Alteração de cor de cimentos resinosos duais ativados com e sem o emprego da luz

Documentos relacionados
Cimentos para Fixação (Prof. Braga)

VOLUME 19 FGM NEWS 61

Poucos. possibilidades. passos, RelyX Ultimate Cimento Resinoso Adesivo LANÇAMENTO. múltiplas

ESTUDO COMPARATIVO DA INFLUÊNCIA DA FOTOPOLIMERIZAÇÃO POR LED E LÂMPADA HALÓGENA NO MANCHAMENTO DA RESINA COMPOSTA SUBMETIDA A ALIMENTOS CORANTES

IVANA AGNOLETTO SOUZA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DAS INTERFACES DE CIMENTAÇÃO DE ONLAYS EM RESINA COMPOSTA CAD/CAM

Óxido de zinco (ZnO 2 )

Cimentos resinosos dual: características e considerações clínicas RESUMO UNITERMS INTRODUÇÃO UNITERMOS ABSTRACT

Duziene Denardini Pereira ANÁLISE DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE FACETAS LAMINADAS CONFECCIONADAS PELA TECNOLOGIA CAD/CAM: ESTUDO IN VITRO

UNIÃO DE MATERIAIS ADESIVOS À CERÂMICA E AO POLÍMERO

APLICAÇÃO DOS POLÍMEROS EM ODONTOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS REQUISITOS PARA UMA RESINA ODONTOLÓGICA. 1. Compatibilidade Biológicos:

Avaliação da resistência a flexão de resinas compostas para restaurações indiretas

Efeito da ativação química ou dual na microdureza knoop de cimentos resinosos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE ENSINO

Interferência da distância de fotopolimerização na intensidade da luz emitida pelos fotopolimerizadores à luz led

Palavras-chave: Restaurações indiretas. Restauração de dentes posteriores. Inlay.

Área -Química Analítica ( ) Sub-área - Análise de Traços e Química Ambiental ( ) Palavras-chave Peróxido, lixiviação, polímeros

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO MARCELO GOULART RODRIGUES DA SILVA DANIEL ROSSI

Beleza do Sorriso 016

PROGRAMA DE ENSINO ODT 7101 Materiais Dentários I

Restabelecimento do sorriso com pino de fibra de vidro e restaurações indiretas cerâmicas

MÓDULO DE ELASTICIDADE E GRAU DE CONVERSÃO DE MONÔMEROS DE SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES E PRIMER E ADESIVO COMBINADOS

RelyX Ultimate Cimento Resinoso Adesivo

Bifix QM. Sistema de cimentação resinosa de

PROPRIEDADES E APLICAÇÕES CLÍNICAS DAS RESINAS BULK FILL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

DESEMPENHO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DAS RESINAS BULK-FILL: REVISÃO DE LITERATURA

UFSC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA PROGRAMA DE ENSINO. Horária Unidade I

UNIVERSIDADE TIRADENTES

Núcleos Uni e Multirradiculares

TIPOS DE ATIVAÇÃO: Ativação térmica ( R. A. A. T. ) Ativação química ( R. A. A. Q. ) Ativação por luz visível. Polimetacrilato de metila

CHRISTOPHER BRIAN BERNINI E LIMA AVALIAÇÃO DA MICRODUREZA DE CIMENTOS RESINOSOS COM DIFERENTES MODOS DE POLIMERIZAÇÃO

ÍNDICE 1. Apresentação 2. Indicações 3. Composição Básica 4. Formas de Apresentação do Produto 5. Principais Características

2ª PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICA DENTÍSTICA RESTAURADORA

SÉRGIO MILTON MARTINS DE OLIVEIRA PENIDO

EFEITOS DO MODO DE ATIVAÇÃO DA POLIMERIZAÇÃO E ENVELHECIMENTO ACELERADO SOBRE A RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE CIMENTOS RESINOSOS DUAL

CIMENTOS PROVISÓRIOS EM PRÓTESE FIXA: QUAL ESCOLHER? UMA REVISÃO DA LITERATURA. RESUMO

DEPARTAMENTO DE BIOMATERIAIS E BIOLOGIA ORAL

Avaliação do grau de conversão de resinas compostas quando ativadas por luz halógena: método convencional, alta potência e método soft

RESULTADOS MATERIAL E MÉTODO

EFEITOS DE DIFERENTES CO-INICIADORES HIDROFÍLICOS E HIDROFÓBICOS NA POLIMERIZAÇÃO DE RESINAS ADESIVAS

PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS PARA USO EM ODONTOLOGIA ESTUDO DA MATRIZ POLIMÉRICA

Coluna Visão Protética

Caso Clínico White Post

CIMENTOS ODONTOLÓGICOS

CONCEITOS BÁSICOS. Cimentos Odontológicos. Cimentos Odontológicos. Cimentos Odontológicos. Restauração. Cimentação Forramento. Base.

