ANÁLISE DOS SERVIÇOS DE DOCAGEM

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NORMA TÉCNICA 1/7 NE ª Edição 1. OBJETIVO 2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE CURSO DE TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO NAVAL TAILAND OLIVEIRA DE AMORIM ANÁLISE DOS SERVIÇOS DE DOCAGEM RIO DE JANEIRO 2010

1. INTRODUÇÃO O processo de docagem é uma etapa fundamental para a construção ou reparo de embarcações. O processo de docagem requer cuidados especiais devido aos riscos envolvidos para a segurança não só do material mas também dos trabalhadores. A demanda por docagem acontece ou por causa das vistorias obrigatórias das sociedades classificadoras, que acontecem de 2 anos e meio a 3 anos, podendo ser prorrogado por mais 6 meses, sendo uma intermediária e uma de classe a cada 5 anos, ou por causa dos eventuais reparos emergenciais das embarcações. A data limite para docagem é definida no certificado de cada navio. E esta pode ser feita tanto em dique seco quanto em dique flutuante. Contudo, este trabalho tem objetivo de demonstrar o processo de docagem, em diques secos e flutuantes, e os serviços de limpeza, tratamento e pintura do casco. 2. PREPARAÇÃO DOS PICADEIROS Depois de identificados os serviços a serem efetuados e definido o estaleiro para o reparo da embarcação, o armador entrega ao estaleiro o Docking Plan (Plano de docagem) que já é definido desde a construção da embarcação pela sociedade classificadora junto ao armador e o porto de registro. Mesmo com esse plano sendo entregue, o estaleiro responsável pelo reparo deverá fazer os devidos cálculos de distribuição dos picadeiros baseados no arranjo geral da embarcação. 3. PROCESSO DE DOCAGEM Uma vez feita à distribuição dos picadeiros no dique é feita aproximação da embarcação e o alinhamento com o dique. Iremos tratar de forma separada a manobra de docagem em diques secos e flutuantes.

3.1. Dique Seco Neste caso o fundo do dique está abaixo da linha d água e é composto por uma porta Batel que permite a estanqueiedade do dique quando esta se encontra fechada.a figura 1 e 2 mostra exemplos de dique seco. O enchimento da doca é feito através de válvulas, existentes na comporta, até o mesmo nível externo de água. A manobra de entrada do navio é feita com o auxílio de rebocadores e cabos tracionados pelos cabrestantes, pois mesmo que a embarcação seja propelida, a turbulência gerada no fundo do dique com o hélice funcionando acarretaria no desalinhamento do plano dos picadeiros, uma vez que estes estão apenas apoiados no solo do dique. O alinhamento do navio com os picadeiros é feito através de flutuadores que são fixados nos picadeiros, tanto a vante quanto a ré, junto com os prumos que são colocados nas extremidades longitudinais da embarcação, o dique é esvaziado lentamente, por bombas, e antes de assentar nos picadeiros é feito uma inspeção, com mergulhadores, para verificar este alinhamento. Vale ressaltar que a embarcação encontra-se em peso leve na hora do assentamento, pelo menos ao máximo definido pelo estaleiro para a determinada distribuição de picadeiros. Figura 1. Navio Blue Marvin em dique seco. Fonte: http://urubamba.es/files/blue%20marvin%20en%20dique%20seco.jpg acessado em outubro de 2010.

3.2. Dique Flutuante O conceito deste dique é completamente oposto do anterior, pois diferente do dique seco, o movimento de emergir e submergir é feito pelo dique e não pela embarcação (Figura 2). Isto acontece porque o dique trabalha como uma reserva de flutuabilidade permitindo que este possa imergir e ter flutuabilidade em potencial para emergir novamente. Este movimento é feito através das bombas localizadas nas paredes laterais e no fundo do dique, que enchem e esvaziam os tanques. A embarcação é conduzida de forma semelhante ao do dique seco, por rebocadores e com cabos tracionados pelos cabrestantes, pelo mesmo motivo anteriormente citado. Mesmo com a versatilidade em transporte, há dificuldades no trabalho neste dique pois não sendo uma estrutura fixa sempre estará sujeito as condições de vento, corrente e estado de mar. Figura 2. Navio Cavou Class 03 sobre dique flutuante do Estaleiro Fincantieri. Fonte: http://www.defesabr.com/mb/cavour_class_03.jpg Acessado em outubro de 2010.

4. SERVIÇOS DE DOCAGEM 4.1. Serviços de tratamento e limpeza do casco Esse serviço é um dos mais importantes no processo de docagem porque a preparação da superfície do casco influência diretamente na durabilidade da pintura, que vamos ver mais adiante. Tanto que se este serviço não for feito da maneira correta todo o trabalho de pintura poderá ser perdido. A primeira etapa deste serviço é a inspeção, que é feita de forma visual, identificando os locais com contaminações de óleo, graxa, gordura ou defeitos na superfície. Nos locais onde são encontradas estas contaminações é utilizado solvente, emulsões, vapor ou decapagem ácida para a remoção das mesmas. Há também o processo de esmerilhamento quando são encontrados defeitos na superfície. 4.1.1. Limpeza Manual Limpeza onde é realizada a remoção da camada de óxidos e outros materiais que não estejam muito aderidos à superfície. É feita através de uma raspagem manual com lixas, escovas de aço, raspadores em geral e marteletes. Antes desta raspagem é feita uma baldeação com água doce para retirada do sal. 4.1.2. Limpeza Manual Mecânico/ St3 1 É utilizada para a remoção de camadas de óxidos e alguns materiais que não estejam muito aderidos a superfície assim como na limpeza manual, a diferença desta é que esta limpeza é feita por ferramentas elétricas ou pneumáticas como lixadeiras, escovas rotativas, pistolas de agulha e desincrustadores. Por este motivo conseguem ter mais 1 Corresponde ao padrão St3 da norma Sueca SIS 05 59 00. (VICECONTE, 2009)

força e proporcionam um melhor rendimento e uma melhor qualidade da limpeza do que as ferramentas manuais. 4.1.3. Limpeza por jateamento abrasivo Pode ser feito por jateamento de areia, granalha de aço, óxidos de alumínio ou escória de cobre para a remoção de óxidos e substâncias depositadas superficialmente. Quanto melhor o grau de limpeza e maior o perfil de rugosidade teremos uma melhor adesão da tinta, bem como um melhor desempenho e durabilidade do esquema de pintura. É o mais recomendado pois proporciona este grau adequado de limpeza. Sendo o melhor deles o jato de granalha, que abre o perfil de ancoragem melhor permitindo uma fixação melhor da tinta. 4.1.4. Hidrojateamento Trata-se de um processo de remoção de sujeira e contaminantes depositados sobre a superfície é feito através de alta pressão da água entre 15 e 40 mil psi (DW1, DW2, DW3). Está pressão é eficaz na remoção de tintas velhas, ferrugens e carepas, porém por não possuir partículas sólidas é indicada após o jateamento para produzir uma rugosidade suficiente na superfície. O Hidrojato possui vantagens tais como: Remoção de sais solúveis da superfície; Não contamina os instrumentos e equipamentos com areia; Não depende das condições atmosféricas para ser utilizado; Produz uma menor quantidade de resíduos;

É necessária pouca mão-de-obra; Por não produzir centelhas, permite executar o serviço com os equipamentos em funcionamento; Atende a normas de proteção ambiental. 4.2. Serviços de Pintura A melhor forma de pintura e o tipo de tinta a ser utilizado são diferenciados por setor do navio. Tendo observado que cada um tem a sua particularidade como, por exemplo, resistência ao atrito, proteção anti-fouling, resistência extra à corrosão, ao ataque químico. E principalmente cuidado na pintura dos cascos de forma de combater a incrustação, evitando danos as estruturas submersas e possível aumento no consumo de combustível das embarcações por tornar a superfície dos casacos irregular e rugosa, aumentando assim o arrasto e diminuindo a velocidade de navegação. Por estes motivos, os setores de pintura são divididos em: Obra Viva (casco); Obra Morta (casco, convés e superestrutura); Tanques e Dutos; Equipamentos; Marcas de Casco. A aplicação das tintas podem ser definidas em 3 etapas: Tinta Primária; Tinta Intermediária; Tinta de Acabamento. 4.2.1.Tinta Primária Conhecida como Primer, a tinta primária é aplicada a superfície limpa e constitui a camada mais importante da proteção do metal, tendo em vista que a qualidade de

