Paulo Afonso Monteiro Velasco Júnior A Evolução dos Mecanismos Extraconvencionais de Controle na Comissão de Direitos Humanos O caso do Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias DISSERTAÇÃO DE MESTRADO INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais Rio de Janeiro Abril de 2004
Paulo Afonso Monteiro Velasco Júnior A Evolução dos Mecanismos Extraconvencionais de Controle na Comissão de Direitos Humanos O caso do Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pósgraduação em Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Orientadora: Profª. Mônica Herz Rio de Janeiro Abril de 2004
Paulo Afonso Monteiro Velasco Junior A Evolução dos Mecanismos Extraconvencionais de Controle na Comissão de Direitos Humanos O caso do Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de mestre pelo programa de Pós-graduação em Relações Internacionais da PUC-Rio. Aprovada pela comissão examinadora abaixo assinada. Profª. Mônica Herz Orientadora Instituto de Relações Internacionais PUC-Rio Prof. José Maria Gómez Instituto de Relações Internacionais PUC-Rio Prof. Florian Fabian Hoffmann Departamento de Direito PUC-Rio Prof. João Pontes Nogueira Coordenador Setorial do Centro de Ciências Sociais PUC-Rio Rio de Janeiro, 12 de abril de 2004.
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, da orientadora e da universidade. Paulo Afonso Monteiro Velasco Júnior Graduou-se em Direito na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 2000. Ficha Catalográfica Velasco Junior, Paulo Afonso Monteiro A evolução dos mecanismos extraconvencionais de controle na comissão de direitos humanos: o caso do grupo de trabalho sobre detenções arbitrárias / Paulo Afonso Monteiro Velasco Junior; orientador: Mônica Herz. Rio de Janeiro: PUC, Instituto de Relações Internacionais, 2004. 140 f. : il. ; 30 cm Dissertação (mestrado) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Instituto de Relações Internacionais. Inclui referências bibliográficas. 1. Relações internacionais Teses. 2. regime de direitos humanos. 3. Comissão de direitos humanos. 4. Mecanismos de controle temáticos. I. Herz, Mônica. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Instituto de Relações Internacionais. III. Título. CDD: 327
Agradecimentos À minha orientadora Professora Mônica Herz, pelo estímulo e parceria para a realização deste trabalho. À CAPES e à PUC-Rio, pelos auxílios concedidos, sem os quais este trabalho não poderia ter sido realizado. À minha namorada Jennifer, pelo apoio, paciência e compreensão de todas as horas. Aos meus pais, pela educação, carinho e atenção. Aos meus irmãos, por toda a força e estímulo recebidos. Aos meus colegas do IRI. Aos professores que participaram da Comissão examinadora. A todos os professores e funcionários do IRI, pelos ensinamentos e pela ajuda. A todos os amigos e colegas que de uma forma ou de outra me estimularam ou me ajudaram.
Resumo Velasco Júnior, Paulo Afonso Monteiro; Herz, Mônica (Orientadora). A Evolução dos Mecanismos Extraconvencionais de Controle na Comissão de Direitos Humanos. O caso do Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias. Rio de Janeiro, 2004. 140 p. Dissertação de Mestrado Instituto de Relações Internacionais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Esta dissertação destaca o papel do Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias, como prova da evolução dos mecanismos de controle no plano da Comissão de Direitos Humanos. Os mecanismos extraconvencionais de proteção colocados à disposição da Comissão de Direitos Humanos sofreram marcante evolução ao longo do tempo. Nessa linha evolutiva ganham destaque os procedimentos temáticos, dentre os quais sobressai o Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias, criado em 1991. Este grupo centra-se na investigação do caráter arbitrário das detenções impostas a pessoas determinadas, podendo atuar em qualquer país membro das Nações Unidas, independentemente da adesão a tratados ou convenções. Caracteriza-se, ainda, por agir à margem de pressões políticas, embasando-se apenas na expertise de seus cinco membros-especialistas para emitir suas opiniões. Dado o caráter objetivo e não-seletivo de sua atuação e considerada a sua capacidade de agir na proteção efetiva de indivíduos específicos, o Grupo Sobre Detenções Arbitrárias constitui um valioso instrumento de investigação e controle nas mãos da Comissão. Palavras-chave Regime de Direitos Humanos, Comissão de Direitos Humanos, Mecanismos de Controle Temáticos, Relações Internacionais.
