Plataforma para Auxílio ao Ensino de Eletrônica de Potência

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Transcrição:

Plataforma para Auxílio ao Ensino de Eletrônica de Potência Cleiton Gili Universidade Regional de Blumenau Adriano Péres Universidade Regional de Blumenau Sérgio Vidal Garcia Oliveira Universidade Regional de Blumenau Resumo: Neste trabalho é apresentada uma plataforma de ensino experimental para eletrônica de potência. Pode-se elaborar atividades práticas, colocando o aluno em situações que não poderiam ser analisadas apenas de forma idealizada ou através de simulação numérica. O sistema desenvolvido faz uso de um microcomputador para a interface gráfica e reconhece automaticamente a placa utilizada no experimento. Mostram-se o desenvolvimento e o funcionamento para três conversores CC-CC básicos: buck, boost e buck-boost. 1. Introdução Mesmo com o avanço da eletrônica e o oferecimento atual de kits educacionais enfrenta-se dificuldade em relação aos altos custos para se conseguir equipamentos específicos para o bom andamento das atividades experimentais. Além disso, as soluções oferecidas no mercado apresentam funções limitadas e sem versatilidade suficiente para determinadas áreas de interesse acadêmico. O desenvolvimento de experimentos geralmente é conseguido de forma improvisada, com funcionamento ineficiente e grande desperdício de tempo e materiais pelos estudantes. Este trabalho propõe a realização do projeto de uma plataforma educacional para auxiliar nas aulas experimentais de eletrônica de potência. Esta atividade objetiva oferecer uma complementação ao aprendizado de eletrônica de potencia além dos aspectos teóricos e por meio de simulações numéricas [1]. Desta forma o estudante enfrentará situações mais completas e complexas, diferentes daquelas idealizadas, de caráter apenas teórico ou de simulação em computador [2]. O sistema desenvolvido faz uso de um microcomputador para efetuar a interface gráfica com o usuário. Para o hardware foram desenvolvidos blocos modulares constituídos por uma placa de interface e as placas dos conversores. A placa de interface faz a conexão das demais ao computador, sendo necessária para o devido reconhecimento dos parâmetros de cada placa de conversor utilizado. O sistema reconhece o conversor conectado a placa de interface automaticamente. Foram desenvolvidos inicialmente três conversores CC-CC básicos não isolados: conversor abaixador (buck), conversor elevador (boost) e conversor abaixador-elevador (buck-boost). O hardware da plataforma está apto a comandar outros conversores como: flyback, half-bridge, fullbridge, inversor trifásico entre outros. Isto permite a implementação de futuras atualizações. A interface gráfica foi totalmente escrita em linguagem C#, conferindo a plataforma desenvolvida a possibilidade de mudança de parâmetros de operação dos conversores em tempo real. Permite-se mudanças na frequência de operação dos interruptores, razão cíclica e alteração de carga, tudo via interface gráfica. Outra característica da estrutura é a possibilidade de se fazer a conversão analógica para digital de até três grandezas do conversor em operação e visualizá-las na interface gráfica (computador).

