Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO

Documentos relacionados
%

Universidade Federal do Acre. UNIDADE 5 Perfil de Solo - Parte II Descrição Morfológica

A CULTURA DO MILHO IRRIGADO

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085

CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS OU INTERPRETATIVAS

PCS 502 CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Aula 6: Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola do Solo. Prof. Marx Leandro Naves Silva

MORFOLOGIA DO PERFIL DO SOLO

Potencial de Uso Agrícola das Terras

ISSN Circular Técnica, 2 SOJA RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA MATO GROSSO DO SUL E MATO GROSSO

Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PEDOLOGIA LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO D'OESTE - RONDÔNIA.

Lauro Charlet Pereira Francisco Lombardi Neto - IAC Marta Regina Lopes Tocchetto - UFSM Jaguariúna, 2006.

Principais Solos do Brasil. Prof a Adélia Aziz A. Pozza CSO 110 PEDOLOGIA

CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS. Solos do Acre. Professor Adjunto do DCA-UFAC

ISSN Dezembro, Análise da Informação Pedológica da Região de Araguaína e Palmeirante-TO para Fins de Zoneamento Agrícola

...,,-~ tp-ministério 15: Janeiro,2000. da Agricultura e do Abastecimento. Caracterização de solos no município de Campo Novo, RO

Características dos Solos Goianos

INTRODUÇÃO. Argissolos 16,7%

Nome do Sítio Experimental: Cruz Alta. Localização e Mapas do Sítio Experimental: Latitude: Longitude: Altitude: 432 m

UNIDADE 4 USO DE INFORMAÇÕES SOBRE SOLOS

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO' AGRíCOLA DAS TERRAS DO CAMPO EXPERIMENTAL DE OURO PRETO. D'OESTE - RONDÔNIA

NATUREZA E TIPOS DE SOLOS ACH1085. Solos do Brasil

ISSN X EM 1998/99. Henrique de Oliveira William Marra Silva Luiz Alberto Staut João Ronaldo Novachinski

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária do Meio-Norte Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Horizonte Prof. Cor Estrutura Transição. (cm) Grau Tamanho Forma

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento SOLO

Horizontes Diagnósticos

ISSN Dezembro, Solos do Assentamento Tamarineiro II, Corumbá- MS: Caracterização e Potencial Agrícola

PCS 502 CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Aula 5: Levantamento Conservacionista e classes de capacidade. Prof. Marx Leandro Naves Silva

VERTISSOLOS. Ordem. Conhecidos como os solos de Deus. Deus nos defenda! Deus nos gilgai! Sheila R. Santos 3

Manejo de solos na Suzano Papel e Celulose

ISSN CARACTERIZAÇÃO AGRO-SÓCIO-ECONÔMICA DE UNIDADES AGRÍCOLAS DE ASSENTAMENTOS DE MANAUS

DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS CLASSES DE SOLOS

TEMA MORFOLOGIA DO SOLO:

Perfil do solo e horizontes diagnósticos

Perfil representativo de ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico. Descrição geral

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Cerrados Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Biotecnologia

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA DE SOLOS DA FAZENDA ALTO DA PUMBA, MUNICIPIO DE CRUZ DAS ALMAS- BAHIA

Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS)

Quadro 1 - Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de Unidades.

Avaliação da aptidão agrícola das terras das áreas desmatadas da Amazônia Legal para Lavouras no nível tecnológico médio (1).

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

PROTOCOLO DA EMBRAPA AGROBIOLOGIA PARA CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS A PARTIR DE ENSAIOS DO USO DE FONTES DE CARBONO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Arroz e Feijão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Atributos Diagnósticos

Comunicado Técnico 43

PLANTAR GRAVIOLA COMO. )-IOqG EMBRAPA AMAPÁ INFORMA, 04 ISSN FEVEREIRO,1996 FOL. República Federativa do Brasil

PLANTAR COCO ANÃO COMO. 04o~q. República Federativa do Brasil. Presidente Fernando Henrique Cardoso

Fatores de Formação do Solo. Unidade III - Fatores de Formação do Solo

Documentos 47. Classificação e Aptidão Agrícola dos Solos do Campo Experimental de Pacajus, Ceará, para a Agricultura

ANÁLISE SOBRE UM PERFIL DO SOLO NO MUNICÍPIO DE TABOLEIRO GRANDE/RN

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Aula do curso a distância tópicos da cultura da cana-de-açúcar Hélio do Prado

Aspectos Práticos da Micropropagação de Plantas

ISSN Manual de Soluções e Reagentes da Embrapa Agrobiologia

IDENTIFICAÇÃO DE SOLOS E PAISAGENS DO ASSENTAMENTO VALE VERDE, EM GURUPI-TO, PARA FINS DE APTIDÃO AGRÍCOLA

Planejamento de Uso Integrado da Terra Disciplina de Classificação de Solos

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENTORA PROJETO DE LEI MUNICIPAL Nº 071/2015, DE 17 DE SETEMBRO DE 2015.

DENSIDADE DO SOLO E DENSIDADE DE PARTÍCULAS

Endereço (1) : Av. Colombo, 5790, Bloco D-90, Bairro Zona Sete, Maringá/PR, CEP Fone: (44)

Solos tropicais: formação, distribuição e associações Potencialidades e limitações das principais classes de solos tropicais

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA Luiz de Queiroz LSO Gênese, Morfologia e Classificação de Solos SOLOS SOLOS POUCO DESENVOLVIDOS RASOS

APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO CHE GUEVARA, MIMOSO DO SUL, ESPÍRITO SANTO

A CULTURA DO CUPUAÇU: MUDAS

Coleta de parasitos em peixes de cultivo

SISTEMA DE CULTIVO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS EM LATOSSOLO DISTROCOESO SOB CERRADO NO MARANHÃO (1)

Comunicado Técnico. Odo Primavesi 1 Rodolfo Godoy 1 Francisco H. Dübbern de Souza 1. ISSN X São Carlos, SP. Foto capa: Odo Primavesi

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Instrumentação Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Saneamento básico rural

Mecanica dos solos I. Pedogênese. Princípios físicos da pedogênese. Princípios físicos da pedogênese. Adição. Adição. Transformação.

Hélio do Prado Atalho Pedológico

SOLOS DAS MESOBACIAS HIDROGRÁFICAS DOS IGARAPÉS SÃO JOÃO E CUMARU, MUNICÍPIOS DE MARAPANIM E IGARAPÉ AÇU.

Construção de Perfil do Solo

Aptidão Natural para Mecanização Agrícola dos Solos do Estado do Acre

Material de uso exclusivo das Associadas

.:.J. Estimativa de custos de produção de milho safrinha, em plantio direto na palha, para a região do cerrado de Rondônia, safra 1998

Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas

Boletim de Pesquisa 66 e Desenvolvimento

Atributos Diagnósticos

Peixe Defumado. 2 a edição revista e atualizada

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Semiárido Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A cultura da cebola

Igor Rodrigues Queiroz. Bacharel em Agronomia pela Faculdade Dr. Francisco Maeda (FAFRAM) Anice Garcia

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Cerrados Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Documentos 89

AMOSTRAGEM DE SOLO. Pedro Marques da Silveira. III Encontro de Laboratório do PAQLF. Goiânia GO 16/09/2009

AMBIENTES DE PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR DO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, ARARAS-SP

Documentos Caracterização dos solos e classes de terra para irrigação do Oeste da Bahia

PERDAS DE NUTRIENTES E MATÉRIA ORGÂNICA POR EROSÃO

Capítulo 3 Sistemas de Avaliação de terras

EFEITO DA APLICAÇAO DE MICROGEO NA QUALIDADE FÍSICA DO SOLO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO DE GRÃOS SOB PLANTIO DIRETO

BOLETIM TÉCNICO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO LEVANTAMENTO DETALHADO DOS SOLOS DA FAZENDA MUQUÉM/UFLA, LAVRAS - MG

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Contaminações microbianas na cultura de células, tecidos e órgãos de plantas

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO PORTO ORGANIZADO DE ITAITUBA

INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS PARA PESQUISA E PLANEJAMENTO AGRÍCOLA

Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Corede Sul*

Melhoria sustentável das condições biológicas, químicas e físicas do solos dos Cerrados

Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão. Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc

ArcelorMittal BioEnergia Ltda PRODUÇÃO DE MADEIRA EM REGIÃO DE DÉFICIT HÍDRICO

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PEDOLOGIA NO BRASIL (Ênfase ao levantamento de solos)

Transcrição:

ISSN 0103-9865 Setembro, 2001 52 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO

República Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso Presidente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Marcus Vinicius Pratini de Moraes Ministro Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Conselho de Administração Márcio Fortes de Almeida Presidente Alberto Duque Portugal Vice-Presidente Dietrich Gerhard Quast José Onório Accarini Sérgio Fausto Urbano Campos Ribeiral Membros Diretoria Executiva da Embrapa Alberto Duque Portugal Diretor-Presidente Bonifácio Hideyuki Nakasu Dante Daniel Giacomelli Scolari José Roberto Rodrigues Peres Diretores-Executivos Embrapa Rondônia Newton de Lucena Costa Chefe-Geral Luiz Antônio Dutra de Resende Chefe-Adjunto de Administração Claudio Ramalho Townsend Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento

ISSN 0103-9865 Setembro, 2001 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Documentos 52 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO Petrus Luiz de Luna Pequeno Paulo Emílio Ferreira da Mota Francisco das Chagas Leônidas Antônio Néri Azevedo Rodrigues Porto Velho, RO 2001

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Rondônia BR 364 km 5,5, Porto Velho, RO, CEP 78900-970 Caixa Postal 406 Telefones: (69) 222-0014 / 8489 Telefax: (69)222-0409 www.cpafro.embrapa.br Comitê de Publicações Newton de Lucena Costa - Presidente Marly de Souza Medeiros - Secretária Membros: Claudio Ramalho Townsend José Nilton Medeiros Costa Júlio César Freitas Santos Maria Geralda de Souza Marília Locatelli Samuel José de Magalhães Oliveira Vanda Gorete Souza Rodrigues Normalização: Maria Goretti G. Praxedes (Bibliotecária, Embrapa Amapá) Editoração eletrônica: Marly de Souza Medeiros Revisão gramatical: Ademilde de Andrade Costa 1ª edição 1ª impressão: 2001, tiragem: 200 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação. Embrapa Rondônia Caracterização das classes de solo ocorrentes e aptidão agrícola de uma área destinada a um sistema de agrovila em Ouro Preto d Oeste RO / Petrus Luiz de Luna Pequeno [et al.]. Porto Velho: EMBRAPA- CPAF Rondônia, 2001. 20 p. il. (EMBRAPA.CPAF Rondônia. Documentos, 52). ISSN 0103-9865 1. Fertilidade do solo-brasil-rondônia-ouro Preto d Oeste. 2., Classificação do solo-brasil-rondônia-ouro Preto d Oeste. I. Pequeno, Petrus Luiz de Luna. II. Título. III. Série. CDD 631.478111 Embrapa 2001

