PROJETO DE LEI Nº 292/2011 Dispõe sobre a presença obrigatória do Corretor de Seguros ou de seu representante legal em todos os estabelecimentos que comercializam seguros, no Estado do Espírito Santo. A Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo D E C R E T A Art. 1º - Fica assegurado ao consumidor, na oportunidade de aquisição de qualquer tipo de seguro, de todos os ramos ou vida, previdência privada e saúde, a assistência de corretor de seguros devidamente habilitado ou de seu representante legal. Art. 2º - A assistência prestada ao consumidor se dará por meio de corretor de seguro, pessoa física ou jurídica, ou de seu representante legal, ambos devidamente habilitados e registrados nos termos do Decreto Lei Federal nº 73, de 21 de novembro de 1966, e com sua situação profissional ativa em órgão de classe, estando habilitado para angariar e promover contratos de seguro entre as Sociedades Seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de Direito privado. Art. 3º - Todo estabelecimento que comercializar seguros de qualquer tipo e cobertura no Estado do Espírito Santo, seja de forma direta ou indireta, deverá manter em local visível informação do nome do corretor ou do representante responsável pela comercialização dos seguros e o respectivo número de registro.
Art. 4º - O descumprimento ao que dispõe a presente lei acarretará ao estabelecimento infrator multa no valor de 300 (trezentas) VRTE por cada autuação, aplicada em dobro em caso de reincidência. Art. 5º - O corretor de seguros poderá representar junto aos órgãos de defesa do consumidor contra os infratores desta Lei. Art. 6º - Esta Lei poderá ser regulamentada para garantir a sua fiel execução. Art. 7º - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação. Gilsinho Lopes Deputado Estadual
JUSTIFICATIVA Com a presente proposição busca-se proteger os interesses dos consumidores, já que, nos dias de hoje, bancos, lojas, cartões de crédito, supermercados e etc., comercializam seguros sem a presença do corretor de seguros. Tais estabelecimentos promovem vendas casadas, com produtos pré-montados (engessados), impondo a compra pela força do poder econômico, ignorando a necessidade da presença deste profissional para orientar o consumidor, detalhando as coberturas, franquias, vigências, custos, assistências, sinistros, exclusões, condições gerais da apólice, esquecendo de aplicar o disposto no Decreto Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que estabelece o corretor de seguros, pessoa física ou jurídica, como o intermediário legalmente autorizado a angariar e promover contratos de seguro entre as Sociedades Seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de Direito Privado, conforme consta: Art. 122. O corretor de seguros, pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e promover contratos de seguro entre as Sociedades Seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de Direito Privado. A presente proposição objetiva proteger os interesses dos consumidores, já que, nos dias de hoje, bancos, lojas, cartões de crédito, supermercados entre outros, comercializam seguros sem a presença do corretor de seguros, desobedecendo frontalmente a determinação legal da esfera federal. Conforme a Constituição Federal cabe ao Estado, a promoção de ações sistemáticas de proteção ao consumidor, de modo a garantir-lhe a segurança e a saúde, e a defesa de seus interesses econômicos. Aliás, não
se pode almejar o alcance destes objetivos, sem a promoção da mais completa e adequada proteção dos interesses e direitos do consumidor, que estão em posição de inconteste vulnerabilidade fática, econômica, técnica, jurídica e política em relação às instituições que irregularmente comercializam seguros sem qualquer amparo no profissional habilitado. A matéria ora abordada não é de competência privativa da União, uma vez que não institui ou cria nenhuma norma sobre seguros e sim adentra na área de consumo e de defesa do consumidor, ambos temas de competência legislativa concorrente com o Estado e possível de ser disciplinada por esta Casa Legislativa. Tanto é assim que projetos semelhantes já se tornaram Leis, com destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, com abordagem idêntica em defesa do consumidor, e outros tantos já tramitam com o mesmo formato em outras Casas Legislativas Estaduais. A determinação desta proposição é voltada ao consumidor e a defesa dos direitos que este tem de ser assessorado por um profissional habilitado no ato de contratação de seguros, fazendo uso da competência concorrente do Estado para legislar sobre a proteção e defesa do consumidor, ainda mais diante das legislações similares que vêm sendo aprovadas em outros Estados, de forma a não permitir que o Estado do Espírito Santo fique preso no retrocesso de interpretações processuais que impedem a tramitação de uma matéria que evoluiu com o decorrer dos anos em favor do consumidor. Vale dizer, as normas inseridas no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, são aplicáveis às relações jurídicas ora avençadas e a adoção deste projeto apresenta-se constitucional, indo ao encontro do valor maior de defesa do consumidor (direito fundamental e princípio geral da atividade econômica) ressaltando
que o segmento de seguros é responsável por quase 5% do PIB Brasileiro, com previsão de alcançar o patamar de 7% até 2011. Em razão disto, conto com o apoio dos Senhores Deputados para a aprovação do presente projeto de lei, que certamente beneficiará os direitos do consumidor capixabas.