Relação Pastoral de Ajuda

Documentos relacionados
Relação Pastoral de Ajuda

EXPOSIÇÃO BÍBLICA TEMÁTICA:

Coleção Chamados à Vida Chamados À Vida, Chamados À Vida Em Jesus Cristo,

Audiência às Equipes Nossa Senhora

V CONGRESSO NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS Lisboa, 2010 Paula Carneiro. 1. Desejo e o condicionalismo existencial

Roteiros Mensais para Grupos

P S A T S ORAL DA AC A OLHID OLHID


ESPECIALIZAÇÃO CATEQUÉTICA PARNAÍBA

Prefácio. Santo Tomás de Aquino. Suma Teológica, II-II, q. 28, a. 4.

DISCI PULOS MISSIONÁ RIOS EM COMUNHÁ O CICLO DE ESTUDOS DO IDEP

ESTRUTURAS DE ACONSELHAMENTO FTBB PROFA. DRA. JANE FARIAS CHAGAS FERREIRA 2011

REGULAMENTO DA ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL E RELIGIOSA DO HOSPITAL DE CASCAIS, DR. JOSÉ DE ALMEIDA

FORMAÇÃO SUBSÍDIO MISSIONÁRIO. Oficina 5 Questões Práticas

Viver em casal com alegria!

Aulas Previstas Para Lecionação de Para Avaliação 1. 1º Período

BIOÉTICA Reflexões a propósito, A. RAMON DE LA FERIA, Edições COSMOS, 2005: pp

Comunicação Definição: A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este f

Rasgos peculiares, não exclusivos

Pastoral Penitenciária em Portugal: o que é e que desafios?

NOVIDADES novembro 2016

Proposta sobre o empowerment : emergência do poder da pessoa (ser, dizer, fazer, etc...) e as suas relações com o poder social

Roteiros Mensais para Grupos

Três eixos temáticos. I. A alegria do Evangelho II. Sinodalidade e Comunhão III. Testemunho e Profetismo

PREPARAÇÃO DA MISSA DE S. NUNO HISTÓRIA DO COLÉGIO ADVENTO E NATAL

Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes

Propor a fé numa pluralidade de caminhos

José Jacinto Ferreira de Farias, scj. A Unção dos Doentes. O Sacramento do Conforto e da Consolação

Os bispos, como pastores e guias espirituais das comunidades a nós encomendadas, somos chamados a fazer da Igreja uma casa e escola de comunhão.

Liga de Amigos do Hospital Pulido Valente Um quarto de século ao serviço dos doentes e dos profissionais

SER CATEQUISTA NOS DIAS DE HOJE

O NOSSO MODO DE EDUCAR

RESSIGNIFICAR: PSICOLOGIA E ONCOLOGIA 1. Jacson Fantinelli Dos Santos 2, Flávia Flach 3.

Há uma Nova Mensagem de Deus no Mundo

SERVIÇO DE CAPELANIAS PLANO ESTRATÉGICO/AÇÃO

Aulas Previstas Para Lecionação de Para Avaliação 1. 1º Período

Jesus foi para uma cidade chamada Nain. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto

O Espírito Santo, que o Pai nos presenteia, identifica-nos com Jesus- Caminho, abrindo-nos ao seu mistério de salvação para que sejamos filhos seus e

PLANEJAMENTO Jeitos de explicar a origem do universo. O que diz a ciência sobre a criação. Campanha da Fraternidade 2016

3ª parte do Texto Base

Roteiros Mensais para Grupos

Consentimento Informado

CONSELHO DIOCESANO DA PRIMAVERA. Macieira de Cambra. 17.Abril Tema: MISSÃO E FAMÍLIA

BEM VINDOS 2. ADORAÇÃO COM MÚSICAS 3. MINISTRAÇÃO DA PALAVRA 4. ORAÇÃO 5. ORAÇÃO PELAS NECESSIDADES 6. OFERTA 7. ENCERRAMENTO (AVISOS)

