GUIA DO UTILIZADOR DO SISTEMA GERAL DE RECONHECIMENTO DAS QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS



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Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA DG Mercado Interno LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS, PROFISSÕES REGULAMENTADAS E SERVIÇOS POSTAIS Profissões regulamentadas quanto às qualificações MARKT/D/8327/2001-PT Orig.: FR GUIA DO UTILIZADOR DO SISTEMA GERAL DE RECONHECIMENTO DAS QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS

INTRODUÇÃO Este documento tem por objectivo apresentar, em linhas gerais, o Sistema Geral de Reconhecimento das Qualificações Profissionais instaurado pela Directiva 89/48/CEE e completado pela Directiva 92/51/CEE. Destina-se, em primeiro lugar, às pessoas qualificadas para o exercício de uma profissão num Estado-Membro que desejem obter o reconhecimento das suas qualificações profissionais noutro Estado-Membro para nele exercerem a sua actividade profissional. As informações constantes deste documento são apresentadas através de perguntas/respostas, reagrupadas em duas partes. A primeira parte contém as respostas às perguntas mais correntes sobre o Sistema Geral: Para que serve o Sistema Geral? A quem se aplica? Como funciona? A segunda parte contém respostas a algumas questões específicas que podem ser colocadas por uma pessoa que requeira o reconhecimento das suas qualificações profissionais no âmbito do Sistema Geral. Este documento comporta igualmente um esquema (página 16), que recapitula as condições necessárias para se poder beneficiar do Sistema Geral, e 2 anexos: Anexo 1: Anexo 2: Uma lista não exaustiva de profissões regulamentadas abrangidas pelo Sistema Geral Duas listas de profissões regulamentadas não abrangidas pelo Sistema Geral. Podem encontrar-se informações mais pormenorizadas sobre este assunto na Internet: http://citizens.eu.int 2

Perguntas de base sobre o Sistema Geral 1. A quem se destina o Sistema Geral? Aos profissionais que pretendam exercer a sua actividade profissional num Estado-Membro que não seja aquele em que tiverem adquirido as suas qualificações profissionais. O Sistema Geral não se aplica às pessoas que desejem prosseguir os seus estudos noutro Estado-Membro. Estas pessoas poderão dirigir-se aos Centros NARIC, competentes para o fornecimento de informações sobre o reconhecimento académico de diplomas. O Sistema Geral também não se aplica a todos aqueles que desejem exercer uma profissão num Estado-Membro mas não tenham completado ainda toda a formação requerida para o exercício dessa profissão noutro Estado-Membro. O Sistema Geral aplica-se unicamente às pessoas que tiverem já todas as qualificações para o exercício de uma profissão num Estado-Membro. 2. Em que países é aplicável o Sistema Geral? O Sistema Geral é aplicável em 18 países: os 15 Estados-Membros da Comunidade Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido e Suécia, bem como os 3 países seguintes: Islândia, Noruega e Liechtenstein. 3. A quem se aplica o Sistema Geral? Aos nacionais dos 18 países referidos, Não se aplica, por exemplo, aos nacionais dos Estados Unidos, do Canadá e da Suíça nem dos países da Europa Central, da África e da Ásia. Aplica-se, porém, aos nacionais de países terceiros que sejam, igualmente, nacionais de um Estado-Membro (dupla nacionalidade). Assim, por exemplo, pode aplicar-se a um nacional argentino que possua igualmente nacionalidade italiana. Aplica-se às pessoas que, no momento da apresentação do pedido de reconhecimento, possuam a nacionalidade de um desses 18 países, mesmo que anteriormente tenham tido outra nacionalidade. que tenham adquirido as suas qualificações profissionais num desses 18 países (Estado-Membro de origem) Sobre o reconhecimento de qualificações adquiridas num país terceiro, ver página 11. 3

