IX Legislatura Número: 30 IV Sessão Legislativa (2010/2011) Quarta-feira, 16 de Março de 2011 REUNIÃO PLENÁRIA DE 16 DE MARÇO

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Transcrição:

Região Autónoma da Madeira Diário Assembleia Legislativa IX Legislatura Número: 30 IV Sessão Legislativa (2010/2011) Quarta-feira, 16 de Março de 2011 REUNIÃO PLENÁRIA DE 16 DE MARÇO Presidente: Exmo. Sr. José Paulo Baptista Fontes Secretários: Exmos. Srs. Sidónio Baptista Fernandes Ana Mafalda Figueira da Costa Sumário O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 26 minutos. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA:- Para tratamento de assuntos de interesse político relevante para a região interveio a Sra. Deputada Nivalda Gonçalves (PSD), a qual respondeu aos pedidos de esclarecimento dos Srs. Deputados Victor Freitas (PS), Bruno Macedo (PSD), Leonel Nunes (PCP) e Lino Abreu (CDS/PP). - Ainda neste período foi apreciado um voto de congratulação, da autoria do Bloco de Esquerda Pela distinção do Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano Categoria Local pela European Newspaper Award. Intervieram a propósito os Srs. Deputados Roberto Almada (BE), André Escórcio (PS), Lopes da Fonseca (CDS/PP), Leonel Nunes (PCP), Savino Correia (PSD) e Roberto Vieira (MPT), o qual, submetido à votação, foi rejeitado com os votos contra do PSD e os votos a favor do PS, PCP, CDS/PP, BE, MPT e PND. PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Iniciou-se a I Parte dos trabalhos, com a leitura dos pareceres da Comissão de Regimento e Mandatos e votação, por escrutínio secreto, nos termos do artigo 39.ª, alínea b) do Regimento, conjugado com o artigo 23.º, n.º 6 do Estatuto Político, dos pedidos de levantamento da imunidade parlamentar dos deputados: André Escórcio, aprovado com 35 votos sim, 1 voto não e 3 brancos ; João Carlos Gouveia, rejeitado com 37 votos não, 1 voto sim e 1 branco ; João Carlos Gouveia, aprovado com 36 votos sim, 1 voto não e 2 brancos. - Passou-se à II Parte com a continuação da discussão na generalidade do projecto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Comunista Português, intitulado Comissão Regional de Defesa da Floresta contra Incêndios, tendo usado da palavra, a diverso título, os Srs. Deputados Lopes da Fonseca (CDS/PP), Roberto Vieira (MPT), Edgar Silva (PCP), Vicente Pestana (PSD), Victor Freitas (PS), Lino Abreu (CDS/PP) e Roberto Almada (BE). Submetido à votação, foi rejeitado por maioria. - Procedeu-se de seguida à apreciação na generalidade de um projecto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Comunista Português, intitulado Criação da Comissão de Acompanhamento da Concessão do Serviço Público de Estradas da Rede Viária Regional, na qual intervieram os Srs. Deputados Leonel Nunes (PCP), Roberto Vieira (MPT), Élvio Encarnação (PSD), Lopes da Fonseca (CDS/PP) e Carlos Pereira (PS), o qual, submetido à votação, foi rejeitado por maioria. - Por fim, a Câmara iniciou a discussão de um projecto de decreto legislativo regional, da autoria do Partido Socialista, intitulado Concessão do direito de exploração em regime de serviço público da operação portuária nos Portos do Caniçal e do Porto Santo. Intervieram os Srs. Deputados Carlos Pereira (PS), António Fontes (PND), Roberto Almada (BE) e Élvio Encarnação (PSD). A continuação da apreciação e votação deste diploma ficou agendada para uma próxima Sessão Plenária. O Sr. Presidente declarou encerrada a Sessão às 13 horas e 4 minutos.

Pág. 2 O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Bom dia, Sras. e Srs. Deputados. Estavam presente os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Bruno Miguel Velosa de Freitas Pimenta Macedo Élvio Manuel Vasconcelos Encarnação Gabriel Paulo Drumond Esmeraldo Gustavo Alonso de Gouveia Caires Ivo Sousa Nunes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos Jaime Pereira de Lima Lucas Jorge Moreira de Sousa José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Savino dos Santos Correia Manuel Gregório Pestana Maria do Carmo Homem da Costa de Almeida Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Miguel José Luís de Sousa Nivalda Nunes Silva Gonçalves Orlando Evaristo da Silva Pereira Pedro Emanuel Abreu Coelho Rubina Alexandra Pereira de Gouveia Rui Miguel Moura Coelho Sara Aline Medeiros André Sidónio Baptista Fernandes Sónia Maria de Faria Pereira Vasco Luís Lemos Vieira Vicente Estêvão Pestana PARTIDO SOCIALISTA (PS) Carlos João Pereira Jacinto Serrão de Freitas João André Camacho Escórcio João Carlos Justino Mendes de Gouveia Lino Bernardo Calaça Martins Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça Victor Sérgio Spínola de Freitas PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Gomes Freitas Silva Leonel Martinho Gomes Nunes CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS) António Manuel Lopes da Fonseca Lino Ricardo Silva Abreu BLOCO DE ESQUERDA (BE) Roberto Carlos Teixeira Almada MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) António Henrique Baptista Fontes Temos quórum, vamos dar início à nossa Sessão Plenária. Eram 9 horas e 26 minutos. E para uma intervenção, dou a palavra à Sra. Deputada Nivalda Gonçalves, do Grupo Parlamentar do PSD. Tem a palavra, Sra. Deputada.

