Inspeção Visual e Dimensional de Eletrodos e Estufas Duração: 60 minutos Este texto é dividido em duas partes: a primeira descreve os procedimentos para a realização da Inspeção visual e dimensional de eletrodos revestidos, enquanto que a segunda parte é relacionada com a 2ª PARTE - Inspeção de Estufas. A seguir, as etapas da inspeção são descritas de forma detalhada: 1ª Parte - Inspeção visual e dimensional de eletrodos revestidos Ao receber os eletrodos para inspeção deve-se ter pleno conhecimento dos defeitos que podem ser encontrados. De acordo com os critérios de aceitação, tais defeitos estão relacionados e detalhados abaixo: Critérios de aceitação quanto à fabricação. 1.1 - Alma do Eletrodo e Revestimento. 1.1.2 - A alma do eletrodo e seu revestimento devem ser livres de defeitos que possam interferir no desempenho uniforme dos eletrodos (ANEXO A). 1.2.3 - O revestimento, para todas as dimensões de eletrodos revestidos, deve ser concêntrico por toda sua extensão. A concentricidade pode ser medida por qualquer meio adequado. Ver figura 1. Página 1
Figura 1: Eletrodo revestido Concentricidade do revestimento. 1.2 Identificação no eletrodo Todos os eletrodos devem ser identificados em conformidade com os seguintes itens: 1.2.1 - No mínimo uma impressão legível da classificação AWS aplicada deve ser impressa no revestimento do eletrodo a uma distância menor ou igual a 65 mm (2 1/2 in) da extremidade da ponta de pega*. Ver figura 2. *extremidade exposta da alma metálica onde o porta eletrodo será preso mecanicamente. Figura 2: Localização da classe do eletrodo em relação à ponta de pega. Página 2
1.2.2 - Os números da classificação AWS impressos no eletrodo devem ser em negrito e de tamanho suficiente para que sejam facilmente lidos. 1.2.3 - A tinta usada na impressão deve fornecer contraste suficiente no revestimento de modo que os números e letras permaneçam legíveis antes e após a soldagem. 1.2.4 - O prefixo E, na classificação do eletrodo, pode ser omitido da impressão no revestimento. O exemplo acima poderia ser representado da forma E 7018. Ver figura 3. Figura 3: Identificação completa da classificação AWS do eletrodo. Página 3
ANEXO A Critério de Aceitação para Inspeção Visual do Revestimento e da Alma do Eletrodo Revestido Qualquer descontinuidade verificada abaixo deve ser considerada como defeito, independentemente da sua incidência. Página 4
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Com base nos defeitos apresentados acima, segue exemplo de preenchimento do Relatório de inspeção de consumíveis de soldagem. Será utilizado como exemplo um eletrodo identificado com o número 13 (este número virá fixado na ponta de pega do eletrodo). Página 7
ANEXO B RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE CONSUMÍVEIS DE SOLDAGEM NOME: Nº REG. DATA: / / Número Laudo do Item Inspecionado (S/N) Eletrodo Justificativa ALMA N Oxidação na ponta de pega 13 REVESTIMENTO S IDENTIFICAÇÃO S Página 8
2ª Parte - Inspeção de Estufas As estufas a serem inspecionadas serão de escolha do examinador. Dentre as estufas possíveis (armazenagem, secagem e manutenção de secagem), duas serão designadas para que o aluno execute a inspeção. Os parâmetros a serem verificados para cada estufa estão preestabelecidos nos procedimentos de inspeção. Estes parâmetros são retirados da norma N-133 SOLDAGEM. Conforme descrito na introdução, deve-se informar os itens do procedimento aplicável às estufas designadas para inspeção, constando o laudo de cada item (S satisfatório ou N não-satisfatório). No caso de reprovação deve-se justificar a não conformidade. A seguir, exemplos de estufas de armazenagem, secagem e manutenção de secagem: Figura 15: Equipagem típica de um compartimento de armazenamento. Página 9
Figura 16: Estufa para Secagem. Figura 17: Estufa para manutenção da secagem. Página 10
Anexo C Procedimento para Inspeção de Estufas de Armazenagem de Consumíveis N-133 Rev. J 1.1 A estufa para armazenagem de eletrodos, varetas e arames deve dispor de meio de aquecimento para manter a temperatura interna 10 C acima da temperatura ambiente. 1.2 A estufa para armazenagem de eletrodos revestidos e fluxos deverá estar dotada de termômetro, higrômetro ou um termo-higrômetro, para controle da temperatura e umidade. Figura 18: Estufa de armazenagem. Como essa estufa não possui termômetro e higrômetro, então o item está reprovado. 1.3 A embalagem deverá indicar de modo legível e sem rasuras a marca comercial, especificação, classificação, diâmetro, número de corrida e data de fabricação. Página 11
Figura 19: Etiqueta de identificação. 1.4 Os eletrodos, varetas e fluxos em sua embalagem original, devem ser armazenados sobre estrados ou prateleiras, em estufas que atendam às condições citadas nos itens 1.1 e 1.2. As seguintes condições, no interior da estufa, devem ser observadas: 1.5 a) a temperatura deve ser, no mínimo, 10 C acima da temperatura ambiente e nunca inferior a 20 C; b) a umidade relativa do ar deve ser de, no máximo 50%. 1.6 Quando armazenados na posição vertical, as embalagens de eletrodos revestidos devem ser posicionadas com as pontas de abertura de arco voltadas para cima. 1.7 Os eletrodos revestidos devem ser armazenados em suas embalagens originais. Página 12
