Uma Publicação Conjunta dos Missionários do Verbo Divino e das Missionárias Servas do Espírito Santo FORMAÇÃO PERMANENTE



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IMPRESSO Vida Missionária ANO XV - No. 53 - Março - Abril - Maio / 2009 Uma Publicação Conjunta dos Missionários do Verbo Divino e das Missionárias Servas do Espírito Santo S Fotos: Rede Rua e arquivo SSpS egurança pública, tema escolhido pela Campanha da Fraternidade, vem nos desafiar a buscar soluções para a violência que atormenta nossos bairros e cidades. Ao contrário do que muitos pensam, segurança pública não é apenas questão de polícia, mas sim de justiça social e cidadania. É impossível viver em segurança quando cresce o desemprego, quando falta educação, moradia, acesso à saúde e aos direitos fundamentais de toda pessoa. Somos obrigados a erguer muros e colocar grades em nossas janelas porque não cuidamos de nossas crianças e adolescentes. Permitimos que cresçam nas ruas e sejam adotados pelos traficantes. Pressionados pelo medo gritamos por policiamento ostensivo e pela construção de cadeias e presídios... Mas de nada adianta prender todos os infratores se continuamos a alimentar a fábrica geradora da miséria e da exclusão. Construir a paz e superar a violência só é possível com a participação de todos num esforço contínuo de educar para uma cultura de paz e garantir vida digna para todas as pessoas. Celebrar a Ressurreição de Cristo é acreditar que a vida é capaz de vencer a dor, o sofrimento, a violência e até mesmo a morte. Por isso, nós do Jornal Vida Missionária desejamos que o compromisso com a construção da Paz, transformado em gestos concretos traga a alegria da ressurreição em sua vida e na vida de todas as pessoas que amam e lutam para que este mundo seja melhor. Feliz Páscoa! FORMAÇÃO PERMANENTE PERDÃO E RECONCILIAÇÃO CULTURA DA PAZ Congregação investe na atualização das irmãs para responder aos desafios do mundo em mudança Pág. 2 Curso forma para a cultura da paz e ajuda a quebrar o ciclo da violência e da criminalidade Pág. 4 A superação da violência passa pela consciência da agressividade existente na linguagem Pág. 6 CF - 2009 DOMINGO MISSIONÁRIO LIBERTAÇÃO DA MULHER Segurança mobiliza as comunidades a se organizarem na busca de justiça social e políticas públicas Pág. 3, 6 e 7 Campanha ajuda países de missão e promove o despertar para a vocação missionária além fronteiras Pág. 5 Missionária brasileira incentiva mulheres indígenas a crescer na liderança e a vencer o machismo Pág. 8

Março - Abril - Maio / 2009 Vida Missionária 2 FAMÍLIA ARNALDINA Formação Permanente é prioridade para SSpS Num mundo em contínua mudança e transformações vertiginosas é muito mais difícil ser missionário ou missionária. Aquilo que se fazia no ano passado, este ano já não serve mais e é necessário buscar novas respostas. Aquilo que se aprendeu no passado precisa ser atualizado e ressignificado. Por isso, mais do que nunca, a formação permanente ou continuada tornou-se indispensável para todo ser humano e, de maneira particular, para aqueles que desejam se colocar a serviço dos mais necessitados e excluídos da sociedade. As Missionárias Servas do Espírito Santo há vários anos perceberam que a formação permanente é uma urgência para a missão e estão promovendo cursos e encontros para que as irmãs tenham oportunidade de se prepararem para as novas exigências da missão e assumirem bem as diferentes fases da vida. Em janeiro aconteceu a última etapa de um curso latino-americano de três anos com a participação de 20 irmãs do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina, Chile e México. Além de estudarem temas relevantes para a vida religiosa no Continente, elas fizeram um processo de reflexão pessoal e de renovação. Entre as diversas iniciativas, as irmãs da Província Brasil Norte estão desenvolvendo um intenso programa de formação permanente que inclui encontros pelas faixas etárias e nos setores como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. De 21 a 25 de fevereiro, durante o Carnaval, as irmãs de votos perpétuos que Giro pelas Províncias SVD Romaria da Juventude A Província Brasil Centro está preparando uma romaria para jovens até o Santuário do Senhor Bom Jesus de Iguape para o dia 4 de outubro com o lema Nas pegadas de Santo Arnaldo. O objetivo é reunir os jovens de todas as paróquias verbitas e outros que se interessarem em torno de uma espiritualidade da unidade e da comunhão. Maiores informações com Pe. Jaime Gato, tel. 5181 9655 ou pelo e-mail jaimemmsss@yahoo.com.br. Propedêutico A Animação Vocacional é uma das prioridades das províncias verbitas no Brasil e vem colhendo seus frutos. Neste ano 23 jovens vocacionados iniciaram a caminhada no propedêutico, primeira etapa da formação inicial. No Brasil há três comunidades para o propedêutico, uma em Toledo (PR), outra em Contagem (MG) e em Santarém (PA). Primeiros votos No dia 04 de janeiro de 2009, em Juquiá (SP), os jovens Antônio Rodrigues da Silva (PA), Ailton Rodrigues Lopez (BA), Douglas Simonetti (PR) e Denes Fernando Costa da Silva (PA) professaram seus primeiros votos na Congregação do Verbo Divino. Os quatro iniciaram a teologia em São Paulo. Noviciado 2009 A comunidade de Juquiá recebeu no dia 19 de janeiro a nova turma de noviços. São eles: Jorge Vanderlei Costa da Conceição (SP), Luciano dos Santos Nascimento (PA) e Weder Vieira Lima (MG). O noviciado verbita é um ano de formação intensiva em preparação aos primeiros votos. Ana Elídia Neves ssps A partilha de vida e o aprofundamento da missão marcaram encontro de formação permanente no Rio de Janeiro entraram na congregação a partir do final dos anos 70 se reuniram no Colégio Imaculado Coração de Maria, no Rio de Janeiro, para aprofundar a vida em missão. O grupo contou com a participação de 17 irmãs que partilharam seu itinerário missionário, suas buscas e desafios. Num clima de muita abertura, elas apontaram a prioridade da missão para esta etapa da vida e assumiram o compromisso de crescer nos relacionamentos interpessoais e se prepararem melhor para