Para beneficiar do Sistema Geral, as pessoas devem estar plenamente qualificadas para o exercício de uma determinada profissão no seu Estado-Membro de origem. O Estado-Membro de origem é aquele em que a pessoa tiver adquirido as suas qualificações profissionais. Pode tratar-se do Estado-Membro do qual se possui a nacionalidade ou de outro Estado-Membro. Exemplos: O Sistema Geral pode aplicar-se a um engenheiro de nacionalidade italiana que tenha adquirido as suas qualificações profissionais em Itália; a um professor de nacionalidade sueca que tenha adquirido as suas qualificações profissionais na Suécia; a um cinesiterapeuta de nacionalidade francesa que tenha adquirido as suas qualificações profissionais na Bélgica; a um advogado de nacionalidade austríaca que tenha adquirido as suas qualificações profissionais na Alemanha. e que desejem exercer a sua actividade profissional noutro Estado-Membro (Estado-Membro de acolhimento). Exemplos: O Sistema Geral pode aplicar-se a um engenheiro de nacionalidade italiana, plenamente qualificado em Itália, que pretenda exercer a sua actividade de engenheiro em Espanha; a um professor de nacionalidade norueguesa, plenamente qualificado na Noruega, que pretenda exercer a sua actividade de professor no Reino Unido; a um cinesiterapeuta de nacionalidade francesa, plenamente qualificado na Bélgica, que pretenda exercer a sua actividade de cinesiterapeuta em França; a um advogado de nacionalidade austríaca, plenamente qualificado na Alemanha, que pretenda exercer a sua actividade de advogado na Áustria. O Sistema Geral não se aplica a situações puramente internas de um Estado-Membro. Aplica-se aos "migrantes". O Estado-Membro em que se desejar exercer uma profissão não deve ser aquele em que se tiverem adquirido as respectivas qualificações. A existência de um elemento "transfronteiras" é indispensável. 4. O Sistema Geral aplica-se a todas as profissões? Não. Aplica-se apenas às profissões regulamentadas no Estado-Membro de acolhimento, isto é, às profissões cujo acesso ou exercício esteja sujeito, no Estado-Membro de acolhimento, à posse de determinadas qualificações profissionais. O Sistema Geral aplica-se se a profissão que se desejar exercer no Estado-Membro de acolhimento estiver regulamentada nesse Estado-Membro. 5. Como saber se a profissão que se deseja exercer no Estado-Membro de acolhimento está regulamentada nesse Estado-Membro? Os interessados devem dirigir-se ao ponto de contacto do Estado-Membro de acolhimento ou, eventualmente, a uma organização profissional representativa da profissão no Estado-Membro de origem. 4

Encontrarão a lista (indicativa e não exaustiva) das profissões regulamentadas abrangidas pelo Sistema Geral. 6. E se essa profissão não estiver regulamentada no Estado-Membro de acolhimento? Nesse caso, o acesso é livre e não é necessário requerer o reconhecimento das qualificações profissionais. Essa profissão pode ser exercida no Estado-Membro de acolhimento nas mesmas condições em que a podem exercer os nacionais desse Estado-Membro. Não será necessário apresentar uma declaração de reconhecimento passada por uma entidade oficial. O valor a atribuir às qualificações, nesse caso, dependerá da situação do mercado de trabalho e do comportamento do mesmo, e não de regras jurídicas. No entanto, pode acontecer que uma profissão não esteja regulamentada enquanto tal no Estado-Membro de acolhimento sem, por isso, se poder dizer que o seu exercício é livre. Na verdade, a profissão pode não existir como profissão independente no Estado-Membro de acolhimento porque as actividades que lhe são próprias fazem parte de outra profissão, estando assim reservadas aos que exercem esta última profissão. Neste caso, não se aplica o Sistema Geral. Exemplo: Uma pessoa que tenha uma formação específica de psicoterapeuta adquirida num Estado-Membro e deseje trabalhar como psicoterapeuta noutro Estado-Membro em que a psicoterapia não seja uma profissão autónoma mas esteja integrada na medicina e reservada aos médicos psiquiatras. 7. O Sistema Geral é aplicável a todas as profissões regulamentadas? Não. Não se aplica às profissões regulamentadas que já estejam abrangidas por uma directiva sectorial ou por uma directiva transitória. No Anexo 2, apresenta-se a lista das 7 profissões regulamentadas já abrangidas por uma directiva sectorial e uma lista indicativa de actividades profissionais abrangidas por uma directiva transitória. Para informações mais precisas sobre essas directivas, os interessados poderão dirigir-se ao respectivo ponto de contacto. Além disso, do Anexo 1 consta uma lista indicativa de profissões regulamentadas abrangidas pelo Sistema Geral. Para mais informações, se necessário, os interessados poderão dirigir-se ao respectivo ponto de contacto. 8. E se essa profissão estiver regulamentada no Estado-Membro de acolhimento e for abrangida pelo Sistema Geral? 5

Para poder exercê-la no Estado-Membro de acolhimento, é necessário requerer o reconhecimento das qualificações profissionais à entidade que, no Estado-Membro de acolhimento, tiver competência para receber e dar seguimento aos pedidos de reconhecimento relativos à essa profissão. 9. Como identificar a entidade do Estado-Membro de acolhimento competente para receber e dar seguimento ao pedido de reconhecimento? O interessado deverá dirigir-se ao ponto de contacto do Estado-Membro de acolhimento. Os guias e as fichas disponíveis na Internet contêm também endereços úteis a nível nacional. 10. Pode ser requerido o reconhecimento das qualificações profissionais num Estado-Membro para nele exercer qualquer profissão regulamentada ou para nele "trabalhar" em geral? Não. O pedido de reconhecimento a apresentar deverá ter em vista o exercício de uma profissão precisa. A profissão regulamentada que se pretender exercer no Estado-Membro de acolhimento deverá corresponder à profissão para a qual se esteja plenamente qualificado no Estado-Membro de origem. Se se possuírem qualificações para o exercício de várias profissões, deverá apresentar-se um pedido diferente para cada uma delas. A decisão da entidade competente pode variar de uma profissão para outra. Exemplos: - O Sistema Geral pode ser aplicado a uma pessoa que esteja plenamente qualificada para o exercício da profissão de agente imobiliário em Espanha e que pretenda exercer essa actividade em França. Em contrapartida, o Sistema Geral não se aplica se a pessoa estiver plenamente qualificada para o exercício da actividade de agente imobiliário em Espanha e pretender exercer em França a profissão de advogado. - Em Espanha, um psicólogo possui também as qualificações requeridas para ser assistente social e deseja exercer ambas as profissões em França. O Sistema Geral aplica-se mas o interessado deverá apresentar dois pedidos separados às respectivas entidades competentes. 11. Quais as qualificações profissionais abrangidas pelo Sistema Geral? As qualificações profissionais que sancionam formações profissionais completas, isto é, as qualificações que permitem exercer uma determinada profissão no Estado-Membro de origem. Pode tratar-se de qualificações que sancionem formações teóricas e práticas a nível do ensino primário, secundário ou superior. Se necessário, quando é exigido um período de formação prática ou de estágio no Estado-Membro de origem, para além do ciclo de estudos básico, secundário ou superior, antes de poder beneficiar do Sistema Geral, é necessário ter concluído tanto esse ciclo de estudos como o período de formação prática ou de estágio exigido. 6

Exemplos: A formação de advogado. Em vários Estados-Membros, esta formação compreende não só um ciclo de estudos pós-secundários, mas também a aprovação num exame suplementar e a realização de um estágio. Neste caso, o advogado está plenamente qualificado e pode requerer, em aplicação do Sistema Geral, o reconhecimento das suas qualificações profissionais noutro Estado-Membro, depois de ter concluído com êxito tanto o ciclo de estudos como o exame e o estágio. Em alguns Estados-Membros, a formação de engenheiro compreende um ciclo de estudos pós-secundários, prática profissional sob controlo e acompanhada de cursos de formação, bem como a aprovação num exame. Para poder requerer o reconhecimento das suas qualificações, em aplicação de Sistema Geral, o engenheiro formado num destes Estados deve possuir todas estas qualificações. Da mesma forma, na maioria dos Estados-Membros, a formação de professor compõe-se de um diploma universitário num determinado domínio e de uma formação pedagógica. Para poder beneficiar do Sistema Geral, é necessário ter completado no país de origem a formação pedagógica requerida, para além do diploma universitário de base. 12. As qualificações profissionais são reconhecidas automaticamente? Não. O Sistema Geral não é um sistema de reconhecimento automático das qualificações profissionais adquiridas noutro Estado-Membro. O interessado deverá apresentar um pedido a título individual, especificando claramente qual a profissão que deseja exercer. O pedido será apreciado individualmente pela entidade competente do Estado-Membro de acolhimento. 13. Como funciona o Sistema Geral? O pedido de reconhecimento será objecto de uma apreciação individual por parte da entidade competente. Em princípio, se se está plenamente qualificado no Estado-Membro de origem para nele exercer a profissão relativamente à qual é apresentado o pedido de reconhecimento de qualificações no Estado-Membro de acolhimento, essas qualificações profissionais serão reconhecidas enquanto tal. No entanto, antes de se pronunciar, a entidade competente procederá a uma comparação entre a formação profissional adquirida no Estado-Membro de origem e a formação profissional exigida no Estado-Membro de acolhimento. Se verificar que existem diferenças significativas a nível da duração ou do conteúdo das formações profissionais em causa, pode, mediante certas condições, subordinar o reconhecimento das qualificações profissionais a exigências suplementares. No âmbito desta comparação, a entidade competente deverá ter em conta, se for o caso, toda a formação e/ou toda a experiência profissional adquiridas após a obtenção do diploma 7

inicial. Esta formação ou esta experiência poderão ser tidas em conta, pela entidade competente, para compensar um eventual défice entre a formação de origem e a formação que é exigida no Estado-Membro de acolhimento. 14. Que exigências suplementares pode impor a entidade competente? Se verificar que existem diferenças significativas entre a formação profissional adquirida no Estado-Membro de origem e a formação profissional exigida no Estado-Membro de acolhimento, a entidade competente pode impor uma "medida de compensação". Consoante o caso, o requerente pode ser obrigado ou a provar que adquiriu experiência profissional (experiência no exercício da profissão em causa no respectivo Estado-Membro de origem) ou a sujeitar-se, no Estado-Membro de acolhimento, a um estágio de adaptação ou a uma prova de aptidão. Só pode ser imposta ao requerente uma destas três medidas de compensação. Em princípio, pode ser exigida uma experiência profissional complementar para compensar uma diferença de duração das formações profissionais (uma diferença de, pelo menos, um ano entre a formação profissional adquirida pelo requerente e a formação profissional exigida no Estado-Membro de acolhimento para o exercício da profissão em causa). Para compensar uma eventual diferença significativa no conteúdo das formações ou nos sectores de actividade da profissão em causa, o requerente pode, em certas condições, ter de se sujeitar a um estágio de adaptação ou a uma prova de aptidão. 15. Em caso de exigência de estágio ou prova, pode ser a própria entidade competente para dar seguimento ao pedido de reconhecimento a escolher entre o estágio ou a prova? Em princípio, não. É ao requerente que cabe a escolha entre o estágio e a prova. No entanto, em certos casos (nomeadamente em relação às profissões de âmbito jurídico), o Estado-Membro de acolhimento pode exigir quer o estágio quer a prova. 16. Qual o prazo para uma decisão relativamente ao processo? A entidade competente a quem o pedido de reconhecimento tiver sido apresentado deve tomar uma decisão o mais tardar no prazo de quatro meses a contar da entrega do processo completo (isto é, quando tiverem sido entregues todos os documentos necessários). 17. Como saber se o processo está completo? O requerente pode perguntar directamente à entidade competente se o processo apresentado está completo e terá o direito de obter essa informação. Se o processo não estiver completo, a entidade competente deve fornecer-lhe uma informação clara sobre a lista de documentos a apresentar para que o processo possa considerar-se completo e conceder-lhe um prazo razoável para o envio dos documentos em falta. 8

18. Podem ser exigidas provas de qualidades pessoais relativas à boa conduta ou honorabilidade do requerente, ou ao facto de este não se encontrar em situação de falência? Podem, na medida em que se trate de provas igualmente exigidas aos nacionais do Estado-Membro de acolhimento. Nesse caso, o requerente pode apresentar qualquer documento emitido por uma entidade competente do seu país de origem que prove a sua boa conduta ou honorabilidade, ou o facto de não se encontrar em situação de falência. O Estado-Membro de acolhimento pode exigir que esses documentos não tenham sido emitidos há mais de três meses. 19. Como provar que o requerente possui efectivamente essas qualidades pessoais? Mediante a apresentação à entidade competente do Estado-Membro de acolhimento de um ou mais documentos emitidos por uma entidade competente do Estado-Membro de origem, em que se declare que o requerente possui essas qualidades. Se o Estado-Membro de origem não previr a emissão de tais documentos, poderão os mesmos ser substituídos por uma declaração feita sob juramento ou por uma declaração solene feita perante um notário ou um organismo profissional qualificado do Estado-Membro de origem. Neste caso, deverá ser apresentado à entidade competente do Estado-Membro de acolhimento um comprovativo autenticado da declaração sob juramento ou da declaração solene feita pelo requerente. 20. Que decisão pode tomar a entidade competente? Se o processo entregue estiver completo, a entidade competente pode tomar três tipos de decisão: 1) Reconhecer as qualificações profissionais apresentadas. Nesse caso, o requerente pode começar a exercer a profissão regulamentada em causa nas mesmas condições que os nacionais do Estado-Membro de acolhimento. Tal como os nacionais do Estado-Membro de acolhimento, o requerente deve cumprir as diversas formalidades eventualmente exigidas como condição prévia para o exercício da referida profissão (por exemplo, inscrever-se numa ordem profissional, apresentar um certificado de seguro profissional, etc.). 2) Impor, sob certas condições, uma medida de compensação (que o requerente prove possuir experiência profissional ou se sujeite, em princípio à sua escolha, a um estágio ou uma prova). 3) Finalmente, ter de recusar o reconhecimento. Nos dois últimos casos, a decisão da entidade competente deve ser fundamentada (esta entidade deverá indicar claramente as razões que, em sua opinião, justificam a decisão tomada) e poder ser contestada através das vias de recurso existentes no Estado-Membro de acolhimento. 9

21. O pedido de reconhecimento foi deferido? O deferimento do pedido de reconhecimento confere ao requerente o direito de exercer a profissão em causa, mas não implica que o diploma por ele apresentado seja considerado equivalente a um diploma nacional para outros fins. O requerente poderá, assim, começar a exercer a profissão nas mesmas condições que os nacionais do Estado-Membro de acolhimento. Ficará sujeito, no Estado-Membro de acolhimento, às mesmas normas (legislativas, regulamentares, administrativas e deontológicas) que os nacionais deste Estado-Membro. Deverá, nomeadamente, respeitar o âmbito de actividade da profissão no Estado-Membro de acolhimento. Em caso de exercício da profissão por conta de outrem, terá o direito de se candidatar aos empregos oferecidos neste Estado-Membro e de participar nos processos de selecção de pessoal nele existentes (entrevistas, concursos documentais ou outros, etc.) nas mesmas condições que os titulares de diplomas nacionais. Ficará na mesma situação (mesmos direitos e mesmas obrigações) que os titulares de diplomas nacionais. 22. O pedido de reconhecimento foi indeferido? A decisão de indeferimento do pedido de reconhecimento deverá indicar as razões que a motivaram. Se essas razões não forem indicadas na decisão, o requerente tem o direito de exigir a sua comunicação. Se a fundamentação do indeferimento não for comunicada ou se o requerente desejar contestá-la, tem o direito de interpor um recurso de natureza judicial num tribunal do Estado-Membro de acolhimento. A acção de recurso a interpor no Estado-Membro de acolhimento permitirá apurar a legalidade da decisão de indeferimento à luz do direito comunitário. 10