Ponto de vista. Altamiro Flávio. Especialista em Prótese Dentária, UFU.

DEGUS TAÇÃO CORTESIA DO EDITOR

futurabond futurabond u adesivo universal de polimerização dual

Conceitos básicos. Cimentos Odontológicos. Descrição geral Indicações Requisitos

UFSC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA PROGRAMA DE ENSINO. Departamento ODT - Odontologia

RESTAURAÇÕES INDIRETAS: UMA ALTERNATIVA NA CLÍNICA ODONTOPEDIÁTRICA INDIRECT RESTORATIONS: AN ALTERNATIVE IN PEDIATRIC DENTISTRY

RESTAURAÇÃO DE MOLAR DECÍDUO COM RESINA COMPOSTA DE ÚNICO INCREMENTO RELATO DE UM CASO CLÍNICO

Universidade Estadual de Maringá / Centro de Ciências Biológicas e da Saúde/Maringá, PR.

Palavras-chave: Técnica para retentores intrarradiculares; Cimento de Fosfato de inco; Cimentos de Resina; Resistência à tração.

Departamento ODT Odontologia. Horário Terças-feiras (das 7:30 às 11:50 horas)

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA FLEXURAL DE UM CIMENTO RESINOSO DUAL SUBMETIDO A DIFERENTES SIMULAÇÕES CLÍNICAS

Cimentos que atendem à todas as necessidades em restaurações indiretas: seleção simples e limpeza de excessos facilitadas.

riva ajuda você a ajudar o seu paciente

Restauração indireta em resina composta

Confecção laboratorial de núcleo estético anatômico em fibra de vidro

Restauração intra radicular em dentes com ampla destruição coronária: Relato de caso clínico

Avaliação das propriedades mecânicas de cimentos resinosos convencionais e autocondicionantes

Resumo. Daniela MINATTI* Celso YAMASHITA** Luciano MADEIRA***

Remodelação cosmética do sorriso com laminados cerâmicos devido a desgaste dentário patológico

(rugosidade e microdureza) de uma cerâmica odontológica. microhardness) of a dental ceramic)

Adesivos. Adesivo dentina / esmalte monocomponente à base de Ormocer, fotopolimerizável. Admira Bond em embalagens de dose única (Single Dose)

PLANO DE ENSINO Semestre DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA Nome da disciplina ODT 7102 Materiais Dentários II

Stomatos ISSN: Universidade Luterana do Brasil Brasil

Associação da Periodontia e Dentística Restauradora na Lapidação de Cerâmicas em Dentes Anteriores

Revista Científica UMC

Estudo Comparativo das Técnicas de Inserção, Incremental e Única, em Resinas Compactáveis por Meio da

O CIMENTO QUE VOCÊ JÁ CONHECE AGORA LHE OFERECE AINDA MAIS VANTAGENS!

Análise dimensional de moldes de alginato após armazenagem Dimensional analysis of alginate molds after storage

DIFERENÇA DE COR ENTRE RESINAS COMPOSTAS DE LOTES DIFERENTES DE ACORDO COM A ESCALA VITA

EFEITOS DE DIFERENTES CO-INICIADORES HIDROFÍLICOS E HIDROFÓBICOS NA POLIMERIZAÇÃO DE RESINAS ADESIVAS

Resumo. Dureza. Restauração dentária permanente. Polimerização.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA

M A T E R I A I S D E N T Á R I O S RESUMO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE TCC AVALIAÇÃO DA TOPOGRAFIA SUPERFICIAL DE CERÂMICAS

Boas ideias transformadas em inovação

AVALIAÇÃO DE PASSAGEM DE LUZ EM CORPOS DE PROVA DE RESINA COMPOSTA COM TRÊS CORES DIFERENTES

ESTUDO DO CONTEÚDO DE PARTÍCULA INORGÂNICA DE RESINAS COMPOSTAS DIRETAS E INDIRETAS

AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO E DA MICROINFILTRAÇÃO MARGINAL DE UMA RESINA COMPOSTA DE INCREMENTO ÚNICO FRENTE A DIFERENTES TÉCNICAS DE FOTOATIVAÇÃO

A pasta de limpeza universal Ivoclean limpa efetivamente as superfícies de adesão de restaurações protéticas após a prova intraoral

3M Single Bond Universal Adesivo

Caso Clínico. 48 Rev Dental Press Estét jul-set;8(3):48-54

EDITAL 001/2008. São habilitados à inscrição todos os portadores de título de graduação em Odontologia.