a liderança participativa. SSpS Entre o final de março e início de maio haverá também alguns encontros sobre discernimento para ajudar no processo de escolha da nova coordenação provincial que deverá assumir a partir do segundo semestre. Também a Província Brasil Sul realizará encontros de formação permanente em Ponta Grossa, Cascavel, Canoas e Rondônia. No primeiro final de semana de abril haverá encontro de lideranças para as irmãs das diferentes coordenações. Fundação em Manaus As Servas do Espírito Santo estão iniciando uma nova comunidade na periferia de Manaus para acompanhar a pastoral paroquial, de saúde e indígena através da participação do Cimi. Farão parte da nova comunidade as irmãs Edina Pitarelli, Ivani Krenchinski e Elvini Tavares. Formação Panam Dia 5 de março teve início em Assunção, no Paraguai, a formação intensiva das irmãs que irão fazer os votos perpétuos no final deste ano. Estão participando 8 irmãs provenientes da Argentina, Chile, Paraguai e México. Noviciado Continental Para assumir e aprofundar a internacionalidade e interculturalidade próprias da Congregação, as províncias da América Latina darão início a um noviciado panamericano no próximo ano. Para isto serão realizados vários encontros entre formadoras e coordenações provinciais no México e no Paraguai ainda neste primeiro semestre. Semana Santa missionária Em Rio Azul, no Paraná, as Missionárias Servas do Espírito Santo, Verbo Divino e mais algumas congregações religiosas animarão uma semana missionária com visitas às comunidades e às famílias para a bênção das casas, encontros com os diversos grupos e todas as celebrações desde o Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa. EDITORIAL Justiça e Paz A Campanha da Fraternidade deste ano traz uma luz e um grande desafio para nossas comunidades em todo o Brasil. Luz porque aponta caminhos concretos que ajudam na superação da violência e na construção de políticas públicas para que a população possa ter segurança. Desafios porque não é fácil mexer com as estruturas geradoras de morte, violência e injustiça. Nesse contexto apontamos nosso compromisso missionário e profético como Família Arnaldina. O lema A paz é fruto da justiça (Is 32, 17) e o tema segurança pública têm tudo a ver com Jupic (Justiça e Paz e Integridade da Criação) dimensão fundamental de nosso ser missionário e que deve perpassar tudo o que realizamos e somos, seja na evangelização, na promoção social, na educação popular ou em nossas escolas, na pastoral como também nos movimentos sociais, ONGs e em nossa espiritualidade. A perspectiva da justiça e da paz está presente em toda a Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento e é assumida por Jesus até as últimas conseqüências através de sua paixão, morte e ressurreição. Como discípulos/as missionários/ as somos continuadores da missão de Jesus e queremos também nos comprometer ainda mais com o projeto do Reino de Deus colocando toda a nossa confiança e segurança em Deus para enfrentar com coragem as contradições da sociedade em que vivemos. A segurança pública se conquista com justiça social, com a superação da miséria, principal causa da violência, com a melhoria da educação e com o exercício pleno da cidadania. Que vivamos este compromisso não só durante a quaresma, mas também no tempo pascal, prolongando por todo o ano nossa opção missionária de construtores da paz que é fruto da justiça. Desta forma poderemos experimentar a alegria da ressurreição de Jesus. Feliz Páscoa a todos os nossos leitores e leitoras! Espaço do Leitor Escreva para nós: Envie sua carta ou e-mail para: Jornal Vida Missionária Rua São Benedito, 2146 São Paulo - SP Cep 04735-004 vidamissionaria@ssps.org.br Vida Missionária O Jornal da Família Arnaldina vidamissionaria@ssps.org.br Editado pelos Missionários do Verbo Divino e pelas Missionárias Servas do Espírito Santo Conselho Superior Pe. Djalma Antônio da Silva SVD-BRN Pe. Joachim Andrade SVD - BRS Pe. José Boeing SVD - Região Amazônica Ir. Maria de Fátima Kapp - SSpS - BRS Ir. Maria Inês de Aragão SSpS-BRN Pe. Miguel McGuinness SVD - BRC Conselho Editorial Província Verbita Brasil Norte: Pe Hélcio Nunes Grespan Valda Nazareno Província Verbita Brasil Sul: Pe. Joachim Andrade Província Verbita Brasil Centro: Pe. Manh Le Hong Ir. Moacir José Rudnick Região Amazônica: Pe. Aparecido Luiz de Souza Pe. José Mapang Província SSpS Brasil Norte: Ir. Ana Elídia Caffer Neves Província SSpS Brasil Sul: Ir. Olmira B. Dassoler Editora e Jorn. Responsável Ir. Ana Elídia Neves, MTB 20.383 Diagramação e Arte Gráfica Unisind (11) 3806-0424 Redação e Revisão José Manoel Rodrigues - MTB 19.188 Tiragem 25.000 mil exemplares Impressão Gráfica Unisind (11) 3806-0424

Alderon Costa / Rede Rua Março - Abril - Maio / 2009 Vida Missionária 3 CF - 2009 A paz está vinculada à justiça social Campanha da Fraternidade critica o poder que não se manifesta no serviço aos mais pobres Segurança pública se constrói com políticas sociais que ajudem na superação da miséria e da exclusão, principais causas da violência. Otema da Campanha da Fraternida de em 2009, Segurança pública, segue a linha de temas sociais que se preocupam com a realidade do povo de Política não muda leitura sobre a segurança O tema segurança pública é uma constante na agenda nacional, a ponto de constituir um dos pontos mais importantes que os eleitores esperam ver atacado pelos candidatos, nas quatro últimas eleições à presidência da República (1994, 1998, 2002 e 2006). No poder, os vitoriosos das urnas tem demonstrado que política pública para a área da segurança é sinônimo de investimento em presídios. Não existe trabalho sistemático pela implantação da cultura de paz, exceto através de iniciativas que aproximam comuni- O conhecimento sobre a cultura de paz cresce através de uma rede que vem aproximando organizações e movimentos. No final de 2008, um evento protagonizado por estudantes da Universidade Metodista, em São Paulo, gerou um canal interessante para troca de experiências. O ponto de partida foi o Projeto Um Dia pela Paz, desenvolvido