Autores Petrus Luiz de Luna Pequeno Eng. Agrôn., M.Sc., bolsista CNPq/Embrapa Rondônia, BR 364 km 5,5, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, RO. Fone: (069)222-0014, Fax: (069)222-0409. E-mail: luna@cpafro.embrapa.br Paulo Emílio Ferreira da Motta Eng. Agrôn., D.Sc., Embrapa Solos E-mail: Motta@cnps.embrapa.br Francisco das Chagas Leônidas Eng. Agrôn., M.Sc., EMBRAPA Rondônia leônidas@cpafro.embrapa.br Antônio Néri Azevedo Rodrigues Eng. Agrôn., M.Sc., Embrapa Rondônia

Sumário Resumo... 7 Introdução... 7 Metodologia... 8 Localização, clima e avaliação da área... 8 Aptidão agrícola... 9 Resultados obtidos... 10 Classes de solo... 10 Avaliação da aptidão agrícola... 19 Conclusões... 21 Referências Bibliográficas... 22

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO Petrus Luiz de Luna Pequeno Paulo Emílio Ferreira da Mota Francisco das Chagas Leônidas Antônio Néri Azevedo Rodrigues Resumo A presente pesquisa teve por objetivo caracterizar as classes de solos ocorrentes e seus respectivos níveis de fertilidade, bem como, definição de um sistema de aptidão agrícola em uma área destinada a um projeto de Agrovila no município de Ouro Preto d Oeste no estado de Rondônia. Foram abertas 7 trincheiras em toda a área, nas dimensões de 1,00 m x 1,80 m utilizando-se retroescavadeira. Fez-se descrições pedológicas e coletas de amostras de solo para caracterização física e química, nas profundidades de 0-20 cm e 20 cm 40 cm. Constatou-se a ocorrência das classes de solo: LAd, PVAd, PVAe, Ce, PVEe, PVAe, PVAd com aptidões agrícolas 2bc, 3(a)bc, 2aBC, 2Abc, 3AB(c), 2abc e 3(a)bc, respectivamente. Introdução Para utilização agropecuária dos solos, se faz necessário um planejamento do uso das terras, baseado nas características morfológicas, físicas e químicas, correlacionadas com os fatores climáticos, topográficos e as exigências culturais. Para isso, torna-se necessário a avaliação da aptidão agrícola, onde seja possível a definição de áreas para lavouras, pastagens e silvicultura. A utilização adequada da terra é o primeiro passo em direção a uma agricultura correta. Isto acontece quando cada parcela do solo tem sua utilização compatível com a capacidade de sustentação e produção das culturas. O conhecimento do tipo de solo é de fundamental importância para a escolha do nível de manejo a ser empregado, e quais culturas serão utilizadas, valendo salientar a importância de todas as classes no processo agrícola, haja vista a diversificação da agricultura existente, onde uma classe pode ser ou não um fator limitante para determinado uso e manejo do solo. O presente trabalho teve por objetivo caracterizar as classes de solo ocorrentes, seus respectivos níveis de fertilidade e definição de um sistema de aptidão agrícola em área destinada a um projeto de agrovila no Município de Ouro Preto d Oeste Rondônia.

851,46 m 853,59 m 8 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO. Localização, Clima e Avaliação da área Metodologia A área estudada está localizada no Município de Ouro Preto d Oeste, à margem direita da BR 364, em direção ao Município de Ji-Paraná, dimensionada em 104 hectares e distando em 3 km da sede do município. O tipo climático se enquadra na classificação de Köopen como Am (chuvas no período de outubro a abril). A temperatura média do município é de 22,8 o C, a umidade relativa do ar oscila em torno de 85% e a precipitação média anual de 2000 mm (SEBRAE, 1999). Para caracterização das classes de solo existentes, foram abertas trincheiras (anexo 1) em toda a área, nas dimensões de 1,00 m x 1,50 m x 1,80 m (figuras 1 e 2) utilizando-se retroescavadeira. A descrição de cada perfil foi feita seguindo a metodologia de Lemos & Santos (1996). Para análise química do solo, foram coletadas amostras nas profundidades de 0 cm 20 cm e 20 cm 40 cm. O sistema de aptidão agrícola da área foi elaborado segundo Ramalho Filho & Beek (1995). Ouro Preto d Oeste BR 364 Ji-Paraná Perfil 6 Riacho Perfil 3 503,50 m Perfil 2 Fig. 1. Lote 17, Gleba 11, lado direito da BR 364 sentido Ji-Paraná, onde foram descritos os perfis 2, 3 e 6.

