BUVA (Conyza bonariensis) RESISTENTE AO GLYPHOSATE NA REGIÃO SUL DO BRASIL 1

Documentos relacionados
IDENTIFICAÇÃO DE BIÓTIPOS DE AZEVÉM (Lolium multiflorum) RESISTENTES AO HERBICIDA GLYPHOSATE EM POMARES DE MAÇÃ 1

Ficha catalográfica Eventos

MANEJO DE AZEVÉM RESISTENTE AO GLYPHOSATE EM POMARES DE MAÇÃ COM HERBICIDA SELECT (CLETHODIM)

Interação de coberturas de solo e herbicidas no manejo de Conyza bonariensis resistente ao glifosato

Características e manejo de azevém resistente ao glyphosate

HERBICIDAS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE BUVA RESISTENTE AO GLYPHOSATE EM DIFERENTES ESTDIOS DE DESENVOLVIMENTO

Controle de Conyza bonariensis (L.) Cronquist

RESISTÊNCIA DE AZEVÉM (Lolium multiflorum) AO HERBICIDA GLYPHOSATE 1

ALTERAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DOS BIÓTIPOS DE AZEVÉM (Lolium multiflorum) OCASIONADA PELA RESISTÊNCIA AO HERBICIDA GLYPHOSATE 1

ALTERNATIVAS PARA MANEJO OUTONAL DE BUVA (Conyza sp.)

HERANÇA DA RESISTÊNCIA DE AZEVÉM (Lolium multiflorum)

UTILIZAÇÃO DE COBERTURAS DE INVERNO NA SUPRESSÃO DE AZEVÉM RESISTENTE AO GLYPHOSATE

RESPOSTA DE BIÓTIPOS DE Borreria latifolia DO SUDOESTE DO PARANÁ E NORTE DE SANTA CATARINA AO HERBICIDA GLYPHOSATE

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS APRESENTANDO PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 822

EFEITOS DA CONVIVÊNCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA PRODUTIVIDADE DA SOJA

EFICÁCIA AGRONÔMICA DO USO DE HERBICIDAS NO CONTROLE DE Conyza bonariensis

I SIlVIPÓSIO INTERNAClüNALSOBRE

RESISTÊNCIA AO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE Conyza bonariensis

Avaliação de dose resposta em biótipos de buva resistentes ao glifosato 1

Resistência de plantas daninhas à herbicidas. no Brasil e no mundo

MANEJO DE BUVA (Conyza spp.) E DE AZEVÉM (Lolium multiflorum) RESISTENTES AO GLIFOSATO

Avena fatua RESISTENTE AO HERBICIDA CLODINAFOPE-PROPARGIL: PRIMEIRO CASO NO BRASIL

RESUMO:Avaliou-se a influência do controle químico e mecânico de diferentes

AVALIAÇÃO DAS DOSES RESPOSTAS DO GLIFOSATO ISOLADO E EM MISTURAS EM BIÓTIPOS RESISTENTE E SENSÍVEIS DA ESPÉCIE Conyza bonariensis.

MANEJO QUÍMICO DE BUVA (CONYZA BONARIENSIS) PELO USO DE HERBICIDAS ISOLADOS E EM MISTURA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 774

Controle de Plantas Daninhas e Seletividade ao Trigo pelo Herbicida Pyroxsulam e Adição de Adjuvantes

Trigo como supressor de infestação de capim-amargoso 1

Daninhas. Plantas. buva. capimamargoso. buva. buva. buva. buva. Manejo de. buva. buva. buva. buva. buva. buva

ESALQ/USP Christoffoleti, P.J.

MANEJO DE AZEVÉM RESISTENTE A GLYPHOSATE SEMEANDO O FUTURO

CONTROLE QUÍMICO DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE Digitaria insularis (CAPIM-AMARGOSO)

ÉPOCAS DE APLICAÇÃO COMPLEMENTAR DE GRAMOCIL NO MANEJO QUIMICO DA BUVA (Conyza sp.)