A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Exmo. Sr. Presidente Exmas. Sras. e Srs. Deputados A situação económica e social em que o País vive é hoje uma preocupação de todos os portugueses, pois esta traz implicações directa ou indirectamente a todos os portugueses. Portugal é hoje um País injusto, derrotado, pessimista e desequilibrado financeiramente que em simultâneo assiste a uma moção de censura ao governo da República, a uma Tomada de posse do Presidente da República altamente critica à governação, realização de várias manifestações de revolta e protesto, ameaça da entrada do Fundo Monetário Internacional para controlar as finanças do País, subida exponencial dos juros da dívida pública, existência das taxas de desemprego mais elevadas dos últimos anos e a lista poderia continuar. O Presidente da República no seu discurso de tomada de posse deu destaque à situação grave em que Portugal vive, uma situação de emergência económica, financeira e social, afirmando que muitos agentes políticos não conhecem o País real, só conhecem um país virtual e mediático. Estas afirmações são claras e directas ao Primeiro-Ministro, José Sócrates que prefere o mediatismo e disfarçar a verdadeira situação económica do País. Prefere ir ao Beija-Mão da Sra. Merkel, com resultados de execução orçamental estimados e poucos fiáveis. Prefere ir negociar às escondidas com a Comissão Europeia com mais e mais medidas. E logo após o discurso, foi ver a reacção do Partido Socialista Nacional, Regional e até Açoriano incomodados com as verdades transmitidas pelo Senhor Presidente da República. Sr. Presidente Sras. e Srs. Deputados O Presidente da Republica advertiu que existem limites para os sacrifícios dos cidadãos. E o que fazem os Socialistas? Anunciam mais medidas de austeridade para os cidadãos! E pior, negoceiam estas medidas às escondidas do País, dos parceiros sociais e até do Presidente da República. Mais medidas de contenção orçamental para 2011, 2012 e 2013. Deixo uma questão ao senhor Primeiro-Ministro: então a execução orçamental já não vai bem? Em Fevereiro deste ano o mesmo Primeiro-Ministro dizia, e passo a citar: Anuncio uma folga de oitocentos milhões de euros nas contas públicas. Nós temos já os números que dizem respeito à execução orçamental de Janeiro e esses números são muito bons! E continuou: Os números que temos da execução de Janeiro são números que nos dão muita confiança para a execução orçamental durante todo o ano de 2011!. E ainda acrescentou: Os resultados vão ser muito melhores do que aquilo que estava nos objectivos do Governo!. Então, Senhor Primeiro-Ministro, onde está este optimismo e este sucesso que mesmo em Fevereiro anunciava? Mentiu outra vez sobre estes resultados? Mentiu claramente como sempre a todos os portugueses?! Já todos os Portugueses perceberam que todos os resultados são manipulados, que a mentira perdura em todos os discursos do PS, em especial do Primeiro-Ministro e que o País não sairá da crise com o PS no poder. Até Mário Soares ontem já defendeu eleições antecipadas! E afirmava que é preciso informar completamente os Portugueses da situação em que estamos, mas este histórico militante do PS, assume que os Portugueses já não estão a ser completamente informados sobre a situação real do País, assume claramente que falta informação clara aos Portugueses. Mas estas medidas de austeridade só se aplicam aos cidadãos e desta vez em especial para os pensionistas, que mesmo com os seus descontos feitos ao longo de uma vida de trabalho vêem os seus direitos agora serem cortados. A proposta de congelamento de todas as pensões e aplicação de uma taxa adicional, é claramente uma medida injusta e de desrespeito pelos pensionistas portugueses. Redução das deduções fiscais na educação e na saúde nos escalões de rendimentos da classe média, já muito sacrificada, é mais uma das medidas injustas. Alterações de bens de consumo da taxa do IVA reduzida para a intermédia ou a normal. Outra vez para sacrificar os consumidores finais, ou seja, as famílias portuguesas a pagarem mais. Propõe-se também a Redução para os Municípios, estes já com uma imensidão de competências sem as respectivas compensações financeiras. Os municípios madeirenses duplamente prejudicados, por um governo que retém as verbas de IRS indevidamente, que desrespeita a lei e agora vem anunciar mais cortes para os municípios. O corte chegará até as juntas de freguesia, estes que já não têm verbas para as despesas correntes, e mesmo assim, levarão com mais cortes deste governo central que nem valoriza estes organismos que devido à proximidade da população resolvem rapidamente os seus anseios e problemas. Para além dos Municípios, também são anunciados mais cortes para as Regiões Autónomas através das transferências de Estado. Até parece que a Madeira já não tem sido prejudicada em todos os Orçamentos de Estado deste Governo Socialista. Todos os orçamentos de Estado têm sido muito penalizadores para a Região Autónoma da Madeira. A nossa região teve de prescindir da Nova Lei de Finanças das Regiões Autónomas aprovada pelo Parlamento Nacional, para obter apoio na Lei de Meios para a reconstrução das infraestruturas destruídas no 20 de Fevereiro. E o Estado, porquê que não diminui as suas despesas correntes? Não existem medidas nem responsabilidades exigidas às despesas do Estado, do seu Sector Público Empresarial? Existem em Portugal 1520 organismos totalmente dependentes do Estado, (empresas publicas, fundações, empresas municipais) que representam elevados custos no Orçamento de Estado e que poderiam muito bem ser reestruturados com reduções dos custos de funcionamento e dos custos de representação. O PSD-Madeira não apoia, não concorda e não aceita estas decisões tomadas pelo Governo Socialista, pois não é este o caminho justo e correcto para o crescimento da economia portuguesa. O Governo não contará com o voto do PSD Nacional na aplicação de mais medidas de austeridade no âmbito de um Plano de Estabilidade e Crescimento, quando efectivamente, nas negociações do anterior PEC, se tinha comprometido em não alterar as medidas agora alteradas. Aguardamos que rapidamente novas soluções sejam apresentadas ao País, através de marcação de Eleições Antecipadas. Pág. 3