ESTUDO COMPARATIVO DA ESTABILIDADE DE COR DE MATERIAIS ESTÉTICOS. EFEITO DE MATERIAIS E TEMPO*

Infiltração marginal em facetas estéticas de resina composta em próteses parciais fixas INTRODUÇÃO

ÍNDICE. Perfil Técnico 1. APRESENTAÇÃO 2. COMPOSIÇÃO BÁSICA 3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 4. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO 5. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS

Alteração dimensional linear de resinas para bases de próteses polimerizadas com microondas

ROGÉRIO VIEIRA REGES * ; FERNANDA DE OLIVEIRA BELLO CÔRREA **; GELSON LUÍS ADABO***; CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ***; LOURENÇO CORRER SOBRINHO****

Dedicatória. À Deus. Aos meus pais, Jorge e Solange

Caso Clínico. Passo a passo do protocolo clínico de retentores reforçados com fibra de vidro.

Guia de Preparo. 3M Todos os Direitos Reservados.

Comparative study of curing light devices to determine the degree of polymerization of composite resins using infrared spectroscopy

Caso Clínico. Pino Anatômico Relato de Caso Clínico. Prof. Dr. Frederico dos Reis Goyatá 1 - Prof. Orlando Izolani Neto 2

ETIOLOGIA E PREVENÇÃO DO MANCHAMENTO DAS RESTAURAÇÕES ESTÉTICAS COM RESINAS COMPOSTAS

A pasta de limpeza universal Ivoclean limpa efetivamente as superfícies de adesão de restaurações protéticas após a prova intraoral

Laminados cerâmicos: simplificando a cimentação

Transcrição:

Alteração de cor de cimentos resinosos duais ativados com e sem o emprego da luz Color change of resin cements dual-cure with and without use of the ligth Carolina Baptista MIRANDA, Cristal Fernandez de CARVALHO, Juliana Vieira de BARROS, Safira Marques de Andrade e SILVA RESUMO Os cimentos resinosos são materiais de eleição para a cimentação de restaurações cerâmicas puras, podendo ser quimicamente ativados, fotoativados ou com dupla polimerização. Atualmente há preferência pelos de dupla ativação, já que existem áreas em que a exposição à luz é crítica e o modo de ativação química garante uma polimerização mais satisfatória. Contudo, estes materiais podem sofrer alteração de cor, prejudicando os resultados estéticos. Assim, este estudo avaliou a alteração de cor de 0 amostras confeccionadas com três cimentos resinosos duais, utilizando ou não fotopolimerização. As amostras foram armazenadas em água destilada e a cor foi mensurada imediatamente e após, 0 e, utilizando o aparelho VITA Easyshade. Os dados foram submetidos à análise estatística (Teste Chi-Quadrado) indicando existir diferença estatisticamente significante entre os grupos de estudo. Os grupos,,, e demonstraram não haver alteração de cor significativa em nenhum dos tempos de avaliação (p > 0,0), enquanto que no grupo existiu alteração significativa (p = 0,0). Concluiu-se que a avaliação de cor inicial dos cimentos resinosos não correspondeu à cor indicada pelos fabricantes, bem como se observou uma diferença na estabilidade de cor do cimento quando não se empregou a fotoativação. Palavras-chave: Cimentos de resina. Estética dentária. Materiais dentários. ABSTRACT The resin cements are the elected materials for cementation of restoration in pure ceramic for having the characteristic of been chemically activated, light-cure or dual-cure (both chemical and light-cure). Currently there is a preference for the dual-cure cement, since there are areas in witch the exposure to light be critical and the chemical activation guarantee an appropriate polymerization. However, these materials can suffer color changes, interfering with the esthetics results. This study evaluates color changes of 0 samples made with three dual-cure resin cements using or not the light. The samples were kept in distilled water and the color was measured after, 0 and days using the equipment VITA Easyshade. The information obtained was submitted to a statistical review Chi-Quadrado test indicating the presence of a statistically significant difference between the study groups. The groups,,, and demonstrated not having significant color change in none of the avaliation time (p > 0,0), while the group demonstrated a significant change (p = 0,0). Conclusion: The initial avaliation of color of the resin cements did not corresponded to the color indicated by the manufacturers. Also, it was observed a difference in stability of color at the cement while not using the light-cure. Key words: Resin cements. Esthetics, dental. Dental materials. Endereço para correspondência: Carolina Baptista Miranda Rua dos Prazeres, 8 700-000 - Lauro de Freitas - Bahia - Brasil E-mail: carolinabmiranda@terra.com.br Recebido: /0/009 Aceito: 0/0/009. Doutora em Dentística. Professora Adjunta, União Metropolitana de Educação e Cultura, Salvador, BA, Brasil.. Graduanda em Odontologia, União Metropolitana de Educação e Cultura, Salvador, BA, Brasil.. Doutora em Materiais Dentários. Professora Adjunta, União Metropolitana de Educação e Cultura, Salvador, BA, Brasil. Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009

