Palavras-chave: Corrimento vaginal. manejo clínico. diagnóstico.

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA ENTRE O DIAGNÓSTICO POR ABORDAGEM SINDRÔMICA E O DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DE CORRIMENTO VAGINAL. Brena Kelly Sousa Lopes Cavalcante 1, Leilane Barbosa de Sousa 2, Rapahelly Patrícia Brito da Silva 3 Resumo: O corrimento vaginal pode ter origem fisiológica ou patológica. Neste caso é importante o diagnóstico seguro para tratamento rápido, a fim de estabelecer a quebra da cadeia de transmissão e prevenir complicações para a paciente. O diagnóstico pode ser definido com base no manejo clínico na ocasião da consulta, ou por meio da análise microbiológica em laboratório. O diagnóstico por manejo clínico consiste em estratégia de baixo custo e possibilita o tratamento imediato do corrimento vaginal patológico mas é o teste de Papanicolau o procedimento de rotina para avaliação da flora bacteriana. Objetivo: Diante disso, esse projeto de pesquisa foi delineado com o objetivo de avaliar a acurácia entre o diagnóstico por manejo clínico e o diagnóstico microbiológico de pacientes com corrimento vaginal. Consiste em estudo avaliativo com delineamento transversal e abordagem quantitativa. Método: A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a agosto de 2017 em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS), situada no município de Acarape, Ceará, por meio da análise da caracterização da secreção vaginal, do valor do ph, do teste das aminas e da comparação destes com o resultado microbiológico. Resultados: A relação entre o Corrimento Vaginal (CV) e o resultado laboratorial demonstrou correspondência na maioria dos casos; A relação entre o ph e o resultado laboratorial demonstrou incoerência e a relação entre o teste das aminas e o resultado laboratorial, quase todas demonstraram correspondência entre as variáveis. Conclusões: Entre os fatores observados e variáveis analisadas, a que mais teve acurácia com o padrão ouro de avaliação (resultado microbiológico), foi o teste das aminas, revelando que, das participantes nos quais foram avaliados os resultados laboratoriais, em onze houve correspondência. Palavras-chave: Corrimento vaginal. manejo clínico. diagnóstico. INTRODUÇÃO 1 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Ciências da Saúde, e-mail: brennalopes12@gmail.com 2 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Ciências da Saúde, e-mail:leilane@unilab.edu.br 3 Universidade de Fortaleza, Instituto de Ciências da Saúde, e-mail:raphaellysilva@hotmail.com

O corrimento vaginal é uma queixa frequente que pode ter origem fisiológica ou patológica. O corrimento vaginal fisiológico ocorre em decorrência de alterações hormonais, próprias do ciclo menstrual e não representa risco para a saúde da paciente. O corrimento vaginal patológico é uma secreção anormal decorrente de processo infecioso e/ou infamatório, muitas vezes consistindo em infecção sexualmente transmissível (IST). O corrimento patológico pode ser causado por fungos, bactérias e/ou protozoários, sendo que as principais causas de corrimento vaginal se devem a: vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase (BRASIL, 2006). O manejo clínico de pacientes com queixa de corrimento vaginal é uma estratégia necessária, pois permite o diagnóstico precoce que, por sua vez, visa à recuperação da paciente o mais rápido possível, sem sequelas ou complicações, bem como favorece a quebra da cadeia de transmissão no momento em que se identifica e se trata a paciente e, se necessário, sua parceria sexual (RODRIGUES, 2011). O papel do enfermeiro no manejo clínico de pacientes com queixa de corrimento vaginal é de suma importância, uma vez que este profissional é quem mais realiza consultas ginecológicas em unidades básicas de saúde. Ocasião em que são identificadas as queixas de corrimento vaginal e que devem ser realizadas condutas por meio da abordagem sindrômica com base na referida queixa. A acurácia consiste na capacidade de um método empregado acertar o diagnóstico real, evitando equívocos que levem o enfermeiro a implementar tratamento desnecessário ou não tratar pacientes que apresentem corrimento vaginal patológico. O diagnóstico por manejo clínico consiste em estratégia de baixo custo e possibilita o tratamento imediato do corrimento vaginal patológico; mas é o teste de Papanicolaou o procedimento de rotina para avaliação da flora bacteriana, detecção de células pista e também de outros microorganismos, como fungos e Trichomonas, com elevada sensibilidade e especificidade (LOO et al., 2009). Portanto, o objetivo do presente trabalho é avaliar a acurácia entre o diagnóstico por abordagem sindrômica e o diagnóstico microbiológico de pacientes com corrimento vaginal. METODOLOGIA