Princípios para uma Catequese Renovada. Eu vim para que tenham a vida Jo 10,10

Resiliência: Superando sua dificuldades. Kaique Mathias Da Silva Wendel Juan Oliveira Reolon

Regulamento de Visitas e Acompanhamento de Doentes Internados. CAPÍTULO I Disposições Gerais. Artigo 1º. Âmbito

ADMA FAMÍLIA Família no carisma de Dom Bosco

Desenvolvimento Físico

CENTROS DE PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÓNIO. FORMAÇÃO NACIONAL Fátima 5 de Novembro 2011

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SÁTÃO CURRÍCULO DISCIPLINAR 9º ANO EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA (EMRC) (SNEC)

VIVER A CATEQUESE BATISMAL. Arquidiocese de Ribeirão Preto


PRIMEIRA URGÊNCIA Uma Igreja em estado permanente de missão

ÉTICA NO CUIDADO COM A ESPIRITUALIDADE

Teorias éticas. Capítulo 20. GRÉCIA, SÉC. V a.c. PLATÃO ARISTÓTELES

Alegria e Aproximação

1º Congresso Arquidiocesano da Pastoral do Dízimo. Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo Mateus 5, 13-16

OBJECTIVOS EDUCATIVOS DE SECÇÃO I Secção Alcateia. capaz. A6 Sei quais são as minhas qualidades e os meus defeitos. A7 Esforço-me por ser melhor.

MÓDULO: CP 5 Deontologia e Princípios Éticos Formadores: Dra. Sandra Ferreira / Dr. Manuel Leite

Newsletter Abril 2016

Princípios da Rede de Atenção Integral: da Clínica Ampliada e Atenção Psicossocial à Responsabilidade e Co-responsabilização

8 sinais preocupantes de que você está esgotado mentalmente

Conselho de Administração Allargado 1-3 maio 2015 Leiria - Portugal. Discernimento. herança. Par Gaspar Mora. Português

Catequese Adolescência Paróquia S. Salvador de Carregosa 8º ano/ º Período Objectivos Data Tema da catequese Objectivos Estratégias

Conselho Arquidiocesano de Pastoral

COLÉGIO DE SANTA DOROTEIA LISBOA ANO LETIVO 2016/2017 DEPARTAMENTO DE PASTORAL DISCIPLINA: EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA PLANIFICAÇÃO DE 7º ANO

Regulamento do Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE

PROJETO PASTORAL DO EMPREENDEDOR Igreja Imaculada Conceição (03/08/2017)

II FÓRUM NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR CONFESSIONAIS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL ANEC

PRIMEIRO LIVRO DO CATEQUIZANDO. Em preparação à Eucaristia

PROCEDIMENTO GESTÃO REGULAMENTO DE VISITAS E ACOMPANHANTES A DOENTES INTERNADOS

Eixos/temas Noções / Conceitos Competências e Habilidades UNIDADE 1 SOU UM SER HUMANO COM NOME E IDENTIDADE UNIDADE 2 EU VIVO UNIDADE 3 MEU CORPO

O Filho do Homem veio para servir e dar a vida por muitos. (Mc 10,45) Roteiro de Oração. na Vida Diária

Procissão com símbolos que lembrem o Sínodo dos Jovens e a realidade juvenil

Roteiros Mensais para Grupos

Experiência de estudantes de Enfermagem em contexto oncológico

Comissão Episcopal da Educação Cristã M E N S A G E M. Educação Cristã: um Serviço e um Compromisso

Desde o início da Epístola, o apóstolo vem preparando seus leitores para a mensagem apresentada no capítulo 14.

