COMPARAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ANUROS ENTRE AMBIENTES DE AGRICULTURA TECNIFICADA E PRESERVADO NA PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA, TOCANTINS.

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Transcrição:

COMPARAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ANUROS ENTRE AMBIENTES DE AGRICULTURA TECNIFICADA E PRESERVADO NA PLANÍCIE DO RIO ARAGUAIA, TOCANTINS. Nanini Castilhos de Rabelo e Sant Anna 1 ; Adriana Malvásio 2 1 Aluno do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; e-mail: naninicastilhos@hotmail.com PIBIC/CNPq 2 Orientadora do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; e-mail: malvasio@uft.edu.br RESUMO Este estudo faz uma análise comparativa da diversidade de anfíbios anuros entre diferentes áreas de agricultura tecnificada no município de Lagoa da Confusão-TO e de preservação ambiental no Centro de Pesquisa Canguçu no entorno do Parque Nacional do Araguaia/TO, através do número de espécies, abundância relativa e dominância de cada região amostral. O método utilizado foi a busca-ativa com captura manual dos exemplares em 108 horas de esforço amostral. A variação das abundâncias das espécies entre os ambientes de preservação ambiental, área de influência agrícola foi estatisticamente significativa, sugerindo diferenças na diversidade e abundância das espécies. Na área preservada, a diferença entre as abundâncias relativas foram mais equilibradas, sugerindo maior equilíbrio ecológico quando comparado aos locais sobre influência de indústrias agrícolas. Em cada sítio amostral houve uma espécie dominante diferente, todas euritópicas, típicas de áreas abertas e da família Leptodactylidae. A área preservada teve maior diversidade de anuros (12 espécies), seguida das áreas ripária (8 espécies) e não-ripária (7 espécies) sobre influência de agricultura tecnificada. Palavras-chave: Anuros, Diversidade, Cerrado, Araguaia INTRODUÇÃO Anfíbios anuros, popularmente conhecidos como sapos, rãs e pererecas, são animais muito bem adaptados e abundantes em ambientes como a Amazônia e o Cerrado. A sua maior diversidade ocorre na região neotropical, sendo mais rica no Brasil, que possui 913 espécies (SBH 2012).

Apesar de diversa, rica em endemismos e de apresentar diferenças locais e regionais na estrutura das assembleias, desconhece-se grande parte da biodiversidade integrante dos solos e áreas de inundação do Cerrado brasileiro, bem como dos rios que percorrem e vazam pelas planícies, e também os impactos ambientais dos modelos de produção agrícola sobre a fauna destas áreas (FLEURY, 2007). A fauna do Cerrado apresenta 150 espécies de anfíbios, sendo 45 endêmicas. Nos últimos 40 anos, entretanto, boa parte deste bioma foi destruído e degradado por causa da abertura de rodovias, expansão da fronteira agrícola e de outras intervenções que permitiram a substituição de seus ecossistemas por espaços dedicados à pecuária e à agricultura extensiva, como a soja, o arroz e o trigo (IBAMA, 2008). Características do ambiente, como umidade, relevo e estrutura da vegetação podem influenciar a distribuição dos anfíbios. A ação antrópica reduz os habitats naturais e causa modificações na estrutura das comunidades por causa das alterações da fisionomia dos ambientes naturais e efeito de borda, mas também por causar distúrbios nas relações ecológicas de predação, competição e partilha espacial e temporal dos recursos, previamente estabelecidas entre as espécies da comunidade. A fragmentação dos ecossistemas pode comprometer o fluxo e a dispersão dos indivíduos e promover alterações na diversidade genética das populações naturais, sujeitando diversas espécies ao processo de declínio populacional e extinções locais (CREMA, ALLAN apud ETEROVICK et al., 2008; FERREIRA E. M. S. L. A., 2011). A presença de espécies dependentes de algum tipo especial de ambiente (Estenotópicas), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas são fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto a presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio (Euritópicas) pode determinar diferentes níveis de alteração (LEITE MOURA et al., 1993). Estudos sobre a abundância de espécies são importantes, pois a presença de determinadas espécies e/ou comunidades de anuros tem sido sugerida como ferramenta na formulação de planos de manejo e conservação de ecossistemas (MACHADO R. A, et al apud BEISWENGER, 1999).