pela Associação Palavra Viva, ong que evangeliza pelos meios de comunicação fundada por algumas congregações missionárias, entre elas as Missionárias Servas do Espírito Santo, há 15 anos. Palavra Viva está plantando a semente de Um Dia pela Paz em co- Deus. Quase sempre, ao fazer esta opção, a Igreja no Brasil se vê diante de um assunto limiar em defesa da vida exatamente o que ocorre agora com o dades, ong s e movimentos sociais. A influência destes grupos vem crescendo, mas há uma longa jornada a percorrer. As pessoas tem a descobrir ainda o papel da tolerância nas suas relações, assim como a mudança da linguagem agressiva para a linguagem não-violenta. Estas carências explicam, em parte, porque o Brasil não quis banir a comercialização de armas de fogo, no referendo popular realizado há três anos. A maior parte da população preferiu manter as coisas como estavam... Cultura de paz mobiliza organizações munidades, faculdades, instituições e entre diferentes denominações cristãs, a fim de suscitar o diálogo sobre temas propagadores da cultura de paz e com isso o engajamento das pessoas em seus ambientes de participação social, cultural, profissional e religiosa. A rede vem se expandindo e o evento realizado pelos estudantes da Metodista, no auditório da Livraria Paulinas, propiciou o diálogo entre Palavra Viva, o Instituto São Paulo Contra a Violência (criador do programa Disk-Denúncia) e o Proerd, da Polícia Militar, programa de prevenção às drogas e à violência nas escolas da rede pública estadual. agravamento da violência e o clamor pela paz. A campanha pretende abordar a paz como fruto da justiça este, aliás, é o lema escolhido pela CNBB com a intenção de trazer a Palavra de Deus para o centro das ações. De Is 32,17 foi extraído o lema no qual se fundamenta o ideal de paz defendido pela campanha: só haverá paz se houver a prática da justiça. Eis a condição que nomeia o social como lugar de mudança urgente, distinguindo o mundo de hoje (suas crises de ética e egoísmo) da paz que se quer construir no País. O texto-base da CF diz que enquanto o poder for assumido em vista do bem próprio, violência e insegurança reinarão. De fato, há um modelo injusto que empobrece e tira a dignidade humana a ser transformado por novos construtores da paz. Do Evangelho, especificamente do Sermão da Montanha (Mt 5,9) ecoa o chamado para que todo cristão se dedique a esta causa coerentemente com o título que caberá aos herdeiros da missão dada por Jesus. Para reflexão: Como subsídio ao estudo do tema da CF-2009, elencamos alguns pontos para se trabalhar em equipe, em escolas, na catequese e na comunidade. Promova a leitura do texto-base da Campanha, disponível nas paróquias e na internet (www.cnbb.org.br). Discuta em grupo como agregar os valores de justiça e paz à vida cotidiana, na família, no trabalho e na comunidade. O lugar do cidadão e dos movimentos A Campanha da Fraternidade pretende alcançar, de um lado, o indivíduo, convidando-o a refletir sobre o seu papel em comunidade, exercendo uma cidadania que contribua para a paz, e de outro mobiliza fóruns, lideranças e organizações que já se dedicam a iniciativas relacionadas a este tema e que tem agora mais oportunidades de estender sua luta a novas esferas de participação. Qualquer que seja o público para quem a Campanha se dirija, o fato é que ela adquire um sentido missionário para aqueles que percebem a necessidade de nadar contra a corrente, de enaltecer o perdão, a misericórdia, quando o discurso prevalente em algumas mídias é o da vingança, do acirramento da violência. No dizer do estudioso do tema, Mario Alves Bandeira, a paz refere-se, de modo maior, à aliança que Deus fez com a humanidade, o que abrange relações sociais equilibradas, felicidade, saúde, harmonia consigo mesmo, com o próximo e com Deus. Faz parte da ação evangelizadora difundir a paz em todos os ambientes. Que obstáculos você vem encontrando (em você mesmo e a seu redor) para levar adiante este propósito? O cartaz da CF trabalha com uma imagem invocando a cultura de paz. Identifique os elementos do cartaz que expressam o ideal da paz pela via da cultura.

Vida Missionária 4 Março - Abril - Maio / 2009 ESCOLA DO PERDÃO Os aprendizes da paz Ir. Nelly destaca o efeito multiplicador do curso O desejo de conter o avanço da cultura de morte, evidenciada na ascensão da violência, expandiu para 14 países uma iniciativa bemsucedida na Colômbia, em 2002. Trata-se da Escola do Perdão e Reconciliação um programa de formação que dissemina práticas e valores da cultura de paz. Desde a primeira experiência implantada em Bogotá, a Escola se caracteriza pela universalidade de sua proposta, isto é, forma pessoas independente da profissão, idade ou classe social. O projeto chegou ao Brasil em 2005, à cidade de São Paulo, coordenado pelo Centro de Direitos Humanos e Educação Popular (CDHEP). Tem o formato de um curso dividido em 12 módulos com a duração de 3 meses. O curso apresenta a comunicação não violenta, a interação sob a ótica da tolerância e da convivência com o diferente. O objetivo é contribuir para a mudança de comportamento, do intrapessoal em direção ao relacional, afirma Ir. Nelly Boonen, Missionária Serva do Espírito Santo, membro do CDHEP. O participante aprende a identificar seus rancores e a elaborá-los para interromper o ciclo de violência, a agressividade tanto interpessoal como social, acrescenta Ir. Nelly. O CDHEP já formou, no primeiro ano do projeto, 20 policiais da Guarda Civil Metropolitana. Logo em seguida o público se diversificou, a exemplo do que ocorreu na Colômbia. Ir. Nelly conta que atualmente há 35 pessoas fazendo o curso: educadores (as), profissionais liberais, assistentes sociais, religiosas e psicólogos (as). Na avaliação dos resultados da Escola do Perdão, Ir. Nelly destaca o efeito multiplicador. A resposta trazida por educadores que já se formaram na Escola confirma que os conteúdos trabalhados aqui estão influenciando as novas gerações. Ir. Nelly se refere ao grupo de mil crianças acompanhado em dez núcleos socioeducativos, por