Alteração de cor de cimentos resinosos duais ativados com e sem o emprego da luz INTRODUÇÃO A Odontologia atual busca restaurações estéticas e materiais com propriedades mecânicas e físicas adequadas. Em função disso, existem hoje no mercado diversas opções de materiais estéticos indiretos que não utilizam metais como infra-estrutura de suporte, os quais passaram a ser realizados em virtude da evolução das técnicas adesivas. Dentre estes materiais, grande destaque deve ser dado às restaurações cerâmicas puras e de resina composta indireta, as quais têm sido amplamente realizadas. Para a cimentação destas restaurações, os cimentos resinosos são os materiais de primeira escolha devido principalmente a sua característica de adesividade,,. A base do cimento resinoso é o sistema monomérico Bis- GMA (Bisfenol-A metacrilato de glicidila) em combinações com monômeros de baixa viscosidade, além de cargas inorgânicas tratadas com um agente silano,7,,. As partículas inorgânicas se apresentam nas formas angulares, esféricas ou arredondadas, com conteúdo em peso variando entre a 77% e diâmetro médio variando entre 0 a µm 0. Esses materiais têm como vantagens a integração adesiva a substratos, baixa solubilidade, facilidade de manipulação e estética compatíveis com as restaurações cerâmicas livres de metal. Quando associados aos sistemas adesivos podem se unir ao esmalte/dentina através de retenção micromecânica e aos materiais restauradores por ligação química e ou mecânica, aumentando a resistência do remanescente dentário, além de reduzir a microinfi ltração e promover maior conservação da estrutura. Como desvantagens dos cimentos resinosos pode-se citar que possuem um difícil selamento, uma espessura de fi lme maior que a dos cimentos tradicionais, apresentam uma possível penetração na interface dente/material, promovem com frequência uma leve sensibilidade à polpa e apresentam difi culdade de remoção dos excessos. Adicionalmente, trata-se de uma técnica meticulosa e crítica,,7,8,. Os cimentos resinosos podem ser classifi cados quanto ao tipo de tratamento da superfície dental em cimentos resinosos convencionais e cimentos resinosos autocondicionantes. Os cimentos resinosos convencionais têm essencialmente a mesma composição da resina composta, necessitando da prévia realização da técnica de condicionamento ácido e hibridização com sistema adesivo para que ocorra a união. No caso dos cimentos resinosos autocondicionantes, há uma combinação na sua formulação de componentes do cimento de ionômero de vidro e do cimento resinoso convencional. Em função disso, é possível obter a união química ao substrato dentário sem o emprego prévio da técnica de hibridização com sistema adesivo. Além disso, os cimentos resinosos atuais são divididos em classes, de acordo com o tipo de ativação: classe - cimentos autopolimerizáveis (self-cured), quando a polimerização é iniciada pela mistura de um iniciador e um ativador; classe - cimentos fotoativados, ou seja, quando a energia é fornecida a partir de fonte fotoativadora para uso intra-bucal (photo-cured) e classe, para cimentos de dupla ativação, química e foto (dual-cured). Os cimentos resinosos quimicamente ativados apresentam uma reação peróxido-amina que se inicia com a mistura da pasta base e catalisadora limitando assim o tempo de trabalho para o cirurgião-dentista. Já os cimentos resinosos fotopolimerizáveis, apresentam fotoiniciadores como a canforoquinona, que é ativada na presença de luz com comprimento de onda em torno de 70 nanômetros, levando assim ao início da polimerização do material. Os cimentos resinosos duais, por sua vez, desencadeiam o processo de polimerização com a mistura da pasta base e da pasta catalisadora, além de terem a possibilidade de associar a polimerização por meio de fontes de luz. Com a ativação pela luz do aparelho fotopolimerizador, há uma conversão maior dos monômeros em polímeros, o que confere melhores propriedades a esse tipo de material,,,. Estes cimentos de cura dual foram desenvolvidos para serem utilizados sob restaurações estéticas, pois estes materiais restauradores permitem a passagem de luz, que irá iniciar a polimerização, cabendo à reação química a função de complementar a polimerização em regiões profundas onde a luz não é capaz de alcançar. A aplicação de tempos de fotoativação mais longos resulta em maior grau de conversão e, consequentemente, propriedades mecânicas e estéticas melhoradas 8. Estudos prévios têm demonstrado que ambos compostos resinosos (químicos e fotoativados) podem mudar a cor sobre tempo através de descoloração extrínseca ou intrínseca,,8,9,7. Essa alteração da cor pode resultar no manchamento superfi cial, no manchamento marginal devido à microinfi ltração, em mudanças na morfologia superfi cial atribuída ao desgaste e degradação interna do material. A descoloração intrínseca é dependente do material e de difícil controle pelo cirurgião-dentista. Mostra-se também que restaurações indiretas estéticas em dentes anteriores alteram sua cor com o passar do tempo. Visto que as cerâmicas são materiais inertes e estáveis às alterações do meio, suspeita-se que os cimentos resinosos duais possam estar causando esta alteração,,9. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a alteração da cor dos cimentos resinosos duais, utilizando ou não a luz como fonte de ativação. MATERIAL E MÉTODOS MATERIAL Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais: cera laminada nº 7 NewWax (Technew, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), silicona de condensação industrial (Du Latex, São Paulo, SP, Brasil), água numa temperatura de 80 ºC, cimento dual (M ESPE, Saint Paul, MN, Estados Unidos) na cor A, (M ESPE, Saint Paul, MN, Estados Unidos) na cor translúcido, AllCem (FGM, Joinville, SC, Brasil) na cor A, fotopolimerizador (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil), placa de vidro, lâmina de vidro, espátula de manipulação nº e o aparelho VITA Easyshade (Vident, Brea, CA, Estados Unidos). Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009