1625,79 m Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO. 9 Reserva Florestal BR 364 Perfil 5 Perfil 4 Perfil 7 Perfil 1 Fig. 2. Lote 2, Gleba 11, lado direito da BR 364 sentido Ji-Paraná, onde foram descritos os perfis 1, 7, 4 e 5. Aptidão Agrícola Para análise das condições agrícolas das terras, tomou-se, hipoteticamente como referência, um solo que não apresentasse problemas de fertilidade, deficiência de água e oxigênio, susceptibilidade à erosão e nem impedimentos à mecanização. Como normalmente as condições das terras fogem a um ou vários desses aspectos, estabeleceram-se diferentes graus de limitação dessa variação. Além das características inerentes ao solo, implícitas nesses cinco fatores, tais como textura, estrutura, profundidade efetiva, capacidade de troca de cátions (CTC ou T), saturação por bases (V%), matéria orgânica (MO), ph, outros fatores ecológicos como temperatura, umidade, pluviosidade, topografia, cobertura vegetal, etc., foram considerados na avaliação da aptidão agrícola. Para tal, utilizou-se a metodologia descrita por Ramalho Filho & Beek (1995). Considerou-se também os cinco fatores tradicionais no processo de avaliação das condições agrícola das terras:

10 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO. F deficiência de fertilidade. A deficiência de água. O excesso de água ou eficiência de oxigênio. E suscetibilidade à erosão. M impedimento à mecanização. Dentro de cada fator, anteriormente citados, foram avaliados três níveis de manejo: Nível de manejo A (primitivo) baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo nível técnico-cultural. Praticamente não há aplicação de capital para manejo, melhoramento e conservação das condições do solo e da lavoura. Nível de manejo B (pouco desenvolvido) baseado em práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico médio. Caracteriza-se pela modesta aplicação de capital e de resultados de pesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições do solo e da cultura. Nível de manejo C (desenvolvido) baseado em práticas agrícolas que refletem um alto nível tecnológico. Caracteriza-se pela aplicação de capital e de resultados de pesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições do solo e da cultura. Resultados Obtidos Classes de Solo As descrições pedológicas e respectivas análises, permitiram identificar a ocorrência das seguintes classes de solo na área: Latossolo Vermelho-amarelo distrófico A moderado textura argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia, relevo plano. Solo profundo, textura argilosa, bem drenado, baixa saturação de bases, demonstrando a alta lixiviação destas, tem normalmente alta saturação por alumínio. Como baixo são os valores da soma de bases trocáveis e capacidade de troca de cátions, são solos de fertilidade natural baixa e requerem melhor uso e manejo. Ocorre em áreas de relevo plano (caso do local estudado), suave ondulado e ondulado, condicionando diferentes graus de erosão, que pode variar de não aparente, a laminar ligeira. Segundo Oliveira et al. (1992), conceitualmente, os Latossolos Vermelho-Amarelo são solos minerais não hidromórficos com horizontes B latossólico, teor de Fe2O3 na TFSA (Terra Fina Seca ao Ar), proveniente do ataque sulfúrico igual ou inferior a 11% e normalmente maior que 7% quando de textura argilosa (foi a identificada no local) ou muito argilosa e não concrecionários. As cores desse horizonte são usualmente de matiz menos vermelho que 1,5 YR, tendo valores normalmente >4,5 e croma >6,0. São solos virtualmente sem atração magnética. No novo sistema de classificação (Embrapa, 1999), essa classe de solo está definida como sendo solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B latossólico, imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura. Na Tabela 1 tem-se a descrição pedológica da referida classe de solo ocorrente na área estudada e na Tabela 2, as características químicas.

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO. 11 Tabela 1. Descrição pedológica do Latossolo Vermelho-Amarelo ocorrente na área. Perfil: 1 Data: 08/11/1999 Classificação: Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico A, moderado textura argilosa, fase floresta equatorial subcaducifólia, relevo plano. Localização: Lote 2, a 1620 metros da BR 364. Situação e declive: topo de elevação suave com 3% de declive. Altitude: 270 metros. Pedregosidade: não pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo local: plano. Regional: plano e suave ondulado. Erosão: não aparente. Drenagem: bem drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: pastagem de Brachiaria bryzanta. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição morfológica 0-22 cm, bruno-escuro (10YR 3/3); mosqueado grande, comum e proeminente brunoforte (7,5 YR 4/6); franco-argilo-arenoso; fraca a moderada, pequena e média blocos A/B: subangulares; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara. 22-60 cm, bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila; fraca pequena e média blocos subangulares BA: que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso; transição plana e difusa. 60-95 cm bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila; fraca pequena e média blocos subangulares Bw1: que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso; transição plana e clara. 95-120 cm bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila com cascalho; fraca pequena e média blocos Bw2: subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso; transição plana e clara. 120-150 cm bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila com cascalho; fraca pequena e média Bw3: blocos subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso; transição plana e abrupta. 150-200 cm + bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila com cascalho; fraca pequena e média Bw4: blocos subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso. comuns finas e médias nos horizontes A, BA e Bw1; poucas finas e médias no restante Raízes: do perfil. Observações: o horizonte Bw3 apresenta cerca de 20% de pedras, em volume. cm + indica que a profundidade vai além dos 200 cm. Tabela 2. Características químicas do Latossolo Vermelho-Amarelo encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A/B 5,0 2,0 1,1 6,0 11 35 4 18,1 53,1 34 6,0 Bw1 5,1 1,6 1,1 6,0 9,6 33 4 15,7 48,7 32 8,5