profissionais formados na Escola do Perdão. A monitoria junto a estas crianças, com idades variando entre 7 e 14 anos, aponta para a construção de ambientes que lidam melhor com situações de conflito. É uma boa razão para estar otimista quanto ao que a Escola pode obter quando seus multiplicadores chegarem aos núcleos de proteção especial que atendem a jovens que já cometeram atos infracionais. Além de São Paulo, a Escola do Perdão e Reconciliação também está presente na Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Ana Elidia Neves Arquivo SSpS Projeto iniciado na Colômbia e implantado pelo CDHEP também dá resultados em São Paulo O CDHEP através do Curso de Perdão e Reconciliação forma policiais, educadores e outros profissionais para a resolução de conflitos Aprender a perdoar de verdade A ONU declarou 2009 O Ano da Reconciliação. Embora os meios de comunicação não chamem tanta atenção para o assunto, as crianças de dez núcleos socioeducativos da zona sul de São Paulo já sabem o que é reconciliação. Dinâmicas e aulas sobre o tema, ministradas por educadores que passaram pelo Programa Escola do Perdão, desenvolvido pelo CDHEP, surtiram resultados admiráveis, como demonstram alguns depoimentos. Sinto que vou controlando melhor a raiva. A vida é cheia de segredos e perdoar não é fácil, às vezes perdoamos só da boca pra fora. É preciso aprender a perdo- ar de verdade, diz Aldair Mendes Damasceno, 11 anos, aluno da 4 série da Escola Dom Agnelo Cardeal Rossi. Antes eu só via o meu lado, agora penso duas vezes. Tento me colocar no lugar da outra pessoa, afirma Eric Mendes Rodrigues, 14 anos, da Escola Martinho da Silva. Felizmente, as mudanças vão além dos relacionamentos. A relação dos alunos com o colégio também está mudando. Eu ficava muito na rua, agora tenho mais vontade de encontrar os colegas na escola e de ajudar minha mãe em casa, diz Anderson dos Santos, 15 anos, aluno da Escola Teresinha Mota de Figueiredo. JUVENTUDE VERBITA Votos em ritmo afro Márcio Santos Passador Márcio Santos Passador Encontro mobiliza jovens Jovens de paróquias verbitas refletiram sobre seu protagonismo e fizeram apresentações culturais durante encontro em São Paulo Articular e organizar a juventude nas paróquias verbitas é um dos principais objetivos da Província Brasil Centro para este triênio. Para alcançar esta meta estão sendo realizadas diversas atividades, entre elas o encontrão que aconteceu no dia 1º. de março na Paróquia São Marcos, no Parque São Rafael, zona leste de São Paulo,e que reuniu mais de 250 jovens. O tema Protagonismo juvenil: jovens, futuro presente mobilizou as paróquias verbitas de São Paulo Apóstolo (Zona Leste de São Paulo), Santo Arnaldo Janssen de Diadema (SP) e Maria Auxiliadora dos Cris- tãos de Jacareí (SP) e contagiou a juventude com a convivência, formação e espiritualidade. Para falar aos jovens foi escolhido o José Nildo, uma das lideranças da Pastoral da Juventude da Região de São Mateus. Além de aprofundar o tema, ele dinamizou os trabalhos em grupos. Também houve apresentações culturais e o encerramento com a celebração da missa. O encontrão ajudou na animação dos jovens e no encaminhamento da Romaria da Juventude que acontecerá em outubro, em Iguape. A celebração dos votos perpétuos foi realizada a partir da cultura negra à qual o seminarista Ernani já se dedica e sonha poder continuar Inspirado em sua própria caminhada afro, que se iniciou antes de sua entrada na congregação e continuou junto à Comunidade Negra do Campanário, o seminarista Ernani da Costa Valeriano professou seus votos perpétuos na Congregação do Verbo Divino ao ritmo e colorido africano. A celebração aconteceu no dia 28 de fevereiro na Paróquia Santo Arnaldo Janssen, em Diadema e teve como lema Em favor deles eu me consagro (Jo 17, 19) e para Ernani teve um significado muito especial: mostrar que vou com minha negritude para a consagração a Deus.Venho com minha ancestralidade, com minha família de raiz negra para a família do Verbo Divino, explica. Ernani que já fez sua experiência missionária nos Estados Unidos e em Antígua e Barbuda, está se preparando para a próxima etapa que é a ordenação diaconal no dia 22 de março. A ordenação sacerdotal só acontecerá no próximo ano, mas ele já tem destino missionário para a Província de Chicago, nos Estados Unidos, onde pretende realizar seu sonho de trabalhar com as comunidades afro americanas de Chicago.

Arquivo SVD Março - Abril - Maio / 2009 Vida Missionária 5 DOMINGO MISSIONÁRIO VERBITA Campanha educa para solidariedade PELO MUNDO Os brasileiros estão aprenden do um pouco mais sobre a realidade de outros países, além de exercitarem a prática solidária. É o que acontece quando participam do Domingo Missionário Verbita campanha que anualmente elege um país em dificuldade para socorrer. Pe. Joachim Andrade, atual provincial Brasil-Sul e ex-secretário das missões, faz um balanço positivo dos três anos que já tem a campanha. No ano passado, ela apoiou a Bolívia com a arrecadação de R$ 35.800,00 nas paróquias de todo o Brasil onde os Missionários do Verbo Divino atuam. Deste valor, uma parte é reservada para cobrir as despesas da Secretaria das Missões e o restante é encaminhado ao generalato verbita, em Roma, que se encarrega de distribuir os recursos para os projetos mais urgentes do país favorecido. Segundo Pe. Joachim, as paróquias recebem cartazes e envelopes para o Domingo Missionário com informações sobre o país escolhido. Em seguida, o secretário das missões de cada província percorre as paróquias falando sobre a missão naquele país, a situação do povo e suas necessidades mais urgentes. Por fim, durante todas as missas é feita uma coleta totalmente direcionada para ajudar aquele país. No caso da Bolívia, os recursos foram encaminhados prioritariamente para a construção de um centro catequético na região do altiplano com o objetivo de oferecer formação às lideranças da região para que sejam multiplicadoras em suas próprias aldeias. Na avaliação do Pe. Joachim, além do bom resultado financeiro, a campanha tem dado frutos ainda