O PS deve assumir a sua responsabilidade e estes maus resultados que advêm da sua governação irresponsável ao longo destes últimos anos, deve assim assumir as suas políticas erradas e mal sucedidas e colocar-se perante o povo para eleições democráticas. O PS não tem neste momento outro caminho senão a sua Demissão! Mas ouvimos ontem o Primeiro-Ministro dizer que vai levar o PEC à Assembleia da República numa clara tentativa de vitimizar-se e depois fazer a sua demissão. Mas temos a convicção que os Portugueses saberão fazer justiça na hora das eleições democráticas que haverão em data a marcar, mas brevemente, para ver se o nosso País tem outro rumo, outro caminho. Por aqui o PS-Madeira pela mão do seu líder Jacinto Serrão vem agora estar contra as medidas do PEC apresentadas pelo Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Mas foi o mesmo Jacinto Serrão que aprovou a penalizadora lei de Finanças da Região Autónoma na Assembleia da República prejudicando os madeirenses. Foi o mesmo PS/Madeira que nesta casa discursava e defendia acerrimamente os anteriores PEC s, como justos e necessários. Agora que se aproxima eleições vem o PS-Madeira iniciar uma corrida sem sucesso à liderança do Partido Nacional, com uma moção global e tudo. Imagine-se aquele congresso irá parar para ouvir Jacinto Serrão candidato imaginário a líder do Partido Socialista Nacional? E penso que numa certa manhã, Jacinto Serrão deve ter dito: Espelho meu, há alguém mais bonito do que eu?. Protestos do Sr. Jacinto Serrão (PS). E lá decidiu apresentar a sua moção e a sua candidatura ao PS/Nacional. E aqui na Madeira a sua eleição já foi o que se viu, imagine-se a nível nacional? Mas Jacinto Serrão já anda pelo País a fazer quilómetros e a tentar vender as suas ideias. Os madeirenses saberão avaliar estas atitudes e políticas que só valem nas vésperas das eleições, quando andaram o mandato todo a fazer fretes ao governo socialista. Sr. Presidente Sras. e Srs. Deputados Efectivamente são sacrifícios insuportáveis para os actuais orçamentos familiares. No ano de 2010, o Governo aumentou por duas vezes as taxas de IVA, que como sabemos tem logo impacto directo no consumidor final, ou seja, são as famílias que suportam estes aumentos. E questiono, aos senhores deputados o que podia fazer a Madeira para evitar este aumento do IVA aqui na Região? Nada, Srs. Deputados! Estamos obrigados pela Lei de Finanças das Regiões Autónomas a manter apenas a redução de 30% em relação aos impostos nacionais. O que nos permitiu ter uma taxa de 16% em vez de 23%, que existe a nível nacional, mas esta redução deveria ser maior para tornar a economia madeirense mais atractiva a investimentos estrangeiros e a melhorar a dinâmica da nossa economia. Mesmo prejudicando as famílias madeirenses, mesmo prejudicando a economia regional, mesmo prejudicando o Centro Internacional de Negócios da Madeira o Governo Regional não pode no quadro actual da lei em vigor, proceder a manutenção do IVA em 14% e teve de aumentar. Esta situação é injusta e lamentável. No futuro terá de ser repensada e alterada. Não podemos continuar presos a um sistema fiscal que nos prejudica. Teremos de ter maior autonomia fiscal para a nossa Região. Sr. Presidente Sras. e Srs. Deputados No passado sábado, dia 12 de Março, ocorreu uma manifestação denominada Protesto Geração à Rasca em quase todas as cidades do País, que contestava essencialmente as condições precárias de emprego dos jovens e o desemprego qualificado. Esta juventude com idades abaixo dos 35 anos protestava contra as condições económicas que vive um País inteiro. Um País governado pelo Partido Socialista conseguindo obter os piores resultados ao nível do Desemprego que atinge hoje 64 mil licenciados desempregados em 2010, mais 16% do que em 2009. Esta manifestação vem demonstrar que a juventude portuguesa tem vontade de participar cívica e activamente nas decisões de um País. Uma manifestação que mostra que a juventude não está alheada às questões fundamentais de Portugal. Esta manifestação representa um grito de cidadania que deve ser acompanhada por uma atitude responsável, com empreendedorismo, com aproveitamento de todas as oportunidades de modo a passar de geração à rasca para geração de sucesso. Aqui na Madeira infelizmente também existe desemprego, mas como tem sido publicado pelo INE com taxas a decrescer e abaixo do nível do País. Protestos. Mas não é por isso, que deixa de ser uma preocupação do PSD-Madeira e do Governo Regional que tem trabalhado para encontrar medidas e soluções activas de desemprego, como sejam programas de incentivos a desempregados e programas de estágios profissionais atractivos. Como medida de apoio à crise o Governo Regional implementou também um sistema de SI Funcionamento, um novo e pioneiro sistema de incentivos a despesas de funcionamento ao tecido empresarial, com grande adesão das empresas. No ano de 2010 concorrerem cerca de 710 empresas regionais, com um montante de apoio previsto de 20 Pág. 4

milhões de euros, estando já para este ano de 2011 previsto mais 20 milhões de euros de apoio para este sistema no Orçamento Regional. Este é um sistema de verdadeiro apoio à tesouraria das empresas, um incentivo à manutenção dos postos de trabalho e um sinal inequívoco que o Governo Regional através do IDE, está atento à realidade das pequenas e médias empresas. Sr. Presidente Sras. e Srs. Deputados Não podia terminar esta minha intervenção sem expor a minha discordância face a muitas declarações proferidas sobre os acontecimentos de 20 de Fevereiro. Por um lado, o fundo de solidariedade da União Europeia ainda nem chegou à Região, este fundo devia de ser de facto um fundo de emergência às catástrofes ocorridas. Depois de mais de um ano não chegaram estas verbas, o que é completamente incompreensível. Quanto aos partidos da oposição vão às esquinas, vão às habitações, vão às estradas reclamar mais e mais obras, urgência na reconstrução, anunciando com mentiras que chegaram milhões à Região, quando ainda nem tinha chegado tostões. Se as obras fossem efectuadas pelo ritmo das transferências financeiras que foram feitas pelo Estado Português e pela União Europeia ainda hoje a Madeira estava num estado caótico. Ainda hoje, não existia ligação para o Norte da Ilha pela Serra Água, ainda hoje, se calhar a avenida do mar estaria intransitável. O apoio à recuperação das habitações das pessoas que viram as suas habitações danificadas chegou um ano após a tempestade ter ocorrido. Se o governo regional não tivesse intervindo através do Instituto da Habitação, através das associações de desenvolvimento de cada concelho não tivessem tomado todas as medidas e dado o apoio para realojamento e reabilitação dessas habitações. Um Ano depois ainda se calhar existiriam algumas famílias desalojados no RG3? E os partidos da oposição que fazem aproveitamento deste acontecimento não são correctos e querem como sempre lançar a confusão na mente das pessoas, sempre a dizer que a Madeira já tinha recebido milhões, quando ainda andamos a contar as facturas a pagar das limpezas e obras urgentes que foram necessárias efectuar. Ainda me lembro, na Serra de Água onde surgiu quedas de águas de todas as montanhas, fazendo com que esta freguesia infelizmente vivesse a maior destruição alguma vez pensada, com uma população em choque aparecer um politico madeirense a dizer à população que a culpa das chuvas era do Dr. Alberto João Jardim e era do PSD da Madeira. Atitude Profundamente lamentável! Transcrito do original. Aplausos do PSD. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Muito obrigado, Sra. Deputada. Tem 14 pedidos de esclarecimento. O primeiro Sr. Deputado inscrito é o Sr. Deputado Victor Freitas. Tem a palavra. O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho ouvido com atenção o Presidente do Governo Regional da Madeira afirmar com insistência que quer o Fundo Monetário Internacional no País, em Portugal. Eu gostava de saber porque é que o PSD, que tanto quer o Fundo Monetário Internacional no País, não começa a aplicar na Região Autónoma da Madeira as medidas do Fundo Monetário Internacional? É porque não é necessário ele vir para um governo decidir, tomar essas medidas. E essas medidas são: despedimento de 7% dos funcionários públicos; aumento do IVA para 25%; cortes nos vencimentos dos funcionários públicos na ordem dos 25%. São estas as medidas e as receitas do Fundo Monetário Internacional para a Irlanda! Portanto, o PSD não precisa da vinda do Fundo Monetário Internacional para a Região para tomar estas medidas. Já pode tomar. E outra questão que lhe deixo, Sra. Deputada, é se o PSD Nacional de facto segue, como parece querer seguir noutras matérias o Dr. Alberto João Jardim, segue o Presidente do Governo Regional nesta estratégia de trazer o Fundo Monetário Internacional para a Região Autónoma da Madeira? Quer o PSD ou não o Fundo Monetário Internacional no País e na Região? O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sra. Deputada Nivalda Gonçalves para responder, tem a palavra. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Victor Freitas, a sua demagogia de facto é espantosa. A entrada do FMI! Quem tem medo da entrada do FMI é de facto o Engenheiro José Sócrates que, como sabemos, às escondidas, tem negociado medidas do PEC, que são quase semelhantes às medidas que seriam aplicadas pelo FMI com a União Europeia, não negociando aqui em Portugal. E essas medidas estão a ser aplicadas. Falou do aumento do IVA? Só o ano passado aumentou 2 vezes! Quer dizer, já estamos a tomar as medidas que o FMI tomaria. E não vejo qual é o espanto. E já agora, lembrava-lhe que a entrada do FMI, entra no País pela decisão do Governo Socialista, pela decisão do Governo da República. E não sei qual é o medo que o PS tem, porque além das medidas penalizadoras que o Governo Socialista já vem tomando, teria uma vantagem: teria valores a entrar para pagar as altas dívidas que o Governo tem deixado ao País! Protestos do Sr. Victor Freitas (PS). Pág. 5

O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado Bruno Macedo para um pedido de esclarecimento à Sra. Nivalda Gonçalves, tem a palavra. O SR. BRUNO MACEDO (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Deputada Nivalda Gonçalves, V. Exa. fez aqui uma intervenção com a qual eu concordo quase em absoluto, porque realmente nós vivemos neste momento uma situação muito particular. Na realidade o Engenheiro Sócrates diz que aplica estas medidas para que os Fundos de Emergência Europeus não sejam necessários vir para Portugal, mas o que é certo é que quando chega a Bruxelas diz que está a fazer tudo para poder recorrer precisamente a esses fundos. Mas eu queria aproveitar este momento, Sra. Deputada, para, de alguma forma, lhe pedir algumas considerações sobre aquilo que tem sido uma certa dialéctica em termos políticos que tem acontecido neste País. E numa primeira fase até se dizia: Manuela Ferreira Leite e o PSD querem criar um clima de austeridade para o País!. Pág. 6 O SR. ROBERTO ALMADA (BE):- Bruxo! O ORADOR:- A antítese desta tese era que o PS não ia subir os impostos! Risos. A síntese é que o PS e o Governo da República já vão no 4.º aumento de impostos, no 4.º PEC apresentado! Sra. Deputada, a tese dizia: O PSD é inimigo do estado social. A antítese desta tese é: O PS é amigo do estado social!. Qual é a síntese deste pressuposto, Sra. Deputada? É que o PS destrói diariamente o estado social. Protestos do Sr. Roberto Almada (BE). A tese era: O País está à beira do abismo!. A antítese é: O País é um verdadeiro País das Maravilhas!. A síntese é que o País já caiu no abismo!. Sra. Deputada, agradecia que me dissesse o que é que entende, o que é que acha, qual é a sua consideração sobre estes argumentos? Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sra. Deputada Nivalda Gonçalves para responder, tem a palavra. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Bruno Macedo, de facto fez aí uma demonstração clara das alterações de opiniões, nas alterações de atitudes a que este Governo Nacional já nos habitou. E relembrava que de facto as promessas eleitorais deste Governo Socialista são uma coisa espantosa, são promessas eleitores que só duram enquanto as eleições não ocorrem, logo que as eleições ocorrem e chegam ao poder, essas promessas eleitorais passam a ser completamente falsas e passam a tomar atitudes e decisões, como foram estas do PEC, como são essas do estado social, que desvirtuam tudo aquilo que se comprometeu perante a população. Mas eu acredito que nestas próximas eleições a população já saberá avaliar que tudo o que é anunciado num período eleitoral é posteriormente desmentido, são posteriormente tomadas medidas que contrariam essas promessas eleitorais e saberá avaliar e saberão derrotar desta vez o Partido Socialista. E concordo consigo: O País neste momento está num pântano, talvez maior do que já esteve no passado! O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado Leonel Nunes para um pedido de esclarecimento à Sra. Deputado Nivalda Gonçalves, tem a palavra. O SR. LEONEL NUNES (PCP):- Obrigado, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, Sra. Deputada Nivalda, a verdade é que nos identificamos com diagnóstico que V. Exa. faz do Governo da República: de Socialista não tem nada. Mas o Presidente do Governo Regional disse que agora no Continente se está a utilizar a teoria do Comunismo Chinês. Já deve estar a olhar para o Continente com olhos rasgados também. Risos. Agora, o problema que se coloca é, se nos identificamos com o diagnóstico, não estamos de acordo já com as soluções, com o remédio que querem arranjar, porque a verdade é esta: o PSD está ou não está disponível para viabilizar estas políticas que têm vindo a ser seguidas pelo Sr. Engenheiro Sócrates? Vai apresentar uma moção de censura? Vai aprovar o PEC? Estamos de acordo que este PEC não visa mais do que cortar os salários à administração pública, são os cortes nas despesas sociais, são as diminuições na dedução da colecta do IRS, são os entraves que se põem aos míseros euros que recebem os reformados. Sim senhor, tudo verdade! Agora, há que tomar medidas. Nós vamos apresentar aqui nesta Casa ainda hoje um projecto de resolução que visa marcar claramente a posição da Assembleia Legislativa da Madeira em relação a estas medidas. Será que o PSD está de acordo em votar favoravelmente um projecto de resolução contra estas políticas que têm sido levadas a cabo pelo Sr. Primeiro-ministro, Engenheiro Sócrates?