12 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO. Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico epieutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo plano. Solo moderadamente profundo, textura predominantemente média/argilosa e média cascalhenta/argilosa cascalhenta, de bem a moderadamente drenado, teores nutricionais elevados no horizonte A, ocorrendo o inverso no horizonte B. Condições de enraizamento favoráveis devido ao caráter distrófico. Solo sujeito a compactação devido a textura média/argilosa (in situ). Essa classe de solo corresponde na classificação atual (3 o nível categórico Grandes grupos) a um Argissolo Vermelho-Amarelo, com saturação por bases baixa (V<50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA), segundo Embrapa (1999). Os dados referentes a descrição pedológica e análises químicas encontram-se dispostos respectivamente nas Tabelas 3 e 4. Tabela 3. Descrição pedológica do Podzólico Vermelho-Amarelo ocorrente na área. Perfil: 2 Data: 08/11/1999. Classificação: Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico epieutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo plano. Localização: Lote 17, a 800 metros da BR 364. Situação E Declive: terço superior com 3% de declive. Altitude: 240 metros. Pedregosidade: não pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo Local: suave ondulado. Regional: suave ondulado e plano. Erosão: não aparente. Drenagem: moderadamente drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: pastagem de Brachiaria bryzanta. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição Morfológica 0-5 cm, preto (10YR 2/1); franco-arenoso com cascalho; fraca, pequena e média granular; A1: ligeiramente plástico e não pegajoso; transição plana e abrupta. 5-25 cm, bruno-escuro (10 YR 3/3); mosqueado muito, grande e proeminente, brunoamarelado-escuro (10 YR 4/4); franco-argilo-arenoso com cascalho; fraca pequena e média A/B: blocos subangulares; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara. 25-45 cm (7,5 YR 4/5); argila arenosa com cascalho; fraca pequena e média blocos BA: subangulares; plástico e pegajoso; transição plana e difusa. 45-130 cm bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila arenosa com cascalho; fraca média blocos Bt1: subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso; transição plana e clara. 130-190 cm bruno-forte (7,5 YR 4/6); argila com cascalho; fraca pequena e média blocos Bt2: subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso; transição Bt3: plana e abrupta. 150-200 cm + (5YR 4/6); franco-argilo-arenoso com cascalho; fraca média blocos subangulares; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso. Raízes: muitas finas no horizonte A1; comuns finas no A2, BA e Bt1; poucas finas no Bt2. cm + indica que a profundidade vai além dos 200 cm.

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO 13 Tabela 4. Características químicas do Podzólico Vermelho-Amarelo encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A1 5,9 1,0 0,4 23,0 8 18-31,4 49,4 63 1,4 Bt1 5,9 1,0 0,4 21,4 8 18-29,8 47,8 62 2,4 Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico epidistrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo plano. Solo moderadamente profundo, textura predominantemente média/argilosa e média cascalhenta, de bem a moderadamente drenado, teores nutricionais elevados, ocorrendo o inverso no horizonte B. As condições de enraizamento são favoráveis devido ao caráter eutrófico. Solo sujeito a compactação devido a textura média/argilosa (in situ). Na atual classificação de solo (3 o nível categórico Grandes grupos), correspondem ao Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico, com saturação por base alta (V>50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA), (Embrapa, 1999). Nas Tabelas 5 e 6, são apresentados os dados referentes a descrição do perfil e análise química, respectivamente. Tabela 5. Descrição pedológica do Podzólico Vermelho-Amarelo ocorrente na área. Perfil: 3. Data: 08/11/1999. Classificação: Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico epidistrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo plano. Localização: Lote 17, a 400 metros da BR 364. Situação e declive: terço superior de elevação com 3% de declive. Altitude: 250 metros. Pedregosidade: não pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo local: suave ondulado. Regional: suave ondulado. Erosão: não aparente. Drenagem: imperfeitamente drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: pastagem de Brachiaria humidicola. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição morfológica 0-10 cm, (10YR 3/2); franco-arenoso; fraca, pequena granular; ligeiramente plástico e não A1 pegajoso; transição plana e abrupta. 10-30 cm, (10 YR 3/2) e (10 YR 4/3); franco-argilo-arenoso; fraca pequena granular; ligeiramente A2 plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara. 30-43 cm (10 YR 4/3); franco-argilo-arenoso; fraca pequena granular; ligeiramente plástico e A/B ligeiramente pegajoso; transição plana e clara. 43-90 cm (7,5 YR 4/6); argila arenosa; fraca pequena e média blocos subangulares; plástico BA e pegajoso; transição plana e clara. 90-200 cm Bt + (5 YR 5/2) (2,5 YR 6/6); argila; fraca média, blocos subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e pegajoso. Raízes: muitas finas no horizonte A1; comuns finas no A2, AB e BA; poucas finas no Bt. cm + indica que a profundidade vai além dos 200 cm. Tabela 6. Características químicas do Podzólico Vermelho-Amarelo encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A2 5,5 2,0 0,5 3,0 9,0 28 2,0 12,5 40,5 31 8,2 Bt 6,0 1,0 0,3 18,0 8,0 13-26,3 39,3 67 7,5

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO 14 Podzólico Vermelho-Escuro Eutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo ondulado. Na nova classificação, corresponde ao Nitossolo Vermelho Eutrófico, sendo um solo moderadamente profundo, textura predominantemente média/argilosa, e média cascalhenta/argilosa cascalhenta, predomina de bem a moderadamente drenado, elevados teores nutricionais, a saturação por bases é igual ou superior a 50%. As condições de enraizamento são favoráveis devido a textura média/argilosa (in situ). Tabela 7. Descrição pedológica do Podzólico Vermelho-Escuro ocorrente na área. Perfil: 4 Data: 08/11/1999 Classificação: Podzólico Vermelho-Escuro Eutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo ondulado. Localização: Lote 2, a 200 metros da BR 364. Situação e declive: terço superior de elevação com 12% de declive. Altitude: 350 metros. Pedregosidade: não pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo local: ondulado. Regional: suave ondulado e ondulado. Erosão: não aparente. Drenagem: bem drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: pastagem de Brachiaria humidicola. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição morfológica 0-13 cm, bruno-avermelhado (2,5YR 2.5/4); franco-argilo-arenoso; fraca pequena e média A: blocos subangulares; ligeiramente plástico e não pegajoso; transição plana e clara. 13-43 cm, bruno-avermelhado-escuro (2,5 YR 3/4); argilo-arenoso; fraca pequena e média BA: blocos subangulares que se desfaz em forte muito pequena granular; plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e difusa. 43-120 cm, vermelho-escuro (2,5 YR 3/6); argila; fraca pequena e média blocos subangulares; Bt: BC: plástico e pegajoso; transição plana e clara. 120-180 cm + (2,5 YR 4/6); argila; fraca pequena e média blocos subangulares; plástico e pegajoso. Raízes: muitas finas no horizonte A1; comuns finas no BA e Bt, e raras no BC. cm + indica que a profundidade vai além dos 180 cm. Tabela 8. Características químicas do Podzólico Vermelho-Escuro encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A 6,9 4 4,6 40 15 20-59,6 79,6 75 4,1 Bt 6,4 3 0,4 29 12 15-41,4 56,4 73,4 7,5 Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico epidistrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado. Solo moderadamente profundo, textura predominantemente média/argilosa e média cascalhenta, de bem a moderadamente drenado, teores nutricionais elevados, ocorrendo o inverso no horizonte B. As condições de enraizamento são favoráveis devido ao caráter eutrófico. Solo sujeito a compactação devido a textura média/argilosa (in situ).

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO 15 Na atual classificação de solo (3 o nível categórico Grandes grupos), correspondem ao Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico, com saturação por base alta (V>50%), na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA), (Embrapa, 1999). Nas tabelas 9 e 10, são apresentados os dados referentes a descrição do perfil e análise química, respectivamente. Tabela 9. Descrição pedológica do Podzólico Vermelho-Amarelo ocorrente na área. Perfil: 5 Data: 08/11/1999 Classificação: Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico epidistrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado. Localização: Lote 2, a 650 metros da BR 364. Situação e declive: Terço superior de elevação com 5% de declive. Altitude: 330 metros. Pedregosidade: pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo local: suave ondulado. Regional: suave ondulado. Erosão: não aparente. Drenagem: bem drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: Pastagem de Brachiaria bryzanta. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição morfológica 0-20 cm, bruno-avermelhado (5YR 4/4); argilo-arenosa; fraca, pequena a média granular; A plástico e pegajoso; transição plana e clara. 20-58 cm, (5YR 4/6); argila; fraca pequena e média, blocos subangulares; plástico e BA pegajoso; transição plana e difusa. 58-110 cm (5 YR 4/6); franco-argilo-arenoso; argila; fraca média, blocos subangulares; Bt plástico e pegajoso; transição plana e clara. Raízes: muitas finas no horizonte A; comuns finas no BA; poucas finas no Bt e no BC. Tabela 10. Características químicas do Podzólico Vermelho-Amarelo encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A 5,3 2 0,4 19 11 38 1 30,4 68,4 44 7,8 Bt 5,6 2 0,7 7 16 18-23,7 41,7 57 22,4 Cambissolo Eutrófico A moderado textura média fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado Solo pouco desenvolvido, não hidromórfico, textura dominantemente média na área estudada, é imperfeitamente drenado, apresenta boa fertilidade, devido ao caráter eutrófico, possui condições adequadas ao desenvolvimento de sistema radicular. Essa classe de solo apresenta limitações devido a compactação, especialmente quando o teor de silte é alto. Nas Tabelas 11 e 12, são apresentados os dados referentes a descrição do perfil e análise química, respectivamente.