A medição dos sinais elétricos (correntes e tensões) deve ser realizada com instrumentos de medição externos, tais como multímetros e osciloscópios, exigindo dos alunos as habilidades necessárias no manuseio desses equipamentos. Apresenta-se uma breve explanação em relação ao funcionamento dos conversores desenvolvidos e após são apresentados o funcionamento da placa de interface, software e desenvolvimento dos protótipos. Ao final apresentam-se os resultados experimentais. 2. Conversores CC-CC Não isolados Foram desenvolvidas três placas de conversores básicos operando em condução contínua. A seguir são apresentados os conceitos básicos de funcionamento destes conversores. 2.1. Conversor CC-CC Abaixador de Tensão (buck) O conversor CC-CC abaixador de tensão, também conhecido como conversor buck, produz um valor médio de tensão de saída inferior ao valor médio da tensão de entrada, enquanto a corrente média de saída é maior que a corrente média de entrada. Teoricamente, esse tipo de conversor é concebido de forma a possibilitar uma variação contínua de tensão média na carga desde zero até o valor da tensão de alimentação [3], 4]. Na Fig. 1 é mostrada a topologia básica do conversor buck e seu ganho estático. Na Fig. 2 uma foto do protótipo desenvolvido para o conversor buck pode ser visualizada. Nesta figura é possível visualizar as pontes (em azul) para colocação da ponteira de medição de corrente, que foram estrategicamente alocados na placa do circuito. Também, é possível observar o relé, para o acionamento da segunda carga e o conector DB25 à esquerda, para encaixe da placa de interface. 2.2. Conversor CC-CC Elevador de Tensão (boost) No conversor CC-CC elevador, também conhecido na literatura como conversor Boost, a tensão média de saída é maior que a de entrada, ou seja, a mínima tensão de saída média é, teoricamente, igual à tensão de alimentação. A quantidade de componentes empregada na estrutura do conversor Boost é basicamente a mesma do conversor Buck, contudo esses componentes são rearranjados de forma a se ter uma nova topologia, onde obrigatoriamente uma indutância L é colocada em série com a fonte de alimentação. Assim, a fonte de alimentação terá um comportamento de fonte de corrente. A carga se comporta como uma fonte de tensão. A Fig. 3 mostra a topologia básica do conversor boost e seu ganho estático para condução contínua, já a Fig. 4 apresenta uma foto do protótipo desenvolvido. Também para o conversor boost previram-se as pontes (em azul) para colocação de ponteira de medição de corrente. Percebe-se, ainda, o relé para o acionamento da segunda resistência de carga e o conector DB25 à esquerda, para encaixe da placa de interface. 2.3. Conversor CC-CC Abaixador-Elevador (buck-boost) Em muitas aplicações é comum se encontrar situações onde se deseja controlar o fluxo de potência entre carga e fonte da mesma natureza. Nessas condições a transferência de potência é feita indiretamente através da utilização de componentes acumuladores de energia. Assim caso se deseje controlar o fluxo de energia entre uma fonte de tensão contínua e uma carga com características de fonte de tensão contínua, deve-se empregar um conversor á acumulação indutiva, também conhecido na literatura como conversor buck-boost.[1].

Este conversor caracteriza-se por ter ganho tanto menor quanto maior que a unidade. A topologia básica do conversor buck-boost e seu ganho estático são mostrados na Fig. 5. Na Fig. 6 é mostrado o protótipo desenvolvido do conversor buck-boost. Nesta figura é possível visualizar as pontes (em azul) para colocação de ponteira de medição de corrente. Pode-se observar o relé para o acionamento da segunda resistência de carga e o conector DB25 à esquerda, para encaixe da placa de interface. T L E D C R Vo Vo G D E Fig. 1. Topologia e ganho estático do conversor Buck Fig. 2. Placa desenvolvida para o conversor Buck E L D R T Vo Vo 1 C G E 1 D Fig. 3. Topologia e ganho estático do conversor Boost Fig. 4. Placa desenvolvida para o conversor Boost E T L D C R Vo Vo D G E 1 D Fig. 5 Topologia e ganho estático do conversor Buck-boost Fig. 6. Placa desenvolvida para o conversor Buck-boost

3. Placa de Interface A placa de interface é uma parte fundamental entre o software gráfico e o hardware do conversor em estudo. A Fig. 7 mostra o diagrama dos principais blocos funcionais e a Fig. 8 o protótipo da placa desenvolvida [5], [6][7]. A placa de interface tem as seguintes características: - Gerenciamento por um DSC, o DSPIC30F3010 da Microchip, indicado para controle de motores; - Possibilidade de acionamento de até 6 MOSFETs (incluindo seu complemento); - Leitura de até três grandezas analógicas; - Dois pinos digitais de propósitos gerais; - Driver para o protocolo RS232; - Quatro vias para identificação do conversor conectado; - LEDs para indicar se a placa está ligada, se o conversor está conectado e se o link com o computador está ativo. Placa Mãe RS232 DSP Reguladores tensão Driver E/S Filtro antialiasing Reconhecimento conversor LEDs indicadores MOSFET Driver MOSFET Driver MOSFET Driver 3 2 4 3 3 3 Conversor Estático Fig. 7. Diagrama de blocos da placa de interface Fig. 8. Protótipo da placa de interface