ORIENTAÇÕES PARA A PASTORAL DO DÍZIMO

Roteiros Mensais para Grupos

Sete hábitos das pessoas muito eficazes

SEGUE-ME! VIVE COMO CRISTÃO! 2ª FEIRA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

F R A D E S SERVOS DE MARIA. U m a p r o p o s t a d e v i d a

PLANO DE ENSINO TEOLOGIA NÍVEL B

Despertar a Fé na Vida

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

GUIA DE ACOLHIMENTO INTERNAMENTO

Roteiros Mensais para Grupos

A COMUNICAÇÃO E A ENFERMAGEM. Maria da Conceição Muniz

EIS QUE ESTOU À PORTA E BATO"

Webinar SEXTA-FEIRA TODO DIA. Com Vanessa Camarelo OUT 16

Direitos das Crianças

Roteiro de Oração na Vida Diária

O papel do assessor diante do pluralismo eclesial juvenil atual

DAMOS AS NOSSAS MÃOS POR ELES

Os Jovens A Fé O Discernimento Vocacional. SÍNODO DOS BISPOS XV Assembleia Geral Ordinária

PALAVRAS CHAVE: EQUIPE MULTIDISCIPLINAR PSICOSSOMÁTICA SAÚDE DOENÇA.

PÓS-GRADUAÇÃO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS RELACIONAIS

Transcrição:

Fernando Sampaio Relação Pastoral de Ajuda Boas práticas no acompanhamento espiritual de doentes Universidade Católica Editora Lisboa 2011

Índice Apresentação...9 Prologo... 13 Introdução... 15 PARTE I OS PRINCIPAIS CONCEITOS TEÓRICOS Introdução... 23 1. Boas práticas pastorais, porquê e para quê?... 24 1.1. Boas práticas... 24 1.2. Por fidelidade à pessoa... 26 1.3. Por razões de humanização e qualidade... 28 1.4. Por fidelidade ao Evangelho... 29 1.5. Para uma capelania renovada... 32 2. Relação Pastoral de Ajuda... 37 2.1. Modalidades de relação de ajuda... 38 2.2. Origens da relação pastoral de ajuda... 39 2.3. O conceito... 43 2.4. Método pastoral de acompanhamento... 46 3. A empatia... 49 3.1. Compreender o outro... 49 3.2. Uma capacidade humana que permite aceder ao outro e à vida social...50 3.3. Pôr-se no lugar do outro: «também eu, se fosse tu»... 52 3.4. Terapeutas feridos... 53 3.5. A empatia comunica compreensão... 53 3.6. Um processo identificatório que exige separação... 55 3.7. Benefícios pessoais e pastorais da empatia... 56 4. Consideração positiva ou aceitação incondicional... 58 4.1. Acolher de forma calorosa... 58 4.2. A aceitação promove a dignidade do outro... 59 4.3. Aceitação e ágape... 60 4.4. Afecto, mas com tempero... 61 4.5. Benefícios da aceitação incondicional... 62

4 Relação Pastoral de Ajuda 4.6. Aceitar sem desculpar... 63 4.7. Algumas condições... 63 5. Autenticidade... 65 5.1. Muito mais do que sinceridade, ser si mesmo... 65 5.2. Uma qualidade humana a adquirir... 66 5.3. Um porto seguro... 66 5.4. Autenticidade e transparência... 68 5.5. Cinco níveis para uma comunicação autêntica... 71 5.6. Autenticidade, uma qualidade humana e pastoral... 72 Conclusão... 75 PARTE II APTIDÕES TÉCNICAS PARA A RESPOSTA Introdução... 79 1. Escuta activa... 80 1.1. Escutar a partir da perspectiva do doente... 81 1.2. Uma escuta polifónica... 84 1.3. Para além do ruído das palavras, indo para lá do discurso... 86 1.4. Escutar de forma activa... 89 1.5. Escutar, mas com vontade e querer... 91 2. Resposta empática: a reformulação... 93 2.1. A escuta activa, condição para a resposta empática... 94 2.2. Respostas espontâneas, atitudes defensivas a vencer... 95 2.3. A reformulação... 96 2.4. Modalidades da reformulação... 98 2.5. Para concluir... 101 3. Personalizar, confrontar e iniciar... 103 3.1. A personalização... 104 3.2. A confrontação... 108 3.3. Iniciar... 112 4. Persuasão, intenção paradoxal e outras aptidões... 115 4.1. Persuasão... 115 4.2. Intenção paradoxal... 118 4.3. Outras aptidões: auto-revelação e actualizar... 120 5. O agente de pastoral... 123 5.1. Prestar atenção física e observar... 123 5.2. A linguagem do olhar... 125 5.3. Qualidades humanas do agente de pastoral... 126 5.4. O desafio da maturidade... 128