mais importantes como o despertar de vocações missionárias. Exemplo disso é o início da preparação de uma leiga que será enviada ao Timor Leste. Arquivo SSpS da Bolívia Em 2009, a África volta a inspirar a solidariedade do Domingo Missionário Verbita. O país escolhido para estar no centro da campanha é o Zimbábue, que hoje enfrenta um surto de cólera em diversas aldeias. Pe. Helcio Grespan, que participou da escolha do país a ser ajudado, diz que os brasileiros precisam saber o que está acontecendo no Zimbábue. A saúde não é a única área afetada. Aumentou a vio- População do altiplano boliviano será favorecida com a construção de um centro catequético A vez da África Intercâmbio cultural enriquece a missão Uma das características das congregações da Família Arnaldina é a abertura para o mundo com sua diversidade de povos e culturas. Esta realidade é muito presente nas próprias comunidades que, em geral, possuem membros de diversas nacionalidades. Desta forma os e as missionárias testemunham que é possível construir comunhão além das diferenças culturais e que o intercâmbio missionário, embora desafiador, é uma riqueza para a missão. Neo-sacerdote vai para América Central O recém-ordenado padre Cláudio Alberto Eichinger (foto), de Naviraí (MS), está se preparando para retornar à missão na região do Panamá, Costa Rica e Nicarágua, no início de maio. Ele ainda não sabe em qual destes três países irá ficar, mas já trabalhou em 2005 no Panamá e em 2006 na Nicarágua. Para Pe. Cláudio, o contato com outra cultura significa caminhar com aquele povo e descobrir o rosto de Cristo naquela cultura. A troca de experiências interculturais é fonte de riqueza e de forte motivação para ele. Nos dois anos em que esteve na América Central, Pe. Cláudio trabalhou em paróquia, deu cursos bíblicos e formação para catequistas. Depois retornou ao Brasil para terminar seus estudos, foi ordenado no dia 14 de fevereiro e já sente a mistura de saudade das pessoas que ele está deixando e da alegria de reencontrar o povo que o espera. Os desafios que tem pela frente são muitos, especialmente na Nicarágua, segundo país mais pobre do continente, superado apenas pelo Haiti. Além da pobreza, o povo ficou muito marcado com a revolução que não deu certo, com a perda de parentes, sentimento de inferioridade e desejo de emigrar. O povo está necessitando de esperança que ajude a levantar o país. No Panamá, segundo Pe. Cláudio, a situação econômica é mais tranqüila. Mesmo assim, as famílias aguardam com expectativa a presença de missionários que visitem suas casas e participem de suas vidas. Dois seminaristas do Verbo Divino foram enviados recentemente para experiência missionária: Arilson Lima da Silva e Sílvio de Jesus Borges. Ambos partiram no dia 19 de janeiro, Arilson para as Filipinas onde estudará inglês por um ano e depois para o Timor Leste por dois anos. Sílvio foi para a Zâmbia, onde ficará por dois anos. Próximos envios: Além do Pe. Cláudio que se prepara para a América Idas e vindas Central, há mais quatro verbitas que serão ordenados sacerdotes e em seguida partirão em missão para diferentes países. São eles: Cristóvão da Silva: ordenado dia 07 de março, irá para a Colômbia. Antonio da Rocha Monteiro: será ordenado dia 18 de abril e vai para a Nicarágua. Anderson Luís de Souza: a ordenação será no dia lência entre grupos políticos contrários ao governo. Cercas elétricas impedem a migração dos jovens que querem buscar uma vida melhor em países vizinhos, diz Pe. Helcio. Os jovens são impedidos e mortos ao tentar cruzar a fronteira. A situação de extrema miséria faz nossos olhares se voltarem para esta realidade, acrescenta. É a hora de ser solidário com nossos irmãos verbitas que atuam na África, de modo especial no Zimbábue. Espanha receberá missionária brasileira A Espanha é o destino de Ir. Gerci Lopes de Souza (foto), Missionária Serva do Espírito Santo que deixa a Província Sul e aguarda, ainda para este semestre, o envio missionário para a sua próxima comunidade, agora além mar. O envio para ela acontece após um momento importante: os votos perpétuos, professados dia 22 de novembro do ano passado. O futuro território de missão será o primeiro fora do Brasil. Espanha e Portugal constituem uma Região para as Missionárias Servas do Espírito Santo, e atualmente passa por muitas dificuldades por falta de irmãs que dêem continuidade à missão. Por isso, Ir. Gerci aceitou o apelo da congregação e irá ajudar a reforçar a presença missionária na comunidade de Ponferrada, na diocese de Astorga. Para Ir. Gerci, mesmo com todo o seu preparo missionário, o deixar a família e o país é um momento bastante difícil e exigente, mas com coragem ela reafirma seu desejo de se colocar a serviço e dar o que ela também recebeu. Ir. Gerci trabalhou em Porto União (SC), por cinco anos. Se graduou em Pedagogia e acredita que a formação nesta área estará aplicada às próximas atividades que vier a desenvolver, pois a educação também oferece um campo maravilhoso de atuação aos missionários, afirma. Outras duas co-irmãs da Província Sul também se preparam para missão além fronteiras: Ir. Adriana da Silva será enviada para Gana, África, em março, enquanto Ir. Rosa Pereira de Araújo espera o visto para Angola. 1º. de maio e seu destino será Chicago, nos Estados Unidos. Ademar Lino de Souza: também será ordenado sacerdote no dia 1º. de maio e irá para Angola. Vieram para o Brasil Chegaram ao Brasil no final do ano passado os seminaristas da Indonésia Frederico Ati e Bento Jimiun para experiência missionária. Arquivo SSpS

