as informações constantes no CNIS com os documentos originais para garantir que não haja falhas. Qualquer informação divergente merece uma pesquisa detalhada e talvez um procedimento de acerto cadastral. Cuidado com as observações de extemporaneidade no CNIS, pois nesses vínculos o ônus da prova sobrea regularidade de vínculos e salários passa para o segurado novamente. Se o segurado esteve em gozo de algum benefício por incapacidade durante o PBC período básico de cálculo verifique se o benefício foi concedido corretamente. Qualquer divergência terá efeitos reflexos nos benefícios seguintes, pois é o salário-de-benefício corrigido que entra como salário de contribuição nos meses de afastamento. Fique atento, pois o aproveitamento como tempo e como salário de contribuição depende da origem acidentária ou do benefício ser intercalado com períodos de contribuição efetiva. Veja se há períodos sem contribuição mas em que o segurado tenha exercido atividade obrigatória, permitindo a indenização (pagamento de atrasados) dos mesmos.

4 - Analisando os direitos atuais e simulando renda mensal dos possíveis benefícios do segurado A partir da contagem de tempo de contribuição e da análise feita no item anterior, você poderá informar ao cliente se ele já possui direito a algum benefício. Ou quando terá esse direito. Caso ele já tenha direito a uma aposentadoria você pode fazer uma simulação de cálculo da renda mensal inicial no próprio site do INSS, no link abaixo, utilizando os salários-de-contribuição constantes no CNIS https://sipa.inss.gov.br/sipainss/pages/conrmi/conrmiinicio.xhtml Esta simulação só funciona para casos de data de requerimento atual. Não faz cálculos no passado ou com projeção futura. Mas para isso há o fornecimento de planilhas com os índices de correção monetária dos salários de contribuição, que permitem a simulação em outras datas. Isto demanda um pouco mais de conhecimento técnico. Mas bem fácil de aprender.

4 - Analisando os direitos atuais e simulando renda mensal dos possíveis benefícios do segurado No conjunto da simulação de tempo de contribuição e do cálculo da renda mensal inicial do benefício do segurado, você poderá avaliar: 1 o direito ao benefício; 2 - o valor da renda mensal inicial; 3 se no cálculo há incidência do fator previdenciário, ou se a soma de idade mais tempo de contribuição atinge o total de 85 para mulheres ou 95 para os homens e, por isso, isento da utilização do fator previdenciário. 4 se é vantajoso continuar contribuindo, sem aposentar, para melhorar o valor da renda mensal inicial. 5 os reflexos de eventual Reforma da Previdência

Reforma Previdenciária?

5 - Considerações sobre a Reforma Previdenciária As alterações propostas pela PEC 287 na legislação da Seguridade Social, afetam a previdência de forma radical. Há alterações muito importantes relacionadas à aquisição de direitos e aos valores dos benefícios. Contra as chamadas aposentadorias precoces o projeto traz idades mínimas tanto para a regra geral quanto na regra de transição. Cria uma progressão de alíquota a ser aplicada no cálculo da renda mensal dos benefícios de acordo com o tempo de contribuição comprovado, e é assunto para tratarmos em uma aula específica, pois depende de já terem feito os exercícios e compreenderem a forma de cálculo atual.

Análise de custo-benefício é sempre útil mas o segurado pode não entender o resultado ou o conceito Documente o que entregou com um ótimo relatório e um parecer que não coloque uma imposição em qual decisão ele deve tomar Faça sempre o cliente assinar que recebeu o relatório

Melhor benefício e direito adquirido Enunciado nº 5 do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS: A Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido.

Alíquotas específicas de cada benefício para cálculo de RMI e composição do salário de benefício DA LEI 9876/99 Aposentadoria TC* Aposentadoria por idade (70% SB+ 1% a cada 12 contribuições) Aposentadoria invalidez (100% SB) Aposentadoria especial (100% SB) Auxílio-doença (91% SB) Auxílio-acidente (50% SB do Aux.Doença) SB dos Filiados a partir de 28/11/99 Média aritmética simples dos 80% > SC de todo o período contributivo, multiplicados pelo FP (opcional na ap.idade) Média aritmética simples dos 80% > SC de todo o período contributivo. SB dos Filiados até o dia 28/11/99 Média aritmética simples dos 80% > SC do período contributivo decorrido desde julho/94 até a data da DER do benefício, multiplicados pelo FP (opcional na ap.idade) Média aritmética simples dos 80% > SC de todo o período contributivo decorrido desde julho/94 até a data de requerimento do benefício

