QBQ-0230 Bioquímica do Metabolismo Biologia Noturno

Documentos relacionados
Via das pentoses-fosfato

Aula Via das pentoses-fosfato Rota da hexose-monofosfato Rota do fosfogliconato

Glicogênio, amido e sacarose

Via das pentoses fosfato Liberar energia

Via das pentoses fosfato Liberar energia

Oxidação parcial o que acontece com o piruvato?

BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS. Bianca Zingales IQ-USP

Corpos cetônicos. Quais são? A partir de qual composto se formam? Como se formam? Quando se formam? Efeitos de corpos cetônicos elevados?

Objectivos. 1. Avaliar a importância do metabolismo de outros glúcidos, nomeadamente frutose e galactose

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

Organelas Transdutoras de Energia: Mitocôndria - Respiração

Introdução ao Metabolismo Microbiano

5/4/2011. Metabolismo. Vias Metabólicas. Séries de reações consecutivas catalisadas enzimaticamente, que produzem produtos específicos (metabólitos).

Metabolismo de Glicídios

Cérebro e hemácias utilizam a glicose como fonte exclusiva de energia. Cerca de 75% da oxidadação da glicose / dia é feita pelo cérebro (adulto).

Metabolismo de glicogênio. Via das pentose-fosfatos. Prof. Dr. Henning Ulrich

O Observatório de Educação em Direitos Humanos / Unesp (SP) está iniciando uma campanha educativa em defesa da "democracia".

Aulas Multimídias Santa Cecília Profª Renata Coelho Disciplina: Biologia Série: 9º ano EF

PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS

Funções do Metabolismo

Oxidação parcial o que acontece com o piruvato?

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos

Hoje iremos conhecer o ciclo de Krebs e qual a sua importância no metabolismo aeróbio. Acompanhe!

Pode ser polimerizada, estocada, transportada e liberada rapidamente quando o organismo precisa de energia ou para compor estruturas especiais

Resumo esquemático da glicólise

Doenças Metabólicas. Revisão Bioquímica. Bruna Mion

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

Semana 12 Respiração Celular

Corpos cetônicos e Biossíntese de Triacilglicerois

Acetil CoA e Ciclo de Krebs. Prof. Henning Ulrich

FISIOLOGIA VEGETAL 24/10/2012. Respiração. Respiração. Respiração. Substratos para a respiração. Mas o que é respiração?

Universidade Salgado de Oliveira Disciplina de Bioquímica Básica Carboidratos e metabolismo

Conversão de energia Mitocôndria - Respiração

MAPA II POLISSACARÍDIOS PROTEÍNAS LIPÍDIOS GLICOSE AMINOÁCIDOS ÁCIDOS GRAXOS. Leu Ile Lys Phe. Gly Ala Ser Cys. Fosfoenolpiruvato (3) Piruvato (3)

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 1º. ALUNO(a):

Introdução ao Metabolismo. Profª Eleonora Slide de aula

Metabolismo I: Metabolismo heterotrófico

Profª Eleonora Slide de aula. Introdução ao Metabolismo

Introdução e apresentação geral do metabolismo da glicose

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICONEOGÊNESE. Profa. Dra. Marina Prigol

Professor Antônio Ruas

Universidade Federal do Pampa Campus Itaqui Bioquímica GLICÓLISE AERÓBICA. Ciclo de Krebs e Fosforilação Oxidativa. Profa.

Matéria: Biologia Assunto: Respiração celular Prof. Enrico blota

QBQ 0204 Bioquímica. Carlos Hotta. Glicólise 13/05/17

Via das pentoses-fosfato

METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS - GLICÓLISE

O QUE É O METABOLISMO????

Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Obtenção de Energia. Oxidação de Carboidratos. Obtenção de energia por oxidação 19/08/2014

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo.

A energética celular:

Gliconeogênese. Gliconeogênese. Órgãos e gliconeogênese. Fontes de Glicose. Gliconeogênese. Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia

METABOLISMO ENERGÉTICO. BIOLOGIA 9º ano Profª Renata Coelho Rodrigues

Metabolismo de Lipídeos

Metabolismo energético das células

Metabolismo de Glicídeos Primeira parte

Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs ou Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos

Sistema glicolítico ou metabolismo anaeróbio lático

O que são as duas reações abaixo?

1. Produção de Acetil-CoA. 2. Oxidação de Acetil-CoA. 3. Transferência de elétrons e fosforilação oxidativa

Profa. Alessandra Barone.

Pode ser polimerizada, estocada, transportada e liberada rapidamente para o organismo produzir energia ou compor estruturas especiais

O QUE É O METABOLISMO????

