Biologia II IFSC, Aula 6 Atrópodos: quelicerados

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Transcrição:

Biologia II IFSC, 2017. Aula 6 Atrópodos: quelicerados

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Chelicerata Corpo dividido em: cefalotórax (prossoma) abdome (opistossoma) Não possuem antenas 1 o par de apêndices: quelíceras (p/ alimentação) 2 o par de apêndices: pedipalpos Modificados p/ executar funções diversas Quatro pares de pernas

Classe Merostomata Quelicerados aquáticos, com 5 ou 6 apêndices abdominais modificados como brânquias; Télson em forma de espinho; Ex.: Limulus polyphenus (Costa noroeste do Atlântico e Golfo do México)

Limulus polyphenus

Classe Pycnogonida (aranhas-do-mar) + de 1000 espécies, todas numa única ordem. Animais pequenos, bentônicos marinhos adultos alimentam-se de esponjas, cnidários... 1 o apêndice quelado (quelíforo) 2 o apêndice: palpo pode ser homólogo ao pedipalpo.

Classe Pycnogonida (aranhas-do-mar) Maioria: 4 pares de pernas locomotoras bem desenvolvidas; não tem carapaça no cefalotórax; dois olhos simples; abdome sem segmentação e sem apêndices; Não há órgãos excretores ou para trocas gasosas; As gônadas e divertículos digestivos se estendem pelo interior das pernas!

Classe Aracnida (+ de 80 mil sp) Aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos... Aracnídeos primitivos: eram aquáticos Hoje: são quelicerados terrestres (existência atual aquática é 2 ária ) Migração do ambiente aquático terrestre exigiu 1. epicutícula cerosa 2. brânquias foliáceas sistema respiratório aéreo 3. apêndices adaptados à locomoção terrestre Inovações terrestres : glândulas de seda, de veneno...

ESTRUTURA GERAL DOS ARACNÍDEOS Anatomia comum: corpo dividido em prossoma e opistossoma (cefalotórax) (abdome) não segmentado segmentado e coberto por carapaça Nos ácaros: perda da segmentação primária fusão do prossomo-opistossomo Apêndices comuns a todos os Aracnídeos: 1 par de quelíceras; 1 par de pedipalpos; 4 pares de pernas.

Nutrição nos aracnídeos A maioria é carnívora; Digestão: parcialmente fora do corpo; Presas: pequenos artrópodos, capturados e mortos pelas quelíceras e pedipalpos. O intestino médio verte enzimas digestivas sobre os tecidos dilacerados caldo parcialmente digerido cavidade pré-bucal (enzimas) Boca faringe esôfago intestino médio intestino post. ânus

EXCREÇÃO Guanina: + importante produto nitrogenado de excreção; Xantina e ácido úrico Órgãos Excretores: Glândulas coxais e/ou Túbulos de Malpighi Nefrócitos (células fagocíticas) Túbulo de Malpighi

SISTEMA NERVOSO Muito concentrado, exceto nos escorpiões. Cérebro: protocérebro (com nervos e centros ópticos) tritocérebro (inervação das quelíceras) Massa ganglionar anterior acima do esôfago. Órgãos sensoriais: a) pêlos b) órgãos sensoriais em fenda c) olhos com córnea e cristalino, contínuos à cutícula

TROCAS GASOSAS Pulmões foliáceos bolsa esclerotizada (invaginação da parede abdominal ventral) abrindo p/ exterior (no estigma). Traquéias

Traquéias Traquéias - Sistema análogo ao dos insetos, evolução independente. Nas aranhas, as traquéias terminam na hemocele e não nos músculos.

Classificação As principais ordens da Classe Aracnida são: Scorpiones, Pseudoescorpiones, Opiliones, Araneae e Acarina

Ordem Scorpiones ~1.400 sp mais antigos artrópodes terrestres conhecidos. (registro fóssil: Siluriano). Vivem em áreas tropicais e subtropicais. Hábitos noturnos e crípticos, carnívoros predadores corpo dividido em: prossomo e abdome (pré+pós-abdome) curto longo (com aguilhão) 2 a 5 pares de pequenos olhos laterais; quelíceras pequenas e pedipalpos grandes formam um par de pinças abdome: pré e pós-abdome opérculos genitais, pentes sensoriais e estigmas ventralmente.