Miranda CB, Carvalho CF de, Barros JV de, Silva SM de A e CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA E DIVISÃO DOS GRUPOS Para a obtenção dos corpos-de-prova foi confeccionada uma matriz de silicona de condensação industrial (Du Latex, São Paulo, SP, Brasil) com dimensões de 7 cm de diâmetro e,9 cm de espessura contendo orifícios de, cm de diâmetro por 0, cm de espessura (Figura ). Figura - Matriz de silicona utilizada para confecção dos corpos-de-prova. Foram confeccionados 0 corpos-de-prova, divididos em grupos de corpos-de-prova cada, constituídos de diferentes cimentos resinosos com e sem o uso da luz (Figura ). Os cimentos foram manipulados segundo as recomendações do fabricante. Nos grupos e, o cimento utilizado foi o (M ESPE, Saint Paul, MN, Estados Unidos). No grupo o cimento foi manipulado por 0 segundos e fotopolimerizado por 0 segundos. No grupo o cimento foi manipulado por 0 segundos e polimerizado por 0 minutos, sem o emprego da luz. Nos grupos e, o cimento utilizado foi o (M ESPE, Saint Paul, MN, Estados Unidos). No grupo, o cimento foi manipulado durante 0 segundos e fotopolimerizado por 0 segundos e, para o grupo, o cimento foi manipulado durante 0 segundos e polimerizado por minutos, sem o emprego da luz. Já nos grupos e, foi utilizado o cimento AllCem (FGM, Joinville, SC, Brasil). No grupo o cimento foi manipulado por 0 segundos e fotopolimerizado por 0 segundos. No grupo, o cimento foi manipulado por 0 segundos e polimerizado sem o emprego da luz por 0 minutos. Todos os grupos foram manipulados em uma placa de vidro e inseridos no molde de silicona para obtenção dos corpos-de-prova. AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DE COR Após a confecção dos corpos-de-prova, estes tiveram a sua cor inicial imediata mensurada através do aparelho VITA Easyshade (Vident, Brea, CA, Estados Unidos), que utiliza tecnologias de espectrofotômetro para tomada da cor, com base nas escalas VITA. Com os resultados mensurados, os corpos-deprovas foram armazenados em um recipiente plástico contendo Grupo Cimento Composição Ativação Bis-GMA, TEGDMA,cargas de cerâmica e silica. Bis-GMA, TEGDMA,cargas de cerâmica e silica. Fibra de vidro, ésteres ácido fosfórico metacrilato, TEGDMA, partículas inorgânicas. Fibra de vidro, ésteres ácido fosfórico metacrilato, TEGDMA, partículas inorgânicas. Monômeros metacrílicos, como TEGDMA e Bis-GMA, carga inorgânica, fotoiniciador, co-iniciador, catalisadores e pigmentos. Monômeros metacrílicos, como TEGDMA e Bis-GMA, carga inorgânica, fotoiniciador, co-iniciador, catalisadores e pigmentos. Fotoativado Autopolimerizado Fotoativado Autopolimerizado Fotoativado Autopolimerizado Figura - Composição e métodos de ativação dos cimentos resinosos utilizados nos diferentes grupos de estudo. água destilada em temperatura ambiente, por um período total de, sendo a cor mensurada a cada. Os corposde-prova foram avaliados seguindo os mesmos critérios de armazenamento, prazo e condições de tomada da cor inicial. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS Os dados obtidos foram avaliados por meio do Teste Chiquadrado, com nível de confi ança de 9%. RESULTADOS Os resultados obtidos com este estudo encontram-se dispostos na Tabela. Nesta é possível observar a coloração inicial e nos tempos de, 0 e. Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009 7