MANUAL DA DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA CURSO DE FISIOTERAPIA

Professor Antônio Ruas

Organelas e suas funções. A energética celular:

Profa. Angélica Pinho Zootecnista. Dpto de Zootecnia Fones:

12/11/2015. Disciplina: Bioquímica Prof. Dr. Vagne Oliveira

BIOLOGIA. Moléculas, células e tecidos. Respiração celular e fermentação Parte 1. Professor: Alex Santos

RESPIRAÇÃO. Katia Christina Zuffellato-Ribas

A energética celular:

Glicogênese, Glicogenólise e Gliconeogênese. Profa. Alessandra Barone

Acetil CoA e Ciclo de Krebs. Prof. Henning Ulrich

Lipídeos e ácidos graxos

Mobilização e Oxidação de Lipídeos

Fontes de Ácidos Graxos. Dieta Estoque de gorduras Síntese de outras fontes

Biologia. Respiração Celular. Professor Enrico Blota.

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS

RESPIRAÇÃO EM PLANTAS

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica. Rotas Metabólicas. Prof. Raimundo Júnior M.Sc.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Aula Neoglicogênese Gliconeogênese

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS

Professor Fernando Stuchi. Fermentação Respiração Celular Fotossíntese

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

26/4/2011. Beta-Oxidação de Ácidos Graxos. Principal fonte de Ácidos Graxos são os TRIGLICÉRIDES

Metabolismo de Carboidratos

Metabolismo de Lipídeos

aaa Bento Gonçalves/RS 1

O QUE É O METABOLISMO????

Metabolismo de Glicídeos

BIOSSINTESE E OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS BREVE EXPLICAÇÃO

Aula de Bioquímica II SQM Ciclo do Ácido Cítrico

Metabolismo CO 2 + H 2 O O 2 + CH 2 O

CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA COMO AS CÉLULAS SINTETIZAM ATP

Pr P o r f o a f Al A essan a d n r d a r a B ar a o r n o e n

Organelas Produtoras de energia

Glicólise. Professora Liza Felicori

CICLO DE KREBS. Bianca Zingales IQ-USP

A partir de agora, o processo de respiração celular ocorre dentro da organela citoplasmática chamada mitocôndria.

UNIVERSIDADE BRASIL CAMPUS DE DESCALVADO

Transcrição:

QBQ-0230 Bioquímica do Metabolismo Biologia Noturno

O que é, e para que serve a vias das pentoses fosfato. A via das pentoses fosfato é uma via alternativa de oxidação da glicose. A via das pentoses fosfato resulta na produção de dois metabólitos essenciais: ú ú NADPH Ribose-5-fosfato

O que é, e para que serve a vias das pentoses fosfato. Por exemplo, as células em divisão como as da medula óssea, da pele e epitélio intestinal, precisam constantemente duplicar seu DNA. Por isso, precisam de muita ribose-5-fosfato. Já as demais células do organismo, precisam de NADPH para síntese e para combater o estresse oxidativo.

Ribose e o DNA Células em divisão precisam duplicar seu DNA O DNA é rico em ribose De onde vem a ribose? Da via das pentoses fosfato... Pentose = 5 carbonos = ribose!

Ribose-5-fosfato A ribose-5-fosfato é um açúcar precursor de diversas biomoléculas essenciais: ú ú ú A) NAD+ e NADP+ B) FAD e FMN, CoA, ATP, GTP, etc C) Precursores do DNA e RNA

NADH e NADPH

NADPH Em vias degradativas (glicólise, Krebs, etc), o substrato é oxidado gerando coenzimas reduzidas NADH e FADH2 NADH e FADH2 são então oxidados para produção de ATP Para a síntese de compostos biológicos, ocorre o reverso: há consumo de ATP e redução do substrato Nesses casos, a coenzima utilizada é o NADPH, que é convertido em NADP+ O NADP+ é regenerado pela vias das pentoses

NADPH O NADPH é importante na síntese de ácidos graxos, colesterol e hormônios esteróides. Essas sínteses ocorrem, principalmente, no fígado, tecidos adiposo, glândulas mamárias, e córtex supra-renal. No fígado, entre 20-30% da glicose são oxidadas pela via das pentoses fosfato.

NADPH ou NADH?? A produção de NADH (energia) e a produção de NADPH (síntese) são separadas, e dependem de vias metabólicas distintas. Separando o poder oxidativo obtido dos alimentos, a célula não corre o risco de ficar sem NADH (sem energia) enquanto sintetiza ribose, duplica o DNA, etc. NADPH NADH Produzido na via das pentoses fosfato Produzido na via glicolítica e no Krebs Utilizado no citossol para síntese de acidos graxos, colesterol, DNA. Utilizado na mitocôndria para produzir ATP

A via das pentose fosfato A vias das pentose têm duas fases. A primeira fase é a oxidativa, onde a glicose-6-fosfato é convertida em 6-fosfogluconato gerando um NADPH. O 6-fosfogluconato é depois convertido em ribose-5-fosfato, gerando outro NADPH.

