RELATÓRIO DA DISCUSSÃO PÚBLICA

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Transcrição:

RELATÓRIO DA DISCUSSÃO PÚBLICA (ANEXO I) DELIBERAÇÂO Nº 708/CM/2015 REVISÃO DO REGULAMENTO DE HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DE VENDA AO PÚBLICO E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO CONCELHO DE LISBOA

INTRODUÇÃO: 1. PERÍODO DE DISCUSSÃO PÚBLICA 2. PROVENIÊNCIA DAS PRONÚNCIAS 3. RESUMO DAS PRONÚNCIAS 4. APECIAÇÃO DAS PRONÚNCIAS; 5. PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO À DELIBERAÇÃO N.º 708/CM/2015 6. RECOMENDAÇÕES INDICE DE ANEXOS: DOCUMENTO I Pronúncias apresentadas em sede de discussão pública. DOCUMENTO II - Deliberação nº 708/CM/2015 Revisão do Regulamento de Horários dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa 2

INTRODUÇÃO O Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa (Deliberação n. 87/AM/97), no nº 5 do seu artigo 5.º, determina que: O Presidente ou o Vereador com competência delegada, poderá restringir os horários de funcionamento ( ), mediante iniciativa própria ou em resultado do exercício do direito de petição dos administrados, desde que tal decisão se fundamente na necessidade de repor a segurança ou na protecção da qualidade de vida dos cidadãos. Tal restrição deverá atender, ainda, quer aos interesses dos consumidores, quer aos interesses das actividades económicas envolvidas. Assim sendo, perante um conjunto crescente e reiterado de reclamações relativas à existência de ruído e outras incomodidades, tais como, insalubridade e insegurança na via pública, resultantes do funcionamento de um conjunto significativo de estabelecimentos situados (essencialmente) nas zonas correspondentes ao Bairro Alto, Cais do Sodré e Largo de Santos, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) deliberou proceder à revisão do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa, tendo para o efeito, submetido a Consulta Pública, um projecto de decisão constante da Deliberação n.º 708/CM//P/2015 (Anexo I) com diversas medidas, das quais se destacam: A) Estabelecimentos que se inserem na Zona A e pertencem ao Grupo I, conforme estatui o n.º 1 do Artigo 2.º do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa, que correspondam a estabelecimentos de restauração e/ou bebidas devidamente legalizados, ou seja, que disponham de alvará sanitário, licença ou autorização de utilização ou comunicação para efeitos de restauração e/ou bebidas: Horário máximo de funcionamento entre as 7h00 e as 2h00 do dia seguinte, todos os dias da semana. B) Estabelecimentos que se inserem na Zona A e pertencem ao grupo II, conforme dispõe o n.º 1 do Artigo 2.º do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa, que não disponham de título que os habilite a desenvolver a actividade com espaço de dança, cumprindo os requisitos constantes no Decreto-Lei n.º 135/2014, de 8 de Setembro: i. Horário máximo de funcionamento entre as 12h00 e as 3h00 do dia seguinte, às sextas, sábados e vésperas de feriado; ii. Horário máximo de funcionamento entre as 12h00 e as 2h00 do dia seguinte, nos demais dias da semana (entre domingo e quinta feira). 3