Scorpiones VENENO em glândulas ovais (envolvidas por fibras musculares) Contração expulsão do veneno Toxidade: poucos altamente tóxicos (neurotóxicos) TROCAS GASOSAS: pulmões foliáceos. EXCREÇÃO: túbulos de Malpighi + glândulas coxais

REPRODUÇÃO Pouco dimorfismo sexual Corte antes do acasalamento Macho deposita espermatóforo no solo e manobra a fêmea o átrio genital comum abre-se para o exterior entre os opérculos genitais no abdômen incubam seus ovos dentro do trato reprodutivo feminino https://youtu.be/idj3vlq0c2w?t=9

Gênero de interesse médico: Tytius T. serrulatus T. bahiensis

Ordem Pseudoescorpiones Cerca de 2 mil sp. Atingem até 8 mm no máximo. muito parecidos com os escorpiões verdadeiros, mas lhes faltam o pós-abdômen e o aguilhão. Quelíceras com veneno... Quelíceras pedipalpo

Ordem Opiliones ~5 mil sp Não há constrição entre prossomo e abdome; Abdome segmentado. Glândulas repugnantes laterais; quelíceras pequenas com garras e pedipalpos curtos.

ORDEM ARANEAE (~40.000 SP) Quelíceras com 2 segmentos 1 basal + 1 garra Pedipalpos: Macho: modificados p/ cópula Fêmea: semelhantes às pernas Abdome não segmentado Fiandeiras: apêndices no final do abdome (6 a 8) expulsam o líquido das glândulas sericígenas. Seda ( Gly-Ala-Ser-Tyr) proteína líquida endurecimento estiramento Papel vital: fio de guia, teia, ninho, ooteca ALIMENTAÇÃO: caçadores ativos ou não (tecedores)

Fiandeira Parte de uma fiandeira mostrada por microscopia eletrônica. Em destaque, carretéis da glândula.

pedipalpo quelícera olho estômago Pulmão foliáceo abertura da espermateca coração ovário fiandeiras ânus Câmara cloacal

Seda https://youtu.be/gswvh6yhqim?t=103

Argiope com linha estabilizadora

Balonismo seda

ÓRGÃOS SENSORIAIS Olhos simples até 8 pêlos quimiossensíveis e órgãos tarsais (olfativos) REPRODUÇÃO Sexos separados Testículos e ovários abdominais Há corte antes do acasalamento https://youtu.be/oomubuamjzw?t=8 Certas fêmeas (como as licosídeas) liberam feromônios... OOTECA casulo de seda p/ deposição dos ovos (até 3000!!) Jovens permanecem na ooteca até a 1a muda. longevidade média: 1 a 2 anos

Olhos

GLÂNDULAS DE VENENO nas quelíceras!!!!!!!!! base ducto Dente da quelícera garra

Gêneros de interesse médico no Brasil Phoneutria (2:4:2) Aranha-armadeira Até 15 cm no total; Ocorrem em toda a América do Sul Têm hábitos noturnos; São rápidas. Veneno tem ação neuro e cardiotóxica

Gêneros de interesse médico Latrodectus (4:4) (neurotóxico) Fêmeas (até 16mm) bem maiores que os machos; Filhotes dispersos pelo vento; Veneno neurotóxico.

Gêneros de interesse médico Loxosceles : Aranha marrom Olhos (2:2:2) Pequenas, atingindo até 3 cm total; Hábitos noturnos; não são agressivas; Veneno hemolítico e proteolítico

Lycosa (4:2:2) Aranha-de-jardim Fêmea: 4,5 cm no total; "Seta no abdome. Várias espécies causadoras de acidentes; Veneno necrosante, mas não potente. Não causam acidentes graves

Caranguejeira, subordem Mygalomorphae Tamanho: até 28 cm no total; Pêlos abdominais urticantes causam alergia

Ordem Solifugae ~900 sp aranhas solares Possuem enormes quelíceras e os pedipalpos são semelhantes as pernas. Não são venenosas.

ORDEM ACARINA [7 novas ordens atuais (40 mil sp)] Sucesso provavelmente devido a miniaturização falta de segmentação no corpo fusão do prossoma e opistossoma Carrapatos: quelíceras em forma de agulha Alimentação: carnívoros herbívoros saprófagos parasitas (CARRAPATOS, SARNA )

Acarina A característica notável nesses artrópodes: falta de divisão do corpo abdômen fundiu-se ao prossomo. o corpo é coberto de um só escudo (ou carapaça). quelíceras e pedipalpos são variáveis em estrutura e função Sexos são separados e a fecundação é interna, desenvolvimento é indireto e a larva tem 3 pares de pernas.

Morfologia externa Adultos medem de 0,25 a 0,75mm de comprimento, em média Alguns ácaros representativos, todos ampliados (não na mesma escala).

Carrapatos

Trombicula Estágio larval (micuim)

Dermatophagoides Ácaro da poeira: não é parasita!