A via oxidativa A primeira reação é catalizada pela enzima glicose- 6-fosfato desidrogenase. A seguinte pela lactonase. A primeira reação é reversível enquanto a segunda não.

Segunda etapa da via das pentoses Na segunda etapa da vias das pentoses, a ribose-5-fosfato é regenerada a glicose A transaldolase e a transcetolases são as principais enzimas envolvidas A vias das pentoses e a via glicolítica estão intimamente ligadas Ambas ocorrem no citoplasma e utilizam substratos comuns (glicose-6p e gliceraldeído-3p)

Transcetolase e vitamina B1 A transcetolase utiliza a tiamina pirofosfato (vitamina B1) como cofator.

Transcetolase

Transcetolase + transaldolase

A via das pentoses fosfato

Em resumo, a via glicolítica e a via das pentoses estão conectadas Ambas, a via glicolítica e a via das pentoses ocorrem no citoplasma. Elas estão em equilíbrio e podem ocorrer simultaneamente, independentes uma das outras.

Células que se dividem rapidamente podem precisar de mais ribose-5-fosfato do que NADPH 5 glicoses (6C) Quando a demanda maior é por Ribose-5-fosfato, a reação não-oxidativa da vias das pentoses remove os substratos da via glicolítica

Quando ambos (Ribose-5P e NADPH) são necessários Neste caso, apenas a via oxidativa é ativada: a oxidativa (NADPH)

Quando a célula precisa apenas de NADPH... Neste caso, a ribose-5-fosfato é convertida em frutose-6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato pela etapa não oxidativa da via.

A importância do NADPH

Estresse oxidativo: ROS (reactive oxygen species

Estresse oxidativo: ROS (reactive oxygen species

Estresse oxidativo: ROS (reactive oxygen species)

Estresse oxidativo: poluição, cigarro,...

Radicais livres e anti-oxidantes

Radicais livres e anti-oxidantes

Radicais livres e anti-oxidantes O oxigênio molecular é uma substância muito reativa. Vários radicais livres podem ser formados na célula e no metabolismo celular Eles são muito reativos e prejudiciais para as células

Estresse oxidativo Estes radicais livres podem ser formados na cadeia respiratória Nas hemácias, durante o transporte de oxigênio pela hemoglobina

A glutationa A glutationa é composta de três aminoácidos: glutamato, cisteína e glicina. É uma molécula essencial o ambiente redutor numa célula. Ou seja, serve com um redutor. Pode ser conjugada a drogas (fármacos), aumentando sua solubilidade e biodisponibilidade (excreção).

O NADPH e mecanismos anti-oxidantes O NADPH é uma importante reserva redutora, importante na prevenção do estresse oxidativo. A glutationa reduz peróxidos formados pelo O2: 2G-SH + H2O2 G-S-S-G + 2H2O 2G-SH + R-O-O-H G-S-S-G + ROH + H2O Glutationa

O NADPH e o estresse oxidativo Uma vez oxidada, a glutationa é regenerada pelo NADPH. A enzima glutationa redutase catalisa a redução da Glutation oxidada.

A via das pentoses fosfato e os eritrócitos Os eritrócitos transportam oxigênio. Eles também são ficos em Fe(II) reduzido. Por isso, há uma grande quantidade de formas reativas de oxigênio formadas no eritrócito. O eritrócito não tem mitocôndria e depende da glicose com sua única fonte de energia. Até 10% da glicose na hemácia é utilizada pela via das pentoses para produção de NADPH para reduzir glutationa oxidada. Fe(II) + H2O2 Fe(III) + 2 OH.

A glutationa previne a formação de espécies reativas de oxigênio nas hemácias Fe(II) + H2O2 Fe(III) + 2 OH. 2G-SH + H2O2 G-S-S-G + 2H2O 2G-SH + R-O-O-H G-S-S-G + ROH + H2O G-S-S-G + 2NADPH 2 GSH + 2NADP+

O NADPH e a oxidação de proteínas A glutationa impede também que proteínas no citoplasma formem pontes de -S-S-. Isto previne a agregação de proteínas. Glutationa redutase

A via das pentoses fosfato é regulada por NADPH 5 glicoses (6C) Quando o NADPH é produzido mais rápido que o seu consumo, a enzima glicose-6-fosfato desidrogenase é inibida pelo excesso de NADPH