Alteração de cor de cimentos resinosos duais ativados com e sem o emprego da luz Tabela - da coloração inicial e nos tempos de avaliação de, 0 e, considerando os diferentes cimentos resinosos e formas de ativação. Grupo Cimento Imediato após após 0 após B B B B B B B B B B B B B B B B B A, A, A, B B A, A, B B B A, B B B A, B B B B B B B B B B B B A A B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B A B B B A continua continuação Os presentes dados foram avaliados, considerando-se ou não a presença de alguma alteração de cor (Tabela e Figura ). Tabela - Presença ou não da alteração de cor para os diferentes grupos de estudo e tempos de avaliação. Grupo Imediato Alteração de cor após Alteração de cor após 0 conclusão Alteração de cor após B Não Não Não B Não Não Sim B Não Sim Não B Não Não Não B Não Não Sim B Sim Sim Sim B Não Sim Sim B Não Não Sim B Sim Sim Sim B Sim Sim Sim B Não Não Não B Não Não Não A Não Não Sim B Sim Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Sim B Não Não Não B Não Não Sim B Não Não Sim B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não B Não Não Não 8 Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009

Miranda CB, Carvalho CF de, Barros JV de, Silva SM de A e Figura - Número de amostras com e sem alteração de cor em cada grupo de estudo. Nenhuma leitura correspondeu à cor do fabricante, sendo a cor inicial A para o, transparente para o e A para o AllCem. Em seguida, estes dados foram submetidos à análise estatística com nível de confi ança de 9%, e avaliados por meio do Teste de Chi-Quadrado. Os resultados indicaram existir diferença estatisticamente signifi cante entre os grupos de estudo (Chi- Sq =,78; DF = ; P-Value = 0,0). Assim, foi realizada uma avaliação para cada grupo separadamente. Os grupos,,, e demonstraram não haver alteração de cor estatisticamente signifi cante em nenhum dos tempos de avaliação (p > 0,0). Já no grupo houve uma alteração de cor signifi cativa (Chi-Sq = 0; DF = ; P-Value = 0,0). Observando-se os dados é possível, ainda, aferir que no grupo a alteração de cor foi crescente, aumentando com o decorrer do tempo. Os resultados de alteração de cor encontrados foram de 0%, 80% e 00%, respectivamente para os tempos de, 0 e. DISCUSSÃO O conhecimento das propriedades físico-mecânicas do material de cimentação que se trabalha é de fundamental importância, uma vez que manipulações e aplicações incorretas podem resultar em grandes alterações das mesmas, comprometendo assim o desempenho físico e mecânico dos cimentos e, consequentemente, o desempenho clínico da restauração a longo prazo. 7 Neste ponto, uma grande preocupação com relação às propriedades dos cimentos resinosos diz respeito a sua incompleta polimerização, a qual pode ser identifi cada por meio de diversos métodos como o grau de conversão, que determina o percentual de duplas ligações e alterações na microdureza do material,,9,7. Outros autores -7 afi rmam que os principais problemas associados a uma inadequada polimerização incluem propriedades físicas insatisfatórias, aumento da solubilidade, presença de microinfi ltração marginal e consequente alteração de cor. Diversos estudos têm demonstrado que os materiais resinosos sofrem alteração de cor devido à presença de determinados componentes químicos presentes nos mesmos e também em função de agentes externos,,,9,. Essa alteração de cor pode ser medida através de um espectrofotômetro, que é um aparelho que mensura a refl exão e ou fatores de transmissão de comprimento de onda de um objeto num momento. Outro autor relata que a avaliação por meio de aparelhos como o espectrofotômetro e calorímetro eliminam a interpretação visual subjetiva e devem ser utilizados para medir alterações de cor em materiais dentários. Em relação aos fatores externos que infl uenciam na alteração de cor de materiais resinosos, dois pesquisadores relatam que a mesma se dá pela exposição destes ao meio ambiente oral. As margens das restaurações indiretas, por exemplo, são as mais afetadas devido à exposição do material. Segundo autores 9,7 existe uma alteração de cor visual, infl uenciada por diversos fatores como: saliva, oxigênio, raios UV, mudanças de temperatura e corantes presentes nos alimentos. Vários estudos relatam também que fatores extrínsecos causam manchamentos de tecidos orais e restaurações especialmente quando combinados com fatores da dieta como presença de café, chá e nicotina. O estudo de outros pesquisadores 9, mostram a tendência das resinas dentais para mostrar alterações de cor sobre períodos extensos, sendo a descoloração ao longo do tempo um fenômeno com mudanças evidentes contínuas através de observações periódicas. Neste trabalho, contudo, não se observou uma alteração de cor signifi cativa para a maioria dos cimentos avaliados. Quando são considerados os fatores internos, de composição química, alguns estudos mostram que a alteração de cor de cimentos resinosos ocorre primordialmente devido à oxidação da amina, um componente necessário para iniciação da polimerização. Usualmente, em cimentos fotopolimerizáveis, a amina alifática é a mais utilizada, enquanto que em cimentos com polimerização química, a amina terciária aromática é a mais utilizada,9. De acordo com esses estudos, a amina terciária aromática é a que mais sofre o processo de oxidação e por isto os cimentos resinosos químicos sofrem maior alteração de cor quando comparados com os fotopolimerizáveis. Atualmente, para se obter um maior grau de conversão, foram introduzidos no mercado os cimentos resinosos duais, ou seja, cimentos resinosos que se polimerizam por meio da luz azul visível em associação à reação química. Vários autores,8,0, concordam que a ação dos dois sistemas de ativação (emissão de luz visível + reação química) aumenta o grau de conversão dos monômeros em polímeros e melhora as propriedades físicas dos cimentos. Contudo, para que ocorram os dois mecanismos de polimerização, os cimentos duais contém os dois tipos de amina e, teoricamente, estão mais sujeitos às alterações de cor. Porém, alguns trabalhos,,9 têm demonstrado que quando estes cimentos duais não são submetidos à fotopolimerização a Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009 9

