1 Reprodução assexuada Biologia Unidade 6: Reprodução 2
2 Reprodução assexuada: diversidade de processos INTRODUÇÃO A reprodução assexuada é um tipo de reprodução que não envolve células sexuais masculinas e femininas, sendo os descendentes originados a partir de um único progenitor. Os indivíduos que surgem por reprodução assexuada são geneticamente idênticos entre si, e geralmente iguais ao progenitor, constituindo clones. Este processo de reprodução envolve divisões celulares com mitose. Vários são os seres vivos que se reproduzem assexuadamente e vários são os tipos de reprodução assexuada.
3 Trabalho experimental: Observar o processo de reprodução por gemulação Princípios do Método Saccharomyces cerevisae é um fungo unicelular que fermenta açúcar, sendo usado na indústria da panificação e cervejeira. Em 50% das espécies de fungos não foi ainda observada reprodução sexuada, não porque não exista mas porque, provavelmente, este processo é pouco frequente. Os processos de reprodução assexuada são os mais frequentemente usados pelos fungos e por isso são fáceis de observar (fig.1). No processo de GEMULAÇÃO forma-se uma excrescência à superfície da célula, a gémula que cresce à medida que se divide o núcleo (fig. 2.). Depois a gémula destaca-se da célulamãe. Fig. 1 Fig. 2
4 Trabalho experimental: Observar o processo de reprodução por gemulação Método 1. Coloque numa lâmina uma gota de cultura de leveduras, com auxílio da pipeta de Pasteur. 2. Sobreponha a lamela, com auxílio da agulha de disseção de pontas finas. 3. Observe ao MOC nas diversas ampliações. Registe os resultados observados com a objetiva de 40x. 4. Selecione, no campo do MOC, uma levedura em início do processo de gemulação. Efetue observações de 15 em 15 minutos, durante 1 hora e efetue os respetivos registos. (entre observações, mantenha desligada a iluminação do MOC) Resultados Ao observar de 15 em 15 minutos um organismo especifico, reparamos que a partir de uma célula, ao longo do tempo, se começou a formar lentamente uma outra célula. Inicialmente a nova célula era pequena e estava unida ao progenitor depois o seu tamanho foi aumentando até que se separou da célula-mãe. Também observamos que uma das células ainda não estava separada do progenitor e já estava a gerar outra célula. Conclusões Concluímos que na reprodução por gemulação, o progenitor emite uma gema, contendo material genético, que cresce até atingir o tamanho característico da célula. A gema pode-se individualizar do progenitor, formando um organismo autónomo ou pode permanecer unido ao progenitor, formando uma colonia.
5 Trabalho experimental: Observar o processo de reprodução por gemulação Síntese As leveduras são fungos unicelulares que se reproduzem por gemulação (reprodução assexuada). Estes microrganismos obtêm energia por fermentação alcoólica. Este processo da reprodução assexuada ocorre quando, na célula, se forma uma dilatação denominado por gomo ou gema, que dá origem a um novo organismo, geralmente de menor tamanho, após um processo de crescimento e separação. Podemos verificar que fazem parte destas células os seguintes constituintes: o citoplasma, a membrana plasmática e os gomos ou gemas. Assim, as leveduras reproduzem-se assexuadamente, pois neste tipo de reprodução o progenitor é um único individuo, que transmite cópias de todos os seus genes à geração seguinte.
6 Trabalho experimental: Demonstrar o processo multiplicação vegetativa em tubérculos Princípios do Método Nas plantas que apresentam tubérculos, estruturas caulinares com funções de armazenamento de compostos orgânicos, neles observam-se os nós que são zonas formadas por células meristemáticas, a partir dos quais se desenvolvem as raízes e os caules (fig. 3). Nós Fig. 3 Método 1. Obtenha secções de um tubérculo de batata de forma a que cada porção tenha pelo menos um nó. 2. Transfira o fragmento de tubérculo para um tabuleiro com terra. 3. Observe periodicamente o dispositivo, registando as alterações e quando observar a formação de raízes transfira a planta para um tabuleiro com terra. Regue periodicamente.
7 Trabalho experimental: Demonstrar o processo multiplicação vegetativa em tubérculos As plantas têm a capacidade natural de crescer e regenerar os tecidos durante toda a sua vida. Nos ápices das plantas existem tecidos indiferenciados, os meristemas, a partir dos quais se forma células continuamente. Algumas plantas apresentam, a partir das quais se originam os descendentes, estruturas especializadas No caso da batata, a estrutura especializada é o tubérculo, um caule subterrâneo rico em substancias de reserva e que tem capacidade de diferenciação. Assim estes órgãos da batata conseguem produzir descendentes em elevado numero.
8 Fig. 4. Infeção de videiras pela filoxera Descobrir sobre: Multiplicação vegetativa por enxertia Caraterize o problema criado pela filoxera no Douro, na região demarcada do Vinho do Porto. No final da década de 1850, os especialistas em botânica e viticultores europeus começaram a importar da América do Norte videiras de castas indígenas. Estes estudiosos não estavam cientes de que, em muitos casos, estas videiras americanas traziam consigo pequenos insetos amarelos que se alimentavam das raízes, sugando a sua seiva. As videiras americanas estavam habituadas ao ataque destes insetos quase invisíveis e tinham desenvolvido formas de lhe sobreviver. Contudo, as vinhas europeias de produção de vinho não tinham quaisquer defesas. Os insetos alimentavam-se pela raiz da videira, provocando inchaços tuberosos até que a raiz ficava tão deformada que não podia absorver água e nutrientes do solo. (fig. 4). Crê-se que a filoxera chegou ao Douro em 1868. Primeiro, desencadeou a destruição nas zonas mais a leste, a origem dos melhores vinhos do Porto e, em 1872, colocou de rastos muitas das mais conhecidas propriedades produtoras de vinho do Porto. Um dos mais dinâmicos campeões da luta contra a filoxera foi John Fladgate, a quem viria a ser concedido o título de Barão da Roêda. A solução definitiva encontrada passou por enxertar as videiras europeias nas raízes resistentes das castas americanas, uma medida que acabou por fazer parar a destruição.
9 Descobrir sobre: Multiplicação vegetativa por enxertia Fig. 5. Enxertia da videira Depois da perda de habitats, as espécies exóticas invasoras são, por ordem de importância, a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo. Elas são um problema económico e ecológico, pelo que foram objeto numa das convenções da cimeira do RIO e, presentemente estão sujeitas a regulamentação na UE. Por que razão a introdução de espécies exóticas é um problema? Dê outro exemplo. A enxertia constituiu a solução para a filoxera. Explique em que consiste e por que razão permitiu solucionar a filoxera. Apresente casos em que a enxertia possa constituir uma prática vantajosa.
10 Descobrir sobre: Multiplicação vegetativa por enxertia A enxertia é uma técnica muito comum que consiste em colocar em contacto superfícies de duas plantas diferentes, podendo ser ou não da mesma espécie. Faz-se uma incisão na planta recetora, onde será posto em contacto o fragmento da planta que se pretende enxertar. Posteriormente, no local de enxerto haverá cicatrização e integração do enxerto na planta recetora Enxertia é uma técnica de melhoramento genético com a finalidade de propagar determinadas variedades. Nesse processo, a planta introduzida tem a função de fornecer as melhores características aos frutos, enquanto que a planta recetora é responsável pelo suporte e pelo abastecimento de água e nutrientes essenciais. Enxerto de encostia Enxerto de borbulha Enxerto de garfo