aplicação da mesma implicará na melhor adesão e proteção das outras camadas de tinta. O Primer normalmente é a base de silicato de zinco e tem como principais características a fácil aplicação, secagem rápida, proteção anti-corrosiva prolongada (em torno de 80 meses), resistência a ataques químicos, baixa interferência aos processos de corte e solda, baixa toxidade e não ser inflamável depois de aplicado. É imprescindível ter uma área fechada e com condições de luz, temperatura, ventilação e umidade controladas para aumentar a produtividade da pintura. Podendo perder até 50% da tinta se esta for aplicada em ambiente aberto. 4.2.2. Tinta Intermediária As tintas intermediárias são importantes pelo de aumentar espessuras e assegurar maior resistência iônica, de forma a complementar as características mecânicas e estanques do sistema. É usada na área externa do casco (Obra viva) e em tanques de água de lastro por possuir características como resistência ao impacto, redução da velocidade de transporte de vapor e aumento da espessura total complementando a impermeabilidade do sistema. 4.2.3. Tinta de Acabamento Normalmente constituídas por poliuretano acrílico, as tintas de acabamento produzem uma barreira antiderrapante e fornecem uma resistência para o sistema de pintura. Tem como características a resistência aos agentes químicos, a água e fornece uma melhor estética a embarcação. É importante ressaltar que as camadas de tintas devem ter forte aderência entre si. A seguir a figura 3 mostra um esquema de pintura:

Figura 3. Esquema de pintura. Fonte: Viceconte, Luciano. Qualidade da Pintura na Construção Naval, 2009. 4.3. Métodos de aplicação das tintas As tintas podem ser aplicadas de diferentes formas e a escolha adequada do método de aplicação influi diretamente no desempenho da pintura, tanto quanto a qualidade de tinta utilizada. Temos como principais métodos utilizados o pincel ou trincha, rolo e pistola, podendo a última ser do tipo convencional, sem ar (airless), eletrostática ou eletroforética. 4.3.1. Pincel ou Trincha Esse método é utilizado para alcançar locais de difícil acesso para a aplicação do primer em superfícies irregulares. Possui baixo custo tendo em vista a pouca perda de tinta durante aplicação. 4.3.2 Rolo Em regiões internas da embarcação deve ser feita a pintura nos cordões de solda e atrás dos reforçadores e o rolo é o método que melhor se aplica a esta situação. Essa pintura é chamada de Stripe Coat. Tem como principais características a melhor uniformidade da camada de tinta, bom rendimento, baixo custo e simples aplicação.

4.3.3 Pistola É o método mais tradicional utilizado na pintura industrial. Independente do tipo de pistola esta aplicação garante uma grande produtividade, e ainda uma obtenção de espessura de película quase que constante ao longo de toda a superfície pintada. O que diferencia um tipo de pistola da outra é sua aplicação. As pistolas convencionais são utilizadas para retoques ou pequenos volumes de tinta, já as sem ar (airless) são ideais para a aplicação em grandes áreas porque possui alta produtividade e as pistolas eletrostática e eletroforética são usadas em revestimentos sendo que a eletroforética possui maior penetração nas frestas e dentro de tubos. 5. CONCLUSÕES Visto que a docagem é de extrema importância para a vida operacional da embarcação, a identificação dos serviços a serem feitos e do estaleiro que fará o reparo são decisões que devem ser tomadas antes da retirada do navio de operação. Este presente trabalho mostrou os motivos para serem feitos uma docagem e os serviços do mesmo, como limpeza e tratamento do casco e serviços de pintura.