Alteração de cor de cimentos resinosos duais ativados com e sem o emprego da luz reação química, por si só, não é capaz de promover a conversão máxima dos monômeros em polímeros, alterando também a sua tonalidade com o passar do tempo. Segundo eles, a polimerização dos compósitos com a luz visível obteve melhor estabilidade de cor quando comparada com os materiais autopolimerizáveis contendo aceleradores de amina-terciária aromática. Com o mesmo pensamento, outro autor relatou que os cimentos resinosos duais apresentam uma instabilidade química maior devido à presença da amina terciária, podendo sofrer alteração de cor com o passar do tempo, prejudicando, assim a estética da restauração ao longo dos anos. Diversos autores 7,9 acrescentam que a amina terciária pode ter contribuído para a alteração de cor, pois diante da avaliação deles os cimentos resinosos fotopolimerizados tem menor tendência de alteração que os cimentos duais. Em contrapartida, outro estudo 8 relata que os cimentos fotoativos são menos estáveis à mudanças de cor do que os cimentos duais e que as cores mais claras mancham mais rapidamente que as escuras. No presente trabalho, este resultado pode ser observado no grupo em que não foi utilizada a fotoativação e o mesmo apresentou o maior grau de alteração de cor, especialmente comparado ao grupo, em que foi utilizado o mesmo cimento, porém com associação da fotoativação. Este estudo mostra alteração de cor apenas em um dos grupos avaliados, correspondendo este, ao cimento que não foi ativado por luz, discordando com outra pesquisa 9, que afi rma que houve mudança signifi cativa em todas as amostras, sendo estas de cimentos fotopolimerizados e os de presa dual. Diante destes resultados, supõe-se que este cimento apresenta componentes em sua composição, provavelmente agentes iniciadores, que o tornam mais suscetível à alteração de cor quando a polimerização não é iniciada também com o emprego de luz. Diante do exposto, autores 0 evidenciam que apesar de possíveis melhorias em todas as variáveis envolvidas nas cimentações, cuidados adicionais devem ser tomados, uma vez que o ativador químico apresentou ação limitada no decorrer do tempo. Dessa forma, a fotoativação desses materiais, durante a cimentação de restaurações estéticas de resinas compostas indiretas, deverá ser bastante criteriosa. Como discutido, é sabido que a polimerização inadequada de um agente de cimentação resinoso está associada com problemas como a sensibilidade, microinfi ltração e cáries recorrentes, suscetibilidade à degradação marginal, alteração da cor e reduções nas propriedades mecânicas. Um grau adequado de conversão do agente de cimentação é, portanto, importante para o sucesso clínico global. Indica-se, diante do exposto, que se realize preferencialmente uma polimerização inicial com luz para potencializar a conversão de monômeros em polímeros e, desta forma, assegurar longevidade e biocompatibilidade à restauração. CONCLUSÃO Concluiu-se que a avaliação de cor inicial dos cimentos resinosos não correspondeu à cor indicada pelos fabricantes, bem como se observou uma diferença na estabilidade de cor do cimento quando não se empregou a fotoativação. 0 Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009