C) Estabelecimentos que se inserem na Zona A e pertencem ao grupo III do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa, que disponham de título que os habilite a desenvolverem a actividade com espaço de dança legalizado, cumprindo os requisitos constantes no Decreto-Lei n.º 135/2014, de 8 de Setembro: Horário máximo de funcionamento entre as 12h00 e as 4h00 do dia seguinte, todos os dias da semana. D) Estabelecimentos que se inserem no Grupo IV, devidamente licenciados no ramo da hotelaria e alojamento, lar de idosos, farmácias (devidamente escaladas), centros médicos e enfermagem, abastecimento de combustíveis, equipamentos automatizados de prestação de serviços bancários e estabelecimentos localizados em estações e terminais ferroviários, aéreos e marítimos: Horário de funcionamento 24 horas por dia todos os dias da semana. E) Estabelecimentos que se inserem no Grupo V, que não se enquadram em qualquer dos grupos previstos nas alíneas anteriores, englobando as denominadas lojas de conveniência : Horário de funcionamento entra as 06.00h e as 24.00h, sem prejuízo do previsto no n.º 8 do Artigo 2.º. F) Os estabelecimentos instalados na área geográfica indicada no Anexo II, da Deliberação n.º 708/CM/2015, designada por Zona B, independentemente da actividade desenvolvida, desde que cumpram os requisitos previstos para o Grupo III, não estão sujeitos a qualquer limite de horário. 1. PERÍODO DE DISCUSSÃO PÚBLICA Dado o número de interessados visados pelo projecto de decisão ser de tal forma elevado, o cumprimento do artigo 100.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), relativo à realização da audiência prévia, tornavase impraticável. Assim, ao abrigo da alínea c), do n.º 3, do mesmo artigo, a Deliberação n.º 708/CM/2015, publicado no 2.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 1137, de 3 de Dezembro, foi submetida a Consulta Pública, para efeitos de pronúncia dos interessados. Pelo que, nos termos do disposto no Anúncio n.º 9/2015, publicado no Boletim Municipal n.º 1137, de 3 de Dezembro, conjugado com o disposto no n.º 2 do artigo 101.º do CPA, a fase de Consulta Pública teve a duração de 30 dias úteis, contados a partir da data da sua publicação em Boletim Municipal, tendo a sua publicitação sido efectuada através dos seguintes meios: 1.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 1137, em 3 de Dezembro de 2015; Internet - Sítio oficial da CML e sítio Lisboa Participa ; 4

Ofício circular às seguintes entidades com intervenção na matéria objecto do Despacho: AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal Associação Cais do Sodré Associação de Comerciantes do Bairro Alto Associação de Moradores do Bairro Alto D.E.C.O. Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor Junta de Freguesia de Santo António Junta Freguesia da Misericórdia Polícia de Segurança Pública AHP Associação de Hotelaria de Portugal Para apresentação das pronúncias, foi disponibilizado o endereço de correio electrónico emdiscussaopublica@cmlisboa.pt, podendo estas ser também entregues nos diversos locais de atendimento da CML. 2. PROVENIÊNCIA DAS PRONÚNCIAS Em sede de Consulta Pública foram recebidas 98 pronúncias, as quais foram organizadas e numeradas por Grupos, em dois dossiês juntos ao presente Relatório. Atendendo ao número de pronúncias recebidas, houve a necessidade de criar uma forma de facilitar a sua análise, pelo que se adoptou a seguinte metodologia, atendendo à natureza da proveniência dos vários contributos, a saber: A. ÓRGÃOS INSTITUCIONAIS: - COMETLIS / PSP; - CML - Divisão de Contra-Ordenações; - CML Divisão de Ambiente e Energia; - Junta de Freguesia da Misericórdia, conjuntamente com a AMBA Associação de Moradores do Bairro Alto, Associação de Moradores A VÓS DO BAIRRO, AQUI MORA GENTE Associação de Moradores, ACBA Associação de Comerciantes do Bairro Alto e a ACS Associação do Cais do Sodré; - Junta de Freguesia de Santo António. B. ENTIDADES CORPORATIVAS: - AHP Associação de Hotelaria de Portugal; 5

- AHRESP Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal; - CES Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal; - DECO Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor; - UACS União de associações de Comércio e Serviços. C. ENTIDADES PRIVADAS: - APEC Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas; - DARC (DESTERRENCE) Associação Cultural e Recreativa; - FEVIP Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais; - HOTEIS HERITAGE LISBOA; - NÓS Lusomundo Cinemas, S.A. - SONAE SIERRA. D. ASSOCIAÇÃO DE MORADORES: - AMBA Associação de Moradores do Bairro Alto; - AQUI MORA GENTE Associação de Moradores; - ACBA Associação de Comerciantes do Bairro Alto E. MORADORES / MUNÍCIPES. * F. MORADORES (AGRUPADOS). * * - Dado o número elevado de pessoas, os seus nomes constam no Anexo I. 3. RESUMO DAS PRONÚNCIAS Quanto ao conteúdo das várias Pronuncias apresentadas em sede de discussão pública, dada a heterogeneidade e o número elevado, constam do DOCUMENTO I. 6

