Israel A história de Israel teve inicio a mais de 4.000 anos com Abraão e seus descendentes Isaac e Jacó. Através de documentos encontrados na antiga Mesopotâmia (atual território do Iraque e vizinhança) acreditasse que estes viviam de forma nômade e foram chamados para a terra de Canaã para formar um povo temente a Deus. Porém, quando a fome assolou estas terras, Jacó e sua família migraram para o Egito e durante 400 anos foram escravizados. Os israelitas então, foram libertados por Moisés em 1300 a.c e iniciaram uma busca pela Terra Prometida aos seus antepassados em XII e XIII a.c. Ao longo de 40 anos os judeus percorreram o Deserto de Sinai em busca da Terra de Israel e formaram uma nação baseada em princípios religiosos monoteísta. Este período de êxodo do Egito marcou fortemente a história dos israelitas tornandose um símbolo de independência e liberdade. Os israelitas conquistaram grande parte da Terra de Israel nos 2 séculos seguintes e consolidaram sua economia e sociedade através da agricultura e artesanato divididos em tribos. Houveram períodos de guerra e paz mas com a ameaça do povo filisteu (costa do mediterrâneo) viu-se a necessidade de juntar as tribos através de um único governante com sucessão por herança. Desta forma, o primeiro rei foi Saul, por volta de 1020 a.c que estabeleceu uma monarquia. Seu sucessor foi Davi (1004 a.c) e em seu reinado transformou a região em uma grande potência, promovendo expedições militares e derrotando os filisteus com o auxilio de seus vizinhos. Sua autoridade era reconhecida em toda a região, tendo juntado 12 tribos israelitas sob seu comando e estabelecido a capital de Israel em Jerusalem. Salomão, filho de Davi assumiu o reino por volta de 965 a.c fortalecendo o território através de tratados com a vizinhança, aumento do comércio exterior e desenvolvimento de empreendimentos de importância estratégica. A principal realização de Salomão foi o templo na cidade de Jerusalém que se tornou um marco para o povo judeu. Apesar de seus feitos, o rei não tinha boa reputação entre a população que pagou valores altos pelos seus planos ambiciosos. Além disso, ao dar preferencia a sua própria tribo Salomão deu inicio uma tensão entre a população e logo após a sua morte ocorreu o rompimento da tribos resultando na divisão do país entre o norte - Israel e o sul - Judá.
O Reino de Israel durou cerca de 200 anos e teve em torno de 19 reis. Já o Reino de Judá durou cerca de 400 anos sendo governado através de Jerusalém pela linhagem do Rei Davi. Ambos os reinos foram tomados pelos assírios e babilônios, exilando seus habitantes destruindo o templo de Jerusalém. Deu-se inicio então a diáspora judaica, no entanto os judeus continuaram a buscar uma ligação com a Terra de Israel desenvolvendo um modo de vida que fosse capaz de manter sua identidade espiritual e o futuro da nação. Nos anos que se seguiram, o rei persa Ciro conquistou o Império Babilônico e um grande número de judeus partem em retorno a Terra de Israel. O segundo retorno foi auxiliado por Esdras. Houve então a repatriação dos judeus e a construção de um segundo templo no mesmo local em que o primeiro fora construído, além da fortificação das muralhas de Jerusalém. A religião judaica permanecia entre a população porém, posteriormente com as conquistas de Alexandre da Grécia, o judaísmo foi proibido e os curtumes gregos foram impostos a toda a população causando revolta entre os judeus. Através da liderança de Matatias, os judeus entraram em Jerusalém e purificaram seu templo retomando a autonomia da Terra de Israel e alcançando a independência judaica. A partir do ano 63 a.c os romanos passaram a exercer grande influência e domínio na região, apesar da tentativa de reagir dos judeus, o território se tornou província do Império Romano. Os romanos então nomearam Heródes rei da Judeia, porém este não ganhou a confiança dos judeus. Após a morte de Heródes, a Judeia foi governada diretamente pelos romanos de forma opressiva, gerando episódios violentos e uma grande revolta, onde as forças romanas saíram vitoriosas e destruíram Jerusalém. Alguns anos depois sob poder dos romanos, o território da Judeia foi denominado Palestina e a cidade de Jerusalém, Aelia Capitolina. Apesar de todo o sofrimento, os judeus mantiveram-se ligados a religião formando uma comunidade focada nas sinagogas que representavam um elo entre o povo judeu passado de geração a geração. Ao longo do século IV, ocorre a ascensão do Império Bizantino e a Terra de Israel era predominantemente cristã. Os judeus foram proibidos de entrar em Jerusalém e perderam o direito de ocupar cargos públicos, em uma tentativa de reagir, auxiliaram os persas na invasão do território, porém em pouco tempo o Império Bizantino retomou o controle e expulsou os habitantes judeus. Alguns anos depois, os árabes conquistaram o território e permaneceram no controle ao longo de 4 séculos. Através do pagamento de impostos aos judeus era permitido permanecer em Jerusalém, com liberdade de culto e garantia de vida. Porém, rapidamente as restrições para os não muçulmanos surgiram afetando a conduta pública dos judeus, desta forma muitos deixaram o país perdendo sua organização religiosa. De 1099 a 1291 os europeus a pedido do Papa Urbano II tentaram recuperar a Terra Santa dos infiéis, este movimento foi chamado de Cruzadas. Os cruzados conquistaram grandes território através de conflitos sangrentos. A partir da abertura do território para rotas de transporte tornou-se comum a peregrinação a Terra Santa, o que atraiu os judeus de volta a sua terra natal. O exército muçulmano de Saladino derrotou os cruzados e os judeus ganharam certa autonomia
novamente, podendo viver em Jerusalém. Um grupo muçulmano denominado mamelucos conquistou poder na região e auxiliou na completa eliminação dos cruzados, passando a governar a Terra Santa que se tornou uma província. Os portos foram destruídos e as cidades estavam em ruínas restando apenas alguns judeus vivendo na miséria. Devido a vulnerabilidade na administração do território, o Império Otomano conquistou o país em 1517 e o dividiu em 4 distritos sendo administrados em Damasco. Porém ao longo dos séculos o império foi se tornando negligente em relação ao território. Os proprietários das terras eram ausentes e a tributação extremamente alta. Após longo tempo de atraso surgiram os primeiros sinais de progresso do território no século XIX através do contato com as potências ocidentais e a reabertura de rotas comerciais. A situação dos judeus acompanhou as melhoras da região e logo surgiram bairros fora das Muralhas, dando contorno a uma nova Jerusalém com maioria judaica. A ideologia sionista levou muitos judeus a retornarem para sua pátria e apesar de encontrarem situações extremamente difíceis, estes conseguiram se manter no território. Durante a Primeira Guerra Mundial forças britânicas invadiram Jerusalém com o auxilio dos judeus e acabaram com o domínio otomano na região. Em seguida a Liga das Nações designou a Grã Bretanha o Mandato sobre a Palestina e auxiliasse na criação de um Estado judeu. Cada vez mais judeus chegavam a região, principalmente entre os anos de 1919 e 1939, e foram fundamentais para o desenvolvimento econômico e social, fortalecendo a região. Por fim, outra grande onda de imigrações aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial provenientes principalmente da Europa e com elevado nível de estudos, proporcionando um aumento do padrão dos negócios e melhorando a vida cultural da sociedade. Os britânicos então permitiram que árabes e judeus resolvessem suas próprias questões, a comunidade judaica criou então um órgão de governo afim de criar e implantar políticas e programas. Essa tentativa judaica de recriar um Estado esbarrou na oposição nacionalista árabe e gerou vários conflitos. Desta forma a Grã Bretanha propôs a divisão do território em 2 estados, ligados por uma união econômica, porém os árabes não aceitaram esta proposta. A Grã Bretanha fez então uma tentativa de restringir a imigração judaica a região devido aos numerosos conflitos com os árabes, porém os judeus continuaram a povoar cada vez mais o território. Vendo que não conseguiam gerir os conflitos, os britânicos decidiram levar a Questão Palestina a ONU para que esta elaborasse uma proposta para a contenção das tensões, a Organização mais uma vez propôs a divisão do território e os judeus aceitaram enquanto os árabes não. Na tentativa de impedir a divisão os árabes atacaram a população judaica, porém os judeus conseguiram eliminar as forças de ataque. Desta forma, no ano de 1948 os judeus possuíam toda a estrutura política, econômica e social necessária para o estabelecimento de seu Estado e foi em 14 de maio do mesmo ano que declararam sua independência e a criação do Estado de Israel. Logo após a criação do Estado de Israel, seu território foi atacado pelo Iraque, Líbano, Jordânia, Síria e Egito, na chamada Guerra de Independência de Israel. A ONU intermediou