Perguntas sobre casos específicos 1. Que acontece se, sendo embora o requerente nacional de um Estado-Membro, parte da sua formação profissional tiver sido adquirida num país terceiro? Neste caso, o requerente poderá beneficiar do Sistema Geral se estiverem preenchidas duas condições: 1) A profissão do requerente deve estar regulamentada no Estado-Membro de origem. 2) A formação profissional do requerente deve ter sido predominantemente adquirida nesse Estado-Membro, isto é, a duração da formação profissional adquirida nesse Estado-Membro deve ser superior à duração da formação adquirida num país terceiro. Exemplos: Um contabilista dinamarquês requer o reconhecimento das suas qualificações profissionais na Alemanha. Está plenamente qualificado para exercer a actividade de contabilista na Dinamarca. Admita-se que possui uma formação profissional total de sete anos, dos quais três nos Estados Unidos e os outros quatro na Dinamarca; o seu pedido de reconhecimento reger-se-á pelo Sistema Geral. Em contrapartida, se tiver adquirido a sua formação profissional durante quatro anos nos Estados Unidos e três anos na Dinamarca, a competente entidade alemã poderá recusar o reconhecimento das suas qualificações. 2. E se, sendo embora o requerente nacional de um Estado-Membro, todas as suas qualificações profissionais tiverem sido adquiridas num país terceiro? Neste caso, o requerente poderá beneficiar do Sistema Geral se estiverem preenchidas quatro condições: 1) As qualificações profissionais adquiridas pelo requerente num país terceiro já devem ter sido reconhecidas num Estado-Membro (Estado-Membro de origem) em conformidade com a respectiva legislação nacional ou com uma convenção bilateral assinada por esse Estado-Membro. 2) As qualificações profissionais do requerente devem permitir exercer uma profissão regulamentada nesse Estado-Membro. 3) O requerente deve ter exercido efectivamente essa profissão regulamentada durante três anos (ou dois anos em certos casos) nesse Estado-Membro. 4) O requerente deve possuir um certificado, emitido por esse Estado-Membro, atestando o exercício efectivo dessa profissão durante três (ou dois) anos no respectivo território. 11

Exemplo: O requerente tem a nacionalidade belga e adquiriu toda a sua formação profissional de ortofonista (formação, diploma, estágio, etc.) no Canadá. O "primeiro" reconhecimento desta formação num Estado-Membro (por exemplo, a Bélgica) não decorre do Sistema Geral, mas sim da legislação nacional deste Estado-Membro. Se, depois de ter obtido esse primeiro reconhecimento, desejar exercer a sua profissão de ortofonista noutro Estado-Membro (por exemplo, em França), o requerente poderá beneficiar do Sistema Geral desde que tenha exercido a profissão na Bélgica durante três anos. Deverá munir-se de um certificado, emitido pela entidade competente da Bélgica, atestando o exercício da profissão de ortofonista durante três anos neste país. 3. Pode ser exigido um certo período de experiência profissional antes da apresentação do pedido de reconhecimento das qualificações? Em princípio, não. Não é necessário ter exercido a profissão em causa antes da apresentação do pedido de reconhecimento das qualificações profissionais num Estado-Membro de acolhimento. Em princípio, a partir do momento que se está plenamente qualificado para o exercício da profissão no Estado-Membro de origem, as qualificações podem ser reconhecidas no Estado-Membro de acolhimento mesmo que essa profissão nunca tenha sido exercida no Estado-Membro de origem. No entanto, em certas casos, a entidade competente do Estado-Membro de acolhimento pode exigir a apresentação de documentos comprovativos do exercício da profissão em causa durante um certo período no Estado-Membro de origem. 4. Em que casos se pode exigir que a profissão tenha sido exercida anteriormente? Em certos casos, sendo os mais correntes os seguintes: 1. Quando a profissão não se encontra regulamentada no Estado-Membro de origem; neste caso, poderá ser exigida a apresentação de documentos comprovativos do exercício da profissão em causa durante, pelo menos, dois anos no Estado-Membro de origem. 2. Quando se é titular de um diploma ou certificado emitido por um país terceiro e reconhecido por um Estado-Membro, é necessário provar o exercício da profissão regulamentada em causa durante, pelo menos, três anos (ou dois anos em certos casos) no Estado-Membro de origem (exemplo apresentado no ponto 2 anterior). 3. Quando a duração da formação profissional adquirida é inferior em pelo menos um ano à formação exigida no Estado-Membro de acolhimento para o exercício da profissão regulamentada em causa. 5. Poderá invocar-se toda e qualquer experiência profissional? Pode invocar-se a experiência profissional adquirida no Estado-Membro de origem no exercício da profissão em causa. Pode igualmente invocar-se a experiência profissional adquirida em qualquer Estado-Membro no exercício de uma profissão próxima da que é objecto do pedido de reconhecimento das qualificações. 12