Miranda CB, Carvalho CF de, Barros JV de, Silva SM de A e REFERÊNCIAS...... 7. 8. 9. 0....... 7. 8. 9. 0.... Anusavice KJ. Phillip s science of dental materials. 0th ed. Philadelphia: Saunders; 997. Brauer GM. Color changes of composites on exposure to various energy sources. Dent Mater. 988;():-9. Burrow MF, Makinson OF. Color change in light-cured resins exposed to daylight. Quintessence Int. 99;():7-. Cardoso RJA, Gonçalves EAN. Dentística/laser. São Paulo: Artes Médicas; 00. Caughman WF, Chan DC, Rueggeberg FA. Curing potential of dual-polymerizable resin cements in simulated clinical situations. J Prosthet Dent. 00;8():79-8. Conceição EN. Dentística: saúde e estética. nd ed. Porto Alegre: Artmed; 007. Craig RG, Powers JM. Restorative dental materials. th ed. St. Louis: Mosby; 00. Darr AH, Jacobsen PH. Conversion of dual cure luting cements. J Oral Rehabil. 99;():-7. Dennison JB, Powers JM, Koran A. Color of dental restorative resins. J Dent Res. 978;7():7-. Góes MF. Cimentos resinosos. In: Chain MC, Baratieri LN. Restaurações estéticas com resina composta em dentes posteriores. São Paulo: Artes Médicas; 998. p. 9-7. Groten M, Pröbster L. The infl uence of different cementation modes on the fracture resistance of feldspathic ceramic crowns. Int J Prosthodont. 997;0():9-77. Inokoshi S, Burrow MF, Kataumi M, Yamada T, Takatsu T. Opacity and color changes of tooth-colored restorative materials. Oper Dent. 99;():7-80. Jung H, Friedl KH, Hiller KA, Haller A, Schmalz G. Curing effi ciency of different polymerization methods through ceramic restorations. Clin Oral Investig. 00;():-. Krämer N, Lohbauer U, Frankenberger R. Adhesive luting of indirect restorations. Am J Dent. 000; Spec No:0D-7D. Lu H, Powers JM. Color stability of resin cements after accelerated aging. Am J Dent. 00;7():-8. Luiz BKM, Amboni RDMC, Prates LHM, Bertolino JR, Pires ATN. Infl uence of drinks on resin composite: evaluation of degree of cure and color change parameters. Polym Test. 007;():8-. Maia LG, Vieira LCC. Cimentos resinosos: uma revisão de literatura. JBD J Bras Dentística & Estética. 00;(7):8-. Motta LG, Motta RG. Cimentos resinosos: atualização. JBC J Bras Odontol Clin. 998;(9):7-. Nathanson D, Banasr F. Color stability of resin cements: an in vitro study. Pract Proced Aesthet Dent. 00;():9-. Neppelenbroek KH, Cruz CAS. Cimentação de restaurações estéticas indiretas em posteriores. RGO. 00;():-. Pameijer CH, Stanley HR. Pulp reactions to resin cements. Am J Dent. 99;():8-7. Peters AD, Meiers JC. Effect of polymerization mode of a dualcured resin cement on time-dependent shear bond strength to porcelain. Am J Dent. 99;9():-8. Prakki A, Carvalho, RM. Cimentos resinosos dual: características... 7. 8. e considerações clínicas. PGR Pos-Grad Rev Fac Odontol São José dos Campos. 00;():-. Seghi RR. Effects of instrument-measuring geometry on colorimetric assessments of dental porcelains. J Dent Res. 990;9():80-. Stepan PJ. Adhesive luting procedures. Berlin: Quintessenz; 997. Tezvergil-Mutluay A, Lassila LV, Vallittu PK. Degree of conversion of dual-cure luting resins ligth-polymerized through various materials. Acta Odontol Scand. 007;():0-. Uchida H, Vaidyanathan J, Viswanadhan T, Vaidyanathan TK. Color stability of dental composites as a function of shade. J Prosthet Dent. 998;79():7-7. Watts DC, Cash AJ. Analysis of optical transmission by 00-00 nm visible light into aesthetic dental biomaterials. J Dent. 99;():-7. Innov Implant J, Biomater Esthet, São Paulo, v., n., p. -, jan./abr. 009