Estudo do tipo avaliativo, com delineamento transversal e abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em uma UAPS situada no município de Acarape, no Ceará que ocorreu de janeiro a agosto de 2017. A população foi constituída de todas as mulheres que realizaram exame ginecológico no local e período do estudo, totalizando 67 participantes. Foram incluídas na amostra as pacientes que não tiveram relação sexual até 24 horas antes do exame e as que não fizeram uso de cremes vaginais. Foram excluídas as gestantes, aquelas com integridade do hímem (virgem) e as que apresentarem qualquer tipo de sangramento. A coleta de dados foi estabelecida em duas etapas: análise clinica da secreção vaginal e a análise microbiológica do material coletado. Os resultados obtidos na ocasião do exame clínico e após análise laboratorial foram registrados no prontuário da paciente e em um livro de registros da coleta. Para avaliar a acurácia, os registros dos achados clínicos e laboratoriais foram resgatados a fim de analisar a sensibilidade, a especificidades, o valor preditivo positivo e o valor preditivo negativo, com seus respectivos IC95%, de cada um dos métodos de forma individualizada. Todas as participantes foram submetidas ao Termo de Conscentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram respeitados os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, presentes na resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde do Brasil. RESULTADOS E DISCUSSÃO A faixa etária das participantes variou entre 15 e 69 anos, sendo que a maioria (64) se encontrava em idade fértil (10 a 49 anos de idade). Entre estas, grande parte (45) na faixa etária que o Ministério da Saúde do Brasil preconiza como públicoalvo para a prevenção do câncer de colo de útero (25 a 64 anos). Entre os achados provenientes da observação, verificou-se que a maioria (50) apresentou CV com características fisiológicas e dezessete mulheres apresentaram CV com características patológicas, sendo estas assim distribuídas: Vaginose bacteriana

(12), Candidíase (03) e Tricomoníase (02). A vaginose bacteriana é uma doença de elevada relavância, visto que, apresenta no mundo atualmente uma alta prevalência variando de 10 a 30% (LIMA e ROSSI, 2015), podendo cursar com corrimento vaginal de odor fétido ou sem sintomas (CAMARGO et al., 2015) Em relação aos resultados microbiológicos, dos trezes exames que chegaram à Unidade, a maioria (11) apresentou microrganismos fisiológicos da flora vaginal, sendo eles: cocos e bacilos e lactobacillus. Dois exames apresentaram o microrganismo gardnerella indicando vaginose bacteriana. Como já mencionado anteriormente, o exame citológico de Papanicolau é caracterizado como padrão ouro para detecção de alterações da flora vaginal e estabelecimento de diagnóstico de vulvovaginites (CAMARGO et al., 2015). A relação entre o CV e o resultado laboratorial demonstrou correspondência em dez casos e incoerência em dois casos sendo que uma paciente apresentou CV característico de vaginose bacteriana e o resultado foi normal e outra apresentou CV característico de candidíase e o resultado foi também normal. A relação entre o ph e o resultado laboratorial demonstrou incoerência em sete casos, sendo que seis pacientes apresentaram ph acima de 4,5 e resultado normal e uma apresentou ph abaixo de 4,0 e resultado normal. A relação entre as variáveis em questão demonstrou correspondência em quatro casos, sendo que duas pacientes apresentaram ph acima de 4,5 e resultado de vaginose bacteriana e duas apresentaram ph dentro dos parâmetros de normalidade e resultado também normal. Em relação ao teste das aminas e o resultado laboratorial, a maioria (11) demonstrou correspondência, sendo nove apresentaram teste das aminas negativo e resultado normal; duas apresentaram teste positivo e resultado vaginose bacteriana. Houve incoerência em dois casos quando a paciente apresentou teste das aminas positivo e resultado laboratorial normal. CONCLUSÕES Entre os fatores observados e variáveis analisadas, a que mais teve acurácia com o padrão ouro de avaliação (resultado microbiológico), foi o teste das aminas, revelando que, das participantes nos quais foram avaliados os resultados laboratoriais, em onze houve correspondência, ou seja, positivo quando o resultado apresentou

vaginose bacteriana e negativo quando se tratava de outra doença ou presença de corrimento vaginal fisiológico. AGRADECIMENTOS À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), pelo apoio e financiamento da bolsa de iniciação científica; À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG) pela seleção e oportunidade de crescimento dos universitários; À minha orientadora, pela confiança que depositou em mim, oportunidade, e pelo aprendizado que me proporcionou. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. CAMARGO, K. C.; ALVES, R. R. F.; BAYLÃO, L. A.; RIBEIRO, A. A.; ARAÚJO, N. L. A. S.; TAVARES, S. B. N.; SANTOS, S. H. R. Secreção vaginal anormal: sensibilidade, especificidade e concordância entre o diagnóstico clínico e citológico. Rev Bras de Ginecol Obstet., v.37, n. 5, p.222-8, 2015. LIMA, A.P.W.; ROSSI, C.O. Ocorrência de vaginose bacteriana no exame citológico de pacientes de um hospital de Curitiba. Revista Saúde e desenvolvimento., v. 7, n4, 2015. LOO, S. K.; TANG, W. Y.; LO, K. K. Clinical significance of Trichomonas vaginalis detected in papanicolaou smear: a survey in female social hygiene clinic. Med J., Hong Kong, v. 15, n. 2, p.90-3, 2009. RODRIGUES, L. M. C. Abordagem às doenças sexualmente transmissíveis em unidades básicas de saúde da família. Revista Cogitare Enfermagem, João Pessoa, v. 16, n. 1, p. 63-69, 2011.