Exemplo: Um advogado na Grécia adquiriu, posteriormente à obtenção do diploma grego de advogado, experiência profissional como consultor jurídico na Alemanha. Actualmente, desejando exercer a actividade de advogado na Alemanha, pede o reconhecimento do seu diploma grego de advogado na Alemanha. A entidade alemã competente para analisar o requerimento deverá ter em conta a experiência de consultor jurídico adquirida na Alemanha. A obrigação da entidade competente do Estado-Membro de acolhimento (a entidade alemã no exemplo apresentado) de ter em conta a experiência adquirida no exercício de uma actividade próxima (consultor jurídico no exemplo apresentado), não dispensa o interessado da posse de todas as qualificações exigidas no Estado-Membro de origem para nele exercer a mesma profissão (advogado no exemplo apresentado) que a que é objecto do pedido de reconhecimento de qualificações no Estado-Membro de acolhimento. A entidade responsável pela decisão relativa ao pedido de reconhecimento apreciará até que ponto o exercício de uma profissão próxima poderá levar a reduzir ou suprimir a eventual exigência de medidas de compensação. 6. Pode ser exigido um exame linguístico? Em princípio, não. Todavia, podem ser exigidos ao requerente conhecimentos linguísticos da língua do Estado-Membro de acolhimento que se justifiquem pela natureza da profissão que o requerente deseje exercer. Em qualquer dos casos, as exigências linguísticas não deverão ultrapassar o que for objectivamente necessário ao exercício da profissão em questão. Por outro lado, e independentemente da profissão regulamentada em causa, a língua do processo será a língua do Estado-Membro de acolhimento e, no caso de ser exigida uma prova de aptidão, esta far-se-á na língua deste Estado-Membro. Exemplo: na Áustria, o requerente deseja exercer a profissão na Grécia. A língua do processo será o grego. Se a entidade grega responsável pelo processo (depois de ter verificado que a formação profissional adquirida na Áustria não abrange certas matérias essenciais para o exercício da profissão de advogado na Grécia) exigir a realização de um teste sobre as matérias em falta, esse teste (escrito ou oral) deverá ser realizado em grego. 7. Que documentos comprovativos devem ser apresentados à entidade competente para apreciar um pedido de reconhecimento a fim de que esta possa verificar se se possuem efectivamente as qualificações declaradas? De um modo geral, a entidade competente do Estado-Membro de acolhimento deve aceitar os documentos emitidos por uma entidade competente do Estado-Membro de origem que certifiquem que, efectivamente, o requerente frequentou e completou com êxito o 13

ciclo de formação, teórica e/ou prática, declarado. A entidade competente do Estado-Membro de acolhimento pode também solicitar ao requerente provas da sua nacionalidade e da sua experiência profissional. O requerente deverá apresentar provas da sua experiência profissional sempre que esta constitua uma condição prévia para o reconhecimento, ou seja, sempre que a profissão em questão não esteja regulamentada no Estado-Membro de origem. De qualquer forma, mesmo que a apresentação de provas de experiência profissional não seja indispensável para o reconhecimento, é do interesse do requerente fornecer o máximo de informações sobre o assunto. Na verdade, a experiência profissional é muito importante para que a entidade competente possa, se necessário, fixar um estágio de adaptação ou uma prova de aptidão cujo conteúdo e cuja duração tenham plenamente em conta as competências reais do requerente. 8. Todos os documentos apresentados devem ser traduzidos? O Estado-Membro de acolhimento pode exigir a tradução dos documentos apresentados para a sua língua oficial ou para uma das suas línguas oficiais. Além disso, o Estado-Membro de acolhimento pode exigir que a tradução desses documentos seja efectuada por um tradutor credenciado ou aprovado pela entidade competente do Estado-Membro de acolhimento. 9. Que atitude tomar se a entidade competente não tiver tomado qualquer decisão no prazo de quatro meses? Deverá poder ser interposto contra a mesma um recurso judicial. 10. Pode ser exigida uma participação nas despesas decorrentes do tratamento do processo? Pode. O requerente poderá ter de pagar uma certa quantia correspondente às despesas decorrentes da apreciação do pedido, desde que essa quantia não ultrapasse o custo real do serviço prestado. De qualquer forma, essa quantia não poderá ser desproporcionada nem tendente a tornar praticamente impossível o exercício dos direitos que o Sistema Geral confere. 11. Que fazer em caso de dificuldades específicas? O requerente pode - e é do seu interesse fazê-lo - interpor um recurso para a instância nacional competente (administrativa ou judicial). Poderá igualmente dirigir-se a um consultor jurídico europeu (nas delegações da Comissão nos Estados-Membros) ou à Comissão Europeia (Direcção-Geral "Mercado Interno", Unidade "Profissões regulamentadas quanto às qualificações"; Edifício C-100; 200, rue de la Loi; B-1049 Bruxelas). 14