O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sra. Nivalda Gonçalves para responder, tem a palavra. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Leonel, em primeiro lugar queria-lhe dizer que o comunismo, claramente, não será hoje em dia a estratégia para a solução do nosso País. O PSD já afirmou aqui claramente, e já afirmou a nível nacional claramente, que não irá apoiar mais medidas do PEC. E eu relembrava Sr. Deputado que o PSD-Madeira também no anterior Orçamento de Estado votou contra e votará contra a essas medidas do PEC 4 na Assembleia da República! O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado Lino Abreu para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sra. Deputada Nivalda Gonçalves, ouvi atentamente o seu diagnóstico para a Região Autónoma da Madeira, mas esqueceu-se de uma coisa: disse, e muito bem, que não concorda com as medidas do Governo Nacional. Mas como é que pode ter essa forma, como discursou ali a dizer que não concordava, quando aplicou na íntegra todas as medidas do pacote 3 aqui na Região no Orçamento para 2011? O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Pacote 3? O ORADOR:- Sim, sim, o PEC3! Como é que aplicou na íntegra todo o PEC das medidas de austeridade? Mas no longo discurso que fez, não apresentou nem uma solução para a crise que a Região atravessa. Qual é a solução que tem em termos económicos? Não disse nem uma! Qual é a solução que tem para os dezasseis mil e quatrocentos desempregados? Nem uma! Qual é a solução que tem para a crise económica no turismo? Nem uma! Qual é a solução que tem os cinquenta e cinco mil reformados e pobres nesta Região? Nem uma! Falou apenas e tão só nas medidas que o Governo Nacional está a aplicar, mas as medidas aqui da Região não sabemos quais são, nem uma medida nova o Governo Regional aplicou em termos sociais e económicos no Orçamento para 2011. Vozes da oposição:- Muito bem! O Sr. VICTOR FREITAS (PS):- Muito bem!? O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sra. Deputada Nivalda Gonçalves para responder, tem a palavra. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Lino, de facto eu faço a intervenção sobre os temas que acho que devo fazer. Se o Sr. Deputado acha que deve fazer Protestos do Sr. Lino Abreu (CDS/PP). Até parece que a Madeira não faz parte de um todo Nacional e não faz parte da economia global que faz parte o País. E se calhar os madeirenses não são portugueses na sua óptica! E relembrava que nos anteriores PEC s estávamos obrigados a aumentar o IVA, estávamos obrigados a manter a taxa do IVA. Relembrava, que algumas medidas do PEC são de obrigação de aplicar aqui na Madeira pelas leis em vigor. E uma das soluções que eu anunciei na minha intervenção, Sr. Deputado, é de facto a criação de um sistema fiscal próprio, um sistema que nos dá maior autonomia e um sistema que a nível económico melhoraria a atracção das empresas, nomeadamente a atracção de empresas para o Centro Internacional de Negócios. Comentário do Sr. Lino Abreu (CDS/PP). A ORADORA:- Mas tem mais medidas, Sr. Deputado. Lembro que a taxa do IRS é uma medida de apoio social às famílias e que já é mais baixa; que as empresas têm uma taxa de IRC mais baixa do que a nível Nacional, e o Sr. Deputado sabe que é verdade; sabe inclusive que as empresas que têm uma matéria colectável abaixo dos doze mil e quinhentos euros têm uma taxa de IRC de 10%. Isto é, ou não, um apoio às empresas, àquelas pequenas e médias empresas que apresentam matéria colectável abaixo dos doze mil e quinhentos euros? O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Isso é esconder a realidade da Região! Pág. 7

Pág. 8 O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Muito obrigado. Srs. Deputados os restantes dez pedidos de esclarecimento transitam para a próxima Sessão Plenária. E vamos passar à discussão de um voto de congratulação da autoria do Bloco de Esquerda. Consta do seguinte: Voto de Congratulação Pela distinção do Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano Categoria Local pela European Newspapaer Award A distinção do Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano na categoria local deve ser motivo de regozijo para todos os madeirenses. O Trabalho jornalístico de excelência produzido pela empenhada equipa que faz do Diário um ícone da liberdade de expressão numa terra em que a democracia ainda é frágil, só pode ser do ponto de vista do Bloco de Esquerda valorizado. Este prémio vem provar que na Madeira existem profissionais da comunicação social de alto gabarito, capazes de desenvolver um trabalho de investigação sério e isento, sempre com a preocupação de dar ao leitor a melhor informação. Que este prémio seja um incentivo para continuar a desbravar caminhos de liberdade informativa, muitas vezes tortuosos e nada fáceis de trilhar. Que esta distinção seja encarada como um prémio merecido àqueles que não vergam perante os poderes instituídos, e que fazem da paixão de informar com isenção e rigor um modo de estar no mundo da comunicação social ao mais alto nível. Por todas estas razões, o Deputado do Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira aprove o presente voto de congratulação pela distinção do Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano Categoria Local pela European Newspapaer Award. Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira. Funchal, 16 de Novembro de 2010 O Deputado do Bloco de Esquerda, Ass.: Roberto Almada.- Está à discussão. O Sr. Deputado Roberto Almada para uma intervenção, tem a palavra. O SR. ROBERTO ALMADA (BE):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a distinção do Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano na categoria local deve ser motivo de regozijo para todos os madeirenses. O Trabalho jornalístico de excelência produzido pela empenhada equipa que faz do Diário um ícone da liberdade de expressão numa terra em que a democracia ainda é frágil, só pode ser, do ponto de vista do BE, valorizado. Este prémio vem provar que na Madeira existem profissionais da comunicação social de alto gabarito, capazes de desenvolver um trabalho de investigação sério e isento, sempre com a preocupação de dar ao leitor a melhor informação. Que este prémio seja um incentivo para continuar a desbravar caminhos de liberdade informativa, muitas vezes tortuosos e nada fáceis de trilhar, como se sabe, nesta Região. Que esta distinção seja encarada como um prémio merecido àqueles que não vergam perante os poderes instituídos, e que fazem da paixão de informar, com isenção e rigor, um modo de estar no mundo da comunicação social ao mais alto nível. Por todas estas razões, entendemos que é da mais elementar justiça aprovar este voto pela distinção do Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano categoria local pela European Newpaper Award. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado André Escórcio para uma intervenção, tem a palavra. O SR. ANDRÉ ESCÓRCIO (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este galardão conquistado pelo Diário de Notícias acaba por ter de facto muito mais sabor, mais interesse, quanto maior são os ataques que lhe fazem. Foram precisos outros, lá fora, reconhecerem aquilo que cá dentro muitos não querem ver. O sentido estético do jornal, o seu grafismo, a abrangência das temáticas, constituem uma marca que todos os madeirenses se devem orgulhar, quando são certamente milhares os que se publicam por toda essa Europa. Mas este prémio espelha também a saudável teimosia empresarial de várias gerações que o tornaram ímpar na liberdade de expressão. Teimosia empresarial de reconhecido valor, quando todos os dias tem de lutar contra o mercado com regras desvirtuadas a todos os níveis. Enquanto uns não precisam de se mexer, apenas de publicar, o Diário de Notícias todos os dias tem de se preocupar com as receitas para manter os postos de trabalho dos seus colaboradores. Que o centenário Diário continue com o seu dinamismo, com o seu sentido de luta pela liberdade, o seu sentido de independência. São esses os factores que ajudam a construir e a melhorar a própria democracia. Quando aqui vêm tantos votos de congratulação O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- terminou o seu tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- por um ou outro título conquistado por atletas da Região, esperamos, Sr. Presidente, que todos os parlamentares votem favoravelmente, pois este galardão contribui indiscutivelmente para a nossa auto-estima, enquanto povo insular. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Obrigado, Sr. Deputado. Sr. Deputado Lopes da Fonseca para uma intervenção, tem a palavra.

