Marco Civil da Internet



Documentos relacionados
Marco Civil da Internet

Impressões iniciais sobre a Lei nº , de 23 de abril de Marco Civil da Internet

Marco Civil da Internet

Marco Civil da Internet

Marco Civil da Internet

MARCO CIVIL DA INTERNET PROTEÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS E MARCAS. RODRIGO BORGES CARNEIRO rcarneiro@dannemann.com.br

PROJETO DE LEI CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

O Marco Civil da Internet no Brasil

Marco Civil da Internet

Responsabilidade Civil de Provedores

O QUE MUDA COM A CIVIL DA INTERNET

Marco Civil da Internet Responsabilidade e Direitos Autorais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS E 1.589, DE 2015)

Neutralidade de rede Consulta Pública à sociedade sobre a regulamentação prevista no Marco Civil da Internet Consulta Pública nº 8/2015

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 176, DE 2014

IBRAC INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS DE CONCORRÊNCIA, CONSUMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR NA INTERNET

MINUTA DE ANTEPROJETO DE LEI PARA DEBATE COLABORATIVO. O CONGRESSO NACIONAL decreta: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E MARCO CIVIL DA INTERNET DANILO DONEDA

Proteção do Sigilo de Informações e Marco Civil da Internet

ALTERAÇÕES A TIPOS PENAIS

PROJETO DE LEI Nº DE 2011

Marco Civil e a Proteção de Dados Brasília, 10 de novembro de 2016

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

um país digital & continental A realidade do setor nos Estados Brasileiros Como entender e interagir com o novo consumidor na hora da compra

ANTEPROJETO DE LEI. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

MINUTA DE ANTEPROJETO DE LEI PARA DEBATE COLABORATIVO SE Ç Ã O I V R E V ISA D A

DECRETO Nº , DE 20 DE FEVEREIRO DE 2009.

Grupo 1 noturno. Questão para o Grupo 3

LEI , DE 29 DE DEZEMBRO DE

LEI Nº 8.977, DE 6 DE JANEIRO DE 1995

CLAUDIO NAZARENO. Consultor Legislativo da Área XIV Comunicação Social, Informática, Telecomunicações, Sistema Postal, Ciência e Tecnologia

CONTRATO DE ADESÃO Definições e Objeto São partes neste contrato o USUÁRIO e a TECH4SAFE.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA

MARCO CIVIL DA INTERNET PRELÚDIO DA NORMATIZAÇÃO NACIONAL SOBRE DIREITOS E DEVERES NO AMBIENTE VIRTUAL.

Resolução nº 194 RESOLUÇÃO Nº 194-ANTAQ, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2004.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BRUMADO ESTADO DA BAHIA CNPJ/MF Nº / Praça Cel. Zeca Leite, nº 415 Centro CEP: Brumado-BA

ELETROBRAS DISTRIBUIÇÃO RONDÔNIA GERÊNCIA DO PROGRAMA LUZ PARA TODOS

PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2013.

CPI Crimes Cibernéticos

RESOLUÇÃO Nº 196, DE 24 DE AGOSTO DE 2011.

RONY VAINZOF

Quadro comparativo do Projeto de Lei do Senado nº 494, de 2008

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PROJETO DE LEI Nº, DE 2012

Gerenciamento Total da Informação

PROJETO DE LEI CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES. I - o reconhecimento da escala mundial da rede;

Lei nº , de (DOU )

LEI Nº 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

PROJETO DE LEI Nº, DE 2015 (Da Sra. Soraya Santos)

REQUERIMENTO PESSOA JURÍDICA

Prefeitura Municipal de Cruzeiro

IV FÓRUM ÉTICO LEGAL EM ANÁLISES CLÍNICAS

Legislação aplicada às comunicações

JARBAS JOSÉ VALENTE. Presidente Substituto da Agência Nacional de Telecomunicações

TERMO DE DISPONIBILIZAÇÃO DE ESPAÇO VIRTUAL PARA DIVULGAÇÃO DE MARCA, PRODUTOS E/OU SERVIÇOS

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

PROJETO DE LEI N.º 12, DE 2015 (Do Sr. Lucas Vergilio)


Publicado Decreto que regulamenta o Marco Civil da Internet

Trilha 6: Ambiente legal, regulatório, segurança e inimputabilidade da rede

MARCO CIVIL DA INTERNET LEI Nº , DE 23/04/2014

EDIÇÃO 222, SEÇÃO 1, PÁGINA 32 E 33, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2014 SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

MANUAL DE ORIENTAÇÃO

Aplicação da Lei de Acesso à Informação às Entidades do Terceiro Setor

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

POLÍTICA GERAL PARA CORRESPONDENTES BANCÁRIOS (COBANS)

A p s e p c e t c os o s Ju J r u ídi d co c s o s n a n V n e t n ilaç a ã ç o ã o M ec e â c n â i n ca

PROJETO DE LEI CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PL 2.057/2003 E APENSOS

3. Segundo a legislação partidária, no que se refere à filiação partidária, DIREITO ELEITORAL

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR MEIO ELETRÔNICO DE CADASTRO DE CURRÍCULO E VAGAS (USUÁRIO GRATUITO)