MANEJO DE Conyza bonariensis RESISTENTE AO GLYPHOSATE: COBERTURAS DE INVERNO E HERBICIDAS EM PRÉ-SEMEADURA DA SOJA 1

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 797

RESISTÊNCIA A HERBICIDAS NO BRASIL. Leandro Vargas Dirceu Agostinetto Décio Karam Dionisio Gazziero Fernando Adegas

Aplicação de doses do herbicida glyphosate no controle da Conyza bonariensis

SUPRESSÃO QUÍMICA DO CRESCIMENTO DE Panicum maximum CV. ARUANA CULTIVADO EM CONSÓRCIO COM A SOJA

INTERFERÊNCIA DA INFESTAÇÃO DE PLANTAS VOLUNTÁRIAS NO SISTEMA DE PRODUÇÃO COM A SUCESSÃO SOJA E MILHO SAFRINHA

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS COM PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 829

RESISTENCIA DE PLANTAS DANINHAS AO HERBICIDA GLYPHOSATE REVISÃO DE LITERATURA

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

RESPOSTA DE DUAS POPULAÇÕES DE Rottboellia exaltata A HERBICIDAS APLICADOS EM PRÉ-EMERGÊNCIA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 971

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 869

Revista Ciência Agronômica ISSN: Universidade Federal do Ceará Brasil

Autores: considerado como não seletivo, atuando apenas em pósemergência

USO DE HERBICIDAS PÓS-EMERGENTES NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM MILHO PIPOCA

VISÃO DO FUTURO: NOVAS TECNOLOGIAS PARA O MANEJO DA RESISTÊNCIA. Eng. Agr., Dr., Mauro Antônio Rizzardi Universidade de Passo Fundo

Comissão de Controle de Plantas Daninhas Fitotoxicidade a Cultivares de Soja em Função da Aplicaçâo do Herbicida Imazapyr+Imazapic

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

SELETIVIDADE E EICIÊNCIA DE HERBICIDAS EM CEREAIS DE INVERNO RESUMO

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS RESISTENTES A HERBICIDAS NA CULTURA DO TRIGO. Leandro Vargas Pesquisador Embrapa Trigo

BIOENSAIO PARA IDENTIFICAÇÃO DE GIRASSOL RESISTENTE AO HERBICIDA IMAZAPYR

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE INVERNO E VERÃO VISANDO AO CONTROLE

EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

Identificação e controle de biótipos resistentes de Digitaria insularis (L.) Fedde ao glyphosate 1

SOJA E MILHO RESISTENTES AO GLIFOSATO NOS SISTEMAS AGRÍCOLAS DE PRODUÇÃO SEMEANDO O FUTURO

SISTEMAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS PARA SEMEADURA DIRETA DA CULTURA DA MAMONA

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Plantas daninhas no cenário de resistência

CONTROLE DE CAPIM-AMARGOSO COM DIFERENTES MISTURAS

Aspectos Biológicos de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) Alimentada com Buva (Conyza sp.)

Desafios atuais da transgenia

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1196

O que é resistência de plantas daninhas a herbicidas?

MATURAÇÃO ANTECIPADA DA CULTURA DE TRIGO: PRODUTIVIDADE DE GRÃOS E QUALIDADE DAS SEMENTES

Autores: PGA - Programa de Pós-graduação em Agronomia. Alexandre Gemelli Eng. Agr., MSc. Rubem Silvério de Oliveira Jr. Eng. Agr., Prof. Dr.

DESSECAÇÃO Preparando a semeadura. Mauro Antônio Rizzardi 1

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 577 INTRODUÇÃO

Tecnologias de Manejo Soja e Milho Resistentes ao Glifosato. Sérgio Alexandrino

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

POPULAÇÕES DE CORDA-DE-VIOLA (Ipomoea spp.) DA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ: PRINCIPAIS ESPÉCIES E TOLERÂNCIA AO GLYPHOSATE

CONTROLE DE Macroptilium lathyroides COM HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL

Palavras-chave - Sorghum bicolor, tolerância, controle químico, plantas daninhas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANTAS DANINHAS RESISTENTES SEMEANDO O FUTURO

Dessecação de Plantas Daninhas em Pré-Semeadura do Milho

Avaliação da eficiência agronômica de inoculante líquido contendo bactérias do gênero Azospirilium

14 AVALIAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Introdução. Soja e milho tolerantes ao glifosato em áreas com plantas daninhas resistentes