Março - Abril - Maio / 2009 Vida Missionária 6 BÍBLIA E VIDA Deus quer paz e justiça para a humanidade Na entrega generosa de Jesus pelo mundo, a paz encontra o seu fundamento e a sua possibilidade de tornar-se real. COMUNICAÇÃO O desafio da não-violência ESPIRITUALIDADE EM FOCO Olema da Campanha da Fraternidade deste ano A paz é fruto da justiça é uma citação do profeta Isaías (Is 32, 17) que apresenta a justiça como condição fundamental para que as pessoas possam viver em segurança, com dignidade e em paz. A Paz é um conceito básico na Bíblia. A palavra hebraica Shalom é saudação que comunica uma paz completa, resumo de tudo de bom que Deus quer oferecer quando faz aliança com o povo. É um termo que aparece na Escritura 239 vezes. Abrange tudo: bem estar, felicidade, saúde, segurança, relações sociais equilibradas, harmonia consigo mesmo, com o próximo e com Deus. Não é só o contrário de violência e ódio, é a vida como ela deve ser. Por isso, com os salmos, o povo ora: Escutarei o que diz o Senhor Deus, porque ele diz palavras de paz... (Sl 85,9). Aparta-te do mal e faze o bem: busca a paz e vai atrás dela (Sl 34,15). A paz, na Bíblia, é referida à aliança que Deus fez com a humanidade expressa pelo mais conhecido símbolo da paz: a pomba com um ramo de oliveira no bico, símbolo da vida que renasce após o dilúvio (cf. Gn 8, 6-11). Não é qualquer aliança que Deus fez com o povo de Israel, mas uma aliança de paz para a paz (cf. Nm 25,12; Is 26,12; e 54,12; Ez 34,25). Jesus, no Novo Testamento, assume o anúncio do reino de Deus como uma boa nova de paz. Jesus disse: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou. Não se perturbe, nem se atemorize o vosso coração (Jo 14, 7). Ele dá a todos a paz porque ele se dá por todos, a fim de que a Missão como diálogo e comunhão Ao encerrar o Ano Centenário em que a família Arnaldina, no mundo inteiro, celebrou seus santos Arnaldo Janssen e José Freinedemetz, Ir. Mary John, Secretária Geral das Missões, afirmou a importância d o ano centenário pela valorização do presente, renovação e diálogo e comunhão. A seguir apresentamos um resumo do seu texto sobre diálogo e comunhão. Quem são as pessoas que consideramos do outro lado? Podemos chamá-las de parceiras de diálogo, pessoas de outras crenças, de outras culturas ou pessoas vivendo em constante exposição à violência e privações. Nossas congregações condensaram suas repostas a essas pessoas em duas palavras: diálogo e comunhão. Diálogo é mais que rezar e celebrar juntos, ocasião em que se lêem as escrituras ou se cantam hinos de diferentes confissões. Diálogo é encontrar tempo para sentar juntos, dando a todas as partes em questão a chance de falar e a chance de ouvir. No mundo profundamente dividido entre cristãos e muçulmanos, agora tornado pior pela segregação, discriminação e guerra declarada, nossa missão deve progressivamente assumir um papel de diálogo. Qualquer diálogo eventualmente deve levar à comunhão, em que unidade e interconectividade são sentidas de fato. Para as SSpS comunhão é aquela qualidade que reflete a vida e o dinamismo da Trindade em nossas comunidades. Viver o diálogo profético, para a Sociedade do Verbo Divino e viver como testemunhas interculturais, aprendizes e autênticas, para as SSpS, são indicadores através dos quais o Espírito está nos impelindo para a ação hoje. Ana Elídia Neves ssps Nossa força propulsora é ainda a missão, mas o impulso nos lança em situações que o Fundador não podia sequer imaginar. Muitas coisas mudaram na maneira e no enfoque, mas o que não mudou é o entendimento de que toda missão é missão divina e de que somos fracas, no entanto importantes, colaboradoras na Misio Dei. Nas pessoas dos Santos Arnaldo e José chegamos à compreensão de o que uma boa teoria e uma boa prática podem fazer pela missão. A vontade de Deus vinha em primeiro lugar na vida de nossos dois santos. Portanto, juntamente com eles e com nossos membros e colaboradores pelo mundo afora, tenhamos a convicção de que: A vontade de Deus somente nos levará aonde a graça de Deus vai nos proteger. reconciliação aconteça e a paz possa ser verdadeira. É ele quem ilumina os caminhos e dirige os passos de todos no caminho da paz (cf. Lc 1, 79), que traz paz aos homens de boa vontade (cf. Lc 2, 14) e é reconhecido como o enviado por Deus para trazer a paz (cf. Lc 19,38). Na entrega generosa de Jesus pelo mundo, a paz encontra o seu fundamento e a sua possibilidade de tornar-se real. A paz que Jesus traz não é uma fuga mística do desespero diante das dificuldades do nosso tempo, por maiores que elas sejam. Ao contrário, é uma paz concreta, que convoca a todos para que sejam seus construtores na sua realidade social, política, econômica, cultural e religiosa. Negar a possibilidade da construção histórica da paz é negar o mistério da Encarnação. É negar a participar do projeto de Jesus. (Extraído do Texto Base da CF 2009: 196; 230 e 236) Para Ir. Mary John dialogar é encontrar tempo para sentar juntos, dando a todas as partes em questão a chance de falar e a chance de ouvir. Ir. Zélia Cordeiro ssps Uma cultura de paz começa por relações humanas baseadas no respeito, tolerância e valorização da outra pessoa. A violência pode tomar as mais variadas formas desde a mais evidente que é a agressão física, passando pela violência estrutural que discrimina pessoas e grupos, privando-os dos direitos cidadãos, até a violência simbólica, às vezes imperceptível, mas não menos danosa. A violência simbólica, como o nome já diz, é aquela que utiliza elementos simbólicos ou de forte significado para manipular, coagir, constranger, ameaçar, intimidar e até mesmo humilhar. Seu efeito pode ser pior que o da violência física, pois, mesmo não destruindo o corpo, atinge a integridade psico-emocional e espiritual da pessoa e atenta contra a sua dignidade. Infelizmente este tipo de violência é muito mais comum do que imaginamos. Ela não apenas aparece ostensivamente nos meios de comunicação como também faz parte da linguagem que utilizamos em nosso dia-a-dia. Está tão impregnada em nossa cultura que nem sequer nos damos conta do quanto somos violentos em nossos relacionamentos. Observemos as relações familiares. Como a maioria dos pais conversa com os filhos? Em geral, de uma maneira autoritária dizendo não faça isso, não faça aquilo. Dificilmente se dialoga procurando ir às necessidades da criança e descobrir o que de fato ela está dizendo por intermédio de suas atitudes. E entre os casais? São poucos os que conseguem conversar sem fazer cobranças e exigências, dizer o que realmente sentem