Abstract Velasco Júnior, Paulo Afonso Monteiro; Herz, Mônica (Advisor). The Evolution of Extra-conventional Mechanisms of Control in the Commission on Human Rights. The case of the Working Group on Arbitrary Detention. Rio de Janeiro, 2004. 140 p. MSc. Dissertation Instituto de Relações Internacionais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. This dissertation highlights the role of the Working Group on Arbitrary Detention, as an evidence of the evolution of the mechanisms of control at the level of the Commission on Human Rights. Throughout time, extra-conventional mechanisms at the disposal of the Commission on Human Rights have undergone a remarkable evolution. In this context, thematic mechanisms gathered momentum, among which the Working Group on Arbitrary Detention created in 1991 stands out. This group focuses on the investigation of the arbitrary character of detentions imposed on specific individuals, applying to any member of the United Nations, even those that are not party to treaties or conventions. It acts, as well, protected from political pressures, only based on the expertise of its five expert-members to present its opinions. Given the objectivity and non-selectivity of its performance and considering its capacity of effectively protecting specific individuals, the Working Group on Arbitrary Detention represents a worthy instrument of investigation and control in the hands of the Commission. Keywords Human Rights Regime, Commission on Human Rights, Thematic Mechanisms of Control, International Relations.
Sumário 1. Introdução 10 2. Os Direitos Humanos 15 2.1. Conceito 15 2.2. As três gerações de direitos humanos 15 2.3. Os direitos humanos e a história 17 2.4. Os direitos humanos e a ONU 23 2.5. A Carta Internacional de Direitos 26 2.6. Os direitos humanos em convenções e declarações sobre temas específicos 31 2.7. A proteção regional de direitos humanos 32 2.8. O direito humanitário, seus instrumentos legais e suas instituições 36 2.9. As relações entre direitos humanos e direito humanitário 37 2.10. A atuação dos órgãos principais da ONU na proteção aos direitos humanos 39 2.10.1. O Conselho de Segurança 39 2.10.2. A Assembléia Geral 41 2.10.3. O Escritório do Secretário Geral 42 2.10.4. A Corte Internacional de Justiça 45 2.10.5. O Conselho Econômico e Social 45 3. A Comissão de Direitos Humanos 48 3.1. A Comissão e suas atribuições gerais 48 3.2. A Comissão e a elaboração de normas gerais 49 3.3.A Comissão e a atividade promocional 51 3.4.A Comissão e a proteção de direitos e respostas a violações 52 3.4.1. O procedimento confidencial 1503 56
3.4.2. O procedimento 1235 59 3.4.2.1. Grupos ou Relatores de Investigação por Países (geográficos) 61 3.4.2.2. Grupos ou Relatores de Investigação por Temas Específicos (temáticos) 63 3.5.O Alto Comissário das Nações Unidas sobre Direitos Humanos 67 3.6. Um enfoque da teoria de regimes sobre a evolução dos mecanismos de proteção aos direitos humanos 70 3.6.1. Definição e características do regime 70 3.6.2. Três perspectivas teóricas 73 3.6.3. A teoria escolhida 76 3.6.4. Características da Teoria Cognitiva Fraca 77 3.6.4.1. As idéias 78 3.6.4.2. O aprendizado 80 3.6.4.3. Principled Issue Networks 84 3.6.5. Conclusão 86 4. O Grupo de Trabalho Sobre Detenções Arbitrárias 88 4.1. Origens 88 4.2. Características 89 4.3. O mandato 90 4.4. Submissão e consideração de comunicações 97 4.5. Procedimentos de ações urgentes 101 4.6. Coordenação com outros mecanismos de direitos humanos 102 4.7. Cooperação com as Organizações Não-Governamentais 104 4.8. Contexto de sua criação Pós-Guerra Fria 105 4.9. Análise empírica da atuação do Grupo 110 4.9.1. As primeiras opiniões 111 4.9.1.1. Decisão 7/1992 (Peru) 112 4.9.1.2. Decisão 14/1992 (Cuba) 114 4.9.1.3. Decisão 1/1992 (Irã) 115 4.9.2. O caráter não-seletivo das opiniões 117
4.9.2.1. Opinião 6/1997 (Estados Unidos) 117 4.9.2.2. Opinião 9/1999 (Rússia) 118 4.9.2.3. Opinião 26/1999 (Espanha) 119 4.9.2.4. Opinião 28/1999 (Reino Unido) 121 4.10. Balanço da atuação do Grupo 124 5. Conclusão 130 6. Referências bibliográficas 135