Índice 5 5.5. Purificar a linguagem do sofrimento... 134 5.6. No agente de pastoral, a presença da comunidade... 138 Conclusão... 141 PARTE III A PRÁTICA PASTORAL DA RELAÇÃO DE AJUDA Introdução... 145 1. Metodologia... 147 1.1. Análise da vivência subjectiva da pessoa ajudada... 147 1.2. Análise crítica do diálogo... 148 1.3. Análise da experiência do agente de pastoral... 149 1.4. Necessidades espirituais e religiosas presentes... 150 1.5. Problemas éticos presentes... 150 1.6. Conclusão... 151 2. O Inquiridor... 152 2.1. Apresentação... 152 2.2. Análise da vivência subjectiva da doente... 152 2.3. Análise crítica do diálogo pastoral... 154 2.4. Análise da experiência do agente de pastoral... 156 2.5. Conclusão... 158 3. Uma visita apressada... 159 3.1. Apresentação... 160 3.2. Análise da vivência subjectiva dos doentes... 160 3.3. Análise crítica do diálogo... 161 3.4. Análise da experiência do agente de pastoral... 164 3.5. Necessidades espirituais e religiosas... 165 3.6. Conclusão... 165 4. Visita à D. Maria... 167 4.1. Apresentação... 167 4.2. Análise da experiência subjectiva da Maria... 168 4.3. Análise crítica do diálogo... 168 4.4. Análise da experiência do agente de pastoral... 170 4.5. Necessidades espirituais e religiosas... 170 4.6. Conclusão... 171 5. Mário pede a visita do Capelão... 172 5.1. Apresentação... 172 5.2. Análise da experiência subjectiva do doente... 173 5.3. Análise crítica do diálogo pastoral... 174 5.4. Análise da experiência do agente de pastoral... 179

6 Relação Pastoral de Ajuda 5.5. Necessidades espirituais e religiosas... 180 5.6. Conclusão... 181 6. Parâmetros para a promoção de boas práticas pastorais... 182 6.1. Valores da relação pastoral de ajuda... 182 6.2. Orientações para a promoção de boas práticas na capelania... 183 6.3. Princípios éticos da relação pastoral de ajuda... 185 6.4. Linhas orientadoras para a promoção de boas práticas... 187 Conclusão... 191 Conclusão Geral... 193 Bibliografia... 197

Apresentação Um Meio Indispensável 1. A SAÚDE TEM UM LUGAR MUITO IMPORTANTE NA VIDA DAS PESSOAS. Ela é a harmonia integral do ser humano que, apesar dos limites biológicos, psicológicos ou sociais, permite a cada pessoa realizar-se plenamente, na idade da vida que é a sua. Esta definição, proclamada por João Paulo II a 11 de Fevereiro de 2000, na viragem do milénio, permite compreender que todos desejam ter a saúde suficiente para se sentirem felizes, até ao fim da vida. Acontece, porém, que a doença continua a bater à porta de cada pessoa, e é sempre imprevisível a data da sua chegada. Nessa altura, impõe-se a assistência global a que se tem direito. Esta assistência não é só de natureza técnica, não bastam os bons profissionais de saúde, impõem-se assistentes espirituais que tenham em conta o apoio anímico a que cada um tem direito. A relação espiritual de ajuda cabe precisamente no conceito da assistência integral. 2. O Dr. Fernando Sampaio quis especializar-se nesta Relação Pastoral de Ajuda. Liga-nos um laço de profunda amizade, criada por um longo caminho de trabalho em comum. Tive oportunidade de acolhê-lo quando veio ter comigo, dizendo-me do gosto de ser capelão hospitalar. A sua experiência no IPO, em Santa Maria e no Hospital Júlio de Matos foi-lhe permitindo compreender que o trabalho com doentes, sobretudo em situações difíceis, exigia uma preparação sólida. Começou por aprofundar os estudos teológico-pastorais, depois licenciou-se em Psicologia, fazendo logo depois o Mestrado, entregou-se ao estudo da Pastoral da Saúde no primeiro Curso de Teologia e Ética em Saúde da Universidade Católica e, agora, especializou-se na relação pastoral de ajuda, a sua tese de Mestrado. Pela sua formação, foi-lhe possível começar a leccionar Assistência Espiritual e Religiosa, nos Cursos de Formação de Capelães e de Voluntários.