negociações entre os Estados chegando a acordos de Armistício. Ao final da Guerra, Israel pode então se dedicam a construção do Estado, recebendo grande auxilio dos Estados Unidos. Porém com o passar do tempo os acordos foram sendo desrespeitados e novos conflitos surgiram. Em 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias onde Israel lançou ataques preventivos ao Egito, Jordânia, Iraque e Síria e terminou com um resultado favorável ao Estado judeu. Em 1973 no dia de Yom Kippur (Dia do perdão) Israel foi alvo de ataques protagonizados pelo Egito e Síria. Além dos conflitos já citados, ocorreram também a Operação Paz para a Galileia (1982), a 2ª Guerra do Líbano (2000), e a Operação em Gaza (2008). O processo de paz entre judeus e palestinos é uma tentativa que dura vários anos. Uma Declaração de Princípios (DP) foi formulada em Oslo e assinada em 1993, época em que o presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat abriu mão do uso do terrorismo e o Primeiro Ministro israelense, Yitzhak Rabin reconheceu então a OLP com representante da Palestina, afim de evoluírem nas negociações. A DP previa um acordo definitivo para ser colocado em pratica no período de 5 anos. A Cisjordânia foi dividida em três tipos de regiões, A, B e C. Na região A estavam inclusas as principais cidades da Cisjordânia sendo de responsabilidade do conselho palestino. Região B englobava as pequenas cidades e aldeias da Cisjordânia e seu controle e responsabilidades estavam divididas entre Palestina e Israel. Por fim na região C encontravam-se todos os assentamentos judaicos e então eram de total responsabilidade de Israel. Israel chegou a cumprir com grande parte do acordo, porém as negociações finais estavam previstas para o ano de 1996, e logo após seu inicio o grupo Hamas protagonizou atentados terroristas a Tel Aviv e Jerusalém gerando então uma pausa nas negociações No ano 2000, os representantes de Israel e Palestina encontra-se novamente com a intermediação dos EUA, porém desta vez Arafat recusou as ofertas propostas e logo em seguida os palestinos iniciaram uma intifada. Ao longo dos anos ocorreram várias tentativas de negociação que fracassaram, foi só ano de 2010 que ambas a partes aceitaram realizar conversas de proximidade novamente. Posicionamento Para Israel o problema dos refugiados palestinos é resultado da recusa do Plano de Partilha em 1947 e posteriormente a invasão a Israel na Guerra de Independência, ou seja, o problema dos refugiados existem justamente por culpa dos palestinos que impuseram a guerra a Israel. Além disso, o Estado considera que os governos árabes não tentam integrar seus refugiados a sociedade e utilizam a questão apenas como uma reivindicação política para ganham a simpatia internacional e atingir Israel.
Os refugiados palestinos seriam descendentes daqueles que abandonaram sua terras durante a guerra. O mesmo aconteceu com grande número de judeus que foram expulsos de países árabes, porém sem necessidade de ajuda externa, Israel os integrou na sociedade judaica e não exigiu indenizações. Desta forma, Israel não deve assumir as responsabilidades de um problema que não surgiu por sua culpa e não diz respeito ao povo judeu. A aceitação de problema dos refugiados traria outras implicações para o Estado de Israel, como por exemplo a possibilidade de reivindicação palestina de direito de retorno para territórios que agora são parte de Israel. Além disso, a Palestina poderia pedir uma compensação por perda de propriedade" e pelo sofrimento que eles têm passado nos últimos anos. Tais reivindicações trariam extensos prejuízos para Israel.