Um programa de compliance eficiente para atender a lei anticorrupção Lei /2013

POLÍTICA DE PRIVACIDADE SEGUROS UNIMED

Transações imobiliárias e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF

e-privacy Proteção de Dados Pessoais nas Comunicações Eletrónicas

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Transcrição:

Deputado Federal Alessandro Lucciola Molon (Partido dos Trabalhadores Rio de Janeiro) Relator do Projeto de Lei 2.126/2011 (Lei 12.965/2014) 16 Giugno 2014 Montecitorio

publicado no D.O.U. de 24.4.2014 >> em vigor em 23.06.2014 (BRA x CAM)

+

amplamente debatido consultas públicas 2.300 contribuições

7 audiências e seminários 4 das 5 regiões do país 62 palestrantes e-democracia

xx

45 mil visitas 140 propostas 2.215 comentários

principais pontos

neutralidade da rede proteção da privacidade liberdade de expressão responsabilidade civil de terceiros

Constituição da Internet

não trata de: cibercrimes direitos autorais

Internet: aberta democrática descentralizada livre de barreiras pesquisa + inovação

Neutralidade da Rede - Conceito Art. 9º O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação.

Neutralidade da Rede - Exceções 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada nos termos das atribuições privativas do Presidente da República previstas no inciso IV do art. 84 da CF, para a fiel execução desta Lei, ouvidos o CGI.br e a Anatel, e somente poderá decorrer de: I - requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações, e II - priorização a serviços de emergência.

VoIP streaming e-mail

Neutralidade da Rede 3º Na provisão de conexão à Internet, onerosa ou gratuita, bem como na transmissão, comutação ou roteamento, é vedado bloquear, monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos pacotes de dados, respeitado o disposto neste artigo.

Privacidade Art. 7º O acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania e ao usuário são assegurados os seguintes direitos: I - à inviolabilidade da intimidade e da vida privada, assegurado o direito à sua proteção e à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei; III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial;

Privacidade VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei; VIII - informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser utilizados para finalidades que: a) justifiquem sua coleta; b) não sejam vedadas pela legislação; e c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou em termos de uso de aplicações de internet; IX - consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacada das demais cláusulas contratuais; X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei;

Privacidade / Legislação Nacional Art. 11. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra em território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros. 1º O disposto no caput aplica-se aos dados coletados em território nacional e ao conteúdo das comunicações, desde que pelo menos um dos terminais esteja localizado no Brasil. 2º O disposto no caput aplica-se mesmo que as atividades sejam realizadas por pessoa jurídica sediada no exterior, desde que oferte serviço ao público brasileiro ou pelo menos uma integrante do mesmo grupo econômico possua estabelecimento no Brasil. 3º Os provedores de conexão e de aplicações de internet deverão prestar, na forma da regulamentação, informações que permitam a verificação quanto ao cumprimento da legislação brasileira referente à coleta, à guarda, ao armazenamento ou ao tratamento de dados, bem como quanto ao respeito à privacidade e ao sigilo de comunicações. 4º Decreto regulamentará o procedimento para apuração de infrações ao disposto neste artigo.

Privacidade / Sanções Art. 12. Sem prejuízo das demais sanções cíveis, criminais ou administrativas, as infrações às normas previstas nos arts. 10 e 11 ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções, aplicadas de forma isolada ou cumulativa: I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; II - multa de até 10% (dez por cento) do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, considerados a condição econômica do infrator e o princípio da proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção; III - suspensão temporária das atividades que envolvam os atos previstos no art. 11; ou IV - proibição de exercício das atividades que envolvam os atos previstos no art. 11. Parágrafo único. Tratando-se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento da multa de que trata o caput sua filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no País.

Privacidade Art. 16. Na provisão de aplicações de internet, onerosa ou gratuita, é vedada a guarda: I - dos registros de acesso a outras aplicações de internet sem que o titular dos dados tenha consentido previamente, respeitado o disposto no art. 7º; ou II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular.

Liberdade de Expressão e Responsabilidade Civil de Terceiros Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário.

Dano à Honra 3º As causas que versem sobre ressarcimento por danos decorrentes de conteúdos disponibilizados na internet relacionados à honra, à reputação ou a direitos de personalidade, bem como sobre a indisponibilização desses conteúdos por provedores de aplicações de internet, poderão ser apresentadas perante os juizados especiais. 4º O juiz, inclusive no procedimento previsto no 3º, poderá antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, existindo prova inequívoca do fato e considerado o interesse da coletividade na disponibilização do conteúdo na internet, desde que presentes os requisitos de verossimilhança da alegação do autor e de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.

Pornografia de Vingança Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo. Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de nulidade, elementos que permitam a identificação específica do material apontado como violador da intimidade do participante e a verificação da legitimidade para apresentação do pedido.

A Internet deve ser: aberta, democrática, descentralizada, livre de barreiras e propensa à livre concorrência, à inovação, ao progresso e à evolução da sociedade

Obrigado! Dep. Federal Alessandro Molon (PT-RJ) Relator do Marco Civil da Internet @AlessandroMolon