sem esperar que o companheiro ou a companheira adivinhe quais são seus desejos e necessidades. Quantos mal-entendidos poderiam ser evitados se fôssemos capazes de falar a verdade com simplicidade e sem agredir a outra pessoa. Em todos os ambientes experimentamos uma comunicação que esconde mais do que revela, que ao invés de ser diálogo, comunhão e partilha, torna-se ambígua e superficial. E por isso se torna instrumento de agressão. Quem nunca experimentou o quanto uma palavra pode doer? Construir uma cultura de paz supõe a superação de todas as formas de violência, começando pela que existe latente dentro de nós, presente em nossa maneira de falar e de nos tratar. Cultivar a gentileza, as boas maneiras, o respeito pelas outras pessoas, a apreciação sincera pelas qualidades alheias, o falar manso e a escuta atenta são contribuições concretas e ao alcance de todas as pessoas e que podem ajudar a quebrar o circulo vicioso da violência. Na vale a pena tentar? (Ir. Ana Elídia Neves ssps)

Março - Abril - Maio / 2009 Vida Missionária 7 SEGURANÇA PÚBLICA Punição da Justiça é seletiva com os pobres Crise do sistema carcerário reproduz desigualdade social do País DOM HELDER CAMARA Sucessivas rebeliões de presos têm deixado claro, no Brasil, que o sistema prisional não está cumprindo a função para a qual foi criado, ou seja, a de reeducar. Representantes de todos os setores, inclusive do judiciário, já admitem que é necessário discutir mudanças com a sociedade. Do estrato policial, algumas vozes indicam a mesma disposição. O chefe da Sala de Imprensa da Polícia Militar do Estado de São Paulo, tenente Emerson Massera Ribeiro, afirma que a polícia quer contribuir com o debate. No final de 2008, ele se encontrou com Pe. Gunther Zgubic, da Pastoral Carcerária, e outros representantes no debate de políticas públicas para área da segurança. Falando sobre a maneira que o País adotou para inibir e punir a violência, Pe. Gunther enfatizou a crise por que passa o sistema prisional, que não traz segurança à população. Segundo ele, a cultura da punição mascarou o problema social, transformando a cadeia num lugar só para os mais pobres. O critério seletivo é agravado pela indiferença com que a sociedade também trata a família do preso. Pe. Gunther lembra que são raros os programas de visitas no presídio e menos ainda aos familiares. O trabalho de pastoral, bem organizado, poderia evitar uma tragédia comum no Brasil: o abandono dos familiares dos presos, que frequentemente caem na chantagem do crime, sendo obrigados a fazer serviços em troca da proteção a seus parentes na cadeia. Tenente Massera acha que o sentimento de responsabilidade com a mudança do modelo prisional deve ser compartilhado entre todos, inclusive pelo Estado que tem um papel decisivo. O caso do Jardim Ângela, bairro da zona sul de São Paulo, é exemplar nesse sentido: até meados dos anos 90 convivia com estatísticas alarmantes no campo da criminalidade (sobretudo assassinatos). No diálogo com movimentos e organizações, unidos em torno da paróquia Santos Mártires, o Estado promoveu a defesa da vida e a cidadania com ações intersecretariais, envolvendo as Secretarias Estaduais da Segurança, da Saúde e da Educação, lembra Massera. A capacidade de se articularem para reverter o quadro mostrou que é possível reagir coletivamente contra a violência, sem manchar a bandeira dos direitos humanos. Nada mais é do que promover a inclusão social, levando serviços e cidadania, define o oficial. Karla / Arquivo APV Pe. Gunther (de costas) e tenente Massera (à direita) estão de acordo que a busca de políticas que possam garantir a segurança pública é responsabilidade do Estado e de toda a sociedade civil Novos canais de participação As Conferências Municipais de Segurança Pública, que começarão a ocorrer este ano, em todos os estados, tem muito a contribuir na mobilização de governos, sociedade civil e movimentos, rumo ao debate sobre segurança. Pe. Gunther e tenente Massera concordam que é necessário que as comunidades estejam sendo informa- das corretamente, participando das conferências porque as soluções mais coerentes são buscadas localmente. É a base que sabe identificar as áreas onde o Estado deve melhorar sua presença e sua ação, conclui Massera. Correios lançam selo em homenageando a Dom Helder Poeta da Paz Dom Helder foi bispo, escritor, místico e poeta, um verdadeiro profeta da paz. Foi silenciado pelo regime militar, mas nenhum regime seria capaz de calar sua voz em defesa dos pobres e injustiçados do mundo. A seguir apresentamos um pouquinho de sua poesia. Em fevereiro, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) lançou o selo comemorativo do centenário de nascimento de Dom Helder Camara. A desenhista do estampilho, Silvania Branco, ganhou o concurso ao criar a imagem do bispo com a silhueta da Igreja das Fronteiras ao fundo. A Igreja das Fronteiras, no Recife (PE), foi onde Dom Helder viveu e morreu em 1999. O selo também traz as figuras representando os pobres que ele acolheu, antes mesmo de se tornar bispo emérito de Olinda. Dom Helder foi vivamente lembrado neste início de ano, em eventos que reuniram não só o povo pernambucano, mas os brasileiros para quem simboliza ainda hoje a imagem perene de profeta da paz. Água por todos os lados... Nem sombra de margem... Nem sombra de sombra de terra... Nem sombra de sombra de homens... A quem entregarei o ramo de oliveira que o Pai me encarrega de entregar a quem o segure, e plante, e dele cuide como a árvore de paz!?... Até o fim Não, não pares. É graça divina começar bem. Graça maior, persistir na caminhada certa. manter o ritmo... Mas graça das graças é não desistir. Podendo ou não podendo, caindo, embora, aos pedaços, chegar até o fim... Que importa, que ao chegar eu nem pareça pássaro! Que importa se ao chegar venha me rebentando caindo aos pedaços, sem aprumo e sem beleza!... Fundamental é cumprir a missão e cumpri-la até o fim!... Esperança sem risco não é esperança... Esperança é crer na aventura do Amor, jogar nos homens, pular no escuro, confiando em Deus.