4. Software Gráfico O software da interface gráfica foi escrito em linguagem C# e é dedicado exclusivamente à operação da plataforma de ensino [8]. Contando com o sistema de detecção automática do conversor, o software identifica-o e carrega o nome e a topologia do mesmo, conforme pode ser visto na Fig. 9 para o conversor buck. A alteração de parâmetros do conversor é feita diretamente no desenho da topologia do conversor apresentado na tela do computador. Para alteração da frequência de comutação, por exemplo, basta o usuário clicar encima do item Freq., e abrirá uma caixa de diálogo com as informações para esta mudança. Para alterar a carga, basta um clique sobre o desenho do relé e este passará a aparecer fechado no desenho. A Fig. 10, mostra a tela quando o software não for capaz de identificar a placa de interface, ilustrando as possíveis soluções. Já na Fig. 11 é mostrada a tela quando nenhum conversor é conectado na placa de interface. 5. Comunicação A comunicação é realizada através da transferência de pacotes de 10bytes, sobre o protocolo RS232. Apesar de o barramento de comunicação aceitar transferência full-duplex, a transmissão é feita em forma de um loop continuo do tipo envia e aguarda. A comunicação sempre é iniciada pelo computador, sendo que este realiza esta operação de forma cíclica, a cada 100ms. Após a reunião de todos os dados pertinentes à placa de interface, o computador envia-os na forma de um pacote de 10 Bytes. Após a recepção dos dados pelo DSP, este faz todo o processamento dos dados recebidos e atualiza seu pacote de dados para envio para o computador. A Fig. 12 mostra o fluxograma básico da transmissão de pacote de dados entre PC e DSP. Na Fig. 13 É mostrada a descrição de cada um dos Bytes dos pacotes de dados, sendo eles: - Cod. 55 e 125: códigos para o PC e DSP se reconhecerem na transmissão; - X: não utilizado; - Conversor: código do conversor conectado na placa de interface; - E/S: para acionamento dos pinos de propósito geral, por exemplo, informação para acionamento do relé de carga; - DC: informação da razão cíclica; - Freq.: informação da frequência de comutação; - AN: valores das conversões analógicas para digital; - CRC: Byte de verificação de redundância cíclica para detecção de erros de transmissão.

Fig. 9. Software mostrando que foi conectado o conversor buck Fig. 10. Tela mostrando a não identificação da placa de interface Fig. 11. Tela mostrando que não foi identificada a conexão de nenhum conversor na placa de interface

PC Início (cada 100ms) Reúne dados para envio Envia 10 Bytes Aguarda 50 ms Recebe 10 Bytes Atualiza dados DSP Início (cada recebimento de pacote) Aguarda receber 10 Bytes Configura PWM Atualiza DC Atualiza E/S Leitura A/D Verifica conversor conectado Reúne dados e envia 10 Bytes Fim Fim Fig. 12. Fluxograma de transmissão de pacotes PC Byte DSP Byte Pacote 10 Bytes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Cod. 55 X X Conversor E/S DC-H DC-L Freq-H Freq-L CRC Pacote 10 Bytes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Cod. 125 Conversor E/S AN2-H AN2-L AN1-H AN1-L AN0-H AN0-L CRC 6. Resultados Experimentais Fig. 13. Descrição dos pacotes de dados Apesar de os conversores montados já serem muito conhecidos na literatura, duas figuras foram incluídas no trabalho a título de comprovação de funcionamento da plataforma. A Fig. 14 mostra as formas de onda para o conversor buck operando a 50kHz e razão cíclica de 50%. São verificadas as tensões de entrada e saída e a corrente através do indutor do filtro de saída. Os componentes deste conversor foram intencionalmente calculados para apresentar uma alta ondulação nas formas de onda, facilitando a visualização e entendimento destas por parte do aluno. Na Fig. 15 são mostradas as formas de onda da corrente no indutor e sinais PWM no pino do DSP e no pino de gatilho do MOSFET. Nesta figura fica evidente o atraso entre o sinal PWM gerado e o aplicado ao transistor, permitindo ao aluno identificar esta característica prática normal na experimentação de qualquer conversor.