4. APRECIAÇÃO DAS PRONÚNCIAS Da discussão pública promovida pelo Município de Lisboa, no âmbito da revisão do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços no Concelho de Lisboa, conforme proposta constante da Deliberação n.º 708/CM/2015, subscrita pelo Vereador Duarte Cordeiro, verificam-se como vectores principais, desde a alteração pontual de alguns parágrafos do preâmbulo da referida Deliberação, a introdução/correcção de algumas situações pontuais do articulado, até à pura e simples oposição da sua estatuição. Dentro desta diversidade, também resulta de forma clara, nomeadamente nos contributos apresentados por moradores / munícipes, o facto de que dificilmente se consegue compatibilizar a qualidade de vida dos residentes, nomeadamente no que respeita ao descanso (nocturno) com o quadro proposto para os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, com enfase naqueles que servem de padrão na diversão nocturna, especialmente os que se situam em zonas da cidade conhecidas e procuradas para essa finalidade, que são os casos do Cais do Sodré, Santos e Bairro Alto. Acresce que, de uma forma geral, tais preocupações são igualmente partilhadas pelas associações ou agrupamentos de moradores/munícipes, bem como, pela maioria dos órgãos institucionais que apresentaram a sua contribuição. Claro que, em sentido contrário, aponta o entendimento do sector representativo de alguns comerciantes, quer individualmente quer através das suas associações, mas com uma matriz transversal que assenta no facto da sua actividade principal ser a venda de bebidas alcoólicas. Estamos assim perante uma dicotomia onde, por um lado estão os moradores, as associações de moradores e grande parte dos órgãos institucionais, que consideram o actual quadro dos horários de funcionamento dos estabelecimentos de restauração e bebidas demasiado generoso, criando objectivamente uma incompatibilidade com a qualidade de vida dos moradores, nomeadamente no que respeita ao seu descanso nocturno, especialmente em certas zonas da cidade, e por outro lado os comerciantes e as suas associações profissionais ou sectoriais, que numa forma geral entendem que o actual quadro de horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais impulsiona a dinamização e promoção da cidade de Lisboa, não se vislumbrando razão para a sua alteração. 5. PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO À DELIBERAÇÃO N.º 708/CM/2015 A. Preâmbulo: Devem ser alterados os parágrafos 1.º, 3.º, 10.º, 12.º e 14.º; O parágrafo 11.º é de difícil percepção; O parágrafo 13.º não deve constar no preâmbulo. B. Articulado: Artigo 1.º, n.º s 1 e 4; Artigo 2.º, n.º 1, 2, 3, 4, 5 e 7; Artigo 3.º, n.º 1 e 2; Artigo 4.º, n.º s 1, 2 e 5; 7

Artigo 5.º, n.º 2; Artigo 6.º, n.º 5 e considera-se desnecessário o seu n.º 4; Artigo 7.º, n.º 1 e 2; Artigo 9.º, n.º 1 e 2; Artigo 10.º; Artigo 11.º, n.º 2. 6. RECOMENDAÇÕES Como referido em epígrafe, concordando ou discordando com as medidas preconizadas na revisão do Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços do Concelho de Lisboa, subscrita pelo Senhor Vereador Duarte Cordeiro, através da Deliberação n.º 708/CM/2015, para além dos contributos concretos no sentido de se alterarem algumas das medidas preconizadas no referido projecto de revisão, foram igualmente apresentadas diversas recomendações. Da sua análise, constata-se que estas incidem sobre diversas áreas de actuação do município, sendo que outras extravasam o seu âmbito de actuação. Em traços gerais, podem-se resumir da seguinte forma: Legalidade / Fiscalização: Intensificar a fiscalização da CML, em conjunto com PSP e ASAE, por forma a garantir o cumprimento dos requisitos legais exigidos para o exercício da actividade, por parte dos comerciantes, e no sentido de eliminar as práticas de venda ilegal de bebidas, danosas quer para os estabelecimentos de diversão que possuem licenças e cumprem as regras, quer para os residentes, ao contribuírem para o aumento do fenómeno do botellón ; No mecanismo de alargamento de horários, o parecer das Juntas de Freguesia deve ser vinculativo; Criação de uma base informática para registo do histórico de todas as ocorrência/reclamações, em função de cada estabelecimento; Implementar procedimentos mais ágeis e céleres de detecção e penalização de incumprimentos; Adoptar critérios técnicos, claros e quantificáveis para a apreciação dos pedidos de prolongamentos de horários dos estabelecimentos, sendo esse alargamento imediatamente suspenso, caso se verifique, de forma comprovada, incumprimento de algum dos requisitos que justificaram a sua autorização; Adoptar mecanismos de fiscalização com formação e competências específicas, podendo aplicar de imediato penalizações por incumprimento, como por exemplo, encerrar ou limitar o horário do estabelecimento incumpridor, especialmente aqueles que o fazem de forma reiterada; 8