Vida Missionária 8 Março - Abril - Maio / 2009 MISSIONÁRIO TESTEMUNHO MISSIONARIO Olhos, mente e coração de mulher... Missionária brasileira trabalha com mulheres indígenas do México na superação do machismo Ana Elídia Neves SSpS o atendimento a migrantes centro-americanos que passam pelo México, especialmente mulheres e jovens. Ir. Malgarete está convencida da necessidade de se trabalhar as relações de gênero, especialmente no que se refere aos aspectos culturais como homens e mulheres se relacionam assumindo papéis de dominação e de submissão. Isto é particularmente forte nos grupos indígenas em que ela atua, onde prevalece historicamente uma cultura machista, tanto que, das 22 comunidades que Ir. Malgarete acompanha, apenas duas são coordenadas por mulheres. A liderança ainda é assumida geralmente por homens. Esta situação está mudando Ir. Malgarete busca em seu trabalho missionário valorizar a em conseqüência da globalização cultura indígena e fortalecer a mobilização das mulheres por e do fenômeno migratório. A grandireitos básicos de migração dos homens para os Estados Unidos, devido à pobreza na rema comunhão latino-americana só é gião, está fazendo crescer a participação possível através do acolhimento das da mulher, observa Ir. Malgarete. Isso fica diferentes culturas, incluindo especialmente mais claro na organização da família, onde os povos indígenas e sua espiritualidade, mas a mulher é mais exigida como cabeça da também pressupõe o relacionamento de igual para igual entre homens e mulheres. casa e ainda em sua entrada no mundo Estes são alguns dos desafios que Ir. do trabalho, para garantir o sustento dos Malgarete Scapinelli Conte, 41 anos, Misfilhos. sionária Serva do Espírito Santo, enfrenta Ir. Malgarete conta que seu trabalho em em seu trabalho com as mulheres chöl e Chancalá parte da leitura da Palavra de tzetzal, duas etnias indígenas do estado Deus com olhos, mente e coração de mude Chiapas, no México. lher. Isso as ajuda a recuperar a dignidahá um ano e meio, a missionária trabade, valorizar a si mesmas e as outras, creslha na paróquia de Palenque, num povoacer na liderança, educar os filhos de uma do chamado Chancalá, acompanhando as maneira eqüitativa e a superar o machiscomunidades, o trabalho com mulheres e mo presente na cultura. U As mulheres indígenas se reúnem uma vez por semana para analisar a realidade em que vivem, fortalecer o coração com a Palavra de Deus, partilhar suas experiências, buscar juntas soluções para os problemas e a recuperar os valores culturais, o que segundo Ir. Malgarete tem ajudado tanto as indígenas como a ela própria a ir crescendo como mulher. Ir. Malgarete com outras irmãs SSpS de sua comunidade e religiosas mexicanas de outras congregações lutam para reverter o quadro de desigualdade entre homens e mulheres e almejam resultados a longo prazo, sem palavras de ordem, mas com os pés e mãos na realidade do povo. Procuramos fortalecer a unidade, mostrando que a superação da desigualdade e da pobreza depende da união entre homens e mulheres. Ao mesmo tempo, tentamos resgatar o valor da mulher. Em todas as frentes, o pano de fundo é o acesso da indígena a seus direitos fundamentais. Ir. Malgarete trabalha com grupos de geração de renda (no artesanato e na produção de alimentos), assim como nas pastorais do migrante e da saúde (direcionada à medicina alternativa). Línguas indígenas impõem dificuldade Antes de chegar à Chancalá, Ir. Malgarete ficou 5 anos em Playas de Catazajá, que pertence à diocese de São Cristóvão de las Casas, também em Chiapas, fronteira com a Guatemala. Sua principal dificuldade, em quase 7 anos no México, é com os idiomas indígenas, que variam bastante de uma etnia a outra. Na catequese até hoje preciso que alguém me ajude na tradução. Entretanto, o respeito à cultura local e a comunhão nos esforços de superação da pobreza inserem a missionária profundamente na vida do povo. Natural de Videira (SC), ela entrou para a congregação em 1987, fez sua formação inicial em Juquitiba (SP) e Rio Pequeno, bairro da zona sudoeste de São Paulo. Ir. Malgarete se graduou em Serviço Social em Brasília e antes da missão no México trabalhou no Maranhão, Distrito Federal e em favelas da capital paulista. Chiapas ficou conhecida pelo Exército Zapatista Chiapas, sul do México, conquistou a atenção da mídia na década de 1990, quando grupos de campesinos lideraram um levante popular cobrando melhores condições de vida e de trabalho no campo. Com um nível de politização que surpreendeu o próprio governo federal, o movimento, intitulado Exército Zapatista Revolucionário chegou a se envolver em conflitos armados e arrebanhar centenas de pessoas, protestando contra o neoliberalismo e suas conseqüências sociais e econômicas. Ir. Malgarete diz que embora não tenham sido registrados grandes embates, nos últimos 2 anos, há um clima tenso, por causa da presença de militares na região. As assembléias e encontros de formação política costumam reunir mais de 4 mil participantes. Animação Vocacional Missionários do Verbo Divino Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua Venha ser um missionário verbita e trabalhar conosco entre os pobres, as minorias étnicas e todos aqueles que buscam na Palavra de Deus a força para caminhar. Província Norte: Rua Halfeld, 1179 - Cep. 36016-000 Caixa Postal - 668 - Cep 36001-970 - Juiz de Fora, MG Tel.: (0xx32) 3212-8864 e 3229-9820 - Ramal 140 E.mail: provocasvd@bol.com.br Província Centro: Rua: Verbo Divino, 993 CEP 04719-001 - São Paulo, SP Tel. (0xx11) 5181-6444 E.mail: pvsvdbrc@yahoo.com.br Província Sul: Rua Prof. Brandão, 155 CEP 80040-010 - Curitiba, PR Tel. (0xx41) 3023-2893 E.mail: pasvoc@yahoo.com.br Região Amazônica: Caixa Postal 299 CEP 68100-970 - Santarém, PA Tel. (0xx93) 3523-2059 E.mail: verdiama@yahoo.com.br Missionárias Servas do Espírito Santo Em todos os lugares para onde som os enviadas, tanto no Brasil como em outros países, respondemos ao chamado de viver a comunhão e o diálogo com as diferentes culturas. Somos missionárias por intermédio da oração e da adoração. Diante de Jesus Eucarístico apresentamos dia e noite as necessidades e sofrimentos da Igreja e do mundo. Na comunidade partilhamos alegremente o dom de nossa vida totalmente entregue como oblação a Deus. Convento N. Sra. Do Cenáculo Rua Nunes Machado, 150 Cx. Postal 405 - CEP 84001-970 Ponta Grossa, PR Tel. (0xx42) 3229-1629 Província Norte: Rua: São Benedito, 2146, CEP 04735-004 Santo Amaro, São Paulo, SP Tel. (0xx11) 56877229 Site: www.ssps.org.br E.mail: vocacional@ssps.org.br Província Sul: Rua: Arnaldo Janssen, 320 Caixa Postal 411 CEP 84001-970 Ponta Grossa, PR Tel. (0xx42) 3226-4091 Site: www.mssps.org.br E.mail: savsspssul@yahoo.com.br