RESUMO: O valor adaptativo de uma espécie consiste na sua capacidade de

RESISTÊNCIA AO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE BUVA (Conyza spp.) DAS REGIÕES OESTE E SUDOESTE DO PARANÁ 1

MANEJO DE Conyza bonariensis RESISTENTE AO HERBICIDA GLYPHOSATE 1

RESISTÊNCIA DE Bidens subalternans AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ACETOLACTATO SINTASE UTILIZADOS NA CULTURA DA SOJA 1

USO DE HERBICIDAS NO CONTROLE DE Conyza bonariensis RESISTENTE A GLIFOSATO

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS COM HERBICIDAS NA CULTURA DO FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

DESSECAÇÃO TARDIA DE Ambrosia artemisiifolia L. NA PRÉ SEMEADURA DA SOJA. 1

PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE AZEVÉM NO EXTREMO OESTE CATARINENSE. Palavras-chave: Lolium multiflorum L., Produção de leite, Pastagem de inverno.

O que é resistência de plantas daninhas a herbicidas?

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1189

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

RESISTÊNCIA DE AMENDOIM-BRAVO AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ACETOLACTATO SINTASE 1

Objetivos da palestra

CONTROLE DE SOJA TIGUERA COM DIFERENTES DOSES DE ATRAZINE EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

Transcrição:

Buva (Conyza bonariensis) resistente ao glyphosate na... 573 BUVA (Conyza bonariensis) RESISTENTE AO GLYPHOSATE NA REGIÃO SUL DO BRASIL 1 Conyza bonariensis Biotypes Resistant to the Glyphosate in Southern Brazil VARGAS, L. 2, BIANCHI, M.A.³, RIZZARDI, M.A. 4, AGOSTINETTO, D. 5 e DAL MAGRO, T. 6 RESUMO - O glyphosate é um herbicida não-seletivo utilizado para controlar plantas daninhas há mais de 20 anos no Rio Grande do Sul. A buva (Conyza bonariensis) é uma espécie daninha comum nos Estados da região Sul do Brasil e tradicionalmente controlada com uso de glyphosate. Entretanto, nos últimos anos plantas de buva têm apresentado poucos sintomas de toxicidade em resposta ao tratamento com glyphosate, sugerindo que estas plantas são resistentes ao herbicida. Assim, com o objetivo de avaliar a resposta de uma população de plantas de buva a glyphosate, foram realizados três experimentos: um em campo e dois em casa de vegetação. No experimento em campo, os tratamentos avaliados constaram de doses crescentes de glyphosate (0, 360, 720, 1.440, 2.880 e 5.760 g ha -1 ), e os herbicidas paraquat (400 g ha -1 ) e 2,4-D (1.005 g ha -1 ) foram empregados como produtos testemunhas, com diferentes mecanismos de ação nas plantas. No experimento em casa de vegetação os tratamentos constaram de doses crescentes de glyphosate (0, 360, 720, 1.440, 2.880 e 5.760 g ha -1 ), mais os herbicidas testemunhas, aplicados sobre plantas de um biótipo considerado resistente e de outro considerado sensível. No segundo experimento realizado em casa de vegetação, foram avaliados os tratamentos contendo glyphosate (720, 1.440 e 2.880 g ha -1 ), mais os herbicidas chlorimuron-ethyl (40 g ha -1 ), metsulfuron-methyl (4 g ha -1 ), 2,4-D (1.005 g ha -1 ), paraquat (400 g ha -1 ) e diuron + paraquat (200 + 400 g ha -1 ), bem como a testemunha sem tratamento herbicida. A toxicidade dos tratamentos herbicidas foi avaliada aos 7, 15 e 30 DAT (dias após tratamento). Os resultados obtidos nos experimentos em condições de campo e em casa de vegetação, de forma geral, evidenciam que o biótipo sensível é controlado pelo glyphosate e pelos demais herbicidas avaliados. Demonstram ainda que o biótipo resistente apresenta-se, igualmente ao biótipo sensível, altamente suscetível aos herbicidas com mecanismo de ação distinto daquele do glyphosate. Entretanto, o biótipo resistente mostra baixa resposta ao herbicida glyphosate, mesmo se este for empregado em doses elevadas, evidenciando ter adquirido resistência a esse produto. Palavras-chave: resistência a herbicidas, inibidores da EPSPs. ABSTRACT - Glyphosate is a non-selective herbicide used for over 20 years to control weeds in Rio Grande do Sul. Horseweed (Conyza bonariensis) is a common weed in Rio Grande do Sul and traditionallysensitive to glyphosate. However, during the last years, some horseweed plants have not shown significant injury symptoms after treatmentwith glyphosate, suggesting that they are resistantto this herbicide. Aiming to evaluate the response of a population of horseweed plants to glyphosate, one field and two greenhouse experiments were carried out. The field experiment treatmenthadincreasingratesof glyphosate (0,360,720,1,440,2,880and5,760 g ha -1 ), and also the herbicides paraquat and 2,4-D as standards. The greenhouse experiments had increasing rates of glyphosate (0, 360, 720, 1,440, 2,880 and 5,760 g ha -1 ) plus the above listed check herbicides sprayed on biotypes considered resistant and on plants of one susceptible biotype. In the second greenhouse experiment, the treatments were increasing rates of glyphosate (720, 1,440 and 1 Recebido para publicação em 9.1.2007 e na forma revisada em 31.8.2007. 2 Eng o -Agr o, D.Sc., Pesquisador da Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, Passo Fundo, RS, 99001-970, <vargas@cnpt.embrapa.br>; 3 Eng o -Agr o, D.Sc., PesquisadordaFundacep/Fecotrigo, Caixa Postal10, CruzAlta, RS, 98100-970, <mariobianchi@fundacep.com.br>; 4 Eng o -Agr o, D.Sc., Professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, 99001-970, <rizzardi@upf.br>; 5 Eng o -Agr o, D.Sc., Professor da Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Departamentode Fitossanidade,96010-900 - Pelotas, RS,Brasil, Caixa-Postal354,<agostinetto@ig.com.br>; 6 Eng o -Agr o, M.Sc., Estudante de Doutorado, Universidade Federal de Pelotas.

574 VARGAS, L. et al. 2,880 g ha -1 ) and herbicides chlorimuron-ethyl, metsulfuron-methyl, 2,4-D, paraquatand diuron + paraquat sprayed on plants of resistant and susceptible biotypes. Horseweed control was accessed at 7, 15 and 30 DAT (days after treatment). Overall results of the field and greenhouse experiments provided evidence that the susceptible biotype is easily controlled by glyphosate and the other tested herbicides. In addition, the results demonstrated that the resistant biotype, as the susceptible biotype, is highly sensitive to herbicides with mode of action that differs from glyphosate. However, the resistant biotype showed low response to glyphosate, even at very high rates, confirming resistance of this horseweed population to glyphosate. Keywords: herbicide resistance, EPSP inhibitors. INTRODUÇÃO O glyphosate é um herbicida não-seletivo utilizado há mais de 20 anos no manejo da vegetação, para formar a palhada no sistema plantio direto. Com a introdução comercial da soja transgênica resistente a glyphosate, o uso desse herbicida aumentou, e atualmente são realizadas de duas a três aplicações por ciclo de soja. O uso indiscriminado de herbicidas provocou a evolução de muitos casos de resistência a eles por diversas espécies daninhas (Burnside, 1992). A buva (Conyza bonariensis) é uma espécie nativa da América do Sul que ocorre na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. É uma planta anual que se reproduz por sementes que germinam no outono/inverno, com encerramento do ciclo no verão, caracterizando-se assim como uma planta daninha de inverno e verão. No Rio Grande do Sul, a buva apresenta-se como importante planta daninha infestante de lavouras de trigo, soja e milho. A buva produz grande quantidade de sementes, que apresentam características e estruturas que conferem fácil dispersão, caracterizando a espécie como agressiva (Kissmann & Groth, 1992).O controleda buva em lavouras de culturas anuais (cereais de inverno, soja e milho) é feito com emprego de herbicidas específicos ou não-seletivos. Em trigo, a buva é controlada com 2,4-D e chlorimuron-ethyl. Nas culturas de soja e de milho o controle da buva é realizado, principalmente, com uso de glyphosate, na dessecação pré-semeadura dessas culturas. São poucas as informações existentes sobre a eficiência de herbicidas utilizados de forma seletiva para soja e milho sobre a buva. Nos últimos dois ciclos agrícolas de soja (2004/2005 e 2005/2006) observou-se controle insatisfatório de buva em diversas lavouras no Rio Grande do Sul com uso do glyphosate. Nessas áreas, o glyphosate estava sendo usado com sucesso na dessecação pré-semeadura, com controle eficiente de plantas de buva mesmo em estádios avançados de desenvolvimento vegetativo. O controle insatisfatório da buva com uso do gl yphosate prov ocou a suspeita de que essa espécie adquiriu resistência a essa molécula herbicida. A resistência é a capacidade adquirida de uma planta ou biótipo sobreviver a determinados tratamentos herbicidas que, sob condições normais, controlam os demais integrantes da população. O uso repetido de uma molécula herbicida pode selecionar biótipos resistentes de plantas daninhas preexistentes na população, levando ao aumento do seu número (Powles & Holtum, 1994). Em geral, espécies ou biótipos de uma espécie que melhor se ada ptam a uma det erminada prática são selecionados e multiplicam-se rapidament e (Holt & Lebaron, 1990). Evidências sugerem que o aparecimento de resistência a um herbicida em uma população de plantas se deve à seleção de genótipos resistentes preexistentes, que, devido à pressão de seleção, exercida por repetidas aplicações de um mesmo herbicida, encontram condições para multiplicação (Betts et al., 1992). O número de espécies resistentes a glyphosate está aumentando; atualmente, são reconhecidas oito espécies resistentes em 30

Buva (Conyza bonariensis) resistente ao glyphosate na... 575 diferentes regiões (Weed Science, 2006). No Brasil, Roman et al. (2004) e Vargas et al. (2005) identificaram e caracterizaram biótipos de azevém resistentes a glyphosate em pomares e culturas anuais. O primeiro caso de Conyza bonariensis resistente a glyphosate foi relatado em 2003, e atualmente foram identificados bióti pos de buva resistentes ao glyphosate na África do Sul, Espanha e Brasil (Weed Science, 2006). O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de uma população de plantas de buva, suspeita de resistência, ao glyphosate. MATERIAL E MÉTODOS Foram realizados, durante os anos de 2005 e 2006, três experimentos, sendo um em campo e dois em casa de vegetação. O experimento a campo foi realizado no município de Cruz Alta-RS, e os experimentos em casa de vegetação foram realizados em Passo Fundo-RS, na Embrapa Trigo. Os tratamentos herbicidas, tanto nos experimentos em casa de vegetação quanto em campo, foram aplicados com aspersor costal de precisão, com volume de calda de 150 L ha -1, quando as plantas de buva atingiram o estádio de quatro folhas. O delineamento experimental usado foi o completamente casualizado, com quatro repetições. A toxicidade dos tratamentos herbicidas foi avaliada utilizando-se escala percentual, em que nota zero significou nenhum efeito de dano às plantas e nota 100 representou morte ou completa supressão delas. A toxicidade dos tratamentos herbicidas foi avaliada aos 7, 15 e 30 DAT (dias após tratamento). Para realização dos experimentos em casa de vegetação, as sementes de buva foram semeadas em recipientes com capacidade para 500 ml, contendo solo adubado de acordocom a análisequímica.após a emergência das plantas, procedeu-se ao desbaste, deixando duas plantas por vaso. No experimento em campo, realizado no município de Cruz Alta-RS, os tratamentos avaliados constaram de doses crescentes de glyphosate (0, 360, 720, 1.440, 2.880 e 5.760 g ha -1 ), e os herbicidas paraquat (400 g ha -1 ) e 2,4-D (1.005 g ha -1 ) foram empregados como tratamentos testemunhas. No experimento em casa de vegetação, os tratamentos constaram de doses crescentes de glyphosate (0, 360, 720, 1.440, 2.880 e 5.760 g ha -1 ), mais os herbicidas testemunhas, aplicados sobre plantas do biótipo considerado resistente e de outro sensível. No segundo experimento, realizado em casa de vegetação, foram avaliados tratamentos com glyphosate (720, 1.440 e 2.880 g ha -1 ), em mist ura de tanque com os herbicidas chlorimuron-ethyl (40 g ha -1 ), metsulfuronmethyl (4 g ha -1 ), 2,4-D (1.005 g ha -1 ), paraquat (400 g ha -1 ) e diuron + paraquat (200+ 400 g ha - 1 ), mais uma testemunha sem tratamento herbicida. As plantas que sobreviveram à maior dose de glyphosate (5.760 g ha -1 ) aplicada no experimento em campo tiveram suas sementes colhidas e utilizadas nos experimentos em casa de vegetação, sendo aceitas como resistentes a glyphosate. Para servir como propágulos de indivíduos representantes de uma população sensível ao produto, foram colhidas sementes de plantas que vegetavam em uma área da estação experimental da Embrapa Trigo, em que não se utiliza o glyphosate. Já as plantas que sobreviveram à maior dose do glyphosate (5.760 g ha -1 ) no ensaio realizado em casa de vegetação foram mantidas em bulk para produção de sementes e para realização de cruzamentos e obtenção de plantas F 1, a fim de utilizá-las em estudos posteriores de herança genética. Os dados obtidos nos experimentos foram submetidos à análise de variância e, quando constatada a significância, as médias foram comparadas entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO No experimento em campo observou-se que, aos 7 DAT, o controle proporcionado pelos tratamentos com glyphosate foi inferior a 45% (Tabela 1). Observa-se que as doses até 1.440 g ha -1 produzem toxicidade semelhante e inferior a 25%, enquanto as doses de 2.880 e 5.760 g ha -1 produzem toxicidade semelhante e no máximo de 45% nessa avaliação. Os tratamentos herbicidas com 2,4-D e paraquat tratamentos com mecanismos de ação distintos daquele do glyphosate apresentaram toxicidade de 75 e 85%, respect iv amen te,

576 VARGAS, L. et al. indicando maior efeito sobre a buva do que as doses de glyphosate avaliadas (Tabela 1). Na avaliação realizada aos 15 DAT, observou-se novamente toxicidade semelhante para as doses de glyphosate até 1.440 g ha -1. As doses de 2.880 e 5.760 g ha -1 de glyphosate proporcionaram toxicidade semelhante e máxima de 55%. Os herbicidas 2,4-D e paraquat proporcionaram toxicidade de 85 e 95%, respectivamente. Na última avaliação, realizada aos 30 DAT, observou-se que as doses de 360 e 720 g ha -1 de glyphosate apresentaram toxicidade semelhante e no máximo de 35%. As doses de 1.440 e 2.880 g ha -1 de glyphosate produziram toxicidade de 65 e 75%, respectivamente. A maior toxicidade (85%), entre os tratamentos com glyphosate, foi observada na dose de 5.760 g ha -1, a qual foi semelhante àquela provocada pelos tratamentos com 2,4- D e paraquat (Tabela 1). Dessa forma,35% dasplantas da população não são controladas com doses de até 1.440 g ha -1 de glyphosate, 25% não respondem à dosede 2.880 g ha -1 e 15% nãosãocontroladas com a dose de 5.760 g ha -1 de glyphosate. Esses resultados indicam que a resposta da buva a glyphosate foi alterada, de forma que este herbicida passou a apresentar reduzida atividade sobre esta população (Tabela 1). Koger et al. (2004) identificaram biótipos de buva (Conyza canadensis) que sobrevivem a doses oito a doze vezes maiores do que aquelas em que os biót ipos sensíveis sobrevivem. Além disso, esses autores observaram biótipos que necessitam de doses acima de 6,7 kg ha -1 de glyphosate para serem controlados. Dinelli et al. (2006) identificaram biótipos de buva (Conyza canadensis) que resistem a doses três vezes maior do que aquela necessária para controlar o biótipo sensível. Perez & Kogan (2002) identificaram biótipos de azevém (Lolium multiflorum) resistentes a glyphosate no Chile, e Roman et al. (2004) e Vargas et al. (2005) identificaram biótipos de azevém resistentes a glyphosate no Brasil. Em todos os casos, o uso repetido de glyphosate é aceito como a principal causa da seleção de biótipos resistentes. No primeiro experimento realizado em casa de vegetação, os tratamentos avaliados foram os mesmos empregados no experimento de campo, porém estes foram aplicados sobre um biótipo de buva sensível e um resistente. Neste experimento observou-se que a menor dose avaliada do glyphosate (360 g ha -1 ) foi suficiente para controlar o biótipo sensível já aos 15 DAT (Tabela 2). Já o biótipo resistente apresentou toxicidade máxima de 45% aos 15 DAT e de 50% aos 30 DAT, evidenciando novamente a baixa atividade da molécula de glyphosate sobre este biótipo. Os demais herbicidas avaliados, com mecanismos de ação distintos daquele do gl yphosa te, apresentaram controle acima de 90% tanto para o biótipo sensível quanto para o biótipo resistente nas avaliações realizadas aos 15 e 30 DAT (Tabela 2). No segundo experimento realizado em casa de vegetação, os resultados evidenciaram Tabela 1 - Avaliação de toxicidade, em porcentagem, provocada por doses crescentes de glyphosate e por doses de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, aplicadas sobre um biótipo de buva (Conyza bonariensis) resistente, em condições de campo. Embrapa Trigo, 2006 Toxicidade (%) Tratamento Dose (g ha -1 ) 7 DAT 15 DAT 30 DAT Testemunha - 0 d 0 d 0 e Glyphosate 360 18 c 25 c 30 d Glyphosate 720 15 c 35 c 35 d Glyphosate 1.440 25 c 30 c 65 c Glyphosate 2.880 40 b 50 b 75 b Glyphosate 5.760 45 b 55 b 85 a 2,4-D 1.005 75 a 85 a 90 a Paraquat 400 85 a 95 a 85 a Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%.

Buva (Conyza bonariensis) resistente ao glyphosate na... 577 que a dose de 360 g ha -1 de glyphosate é suficiente para controlar totalmente o biótipo de buva sensível (Tabela 3). Já o biótipo resistente apresentou, novamente, reduzida toxicidade abaixo de 40% aos 7 DAT, abaixo de 45% aos 15 DAT e abaixo de 50% aos 30 DAT em respostaaostratamentos comglyphosate(tabela 3).Os herbicidas 2,4-D, paraquat,chlorimuronethyl, metsulfuron-methyl e diuron + paraquat controlaram com eficiência os biótipos sensível e resistente (Tabela 3), apresentando-se como possíveis produtos alternativos para uso em áreas infestadas com o biótipo resistente. Os resultados obtidos nos experimentos em condições de campo e em casa de vegetação, de forma geral, evidenciam que o biótipo sensível é facilmente controlado com o glyphosate e os demais herbicidas avaliados. Além disso, demonstra m que o biót ipo resiste nte apresenta-se, igualmente ao biótipo sensível, altamente suscetível aos herbicidas com mecanismos de ação distintos daquele do glyphosate. Entretanto, o biótipo resistente apresenta baixa resposta ao glyphosate, mesmo se este for empregado em doses elevadas, Tabela 2 - Avaliação de toxicidade, em porcentagem, provocada por doses crescentes de glyphosate e por doses de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, aplicadas sobre um biótipo de buva (Conyza bonariensis) resistente e um sensível em casa de vegetação, experimento 1. Embrapa Trigo, 2006 Toxicidade (%) Tratamento Dose (g ha -1 ) Sensível Resistente 7 DAT 15 DAT 30 DAT 7 DAT 15 DAT 30 DAT Testemunha - 0 b 0 b 0 b 0 f 0 e 0 e Glyphosate 360 95 a 100 a 100 a 15 e 15 d 15 d Glyphosate 720 95 a 100 a 100 a 20 de 30 c 30 c Glyphosate 1.440 98 a 100 a 100 a 25 d 35 c 40 bc Glyphosate 2.880 98 a 100 a 100 a 35 c 45 b 45 b Glyphosate 5.760 98 a 100 a 100 a 40 c 40 b 50 b 2,4-D 1.005 85 a 100 a 100 a 90 b 95 a 95 a Paraquat 400 100 a 100 a 100 a 95 a 100 a 100 a Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%. Tabela 3 - Avaliação de toxicidade, em porcentagem, provocada por doses crescentes de glyphosate e por doses de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, aplicadas sobre um biótipo de buva (Conyza bonariensis) resistente e um sensível em casa de vegetação, experimento 2. Embrapa Trigo, 2006 Tratamento Dose (g ha -1 ) Toxicidade (%) Sensível Resistente 7 DAT 15 DAT 30 DAT 7 DAT 15 DAT 30 DAT Testemunha - 0 c 0 b 0 b 0 f 0 d 0 e Glyphosate 360 90 a 100 a 100 a 15 e 15 cd 15 d Glyphosate 720 95 a 100 a 100 a 25 d 30 bc 30 c Glyphosate 1.440 98 a 100 a 100 a 30 cd 35 b 40 bc Glyphosate 2.880 95 a 100 a 100 a 35 cd 35 b 50 b Glyphosate 5.760 98 a 100 a 100 a 40 c 45 b 50 b 2,4-D 1.005 85 b 100 a 100 a 95 a 90 a 95 a Paraquat 400 100 a 100 a 100 a 95 a 100 a 100 a Chlorimuron-ethyl 40 80 b 100 a 100 a 70 b 85 a 100 a Metsulfuron-methyl 4 85 b 100 a 100 a 80 b 90 a 100 a Diuron + paraquat 200 + 400 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5%.

578 VARGAS, L. et al. evidenciando que a buva (Conyza bonariensis) adquiriu resistência e este produto. Os resultados permitem concluir que: a buva (Conyza bonariensis) adquiriu resistência a glyphosate; aproximadamente 50% das plantas da população avaliada resistem a doses de até 5.760 g ha -1 de glyphosate; a dose de 360 g ha -1 de glyphosate é suficiente para controlar o biótipo sensível em estádios iniciais de desenvolvimento vegetativo; os herbicidas 2,4-D, paraquat, chlorimuron-ethyl, metsulfuron-methyl e diuron + paraquat controlam com eficiência os biótipos sensível e resistente; e a sensibilidade do biótipo resistente a herbicidas com mecanismos de ação distintos daquele do glyphosate descarta a possibilidade de resistência múltipla aos produtos avaliados. LITERATURA CITADA BETTS, K. J. et al. Mechanism of inheritance of diclofop resistance in italian ryegrass (Lolium multiflorum). Weed Sci., v. 40, n. 2, p. 184-189, 1992. BURNSIDE, O. C. Rationale for developing herbicideresistant crops. Weed Technol., v. 6, n. 3, p. 621-625, 1992. DINELLI, G. et al. Physiological and molecular insight on the mechanism of resistance to glyphosate in Conyza canadensis (L.) Cronq. Biotypes. Pestic. Biochem. Physiol., v. 86, n. 1, p. 30-41, 2006. HOLT, J. S.; LEBARON, H. M. Significance and distribution of herbicide resistance. Weed Technol., v. 4, n. 1, p. 141-149, 1990. KISSMANN, K. G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. São Paulo: Basf Brasileira, 1992. tomo II. 798 p. KOGER, C. H. et al. Glyphosate-resistant horseweed (Conyza canadensis) in Mississipi. Weed Technol., v. 18, n. 4, p. 820-825, 2004. PEREZ, A.; KOGAN, M. Glyphosate-resistant Lolium multiflorum in Chilean orchards. Weed Res., v. 43, p. 12-19, 2002. POWLES, S. B.; HOLTUM, J. A. M. Herbicide resistance in plants: Biology and biochemistry. Boca Raton: 1994. ROMAN, E. S. et al. Resistência de azevém (Lolium multiflorum) ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v. 22, n. 2, p. 301-306, 2004. VARGAS, L. et al. Alteração das características biológicas dos biótipos de azevém ( Lolium multiflorum) ocasionada pela resistência ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v. 23, n. 1, p. 153-160, 2005. WEED SCIENCE. Glycines (g/9) resistant weeds by species and country. Acesso em: http:// www.weedscience.org/summary/ UspeciesMOA.asp?lstMOAID=12&FmHRACGroup=Go. Consultado em 17/10/2006.