16 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO. Tabela 11. Descrição pedológica do cambissolo ocorrente na área. Perfil: 6 Data: 08/11/1999 Classificação: Cambissolo Eutrófico A moderado textura média fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado. Localização: Lote 17, a 150 metros da BR 364. Situação e declive: terço superior de elevação com 3% de declive. Altitude: 320 metros. Pedregosidade: pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo local: suave ondulado. Regional: suave ondulado. Erosão: não aparente. Drenagem: Imperfeitamente drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: pastagem de Brachiaria bryzanta. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição morfológica 0-10 cm, bruno-acinzentado (10YR 3/2); franco-arenoso; fraca, pequena; não plástico e A1: não pegajoso; transição plana e clara. 10-20 cm, bruno-amarelado (10YR 5/4); franco-argilo-arenoso; ligeiramente plástico e A2: não pegajoso; transição plana e abrupta. 20-43 cm, bruno (7,5 YR 5/4); franco-argilo-arenoso cascalhento; ligeiramente plástico e A3: não pegajoso; transição plana e clara. 43-58 cm, bruno (7,5 YR 5/4); franco-argilo-arenoso cascalhento; ligeiramente plástico e Bi: não pegajoso; transição plana e clara. 58-200 cm +, vermelho (2,5 YR 5/6); mosqueado muito, grande e proeminente, amarelo C: (10 YR 7/6); franco-argilo-arenoso siltoso; plástico e pegajoso. Raízes: Muitas finas no horizonte A1; comuns finas no A2 e A3; poucas finas no Bi. Observação: O solo encontrava-se excessivamente úmido para descrição da estrutura. Tabela 12. Características químicas do Podzólico Vermelho-Amarelo encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A1 6,2 1 1,9 18 15 28-43,9 71,9 61 5,5 Bi 5,1 1 0,5 9 9 12-18,5 30,5 60 21,5 Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado. Atualmente, essa classe de solo está classificada como Nitossolos Vermelhos Eutróficos, classes do 4 0 Nível Categótico, onde compreende solos constituídos por material mineral, com horizonte B nítico (reluzente) de argila de atividade baixa, textura argilosa ou muito argilosa, estrutura em blocos subangulares, angulares ou prismáticas moderada ou forte, com superfície dos agregados reluzente, relacionada a cerosidade e/ou superfícies de compressão. São em geral, moderadamente ácidos a ácidos, com saturação por bases baixa a alta, ás vezes álicos, com composição caolinítica-oxídica e por conseguinte com argila de atividade baixa. Podem apresentar horizonte A de qualquer tipo, inclusive A húmico, não admitindo, entretanto, horizonte H hístico.

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO 17 Tabela 13. Descrição pedológica do Podzólico Vermelho-Amarelo ocorrente na área. Perfil: 7 Data: 08/11/1999 Classificação: Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado. Localização: Lote 2, a 800 metros da BR 364. Situação e declive: terço superior de elevação com 5% de declive. Altitude: 320 metros. Pedregosidade: pedregoso. Rochosidade: não rochoso. Relevo local: suave ondulado. Regional: suave ondulado. Erosão: não aparente. Drenagem: bem drenado. Vegetação: floresta equatorial subcaducifólia. Uso atual: pastagem de Brachiaria bryzanta. Clima: Am, da classificação de Köopen. Descrito por: Paulo Emílio Ferreira da Motta e Petrus Luiz de Luna Pequeno. Descrição morfológica 0-10 cm, bruno-escuro (7,5 YR 3/2); franco-arenoso; fraca, pequena granular ; não plástico e A não pegajoso; transição plana e abrupta. 10-27 cm, bruno-forte (7,5 YR 5/4); franco-argilo-arenoso; fraca pequena blocos BA subangulares; plástico e pegajoso; transição plana e clara. 27-70 cm, bruno-forte (6,5 YR 5/4); argila; fraca pequena blocos subangulares; plástico e Bt1 pegajoso; transição ondulada e clara. 70-145 cm, vermelho-amarelado (5 YR 4/6); argila-siltosa; cerosidade comum e distinta; Bt2 moderada pequena e média blocos subangulares; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e difusa. 145 190 + cm, vermelho-amarelado (5 YR 4,5/6); argila-siltosa; cerosidade comum e distinta; Bt3 moderada pequena e média blocos subangulares; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso. Raízes: Muitas finas no horizonte A, BA e Bt1; poucas finas no Bt2 e raras finas no Bt3. Tabela 14. Características químicas do Podzólico vermelho-amarelo encontrado na área. Horizonte ph P K Ca Mg Al+H Al S T V MO em água Mg/dm 3 mmolc/dm 3 % g/kg A 5,9 2 2,1 23 12 33-37,1 70,1 53 12,8 Bt 5,5 1 1,6 9 9 23-19,6 42,6 46 19,2 Avaliação da Aptidão Agrícola Como resultado da avaliação dos três níveis de manejo, dentro dos cinco fatores tradicionalmente utilizados para avaliar as condições agrícolas do solo, obteve-se os resultados constantes na Tabela 15.

Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO Tabela 15. Classificação dos solos ocorrentes na área estudada dentro do sistema de aptidão agrícola. F A O E M Classificação Aptidão A B C A B C A B C A B C A B C Latossolo Amarelo Distrófico Amoderado textura argilosa fase floresta equatorial M/F L1 N2 L/M L/M L/M N N N N N N N N N 2bc subcaducifólia relevo plano Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico epieutrófico A moderado textura média/ argilosa fase floresta equatorial L/M N1 N1 L/M L/M L/M N N N N/L N1 N1 N N N 3(a)bc subcaducifólia relevo plano. Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico episdistrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial L N1 N1 L L L M L L L N/L1 N2 L L L 2aBc subcaducifólia relevo plano. Cambissolo Eutrófico A moderado fase floresta equatorial subcaducifólia relevo L N1 N1 L L L M L L L N/L1 N2 L L L 2aBc suave ondulado. Podzólico Vermelho-Escuro Eutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo N/L N1 N1 L/M L/M L/M N N N M L1 N/L2 M M M 3ab(c) ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico epidistrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial L N1 N1 L/M L/M L/M N N N L N/L1 N2 L L L 2abc subcaducifólia relevo suave ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico epieutrófico A moderado textura média/argilosa fase floresta equatorial subcaducifólia relevo suave ondulado L/M N1 N1 L/M L/M L/M N/L N N L N/L1 N2 L L L 3(a)bc Obs.: Grau de limitação: N Nulo; L Ligeiro; M Moderado; F Forte; / - Intermediário; MF Muito Forte. Os algarismos acompanhando a letra correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras. A ausência de algarismos acompanhando a letra representativa do grau de limitação,indica não haver possibilidade de melhoramento naquele nível de manejo. 18 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de

Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO 19 De acordo com Ramalho Filho & Beek (1995), as classes de solo ocorrentes na área, deverão ser utilizadas da seguinte forma (em função da classe de aptidão agrícola): 2bc Grupo 2, de aptidão agrícola, com classe de aptidão regular para os níveis A e B de manejo. Esta área poderá ser utilizada com lavouras de ciclo curto (milho, feijão, algumas hortícolas), pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural, como também, preservação de flora e fauna. No desbravamento e preparo inicial do solo, poderá ser utilizada a mecanização motorizada ou tração animal, além de calagem, adubação e tratamentos fitossanitários simples; 3(a)bc Grupo 3, com classes de aptidão regular nos níveis de manejo B e C e restrita no nível A. A área poderá ser utilizada com restrições para culturas de ciclo curto e/ou longo, porém, apresenta aptidão regular (limitações moderadas) para pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural, como também, preservação de flora e fauna. No desbravamento e preparo inicial do solo, poderá ser utilizada a mecanização motorizada ou tração animal, além de calagem, adubação e tratamentos fitossanitários simples; 2aBc Grupo 2, com classes de aptidão agrícola regular (limitações moderadas) para os níveis de manejo A e C e boa para o nível B. A área poderá ser utilizada com culturas de ciclo e/ou longo, pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural, como também, preservação de flora e fauna. No desbravamento e preparo inicial do solo, poderá ser utilizada a mecanização motorizada ou tração animal, além de calagem, adubação e tratamentos fitossanitários simples; 3ab(c) Grupo 3, com classes de aptidão agrícola regular (limitações moderadas para produção sustentada de um determinado tipo de utilização, observando as condições de manejo considerado) para os níveis de manejo A e B e restrito para C, ou seja, são terras com aptidão agrícola restrita para lavouras de ciclo longo e/ou curto, em pelo menos um dos níveis de manejo (limitações fortes para produção, as quais reduzem a produtividade ou benefícios, ou então aumentam os insumos necessários, de tal maneira que os custos só seriam justificados marginalmente); 2abc Grupo 2, com classes de aptidão agrícola regular (limitações moderadas) para os níveis de manejo A, B e C. A área poderá ser utilizada com culturas de ciclo e/ou longo, pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural, como também, preservação de flora e fauna. No desbravamento e preparo inicial do solo, poderá ser utilizada a mecanização motorizada ou tração animal, além de calagem, adubação e tratamentos fitossanitários simples.

20 Caracterização das Classes de Solo Ocorrentes e Aptidão Agrícola de uma Área Destinada a um Sistema de Agrovila em Ouro Preto d Oeste-RO Conclusões De acordo com os dados descritos em campo e analisados em laboratório, pode-se chegar as seguintes conclusões: a) Constatou-se a ocorrência das classes de solo: LAd, PVAd, PVAe, Ce, PVEe, PVAe, PVAd com aptidões agrícolas 2bc, 3(a)bc, 2aBC, 2Abc, 3AB(c), 2abc e 3(a)bc, respectivamente. b) A área oferece condições para o desenvolvimento agrícola no sistema de agrovila, desde que utilizada a forma de manejo recomendada. c) Nas áreas com problemas de drenagem, recomenda-se a não utilização do sistema de pastoreio intensivo, em virtude da contribuição do pisoteio excessivo animal, para a compactação do solo. d) Para a implantação e manejo das futuras culturas, deverá haver um acompanhamento técnico em virtude da necessidade de recomendações de adubação e calagem, em função das condições químicas do solo e exigência da planta. Referências Bibliográficas EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação, 1999. 412 p. LEMOS, R. C. de; SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 3. ed. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1996. 83 p. OLIVEIRA, J. B. de; JACOMINE, P. K. T.; CAMARGO, M. N. Classes gerais de solos do Brasil: guia auxiliar para seu reconhecimento. 2. ed. Jaboticabal,: FUNEP, 1992. 201 p. RAMALHO FILHO, A.; BEEK, K. J. Sistema de aptidão agrícola das terras. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS, 1995. 65 p. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (Porto Velho, RO). Diagnóstico sócio-econômico: Ouro Preto d Oeste. Porto Velho, 1999. 71 p.