Sc01 X ÍNDICE INFLAÇ AO01 sc03 sc02 Salários de contribuição dentro do PBC M é d i a Benefícios por incapacidade e familiares (não programáveis); aposentadoria por idade e aposentadoria por TC da pessoa com deficiência (FP=<1); aposentadoria especial; OU aposentadoria por TC desde que OBEDECIDA REGRA 85/95 PROGRESSIVA (IDADE+TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO) % Aposentadoria por tempo de contribuição (inclusive a do professor com TC reduzido); Aposentadoria por idade e Aposentadoria da pessoa com deficiência (se FP > 1) FP %

Benefícios e Alíquotas Aposentadoria por tempo de contribuição (B42) o Integral 100% do SB o Proporcional: 70% + 6% a.a regra original, art. 53 da Lei 8213/91 70% + 5% a cada 12 meses fora o pedágio, art. 9º 1º da EC20/98 Aposentadoria por idade (B41) 70% + 1% a.a do SB, art. 50 da Lei 8213/91 Aposentadoria especial (B46) 100% do SB, art. 57 1º da Lei 8213/91 Aposentadoria por invalidez (B32 e B92) 100% do SB, art. 44 da Lei 8213/91 Auxílio-doença (B31 e B91) 91% do SB, art. 61 da Lei 8213/91 Auxílio-acidente (B36 e B94) 50% do SB, art. 86 1º da Lei 8213/91 Pensão por morte (B21 e B93) 100% do SB de um B32/91 ou do V.A.R Auxílio-reclusão (B25) 100% do SB

LINHA DO TEMPO LEGISLATIVA PREVIDENCIÁRIA PÓS Constituição Federal 1988 Sum. 260 TFR Qtde. SM ORTN Melhor beneficio MVT e mvt CF 1988 Medida Provisória 381 - Extinguiu o abono de permanência em serviço 25% e os pecúlios (6/12/1993). BURACO VERDE 13º salário LEI 8870 (15/04/94) LEI 8880 (27/5/94) IRSM REVISÃO DO TETO Buraco Negro Art. 58 DCT Leis 8213/91 e 8212/91 (24/07/91) Lei no 8.742 - Dispôs sobre a organização da Assistência Social (7/12/1993). Alíquotas da pensão por morte e auxilioacidente Lei no 9.032 /95 (28/04/1995).

LINHA DO TEMPO LEGISLATIVA PREVIDENCIÁRIA PÓS Constituição Federal 1988 Decreto no 1.744 - Extinguiu as rendas mensais vitalícias, o auxílionatalidade e o auxíliofuneral. Regulamentou o amparo assistencial devido à pessoa portadora de deficiência e ao idoso (8/12/1995). EC20/1998 Direito adquirido Regime jurídico Idade mínima/alíquota LEI 9876/99 Fator Prev. Expect.Sobrevida Divisor mínimo Decadência Auxilio-acidente Auxílio-doença Decretos no 2.172 e 2173 - Regulamentos dos Benefícios e Custeio (5/03/1997). Lei 9528 (10/12/97) Decreto 3.048 - (6/05/1999). LEI 10666/2003

GARANTIA DE CORREÇÃO DOS SC Pode parecer estranho para os dias de hoje, mas antes da CF de 1988, apenas parte dos salários de contribuição envolvidos no cálculo da renda mensal dos benefícios previdenciários eram corrigidos monetariamente. (CF) Art. 201, 3º (nova redação) Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. Isso gerou a revisão conhecida como buraco negro...que estará explicada no módulo revisional.

GARANTIA DE CORREÇÃO DOS SC Lei 8213/91 - Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Incluído pela Lei nº 10.877, de 2004)

Garantia de Correção dos SC Alíquota específica a cada benefício

Tabelas atualização na internet

Divisor mínimo de 60% - Lei 9876/99 Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-decontribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do Art. 29 da Lei n o 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei. 2º No caso das aposentadorias de que tratam as alíneas b, c e d do inciso I do Art. 18 (APOSENTADORIAS POR IDADE, TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E ESPECIAL), o divisor considerado no cálculo da média a que se refere o caput e o 1o não poderá ser inferior a sessenta por cento do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a cem por cento de todo o período contributivo.