De qualquer forma, compete às entidades nacionais competentes, e não à Comissão Europeia, proceder à avaliação das qualificações dos requerentes em relação às requeridas nos Estados-Membros de acolhimento. A Comissão Europeia não pode substituir as entidades nacionais competentes nessa avaliação nem dar instruções directas aos funcionários nacionais responsáveis pelo reconhecimento das qualificações. As directivas relativas ao Sistema Geral, tal como as leis nacionais de transposição, conferem direitos que os interessados poderão invocar directamente junto das instâncias nacionais competentes. 15

Apresentação de um pedido de reconhecimento de qualificações no Estado-Membro de acolhimento (EMA) Para nele exercer uma profissão? Trata-se de um pedido de reconhecimento de qualificações profissionais. O pedido é, em princípio, abrangido pelo Sistema Geral. Para nele continuar os estudos? Trata-se de um pedido de reconhecimento de diplomas para fins académicos. O pedido não é abrangido pelo Sistema Geral. Para obter informações sobre o reconhecimento académico de diplomas, o interessado deverá dirigir-se ao ponto de contacto ou ao Centro NARIC do seu Estado-Membro. A profissão a exercer no EMA encontra-se regulamentada nesse Estado-Membro em conformidade com as directivas? SIM O Sistema Geral é, em princípio, aplicável. NÃO O Sistema Geral não é aplicável porque o acesso a essa profissão é livre. Essa profissão ser exercida no Estado-Membro de acolhimento com os mesmos direitos e deveres dos nacionais desse Estado-Membro. O requerente tem as qualificações necessárias para exercer a mesma profissão no seu EMO? SIM NÃO O Sistema Geral é, em princípio, aplicável. O Sistema Geral não é aplicável. A profissão regulamentada que se pretende exercer no EMA já se encontra abrangida por uma directiva sectorial ou transitória? (ver listas no Anexo 2) NÃO SIM O Sistema Geral é, em princípio, aplicável. O Sistema Geral não é aplicável. 16

Anexo 1 Exemplos de profissões regulamentadas abrangidas pelo Sistema Geral ALEMANHA ÁUSTRIA BÉLGICA DINAMARCA Sector jurídico, fiscal e contabilístico Perito em fiscalidade Oficial de justiça Revisor Mandatário reconhecido Sector paramédico Cinesiterapeuta Enfermeiro puericultor Ergoterapeuta Ortofonista Óptico Técnico ortóptico Fabricante de ligaduras Mecânico dentário Audioprotesista Mecânico ortopédico Fabricante de calçado ortopédico Fisioterapeuta Cinesiterapeuta Podólogo Protesista dentário Optometrista Ortopedista Mecânico ortopédico Fabricante de calçado ortopédico Sapateiro de calçado ortopédico Assistente de farmácia Sector técnico Engenheiro Agente de patentes Mestre-artesão Capitão da marinha mercante Timoneiro Agente imobiliário Instrutor de condução Maquinista de grua Motorista Coveiro Sector sociocultural Professor Educador reconhecido pelo Estado Professor Professor Professor; Organista 17

ESPANHA FINLÂNDIA FRANÇA GRÉCIA Sector jurídico, fiscal e contabilístico Procurador Graduado social Auditor Procurador nos Conselhos Oficial de justiça Escrivão do Tribunal de Comércio Notário Administrador judicial Mandatário liquidatário Auditor Leiloeiro Sector paramédico Enfermeiro especializado (excepto em Ginecologia - Obstetrícia) Fisioterapeuta Óptico Podólogo Protesista dentário Audioprotesista Auxiliar de enfermagem Técnico de radiologia Psicólogo Fisioterapeuta Ortofonista Técnico ortóptico Massagista cineseterapeuta Técnico de reeducação psicomotora Ergoterapeuta Psicólogo Nutricionista Oculista Auxiliar de enfermagem Auxiliar de puericultura Audioprotesista Optometrista Pedicuro-podólogo Técnico de laboratório de biologia médica Protesista dentário Pessoal hospitalar Fisioterapeuta Sector técnico Agente de propriedade industrial Agente de propriedade imobiliária Adminstrador de bens Arquitecto técnico Decorador Engenheiro Físico Geólogo Hospedeira do ar Comissário de bordo Pessoal de casinos Instalador sanitário Instrutor de condução Conselheiro de propriedade industrial Perito geómetra Agente imobiliário Motorista de táxi Motorista de ambulância Capitão de navio Administrador de bens Instrutor de condução Desenhador industrial Mecânico Torneiro Soldador Oficial de marinha mercante Sector sociocultural básico secundário superior Professor de escolas de turismo Guia intérprete Guia turístico Professor básico secundário superior Professor de dança Guia interprete regional Agente de viagens Assistente de serviço social Professor 18