Fig. 14. Formas de onda para o conversor buck: Canal 1: tensão de entrada; Canal 2: tensão na carga; Canal 3: corrente no indutor. Fig. 15. Formas de onda para o conversor buck: Canal 1: tensão no gatilho do MOSFET; Canal 2: sinal PWM no pino do DSP; Canal 3: corrente no indutor do filtro de saída. 7. Conclusão Neste trabalho apresentou-se uma plataforma didática para uso experimental de conversores CC-CC não isolados. A plataforma consiste de uma placa de interface para conexão entre o computador e as placas dos conversores. Foram desenvolvidas placas para três conversores CC-CC básicos: buck, boost e buck-boost. O desenvolvimento desses kits didáticos possibilita aos estudantes uma experimentação mais objetiva permitindo a exploração imediata dos aspectos realmente importantes sobre o tema abordado. Além disso, podem-se explorar muito mais conversores com a mesma carga horária, quando se compara ao método tradicional de montagem de protótipos. Os estudantes têm a disposição softwares de simulação numérica para a comparação com os dados experimentais e poderem explorar a diferenças entre a idealização dos conversores e sua realidade experimental. Pequenas modificações nas placas estão sendo planejadas para que os alunos possam alterar os componentes (indutores e capacitores) para poderem fazer projetos diferenciados. O desenvolvimento de mais tipos de conversores está sendo executado para ampliar as possibilidades de estudos sobre conversores estáticos de potência. A plataforma é capaz de comandar tanto um interruptor quanto dois, quatro ou seis, permitindo operar conversores do tipo push-pull, full-brigde, inversor trifásico, entre outros. Pode-se, ainda, explorar os efeitos das sobretensões nos semicondutores com a colocação e retirada de circuitos snubber e/ou

grampeadores e as pulsações em altas frequências de corrente na entrada dos conversores por meio da inclusão e retirada de filtros. 8. Agradecimentos Os autores agradecem a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelo suporte dentro dos programas Demanda Social pela bolsa de mestrado e projeto PROCAD. 9. Referências [1] GILI, Cleiton. Desenvolvimento de plataforma para estudo experimental do conversor CC-CC abaixador em condução contínua com comandos digitais. 2009. 72 f, il. Trabalho de Conclusão de Curso - (Graduação em Engenharia Elétrica), Universidade Regional de Blumenau, Disponível em: http://www.bc.furb.br/docs/mo/2009/339590_1_1.pdf [2] A. L. BOTTENBERG, S. V. G. OLIVEIRA, A. PÉRES. Exploring problem based learning in a multipurpose use power electronics laboratory. Proc. of Brazilian Power Electronics Conference, Blumenau, Brazil, 2007. [3] BARBI, Ivo; MARTINS, Denizar Cruz. Eletrônica de potência: conversores CC-CC básicos não isolados. Florianópolis : Ed. dos Autores, 2000. vii, 377 p, il. [4] POMILIO, José Antenor. Topologias básicas de conversores não isolados. Disponível em: <http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/fontchav.html>. Acesso em: 25 abril. 2011. [5] ZANCO, Wagner da Silva. Microcontroladores PIC16F628A-648A: uma abordagem prática e objetiva. São Paulo: Érica, 2005. 364 p, il. [6] ZANCO, Wagner da Silva. Microcontroladores PIC: técnicas de software e hardware para projetos de circuitos eletrônicos: com base no PIC16F877A. São Paulo: Érica, 2006. 390 p, il. [7] SOUZA, David José de; LAVINIA, Nicolás César. Conectando o PIC 16F877A: recursos avançados. 3. ed. São Paulo: Érica, 2006. 380 p, il. [8] DEITEL, Harvey M. C++ como programar. São Paulo: Pearson Education, 2003. xliii, 1153p, il. +, 1 CD.