Exemplo de cálculo DIVIDOR MÍNIMO DE 60% - Lei 9876/99 DER 11/2003 Qtde Contribuições possíveis = 112 Qtde Contribuições efetivas = 99 Média dos 80% > SC = somatória/79 Onde 79 = 80% das 99 Ce Divisor mínimo = 67 (60% das Cp) DER 10/2003 Qtde Contribuições possíveis = 111 Qtde Contribuições efetivas = 59 Média dos 80% > SC = somatória/67 onde 67 diferente de 80% das 59 Ce e foi adotado o Divisor mínimo = 67 (60% das Cp) Aqui o SB fica achatado DER 07/2003 Qtde Contribuições possíveis = 108 Qtde Contribuições efetivas = 73 Média dos 80% > SC = somatória/65 onde 65 diferente de 80% das 73 Ce e foi adotado o Divisor mínimo = 65 (60% das Cp) 10/03/2018 VIVIANE MASOTTI 39

Lei 13813/2015 E FP Art. 1º A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas as frações em meses completos de tempo de contribuição e idade. 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão majoradas em um ponto em: I - 31 de dezembro de 2018; II - 31 de dezembro de 2020; III - 31 de dezembro de 2022 IV - 31 de dezembro de 2024; e V - 31 de dezembro de 2026.

Lei 13813/2015 E FP 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e no 2º, o tempo mínimo de contribuição do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de, respectivamente, trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição. 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário ao exercício da opção de que trata o caput e deixar de requerer aposentadoria será assegurado o direito à opção com a aplicação da pontuação exigida na data do cumprimento do requisito nos termos deste artigo.

Do Reajustamento do Valor dos Benefícios Lei 8213/91 - Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006) (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

RMI (DIB)

Exemplo de reajuste de manutenção de benefício

NESTE CASO TEMOS UMA RMI RENDA MENSAL INICIAL, NA DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO (DIB) DE 17/03/2015, IGUAL A R$3.114,10 O PRIMEIRO REAJUSTE DE MANUTENÇÃO DESTE BENEFÍCIO OCORREU EM JAN/2016 E OBEDECEU A REGRA DA PROPORCIONALIDADE (REAJUSTE PRO-RATA) EM RELAÇÃO À SUA DATA DE INÍCIO. LEMBRANDO QUE AO SER CONCEDIDO EM 17/03/2015, TODOS OS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO ENVOLVIDOS NO CÁLCULO FORAM CORRIGIDOS MONETARIAMENTE (SEUS VALORES NOMINAIS REAJUSTADOS COM BASE NOS ÍNDICES INFLACIONÁRIOS LEGALMENTE ESTABELECIDOS PARA TAL) ATÉ A INFLAÇÃO DO MÊS DE FEV/2015 (INCLUSIVE). ASSIM TEMOS: R$3.114,10 X 1,0840 = R$ 3.375,68 (de jan a dez/16) R$3.375,68 X 1,0658 = R$ 3.597,80 (de jan a dez/17) R$ 3.597,80 X 1,0207 = R$ 3.672,27 (desde jan/18)

Supondo que a aposentadoria seja a única renda do segurado. Sua renda líquida será apurada após o desconto do IRPF na fonte. Esta informação é importante principalmente em casos de recebimento de valores atrasados. De acordo com a tabela vigente na DIB, sua renda líquida seria em 03/2015 calculada da seguinte forma: R$3114,10/30 x 14 = R$1.453,24 lembrando a data de início dia 17/03, ou seja, neste mês isento do desconto de IRPF.

Nos meses seguintes, já baseado no valor integral da renda mensal, a incidência do IRPF se enquadra na faixa de 15% de alíquota. E sua renda líquida seria em 04/2015 calculada da seguinte forma: IRPF = (3114,10 X 0,15) 354,80, OU SEJA = R$112,32 RESULTANDO NA RENDA MENSAL LÍQUIDA DE R$ 3.001,78 O RACIOCÍNIO É O MESMO PARA OS MESES SEGUINTES. E A TABELA CONTINUA A MESMA, SEM QUALQUER REAJUSTE DESDE 2015.

Relembrando que a DIB = 17/03/2015, o PBC desta aposentadoria vai de jul/94 até fev/2015, e todos os salários-de-contribuição foram corrigidos monetariamente (trazidos a valor presente) pela variação integral do INPC de suas datas de copetência até a data fim do PBC (fev/2015 inclusive). A tabela ao lado traz os valores de INPC do período como exemplo para que possam visualizar a correção aplicada na memória de cálculo. E o porquê do primeiro reajuste pro-rata na manutenção.