IRLANDA Solicitor Barrister Ortofonista Técnico ortóptico Massagista cinesiterapeuta Psicólogo Optometrista Ergoterapeuta Microbiologista Agente de patentes Geómetra Engenheiro Accountant technician Oficial da marinha Oficial de convés básico Professor (ensino secundário/profissional/ escolas polivalentes) Professor (colégios técnicos) 19

ISLÂNDIA ITÁLIA LUXEMBURGO NORUEGA PAÍSES BAIXOS PORTUGAL REINO UNIDO Sector jurídico, fiscal e contabilístico Procuratore legale Escrivão Dottore commercialista Actuário Réviseur d'entreprise Oficial de justiça Solicitor Barrister Advocate (na Escócia) Actuário Sector paramédico Fisioterapeuta Técnico ortóptico Logopedista Nutricionista Psicólogo Audioprotesista Óptico Técnico de laboratório biomédico Técnico de radiologia médica Assistente de higiene dentária Podólogo Assistente de higiene social Massagista cinesiterapeuta Técnico de laboratório Ortofonista Enfermeiro social Enfermeiro hospitalar diplomado Fisioterapeuta Ergoterapeuta Logopedista Técnico ortóptico Nutricionista Fisioterapeuta Técnico em radioterapia e em radiologia Assistente farmacêutico Protesista dentário Psicólogo Fisioterapeuta Optometrista Técnico ortóptico Podólogo Protesista Art Therapist Psicólogo Music Therapist Nutricionista Técnico de laboratório Optometrista Assistente dentário Sector técnico Engenheiro Biólogo Químico Geólogo Agrónomo florestal Consultor em propriedade industrial Consultor comercial Agente de câmbio Oficial de convés Oficial maquinista Agente de patentes Engenheiro Controlador aéreo Piloto Marinheiro qualificado Motorista Maquinista de grua Engenheiro Agente de propriedade industrial Oficial da marinha Geómetra/ /agrimensor Agente de patentes Engenheiro Químico Físico Geólogo Horticultor Capitão de navio Oficial de convés Sector sociocultural Professor Professor Assistente social Profissionais de turismo básico secundário Educador Assistente social secundário secundário secundário Guia intérprete secundário Trabalhador social reconhecido 20

SUÉCIA Fisioterapeuta 21

Anexo 2 Lista das profissões regulamentadas abrangidas por uma directiva específica Profissões regulamentadas abrangidas por uma directiva sectorial Médico generalista e especialista Enfermeiro responsável por cuidados gerais Dentista Parteira Veterinário Farmacêutico Arquitecto Exemplos de actividades regulamentadas abrangidas pela Directiva 1999/42/CE * Actividades artesanais (Classes 23 a 40 CITI ** ) Actividades comerciais (ex Grupo 612 CITI) Actividades industriais (Classes 20 e 21 CITI) Actividades de transporte (Grupos 718 e 720) Actividades de transformação (Classes 23 a 40 CITI) Actividades de serviços pessoais (Classe 85 CITI) Actividades de seguros (Grupos 630 CITI) Actividades de cabeleireiro Indústria têxtil (ex: fiação, tecelagem, etc.); fabrico de calçado e de artigos de vestuário; indústria da madeira, da cortiça, do móvel, do couro, da borracha, química, dos derivados do petróleo, de material de transporte, etc. Comércio por grosso; intermediário de comércio; comércio a retalho; comércio e distribuição de produtos tóxicos. Grupo 612: Comércio a retalho = revenda de mercadorias sem transformação a particulares. Classe 20: Indústrias da alimentação: lacticínios, conservas de frutos e produtos hortícolas, cacau, etc.. Classe 21: Fabricação de bebidas: destilação [...] de bebidas espirituosas, indústrias de vinho [...] cervejeira e de malte, etc. Grupo 718: Serviços relacionados com transportes e agentes de viagens Grupo 720: Entrepostos Os mesmos domínios acima referidos mas no âmbito de actividades artesanais Classe 85: Serviços pessoais - Restaurantes e estabelecimentos de bebidas (grupo 852) - Hotéis e estabelecimentos similares; parques de campismo, etc. (grupo 853) - Lavandaria, tinturaria - Estúdios fotográficos, etc. Agente e corretor de seguros: seguros de vida ** A título de informação, a Directiva 1999/42/CE de 7.6.1999 substitui as directivas transitórias que figuram no seu Anexo A, retomando o essencial das mesmas e completando-o com um sistema de reconhecimento de diplomas (J.O. L 201 de 31.7.1999). Este sistema deverá ser posto em prática pelos Estados-Membros antes de 31.7.2001. CITI: Classificação Internacional Tipo, por Indústria, de todos os ramos de actividade económica; elaborada em 1964 pelo Serviço de Estatísticas das Nações Unidas. 22