Considera-se insuficiente o período de 8 dias para a rejeição do pedido de alargamento de horários, uma vez que é necessária a consulta de várias entidades externas, ao serviço decisor ou à própria CML, propondo-se o seu alargamento para 12 dias úteis. Segurança / Via Pública: Deve haver uma diferenciação entre áreas residenciais e não residenciais, sendo que no caso das habitacionais o sossego deve ser garantido a partir das 23.00h; Reforços do policiamento, em especial nas zonas com tradição de diversão nocturna, de forma a se evitar que os consumidores/clientes permaneçam na via pública após o encerramento dos estabelecimentos; Proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública após as 23.00h; No caso de pedidos para o alargamento de horário, o parecer das forças de segurança deverá condicionar (de forma vinculativa) a decisão da CML; No caso de restrição ou alargamento de horários, obrigatoriedade de comunicação dos despachos às forças de segurança; Monitorizar fenómenos contrários à ordem pública, em certas zonas da cidade, por forma a se poder aplicar medidas preventivas e/ou evitar-se que estes se repitam noutros locais da cidade; Garantir o sossego a partir das 22.00h, nas áreas onde existam unidades hoteleiras, hospitalares ou similares; Deve-se evitar que certas zonas da cidade se transformem em sanitários públicos, onde a insegurança e o vandalismo são presenças assíduas; O funcionamento das esplanadas deverá ter horários mais restritivos que os dos estabelecimentos, propondose o seu encerramento de domingo a quinta-feira nunca depois das 23.00h e às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriados às 24.00h, sem prejuízo de haver horários mais restritos; O horário de funcionamento dos estabelecimentos na Zona B, não deverá ser de regime livre; Ao se criar um regime de excepção, põe-se em causa as restrições dos horários dos estabelecimentos do Grupo II e III situados em zonas como o Cais do Sodré, Santos e Bairro Alto. Estabelecimentos: Os estabelecimentos que pretendam ter sistema de amplificação sonora ou música ao vivo, após as 23.00h, deverão cumprir os requisitos estipulados de 1 a 6 para os estabelecimentos do Grupo III; 9

No n.º 2 dos requisitos dos estabelecimentos do Grupo III, deverá constar que o limitador de som terá que cumprir normas definidas pela CML em documento próprio a ser disponibilizado pela DAE; Os horários aplicados aos estabelecimentos pertencentes ao Grupo I são manifestamente excessivos, uma vez que, dada a natureza não possuem uma boa insonorização e encontram-se implantados em zonas habitacionais; Muitos dos estabelecimentos, na área de restauração e bebidas, são de dimensões tão exíguas que o consumo faz-se na via pública; As medidas previstas no Despacho n.º 140/P/2014, devem ser alargadas à Freguesia da Misericórdia, nomeadamente com o encerramento das lojas de conveniência às 22.00h, e os estabelecimentos de diversão nocturna às 2.00h ou 3.00h, excepto aqueles que funcionam à porta fechada; Restringir o consumo ao interior dos estabelecimentos, obrigando os estabelecimentos a dispor de serviços de segurança privada; Avaliara as condições de insonorização dos estabelecimentos de diversão nocturna, onde se incluem bares, cervejarias e alguns restaurantes; Limitar futuros licenciamentos de lojas ou prestadores de serviços que procedam à venda de bebidas alcoólicas para o exterior. O Licenciamento Zero tem servido para desregrar esta área. Higiene Urbana: Reforçar a limpeza das ruas, colocando mais caixotes de lixo, identificados como parte integrante de um projecto, por exemplo, mediante a pintura de um logótipo identificativo ou, simplesmente, uma cor que os torne imediatamente associados a este projecto específico, por forma a envolver os clientes; 19 de Fevereiro de 2016 10