1.8 A estufa de armazenagem deverá dispor de um espaço específico para os eletrodos segregados. 1.9 A armazenagem dos eletrodos ou fluxos deverá ser executada em, no máximo, 3 anos a partir da data de fabricação dos mesmos. 1.10 A ordem de retirada de embalagens do estoque deve evitar a utilização preferencial dos materiais recém-chegados, e consequentemente, a armazenagem prolongada de alguns lotes. 1.11 Os aparelhos e instrumentos de medição e teste deverão estar calibrados e dentro do prazo de validade. Página 13
Procedimento para Inspeção de Estufas de Secagem de Consumíveis N-133 Rev. J 1.1 A estufa para secagem de eletrodos, varetas e fluxos deverá dispor de resistências elétricas, para controlar e manter a temperatura de até 400 C e de termômetro, termostato e respiro com diâmetro superior a 10mm. Figura 20: Estufa de secagem. Como essa estufa não possui termômetro, então o item está reprovado. 1.2 A estufa para secagem de eletrodos revestidos deverá possuir prateleiras furadas ou em forma de grade, afastadas no mínimo 25mm das paredes verticais. Página 14
Figura 21: Estufa de secagem (Prateleiras em forma de grade). 1.3 Os eletrodos revestidos de baixo hidrogênio que, fora da estufa de secagem, não forem utilizados após uma jornada de trabalho, deverão ser submetidos à ressecagem e serem identificados com tinta vermelha na ponta de pega e colocados separadamente dos demais eletrodos, permitindo-se apenas uma ressecagem. 1.4 A estufa de secagem deverá ter plaquetas de identificação para cada grupo de eletrodos com as informações de classificação AWS e bitola. Deverá existir uma plaqueta para o local dos eletrodos que serão ressecados. 1.5 Os eletrodos deverão estar dispostos em prateleiras, em camadas não superiores a 50mm. Página 15
Figura 22: Eletrodos dispostos em camadas. 1.6 Os aparelhos e instrumentos de medição e teste deverão estar calibrados e dentro do prazo de validade. Página 16
Procedimento para Inspeção de Estufas de Manutenção de Secagem de Consumíveis N-133 Rev. J 1.1 A estufa para manutenção de secagem de eletrodos, varetas e fluxos deverá dispor de resistências elétricas, para controlar e manter a temperatura de até 200 C e de termômetro, termostato e respiro com diâmetro superior a 10mm. Figura 23:Estufa de manutenção de secagem. Como essa estufa não possui termômetro e termostato, então o item está reprovado. 1.2 A estufa para manutenção de secagem de eletrodos revestidos deverá possuir prateleiras furadas ou em forma de grade. Página 17
Figura 24: Estufa de manutenção de secagem (Prateleiras furadas). 1.3 Os eletrodos deverão estar dispostos em prateleiras, em camadas não superiores a 150mm. Figura 25: Eletrodos dispostos em camadas. 1.4 Os eletrodos revestidos de baixo hidrogênio que, fora da estufa de manutenção de secagem, não forem utilizados após uma jornada de trabalho, deverão ser submetidos à ressecagem e serem identificados Página 18
com tinta vermelha na ponta de pega e colocados separadamente dos demais eletrodos, permitindo-se apenas uma ressecagem. 1.5 A estufa de manutenção de secagem deverá ter plaquetas de identificação para cada grupo de eletrodos com as informações de classificação AWS e bitola. Deverá existir uma plaqueta para o local dos eletrodos que serão ressecados. 1.6 Os aparelhos e instrumentos de medição e teste deverão estar calibrados e dentro do prazo de validade. Figura 26: Instrumento de medição utilizado (trena). Com base nas condições de tratamento apresentadas na estufa de manutenção de secagem, segue exemplo de preenchimento do Relatório de inspeção de estufas. Página 19
ANEXO D RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE ESTUFAS NOME: Nº REG. DATA: / / ( ) Armazenagem ( ) Secagem ( X ) Manutenção de secagem Item do Procedimento Laudo (S/N) Justificativa 1.1 N Ausência de termômetro e termostato 1.2 S 1.3 S 1.4 S 1.5 N Ausência de plaquetas de identificação da classificação e diâmetro dos eletrodos, e ausência de plaquetas para eletrodos ressecados. 1.6 N Trena sem etiqueta de calibração e ausência de termômetro e termostato. Página 20
Você estudou neste texto que a prova prática de inspeção de eletrodos e estufas se divide em duas partes, fornecendo dados para o preenchimento de dois relatórios. Na prova prática é preciso verificar se os eletrodos apresentam as condições exigidas na especificação AWS A 5.1 e se as estufas atendem aos procedimentos de armazenagem, secagem e manutenção de secagem dos consumíveis. Teste agora o seu nível de compreensão do texto respondendo às questões de revisão sobre a aula prática de Inspeção Visual e Dimensional de Eletrodos e Estufas. Caso seja necessário releia o texto e/ou recorra aos tutores para resolver suas dúvidas. Questões de Revisão 1 Explicite como se realiza a inspeção de estufas e de que maneira deve ser relatado esse procedimento no Relatório de Inspeção de Estufas. 2 Descreva todas as etapas da Inspeção de Visual e Dimensional de Eletrodos e Estufas, detalhando cada uma delas. 3 Liste as diferenças entre o Procedimento para Inspeção Estufas de Secagem de Consumíveis e o Procedimento para Inspeção de Estufas de Manutenção de Secagem de Consumíveis. Página 21