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quando internacionalmente qualquer instituição da Madeira é distinguida, nós só temos de louvar quem nos atribui esses prémios, em particular, quando um órgão de comunicação, neste caso particular do Diário de Notícias, foi distinguido com um galardão desta importância, nós só temos que nos congratular. Quando a Região tem um órgão de comunicação social, que devido à sua pluralidade, isenção dos seus profissionais, tem demonstrado ao longo destes anos todos a sua capacidade face às vicissitudes difíceis da crise e também de outros obstáculos que tem enfrentado, isso é louvável do ponto de vista da comunicação social. Neste sentido, o CDS/PP louva o prémio atribuído ao Diário de Notícias. E também nos congratularíamos se houvesse outras instituições, nomeadamente da comunicação social, que viessem a receber galardões deste calibre, são sem dúvida aqueles que alimentam a comunicação social e dão ânimo aos seus profissionais para continuar esta senda da pluralidade da informação que é tão útil, sobretudo na altura em que vivemos, uma altura de grandes dificuldades e de grande aperto para muitos dos profissionais da comunicação social que, como se sabe, infelizmente, muitos deles nem sequer emprego têm nesta Região. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado Leonel Nunes para uma intervenção, tem a palavra. O SR. LEONEL NUNES (PCP):- Obrigado, Sr. Presidente. Vamos nos aliar a este voto de congratulação relacionado com a atribuição ao Diário de Notícias da Madeira como Jornal Europeu do Ano. São categorias que são atribuídas a jornais com prestígio, que acima de tudo colocam também o rigor. Julgamos que há razões para nos congratularmos quando isto acontece. Esta Assembleia é pródiga em aprovar votos de congratulação pelo atleta que fez isto, pelo clube que subiu de divisão, pelo clube que marcou mais um golo, julgamos que está muito aquém deste prémio que é atribuído aqui ao Diário de Notícias. Por essa razão o nosso voto favorável e gostaríamos de ver outros órgãos de comunicação social, em vez de desprestigiarem a Região, também lhes ser atribuída uma distinção, como foi atribuído ao Diário de Notícias da Madeira. Oxalá que venham outros e que mereçam também esta distinção. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado Savino Correia para uma intervenção, tem a palavra. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, naturalmente que o PSD-Madeira congratula-se com o sucesso dos privados. As empresas privadas que têm sucesso na Europa e no mundo são motivo de orgulho para uma Região como a nossa, insular. Contudo, não podemos aqui fulanizar ou banalizar os votos de congratulação. Repare-se que na Madeira têm sido atribuídos muitos prémios internacionais, quer na área da saúde, da arquitectura, da engenharia civil, do desporto, dos serviços como, por exemplo, acontece hoje aqui relativamente a algumas unidades hotelarias da nossa Região. O que é óptimo, porque distingue pela qualidade e pelo serviço de excelência que desenvolvem. Contudo, aqui, parece-me que há uma deturpação dos fundamentos da atribuição deste prémio. Repare-se que os fundamentos da atribuição do prémio é o grafismo, e os senhores estão aqui a falar de questões que não têm nada a ver com isto, falam em questões que não são os fundamentos que estão na base da atribuição do prémio. E o que está na base da atribuição do prémio, conforme, aliás, foi objecto do motivo da fundação deste prémio, foi que o embrulho é tão importante como o conteúdo. E o embrulho diz respeito ao grafismo, o grafismo é arte, são os detalhes, são as formas, são os ritmos, é a cor, é o marketing, é a parte comercial. E os senhores, do voto que apresentam aqui, fazem um voto político O SR. AGOSTINHO GOUVEIA (PSD):- Muito bem! O ORADOR:- que não tem nada a ver com os fundamentos da atribuição deste prémio. E falam aqui em colonialismo, falam em isenção e não é isso que está em causa. Portanto, estão aqui a deturpar os fundamentos que levaram à atribuição deste prémio, pelo que vamos votar contra este voto, porque não tem nada a ver. Os senhores Deputados estão aqui a falar de questões que não têm nada a ver com os pressupostos, com os fundamentos que estão na origem da atribuição do prémio, que é o grafismo e não questões que os senhores pretendem valorizar do ponto de vista político e que não são os fundamentos. Estão a deturpar os fundamentos e as razões de facto e de direito que levaram à atribuição deste prémio em termos internacionais. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado Roberto Vieira para uma intervenção, tem a palavra. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Partido da Terra vai votar favoravelmente este voto de congratulação, isto em virtude de ser uma satisfação para a Região, um prémio desta dimensão a um órgão de comunicação social, independentemente de ser o Diário de Notícias, que poderia ser outro, e nós teríamos uma grande satisfação sermos premiados. Pág. 9

Ao contrário do PSD, que nós sabemos porque é que vota contra, porque todos os dias dirigentes do PSD atacam este órgão de comunicação social, dizem que não tem valor. E a verdade é que, ao contrário daquilo que dizem, a nível Europeu foram reconhecidos e merecem realmente, porque é um Diário de Notícias isento e de qualidade. Pág. 10 Protestos do PSD. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Muito obrigado. A Mesa vai colocar à votação, o voto de congratulação, apresentado pelo Bloco de Esquerda, Pela distinção do Diário de Notícias, como Jornal Europeu do Ano. Submetido à votação, foi rejeitado com 20 votos contra do PSD e 12 votos a favor sendo 5 do PS, 2 do PCP, 2 do CDS/PP, 1 do BE, 1 do MPT e 1 do PND. E terminamos aqui o período de antes da ordem do dia, vamos entrar na nossa ordem de trabalhos. ORDEM DO DIA Sras. e Srs. Deputados, e entramos na I.ª parte. Trata-se do levantamento de imunidade parlamentar, que, de acordo com o artigo 23.º do Estatuto Político- Administrativo da Região, estas decisões têm de ser tomadas por escrutínio secreto e maioria absoluta dos deputados presentes, procedendo parecer da Comissão competente. E, portanto, temos o ponto 1, que é a leitura do parecer da comissão de regimentos e mandatos e votação, nos termos do artigo 39.º, alínea b) do Regimento, conjugado com o artigo 23.º, n.º 6 do Estatuto Político-Administrativo da Região, do pedido de levantamento da imunidade parlamentar, do deputado André Escórcio, requerida pelo Tribunal Judicial do Funchal no âmbito do processo n.º 2539/07.0TAFUN. O Sr. Deputado Leonel Nunes quer interpelar a Mesa? O SR. LEONEL NUNES (PCP):- Sim, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Tem a palavra, Sr. Deputado. O SR. LEONEL NUNES (PCP):- Sr. Presidente, nesta matéria a nossa bancada gostava de saber qual é a posição das pessoas aqui inseridas para retirar a imunidade parlamentar, porque vamos votar conforme a vontade das pessoas que estão aqui colocadas. Eu penso que é justo que o Sr. Deputado André Escórcio diga: sim senhor, eu dispenso a minha imunidade, ou não dispenso!. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado, nós vamos ler o parecer da Comissão de Regimento e Mandatos e depois vamos proceder à votação. Se algum deputado quiser interpelar a Mesa, naturalmente que o poderá fazer. Sra. Secretária, fazia o favor de ler o parecer. Oh! Srs. Deputados, agradeço o vosso silêncio para que a Sra. Secretária possa proceder à leitura. Foi lido e consta do seguinte: Ofício n.º 5156203, Processo n.º 2359/07.0TAFUN, de 18/06/2009, do Tribunal Judicial do Funchal 1.º Juízo Criminal, em que é solicitado que o Senhor Deputado João André Camacho Escórcio, seja constituído arguido PARECER Aos 26 dias do Mês de Outubro de 2010, pelas 11:00 horas, reuniu-se a Comissão de Regimento e Mandatos da Assembleia Legislativa, a fim de emitir parecer sobre o assunto em epígrafe. Os actos terão ocorrido em 13/04/2000, altura em que o Deputado João André Camacho Escórcio não tinha esta qualidade nem mesmo de candidato a Deputado. Nos termos do artigo 23.º do Estatuto Político-Administrativo da Região, os Deputados não respondem criminalmente pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções, o que não é manifestamente o caso em apreciação. Assim, não pode prevalecer-se o Senhor Deputado em questão da imunidade parlamentar. Nos termos do n.º 3, do artigo 5.º do Regimento, foi solicitado ao Senhor Deputado que se pronunciasse, querendo, sobre o assunto, o que até à data não o fez. A decisão de ser levantada a imunidade parlamentar tem de ser tomada pelo Plenário nos termos do n.º 6, do artigo 23.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, sendo o parecer desta Comissão meramente instrumental. Este parecer foi aprovado por maioria com os votos a favor do PSD, abstenção do PCP, CDS/PP, BE e MPT e contra do PS e PND. Funchal, 26 de Outubro de 2010 O Presidente, Ass.: Tranquada Gomes.-

O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Obrigado, Sra. Secretária. E pedia à Sra. Deputada Carmo Almeida e ao Sr. Deputado Lopes da Fonseca para nos ajudar no escrutínio dos votos. Agradecia a vossa colaboração. Sr. Deputado André Escórcio, quer interpelar a Mesa? O SR. ANDRÉ ESCÓRCIO (PS):- Sim, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Tem a palavra, Sr. Deputado. O SR. ANDRÉ ESCÓRCIO (PS):- Muito obrigado, Sr. Presidente. Na sequência da questão levantada pelo Sr. Deputado Leonel Nunes, eu tenho que informar o Plenário que fui eu, em devido tempo, que solicitei o pedido de levantamento da imunidade parlamentar. Por tratar-se de um assunto para o qual, acontecido no ano 2000, enquanto vereador da Câmara Municipal do Funchal e que houve protelamento de todo este processo, a mim não pode incorrer qualquer dúvida, porque desde o primeiro momento, Sr. Presidente, sempre estive disponível para proceder a essas declarações e o Sr. Deputado Presidente da Comissão, o Sr. Deputado Tranquada Gomes, sabe do processo. Portanto, estou disponível para isso. O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Muito obrigado, Sr. Deputado. Vamos proceder, então à votação, por voto secreto. Pedia à Sra. Secretária o favor de proceder à chamada dos Srs. Deputados. Procedeu-se à chamada, à qual responderam 39 Deputados: PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Bruno Miguel Velosa de Freitas Pimenta Macedo Élvio Manuel Vasconcelos Encarnação Gabriel Paulo Drumond Esmeraldo Gustavo Alonso de Gouveia Caires Jaime Filipe Gil Ramos Jaime Pereira de Lima Lucas Jorge Moreira de Sousa José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Luís Medeiros Gaspar José Paulo Baptista Fontes José Savino dos Santos Correia Manuel Gregório Pestana Maria do Carmo Homem da Costa de Almeida Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Nivalda Nunes Silva Gonçalves Orlando Evaristo da Silva Pereira Pedro Emanuel Abreu Coelho Rubina Alexandra Pereira de Gouveia Rui Miguel Moura Coelho Sara Aline Medeiros André Sidónio Baptista Fernandes Sónia Maria de Faria Pereira Vasco Luís Lemos Vieira Vicente Estêvão Pestana PARTIDO SOCIALISTA (PS) Carlos João Pereira João André Camacho Escórcio João Carlos Justino Mendes de Gouveia Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça Victor Sérgio Spínola de Freitas PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Gomes Freitas Silva Leonel Martinho Gomes Nunes CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS) António Manuel Lopes da Fonseca Lino Ricardo Silva Abreu BLOCO DE ESQUERDA (BE) Roberto Carlos Teixeira Almada Pág. 11

MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) António Henrique Baptista Fontes O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Srs. Deputados, o resultado da votação do ponto 1, levantamento da imunidade parlamentar do Deputado André Escórcio, é a seguinte: 39 Srs. Deputados votantes, sendo 35 votos sim, 1 voto não e 3 votos brancos. Passamos ao ponto 2, com a leitura do parecer da Comissão de Regimento e Mandatos e votação, nos termos do artigo 39.º, alínea b) do Regimento, conjugado com o artigo 23.º, n.º 6 do Estatuto Político, do pedido de levantamento da imunidade parlamentar do deputado João Carlos Gouveia, requerida pelo Tribunal Judicial de São Vicente, no âmbito do processo n.º 154/04.7 PASVC. Eu chamo a atenção que na ordem que foi entregue, penso que na ordem que foi entregue a todos os Srs. Deputados, o que deveria vir em segundo lugar, está em terceiro e, portanto, tenham em atenção essa troca, na ordem. A Sra. Secretária faz favor, lia o parecer. Foi lido e consta do seguinte: Ofício n.º 208882, Processo n.º 154/04.7PASVC, de 07/09/11, do Tribunal Judicial de São Vicente Secção Única PARECER Aos 02 dias do Mês de Novembro de 2007, pelas 10:00 horas, reuniu a Comissão de Regimento e Mandatos da Assembleia Legislativa, a fim de emitir parecer sobre o assunto em epígrafe. Colocado à discussão e votação e após audição do deputado, a Comissão deliberou por unanimidade não autorizar a suspensão do mandato do deputado João Carlos Justino Mendes Gouveia. Este parecer foi aprovado por unanimidade. Funchal, 16 de Dezembro de 2010 O Presidente Ass.: Tranquada Gomes.- O Sr. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Muito obrigado, Sra. Secretária. Sr. Deputado João Carlos Gouveia para interpelar a Mesa, tem a palavra. O SR. JOÃO CARLOS GOUVEIA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu não tinha conhecimento deste processo que vinha cá hoje ao Plenário. Chamo a atenção que estamos a nos referir de 2 de Novembro de 2007. Pág. 12 Comentário de um Sr. Deputado. Sim, sim, mas eu acho estranho ser só hoje! Comentário de um Sr. Deputado. Está bem. Eu tinha conhecimento do outro Portanto, este tem a ver com a minha actividade política e eu, sobre a minha actividade política, não quero que se levante a minha imunidade parlamentar. Comentário de um Sr. Deputado. O ORADOR:- É o de 2007, é de 2007! O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- É claro! É de 2007, subiu a Plenário O ORADOR:- Tem a ver com a minha actividade, que eu desconheço O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Sr. Deputado, não lhe posso dizer as razões. Já reparei que de facto o parecer é de 2007, portanto O ORADOR:- De 2007, que eu desconheço sinceramente o que seja! O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Muito obrigado, mas vamos proceder à votação de acordo com o que está já agendado. E pedia à Sra. Secretária o favor de proceder à chamada dos Srs. Deputados. Procedeu-se à chamada à qual responderam 39 Deputados. PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Bruno Miguel Velosa de Freitas Pimenta Macedo Élvio Manuel Vasconcelos Encarnação

Gabriel Paulo Drumond Esmeraldo Gustavo Alonso de Gouveia Caires Jaime Filipe Gil Ramos Jaime Pereira de Lima Lucas Jorge Moreira de Sousa José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Luís Medeiros Gaspar José Paulo Baptista Fontes José Savino dos Santos Correia Manuel Gregório Pestana Maria do Carmo Homem da Costa de Almeida Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Nivalda Nunes Silva Gonçalves Orlando Evaristo da Silva Pereira Pedro Emanuel Abreu Coelho Rubina Alexandra Pereira de Gouveia Rui Miguel Moura Coelho Sara Aline Medeiros André Sidónio Baptista Fernandes Sónia Maria de Faria Pereira Vasco Luís Lemos Vieira Vicente Estêvão Pestana PARTIDO SOCIALISTA (PS) Carlos João Pereira João André Camacho Escórcio João Carlos Justino Mendes de Gouveia Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça Victor Sérgio Spínola de Freitas PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Gomes Freitas Silva Leonel Martinho Gomes Nunes CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS) António Manuel Lopes da Fonseca Lino Ricardo Silva Abreu BLOCO DE ESQUERDA (BE) Roberto Carlos Teixeira Almada MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) António Henrique Baptista Fontes O SR. PRESIDENTE (Paulo Fontes):- Obrigado, Sra. Secretária. Srs. Deputados, o resultado da votação deste ponto 2, referente ao levantamento da imunidade parlamentar do Deputado João Carlos Gouveia, é a seguinte: 39 Srs. Deputados votantes, sendo 1 voto sim, 37 votos não e 1 voto branco. Ponto 3. Leitura do parecer da Comissão de Regimento e Mandatos e votação, nos termos do artigo 39.º, alínea b) do Regimento, conjugado com o artigo 23.º, n.º 6 do Estatuto Político, do pedido de levantamento da imunidade parlamentar do deputado João Carlos Gouveia, requerida pelo Tribunal Judicial do Funchal, no âmbito do processo n.º 1966/10.8TAFUN. A Sra. Secretária da Mesa vai fazer o favor de ler o parecer. Foi lido e consta do seguinte: Ofício n.º 6186663, Processo n.º 1966/10.8TAFUN, de 2010/09/14, do Tribunal Judicial do Funchal 1.º Juízo Criminal, em que é solicitado que o Senhor deputado João Carlos Justino Mendes de Gouveia seja constituído e interrogado como arguido PARECER Aos 11 dias do Mês de Janeiro de 2011, pelas 16:00 horas, reuniu-se a Comissão de Regimento e Mandatos da Assembleia Legislativa, a fim de emitir parecer sobre o assunto em epígrafe. Ouvido o deputado que se manifestou no sentido de ser levantada a sua imunidade uma vez que o processo, em seu entender, nada ter a ver com a sua actividade parlamentar, a Comissão deliberou por unanimidade propor ao Plenário que, após votação nos termos regimentais, autorize o levantamento da imunidade do deputado. Pág. 13