10 Relação Pastoral de Ajuda Agora publicou a sua tese de mestrado, precisamente sobre a Relação de Ajuda, uma área nova e essencial, para quem se dá ao acompanhamento do doente, sobretudo em fase terminal. 3. A relação pastoral de ajuda não é uma ciência fácil. Não se dirige sequer, exclusivamente, ao doente, até porque há muitos profissionais que, em situações concretas, precisam também dessa relação pessoal, apoio concreto também para o seu trabalho. Para que esta relação seja eficaz e tenha dimensão terapêutica supõe-se: O conhecimento da pessoa a quem se acompanha. Este conhecimento requer tempo, disponibilidade, alegria no dar, capacidade de receber, proximidade indispensável, com a empatia indispensável. A linguagem simbólica em que a verdade se transmite sem magoar, a comunicação se consegue pelo olhar, pelas expressões, pelos gestos, sempre com a proximidade que gera uma certa fraternização. O exercício da compaixão que não consiste em ter pena do outro, mas em assumir os seus problemas e fazer suas as dores que o outro sofre, com um envolvimento cheio de compreensão e de disponibilidade. A espiritualidade, com dimensão terapêutica, espiritualidade essa que supõe a cultura, as relações amigas e, mesmo, a transcendência, na medida da fé de cada um, com total liberdade. A presença, o diálogo, o jogo de afectos, coisas muito naturais na relação humana e que não podem aparecer forçadas, uma vez que é o tempo que se perde com o outro, que torna o outro verdadeiramente importante (cf. Saint Exupéry). A experiência religiosa, segundo as opções de cada um e a seu pedido, uma vez que a religião faz parte da vida da pessoa humana, na sua integridade. A procura da felicidade uma vez que esta não está no ter e no poder, mas se realiza na atenção ao outro, num quadro de Amor. Como diz Erich Fromm: amar é esquecer-se de si para fazer o outro feliz (L Art d Aimer). A relação de ajuda envolve tudo isto e é, por isso, que se torna indispensável no acompanhamento que se faz à pessoa doente. 4. O autor oferece-nos uma obra que se divide em três partes: Os principais conceitos técnicos, as aptidões indispensáveis para a resposta e a prática pastoral da relação de ajuda. É um trabalho completo, de extraordinária importância, para quem trabalha em saúde, sobretudo com doentes difíceis ou em fase terminal.

Apresentação 11 Julgo que o estudo desta obra é indispensável, não apenas para assistentes espirituais, mas para todo e qualquer profissional de saúde. O livro agora trazido à estampa, tem ideias geniais para a assistência integral ao doente, tem desafios extraordinários para o trabalho concreto de ajuda à pessoa doente, em qualquer circunstância, e convida à criatividade, indispensável para uma relação humana que redima, que cure e que salve. Felicito o autor, mas congratulo-me com todos aqueles que, levando à prática a relação de ajuda, se tornam meio de bem-estar, para o doente que assistem. Parabéns aos leitores. Mons. Vítor Feytor Pinto