O objetivo deste estudo é comparar a diversidade de anfíbios anuros entre áreas de agricultura tecnificada e de preservação ambiental através do número de espécies, abundância relativa e dominância de cada região amostral. MATERIAL E MÉTODOS As regiões amostrais sobre influência de agricultura tecnificada se encontram a 35 km do município de Lagoa da Confusão TO, na Fazenda Praia Alta, de propriedade do Sr. Elói Bernardon Amélio, tendo como acesso pela rodovia TO 255, Km 80, às margens do Rio Formoso (S 9º43 24,1 W 49º50 40,9 ), e a região de preservação ambiental no Centro de Pesquisa Canguçu (S 9 58 41" e W 50 02 12") localizado no entorno do Parque Nacional do Araguaia (PNA), Ilha do Bananal/TO (SEPLAN, 2001). As regiões amostrais foram escolhidas de acordo com o gradiente vegetacional de mata ripária (mais conservada), não-ripária (área de agricultura tecnificada) e entorno do Parque Nacional do Araguaia (Unidade de Conservação). Foi realizado busca-ativa com captura manual dos exemplares, por 3 horas contínuas no período noturno. Sendo três dias para cada região amostral, totalizando 9 dias de coleta por campanha. Foram feitas 2 campanhas na área de agricultura tecnificada e na área de preservação, somando então 4 campanhas para todo estudo. Para obter a abundância relativa, utilizou-se a fórmula: %Spi = n (100/N), onde %Spi é a percentagem da espécie que se quer calcular, n é o número de organismos da espécie, e N é o número total de organismos na amostra. A fórmula é calculada para cada sítio amostrado, com comparação da abundância pelo teste ANOVA com 5% de significância. A dominância é mensurada pelo do índice de Berger-Parker que é obtido pelo número de indivíduos da espécie dominante dividido pelo total de indivíduos amostrados. Os animais capturados foram fotografados in loco e identificados utilizando bibliografia recomendada (Guia de sapos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central, 2008), soltos próximo ao local de captura e registrados em ficha de campo: a massa corpórea, o sexo, metodologia de coleta, fitofisionomia, data e nome da espécie. Também foi registrado o comprimento rostro-anal (CRA).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao todo, foram identificados 380 espécimes de 14 espécies diferentes. Para região de área preservada foram coletadas e identificadas 12 espécies totalizando 74 espécimes. Para a região sobre influência de agricultura tecnificada, nas áreas ripárias foram contabilizadas 8 espécies totalizando 130 espécimes e nas não-ripárias 7 espécies totalizando 176 espécimes. A espécie mais abundante na área preservada foi o Leptodactylus mystaceus (19%), na área de agricultura tecnificada, em ambiente de mata-ripária foi o Leptodactylus labirinthycus (41%) e mata não-ripária o Leptodactylus latrans (51%). No primeiro local houve uma distribuição das abundâncias de espécies mais equilibrada (19% para a mais abundante, 16% para a segunda e 14% para a terceira), já na terceira área a espécie dominante teve uma porcentagem de indivíduos consideravelmente maior que as demais (51% para a esta, 11% para a segunda e 7% para a terceira), e na segunda área também foi observada esta relação, porém menos acentuada (41% para a mais dominante, 24% para a segunda e 23% para a terceira). A área preservada teve maior diversidade de anuros (12 espécies), seguida das áreas ripária (8 espécies) e não-ripária (7 espécies) sobre influência de agricultura tecnificada. O resultado da teste ANOVA obteve p < 0,05 (0,0367), mostrando que a variação das abundâncias das espécies entre os ambientes de preservação ambiental, área de influência agrícola tecnificada de vegetação ripária e não-ripária é significativo, sugerindo diferenças na diversidade e abundância das espécies. Discussão A densidade florestal da área preservada possivelmente permite maior presença de anuros arborícolas e de serapilheira, além de oferecer maior diversidade de ambientes naturais de reprodução. (ALHO C. J. R. et al., 2001) Em cada sítio amostral houve uma espécie dominante diferente, todas euritópicas, típicas de áreas abertas e da família Leptodactylidae.

Na área preservada, a diferença entre as abundâncias relativas foram mais equilibradas, sugerindo maior equilíbrio ecológico quando comparado aos locais sobre influência de indústrias agrícolas, isso pode estar relacionado à maior oferta de alimentos, hábitats, ambientes de reprodução e proteção contra predadores. A espécie Leptodactylus latrans foi mais abundante no ambiente de agricultura e pouco em ambiente preservado, sugerindo maior adaptação a ambientes degradados, devido, provavelmente, à menor diversidade de espécies, e consequentemente menor competição por alimento (LIMA, R. A. M., 2010). LITERATURA CITADA ALHO, C. J. R.; STRÜSSMANN, C.; VASCONCELLOS, L. S. Indicadores da magnitude da diversidade e abundância de vertebrados silvestres do Pantanal num mosaico de hábitats sazonais. Indicadores da magnitude da diversidade e abundância de vertebrados silvestres do Pantanal num mosaico de hábitats sazonais, 2002. CREMA, A. Diversidade e distribuição de anfíbios anuros associados a matas de galeria dentro e fora de Unidades de Conservação do Distrito Federal. 2008. FERREIRA E. M. S. L. A. Biodiversidade e conservação da herpetofauna do médio-araguaia. Departamento de Biologia. Universidade de Aveiro. Portugal. 2011 FLEURY, L. Agricultura e ambiente em transição: evolução e diferenciação dos sistemas agrários no domínio do Cerrado. In: Congresso Brasileiro de Sistemas de Produção. 2007. LIMA, R. A. M. Avaliação da contaminação de Leptodactylus ocellatus, ocasionada por agrotóxicos, na sub-bacia do Rio Urubu-TO. Mestrado em Ciências do Ambiente, UFT. Palmas-TO. 2010 MACHADO, R. A.; BERNARDE, P. S.; MORATO, S. A. A., & ANJOS, L. D. Análise comparada da riqueza de anuros entre duas áreas com diferentes estados de conservação no município de Londrina, Paraná, Brasil (Amphibia, Anura). Revista Brasileira de Zoologia, v. 16, n. 4, p. 997-1004, 1999. MOURA LEITE, J. C.; BÉRNILS, R. S.; MORATO, S. A. A. Método para a caracterização da herpetofauna em estudos ambientais. 1993. AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil