DESSECAÇÃO TARDIA DE Ambrosia artemisiifolia L. NA PRÉ SEMEADURA DA SOJA. 1

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1 DESSECAÇÃO TARDIA DE Ambrosia artemisiifolia L. NA PRÉ SEMEADURA DA SOJA. 1 PICCININI, Fernando 2, CECHIN, Joanei 2 ; CASAGRANDE, Gustavo Spreckelsen 3, GUARESCHI, André 3 ; CORADINI, Cézar 3, MACHADO, Sérgio Luiz de Oliveira 4. 1 Pesquisa desenvolvimento pelo Grupo de Ecobiologia e Manejo de Plantas Daninhas da UFSM 2 Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 3 Curso de Pós Graduação em Agronomia da UFSM (PPGAGRO), Santa Maria, RS, Brasil 4 Professor do Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. piccininiroca@hotmail.com RESUMO A soja (Glycine max) é uma das culturas agrícolas mais importantes do Brasil. O controle químico é o método de controle de plantas daninhas mais utilizado nas lavouras de soja. O glifosato é o herbicida mais utilizado, onde o uso intenso do produto levou ao surgimento de espécies resistentes, tornando o controle deficiente e mais caro. O objetivo do trabalho foi avaliar o controle tardio de losna do campo (Ambrosia artemisiifolia L.) realizado em pré-semeadura da soja, através do uso de doses do glifosato, 2,4 D, saflufenacil e chlorimuron etílico. O experimento foi conduzido na área experimental da UFSM, na safra 2011/12. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com 3 repetições. Os resultados mostram que o uso 70 g i.a ha -1 de saflufenacil foi o tratamento mais eficiente no controle de losna aos 28 dias após a aplicação do herbicida. Palavras-chave: Plantas daninhas; Glycine max; Resistência; Herbicidas; losna do campo. 1. INTRODUÇÃO A losna do campo (Ambrosia artemisiifolia L.), pertencente à familia das Compositae é uma planta anual que se desenvolve nas regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil provavelmente, originária da Europa ou da Ásia (Correa, 1984). É uma planta infestante tanto de solos cultivados quanto de jardins, pastagens e beiradas de estradas. Apresenta boa capacidade reprodutiva, propagação por meio de sementes. O Controle de ambrósia com herbicidas é difícil em algumas culturas como beterraba e ervilha, e é quase impossível em girassóis tanto como ambrósia e girassol pertencem à mesma família botânica. O Controle mecânico ou químico insuficiente permite ambrósia a brotar rapidamente a partir da base do caule (BOHREN, 2007). 1

2 Devido às plantas daninhas serem um dos fatores que limitam o aumento da produtividade das culturas, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de herbicidas no controle de losna do campo. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido durante a safra agrícola 2011/12, na Área Experimental do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria, município de Santa Maria, região da Depressão Central do RS (latitude: S, longitude: W e altitude: 90m), em Argissolo Vermelho Distrófico arênico (EMBRAPA, 2005) sob clima subtropical úmido, classe Cfa, sem estação seca definida e com verões quentes (MORENO, 1961). O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso com 3 repetições, com cada unidade experimental medindo 6m 2 (3 x 2m). Os tratamentos correspondem a dose recomendada e o dobro da dose recomendada. Os produtos foram aplicados utilizando-se pulverizador costal pressurizado com CO 2, munido de barra de pulverização com bico tipo leque XR , espaçados a 0,5 m entre si, à pressão constante de 1 bar (1,0197 kgf cm -2 ), aplicando um volume de calda equivalente a 140 L ha -1. As condições meteorológicas para o momento eram de temperatura ambiente média de 17,5º C, umidade relativa do ar de 84% e ventos com velocidade de 2 m/s. A avaliação visual do controle (% de controle), foi realizado aos 07, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA) dos tratamentos utilizando a escala percentual para controle (adaptado de FRANS et al., 1986), Tabela 1, onde a nota zero significou nenhum efeito de dano às plantas e nota 100 representou completa supressão. 2

3 Tabela 1- Sistema de zero a 100 para a avaliação do controle das plantas daninhas por herbicidas. (Adaptado de FRANS; CROWLEY, 1986). Santa Maria, RS, % Descrição das categorias Descrição detalhada do controle 0 Sem efeito Sem controle 10 Efeito leve Controle muito pobre 20 Efeito leve Controle pobre 30 Efeito leve Controle de pobre a deficiente 40 Efeito moderado Controle deficiente 50 Efeito moderado Controle deficiente a moderado 60 Efeito moderado Controle moderado 70 Efeito severo Controle algo inferior ao satisfatório 80 Efeito severo Controle de satisfatório a bom 90 Efeito severo Controle muito bom a excelente 100 Efeito total Destruição completa 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Aos 7 (DAH) (Tabela 2), o herbicida Saflufenacil apresentou melhor resultado isto devido a sua ação rápida, característica de herbicidas inibidores da enzima protoporfirinogênio oxidase (PPO). A maior eficiência de controle da losna do campo aos 28 dias após a aplicação dos herbicidas (DAH) ocorreu com a aplicação do Glifosato, Saflufenacil e Panzer ambos na sua maior dose testada. Da mesma forma, às doses 3,0 L ha -1 de Roundup Original e 25 g ha -1 de Saflufenacil + Dash (0,5% v/v) proporcionaram um bom controle da losna. Para o herbicida Aminol houve uma redução no controle na avaliação aos 28 (DAH) comparado com a avaliação aos 21 (DAH), este resultado pode ter sido encontrado porque esse herbicida pode ter sido metabolizado pela planta daninha e a planta ter se recuperado dos sintomas de fitotoxicidade. Em estudo realizado por (BRIGHENTI et al., 1994) a maior eficiência de losna aos 30 dias após aplicação dos herbicidas ocorreu com a aplicação do 2, 4-D junto com o glifosato. 3

4 Tabela 2 - Controle de losna do campo, em percentagem, em resposta a aplicação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Santa Maria, RS Tratamentos Avaliação 1 7 DAH 14 DAH 21 DAH 28 DAH T1 - Testemunha 0 h 0 e 0 e 0 e T2-40 g ha -1 de PANZER + Assist (0,5% v/v) 46 cdefg 48,3 d 57,3 d 75 c T3-80 g/ ha -1 de PANZER + Assist (0,5% v/v) 41,7 defg 53,0 d 71,7 c 73,3 c T4-160 g/ ha -1 de PANZER + Assist (0,5% v/v) 38,7 efg 55,0 cd 78,3 bc 91,7 a T5-1,5 L ha -1 de Roundup Original (440 g e.a. L) 34,3 g 47,3 d 71,7 c 77,7 bc T6-3,0 L ha -1 de Roundup Original 59,3 cd 80,7 ab 90,0 a 89,0 ab T7-6,0 L ha -1 de Roundup Original 56,7 cde 96,0 a 97,0 a 93,3 a T8-25 g ha -1 de Saflufenacil + Dash (0,5% v/v) 84,0 ab 86,7 a 88,3 ab 81,7 abc T9-50 g ha -1 de Saflufenacil + Dash (0,5% v/v) 93,3 a 92,3 a 91,7 a 71,7 c T g ha -1 de Saflufenacil + Dash (0,5% v/v) 93,3 a 94,7 a 95,3 a 93 a T11-0,25 L ha -1 de Aminol 806 (670 g e.a. L) 36,7 fg 40,0 d 88,3 ab 29,3 d T12-0,50 L ha -1 de Aminol 806 (670 g e.a. L) 54,7 cdef 70,0 bc 91,7 a 33,3 d T13-1,00 L ha -1 de Aminol 806 (670 g e.a. L) 65,0 bc 70,0 bc 95,3 a 73,3 c CV (%) 11,92 8,19 4,52 6,26 * Na coluna, médias não seguidas da mesma letra diferem pelo teste de Tukey (p 1). 1 Dias após a aplicação dos herbicidas (DAH). 4. CONCLUSÕES As aplicações de Roundup Original, Saflufenacil e Panzer proporcionaram um controle satisfatório de losna, apenas na utilização de Aminol não se obteve um bom controle aos 28 dias após a aplicação dos herbicidas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOHREN, C. Ambrosia artemisiifolia L. in Switzerland: concerted action to prevent further spreading. Station fédérale de recherches en production végétale, Agroscope ChanginsWädenswil (ACW), CH 1260 Nyon 1, Switzerland, BRIGHENTI, A.M; et al. Crescimento e partição de assimilados em losna Revista Brasileira Fisiologia. Vegetal, v. 5, p:41-45, BRIGHENTI, A.M; et al. Controle químico da losna em plantio direto de trigo. Planta Daninha, v. 12, n. 1,

5 CORRÊA, M.P. Dicionário de plantas úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, p. LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas, tóxicas e medicinais. Nova Odessa, SP: ed. do autor, p. MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, Diretoria de Terras e Colonização, Secção de Geografia, p. 5