Espiritualidade e Missão dos Animadores de Grupos (comunidade de comunidades)

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Transcrição:

Espiritualidade e Missão dos Animadores de Grupos (comunidade de comunidades)

Qual um dos principais objetivos do Ano Missionário? Criar comunidades de comunidades ao redor da Palavra de Deus!

"Basicamente, a conversão pastoral da paróquia consiste em ampliar a formação de pequenas comunidades de discípulos convertidos pela Palavra de Deus e conscientes da urgência de viver em estado permanente de missão. Isso implica revisar a atuação dos ministros ordenados, consagrados e leigos, superando a acomodação e o desânimo. O discípulo de Jesus Cristo percebe que a urgência da missão supõe desinstalar-se e ir ao encontro dos irmãos. (Doc. 100 n. 8)

Fundamentos dos grupos na Vida da Trindade O Deus cristão é comunidade: Se Deus existisse desde sempre numa única pessoa, Ele não poderia amar: amaria quem? Ele não poderia viver a comunhão: partilharia a vida com quem? O ser eterno de Deus é Amor (1 Jo 4,8) e comunhão.

Este Deus comunidade criou o homem e a mulher para o amor e a comunhão. Desde o início, a pessoa humana é, por natureza, um ser social (Gaudium et Spes, 12) Cada Pessoa Divina, na Trindade não existe para si, mas em função das outras duas, junto às outras duas, nas outras duas.

No dia quinze do sétimo mês, tereis uma santa assembléia com a suspensão de toda obra servil. Celebrareis uma festa em honra do Senhor durante sete dias. (Nm 29, 12s)

Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação. (At 2, 42-47)

Nos primeiros tempos da Igreja, por cerca de 200 anos, os encontros se realizavam nas casas. A partir do século IV aparecem as dioceses e paróquias que perduram até os dias de hoje A renovação das paróquias deve se dar por meio das pequenas comunidades e grupos

Não podemos ficar enclausurados na paróquia, em nossa comunidade, em nossa instituição paroquial ou em nossa instituição diocesana, quando tantas pessoas estão esperando o Evangelho (Discursos no Brasil)

O que é então? Grupo de cristãos e cristãs que se reúnem nas próprias casas, a exemplo das primeiras comunidades para rezar, refletir e partilhar à luz da Palavra de Deus.

Características dos grupos Oração Celebração Jesus Cristo - palavra Reflexão Ação

O que queremos com os grupos? Criar laços de união (fraternidade) Viver com simplicidade a vida cristã Dar voz e vez a todas as pessoas Ajudar a descobrir a ação de Deus no dia-a-dia Animar as pessoas para viverem em comunidade Tornar a Palavra de Deus mais conhecida Superar o anonimato, o individualismo, a divisão Despertar a consciência cristã Provocar a consciência crítica diante da realidade

Por que criar comunidades de comunidades? No grupo vive-se o amor, a partilha, e se faz a experiência da comunhão, as pessoas são acolhidas As comunidades ajudam a evangelizar os cristãos batizados mas não são evangelizados Para a superação das divisões, solidão e viver a comunhão!

Metodologia dos encontros de grupo No Pequeno Grupo se desenvolve um jeito diferente de formação dos cristãos. Não segue os métodos da escola, onde o professor sabe e ensina e o aluno não sabe e aprende. Todos sabem. Cada um conta experiências pessoais importantes. Em cada pessoa existe um saber, muitas vezes diferente do saber dos outros.

Os encontros dos Pequenos Grupos partem do dia-a-dia das pessoas. Ao partilharem e refletirem sua vida à luz da Palavra de Deus, as pessoas terão um olhar diferente sobre suas próprias vidas. Em conseqüência mudam suas atitudes e adquirem uma nova prática cristã.

Condições para o bom andamento do grupo Que todos se conheçam e se sintam bem acolhidos no grupo. Que cada um se identifique com o grupo e que se crie um clima de simpatia, liberdade, amizade e confiança. Que o grupo tenha objetivos claros e bem definidos Que todos tenham iniciativas e sejam criativos, ajudando o grupo a crescer em qualidade Que haja distribuição de tarefas, para criar um senso de responsabilidade em todos

Que cada membro se sinta útil e importante; que ninguém fique por fora, ou deixado de lado. Que não se demore muito para realizar os encontros; que eles aconteçam toda semana ou, no máximo, de duas em duas semanas. Que sejam dispensados os títulos, etiquetas, preconceitos. Que o encontro seja bem preparado, dias antes, pelo animador. Que as conclusões dos assuntos e compromissos sejam assumidos a partir do grupo e não apenas do animador. Que o animador, a animadora não acumule muitas lideranças.

Quem é o animador?

Convicto/a sobre a importância dos pequenos gruposcontente pela missão que recebeu. Alguém que contagia com seu ardor as pessoas que encontra Não desanima jamais e nem é pessimista. É o coração do grupo. Sem o animador/a, o grupo morre.

Qual o papel do animador? Rezar por cada pessoa do grupo Cuidar para que o grupo não seja muito grande Convidar e motivar as famílias e os vizinhos Preparar o encontro antecipadamente Distribuir tarefas Acolher a todos (alegria)

Como iniciar o grupo? O número 247 do Documento 100 nos ajuda... 1) Com as pessoas que já estão atuando em pastorais, serviços e movimentos na paróquia 2) Expandir para atrair aqueles que apenas participam da missa, sem engajamento 3) Atrair e acolher os afastados da paróquia

O Fundamento da comunidade está na Palavra de Deus e na Eucaristia. A pequena comunidade se reúne em torno da Palavra nas casas e aos finais de semana na grande comunidade cristã (paróquia, comunidades)

É preciso identificar quem vai pastorear, animar e coordenar a pequena comunidade, Onde for possível setorizar a paróquia este é um meio eficiente! Onde não for possível setorizar siga-se o critério da adesão por afeto ou interesse.

Alguns lugares... Grandes edifícios, condomínios, vizinhança... Por afinidade: Jovens, universitários, idosos, casais, etc.. Frequência: semanal, quinzenal ou mensal... Isto é, encontros regulares.

Como vamos garantir o estado permanente de missão em nossa Arquidiocese com a iniciativa do Ano Missionário? Criando pequenos grupos, comunidades de comunidades Essas pequenas comunidades devem estar convictas da urgência de sermos discípulos missionários Só assim nos colocaremos em ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO.