SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DOMICILIARES TESTE EM CAMPO DE UM MODELO SUSTENTÁVEL DE ELETRIFICAÇAO RURAL

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SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DOMICILIARES TESTE EM CAMPO DE UM MODELO SUSTENTÁVEL DE ELETRIFICAÇAO RURAL Eduardo Borges 1, Werner Klaus 2, Cláudio Monteiro 1, Torsten Schwab 2 1: Eletrobrás, 2: GTZ, c/o Eletrobrás, DEPP - Projeto Energias renováveis para a eletrificação rural, Rua Marechal Floriano 19-24 andar, 28-3 Rio de Janeiro, Brasil. Tel.:+55-21-2514 55, werner.klaus@lahmeyer.de ou eduardo_borges@eletrobras.com Abstract: A Solar Home System project is presented which aims at the development of a sustainable rural electrification model with SHS for the Brazilian program Luz Para Todos. In order to propose more economic alternatives to the current standards set by regulation, the cost reduction potential of energy efficiency measures has been analyzed. Significant total cost reduction can be achieved through reducing losses from DC/AC conversion, as well as through the selection of the most efficient appliances such as CFLs, LCD TVs, and solar refrigerators. Motivated by these results a pilot project comparing three different types of SHS that provide power in DC, AC, or DC+AC is being implemented in isolated dispersed households. An 18 month monitoring program will analyze their technical performance, the quality and cost of the service provided by the utility, in addition to user satisfaction. The results will serve to fine tune the SHS electrification model to be disseminated and critically review the current SHS regulation. Keywords: Renewable Energy, Energy Efficiency, Rural Electrification, Solar Home System, Regulation and Monitoring. Resumo: O projeto de Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares apresentado tem como objetivo o desenvolvimento de um modelo sustentável de eletrificação rural para o programa brasileiro Luz Para Todos. A fim de desenvolver alternativas mais econômicas aos padrões atuais definidos pela regulamentação, analisou-se o potencial da redução de custo através da eficiência energética. Reduções significativas de custos podem ser obtidas minimizando as perdas em inversores de CC/CA, bem como utilizando equipamentos elétricos mais eficientes como LFCs, televisores LCD e geladeiras solares. Motivado por estes resultados, um projeto piloto comparando três diferentes tipos de SFD fornecendo energia em CC, CA, ou CC+CA, está sendo implementado em regiões isoladas. Um programa de monitoramento de 18 meses irá analisar o desempenho técnico dos sistemas, a qualidade e custo do serviço prestado, além da satisfação do usuário. Os resultados servirão para aprimorar o modelo de eletrificação rural e para uma revisão crítica da regulamentação vigente de SFD. Palavras Chaves: Energias Renováveis, Eficiência Energética, Eletrificação Rural, Sistema Fotovoltaico Domiciliar, Regulamentação e Monitoramento. 1 INTRODUÇÃO O programa Luz para Todos (LPT) tem o objetivo de acelerar o acesso universal à energia elétrica no Brasil através de financiamento e subsídios para os investimentos em projetos de eletrificação rural executados pelas concessionárias de distribuição e outros agentes executores. Para o atendimento de moradores situados em locais remotos e isolados, a ANEEL regulamentou uma norma que estabelece as condições de fornecimento de energia

elétrica a uma única unidade consumidora por meio de Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fontes Intermitentes (SIGFI). Esta Resolução Normativa n 83, de 2 de setembro de 24, define, entre outros, as classes de potência dos sistemas, os padrões de disponibilidade de energia e também define que o fornecimento seja em corrente alternada. Até o final de 26, cerca um milhão de novos consumidores já terão acesso à energia elétrica através do LPT, sendo a grande maioria atendida por extensão de rede. Até o presente momento, somente cerca de 6 mil novos consumidores foram atendidos por SIGFIs pelas concessionárias COELBA, CEMIG e AMPLA, através de sistemas fotovoltaicos domiciliares. A inviabilidade econômica ou barreiras naturais determinarão os limites da expansão das redes. Assim, a parcela dos consumidores atendidos por sistemas individuais (SIGFIs) crescerá nos próximos anos, principalmente na região Norte, onde terão um papel decisivo na eletrificação rural de áreas remotas. Percebendo essa maior importância dos SIGFIs para os próximos anos, os agentes da universalização estão buscando experiências com modelos de eletrificação utilizando energia renovável. Em 25, a Eletrobrás em parceria com a GTZ iniciaram o projeto de cooperação técnica Energias Renováveis para a Eletrificação Rural no Norte e Nordeste do Brasil. Este projeto tem o objetivo de disseminar a utilização de energias renováveis no âmbito do programa LPT. Para este fim, serão desenvolvidos e testados modelos sustentáveis de eletrificação em conjunto com as concessionárias de distribuição para que estas tenham informações, conhecimentos e soluções para o atendimento de consumidores isolados, e que estas experiências sejam repassadas aos demais agentes executores da universalização do acesso à energia. 2 PROJETO PILOTO COM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DOMICILIARES O primeiro projeto piloto no âmbito da cooperação técnica está sendo implementado juntamente com a Eletroacre numa reserva extrativista localizada no município de Xapuri, AC. Cerca de 1 domicílios espalhados numa área de 5 km² serão atendidos por Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares (SFD) a alternativa mais adequada como revelou um estudo de viabilidade. Com o intuito de poder estudar alternativas mais econômicas à regulamentação vigente, a ANEEL autorizou, através da Resolução Autorizativa nº 927 de 29 de Maio de 27, a Eletroacre, em parceria com a ELETROBRÁS, a implantar o referido projeto piloto com a opção de atendimento através de corrente contínua. 2.1 Objetivos do projeto piloto O projeto piloto em Xapuri tem os seguintes objetivos: Desenvolver alternativas econômicas de SFDs; Desenvolver um modelo de gestão, operação e manutenção dos sistemas instalados; Demonstrar a viabilidade de desenvolvimento do mercado de equipamentos eficientes de corrente contínua; Fornecer uma experiência que permita a ANEEL fazer uma reavaliação da norma do atendimento por sistemas individuais (Resolução 83). Os resultados do projeto serão disseminados entre as concessionárias do Norte e Nordeste, capacitando-as para atingir as metas da universalização com sistemas fotovoltaicos. 2.2 Eficiência energética com sistemas fotovoltaicos Em geral, o custo de geração de energia com SFDs é bastante elevado. O investimento no sistema varia na faixa de 25 a 35 /Wp e o custo unitário da energia disponibilizada gira em torno de 3 a 6 /kwh. Esta situação apresenta condições extremamente favoráveis para a adoção de medidas de eficiência energética. O uso de equipamentos de consumo de energia eficientes, mesmo sendo mais caros que os comuns, reduzem consideravelmente o porte do sistema de geração SFD, tornando o investimento do conjunto SFD + equipamentos de consumo mais econômico. Este fato é mostrado através de alguns cálculos nos exemplos a seguir. Em todos os exemplos a quantidade dos serviços de energia (iluminação, resfriamento de alimentos e televisão) será mantida. Os custos para SFD se baseiam na situação do Acre, com cerca de 7.6 para um SIGFI 13 e 5.7 para um sistema equivalente de 12Vcc. 2.2.1 Equipamentos de consumo da energia No caso da iluminação, o custo das lâmpadas (de cerca 9 lumens) é insignificante em comparação com o sistema SFD, para fornecer a energia necessária para um funcionamento de 3 horas por dia, como mostra a Figura 1. Esta figura revela também que lâmpadas incandescentes em sistemas fotovoltaicos são praticamente inviáveis se considerar os custos totais da lâmpada mais o sistema de geração necessária. Uma lâmpada incandescente de 6W custa em torno de 1,5, mas o preço do SFD necessário para manter esta lâmpada acesa durante 3 horas por dia seria cerca de 3.15. Utilizando lâmpadas fluorescentes tubulares de 2W, o custo total (lâmpada + SFD) se reduz em 6%. O mais interessante é que a tecnologia de mercado mais eficiente (lâmpada compacta fluorescente tipo espiral com 62 lm/w) permite reduzir

ainda mais o investimento necessário para manter aceso este ponto de luz durante 3 horas por dia, reduzindo o custo total para cerca de 7, o que seria muito mais econômico. A Figura 1 ilustra esta comparação. No caso do programa Luz para Todos, o cliente da concessionária não paga pelo investimento do sistema SFD. Para ele poder utilizar uma lâmpada incandescente ao invés de uma LFC e economizar 1 na compra, a concessionária teria que investir quase 2.5 no sistema fotovoltaico para suprir a demanda adicional de energia. 35 3 25 2 15 1 5 incandescente 6W 127Vac - 6% fluorescente tubular comum 2W 127Vac investimento SFD p/ lampada c/ 9lm 3h/d investimento lâmpada - 45% fluorescente compacta 13W 127Vac Figura 1: comparação de custos de investimento para diferentes tecnologias de iluminação e o respectivo sistema de geração SFD no Acre O televisor de tela fina de cristal líquido (LCD) ainda possui um ar de luxo. Quando ligado a sistemas fotovoltaicos, a sua economia é inquestionável: comparado com o televisor com tubo de raios catódicos (CRT), o televisor LCD de baixo consumo de energia reduz a soma do investimento em sistema fotovoltaico e televisor em 45%, conforme mostrado na Figura 2. O acréscimo no custo do televisor é muito inferior ao que se economiza com o SFD. Da perspectiva da concessionária seria vantajoso subsidiar a compra de uma televisão eficiente. ser um produto de fabricação em pequena escala, o preço da geladeira é elevado (mais de 3 vezes o preço de uma geladeira comum). Mesmo assim, obtêm-se uma economia de cerca de 55% (ver Figura 3) no investimento total (geladeira + SFD). Neste caso, a economia através da redução do tamanho do sistema pagaria mais que 2% do preço da geladeira. 14 12 1 8 6 4 2 geladeira 8l Procel "A" 127Vca investimento no SFD p/ operar geladeira 24h investimento geladeira - 55% geladeira 15l "solar" 12Vcc Figura 3: custos de investimento para uma geladeira e o respectivo custo do sistema de geração SFD no Acre 2.2.2 Inversores Disponibilizar energia em corrente alternada através de sistemas fotovoltaicos individuais por 24h tem a vantagem de poder utilizar equipamentos comuns de 127 Vac. Porém, isto onera o custo de investimento muito além do custo do inversor como mostram os cálculos a seguir. Os inversores com selo do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) devem garantir uma boa eficiência, apresentando valores acima de 85% para carga relativa acima de 5%. Para uma carga menor, a eficiência pode ser menor. Sem carga (stand-by), o inversor pode consumir até 3,5% da potência nominal. O seguinte gráfico (Figura 4) compara a eficiência de um modelo dentro das exigências do PBE com um dos inversores mais eficientes do mercado. 35 3 25 2 15 1 5 TV 14" colorido 12Vcc 52W - 45% investimento no SFD p/ 4h TV/dia investimento televisor TV 14" colorido LCD 12Vcc 18W Figura 2: custos de investimento para um televisor e o respectivo sistema de geração SFD no Acre Para as geladeiras a situação é ainda mais acentuada. Para o suprimento da demanda de energia de uma geladeira da classe de eficiência A de 8 litros, um sistema da classe SIGFI 13 não seria suficiente. Neste caso, seria necessário investir cerca de 12. no sistema para que este fornecesse energia para esta geladeira. Existe, porém, em mercado nacional a chamada geladeira solar, uma geladeira altamente eficiente de 15 litros, de 12Vcc, poderia ser operada com um sistema menor que o da classe SIGFI 13. Por eficiencia 1% 9% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% Inversor mínimo selo PBE-INMETRO Inversor eficiente % % 2% 4% 6% 8% 1% carga relativa Figura 4: curvas de eficiência de inversores típicos Para calcular a eficiência média do inversor considerouse uma carga típica para residências com SFD (ver Figura 5).

carga [W] 1 8 6 4 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12 13 14 15 16 17 18 19 2 21 22 23 24 hora do dia Figura 5: carga típica de uma residência rural com SFD Neste caso, a eficiência média calculada do inversor selo PBE é de 5% e do inversor eficiente de 87%. Isso significa que o sistema fotovoltaico domiciliar em corrente alternada, utilizando um inversor com as características selo PBE, deveria ser 1% maior quando comparado a um sistema de corrente contínua, somente para cobrir as perdas no inversor. No caso do Inversor eficiente, o aumento em tamanho do sistema seria em torno de 13%. Quando comparar sistemas fotovoltaicos em CC e CA deve-se considerar, além do custo do inversor, este investimento no sistema SFD. Esta comparação está ilustrada na Figura 6. Com equipamentos de consumo eficientes, a mesma utilidade do SIGFI 13 pode ser obtida com um sistema que disponibiliza somente 7 kwh por mês. O investimento por sistema se reduziria de 7.6 para 5.7, mas o custo dos equipamentos de consumo eficientes teria um incremento de 45. Mesmo considerando que a concessionária contribua com este valor para a aquisição de equipamentos eficientes pelo cliente, ela teria com este SIGFI 7 uma economia de 1.5 por sistema instalado (compare na Figura 7 a primeira barra padrão e segunda eficiente ). Uma opção atrativa para os consumidores de energia é manter a disponibilidade energética de 13kWh/mês, mas oferecê-la em corrente contínua para operar equipamentos de alta eficiência. Isto permitiria a utilização de uma geladeira solar (consumo mensal cerca de 6 kwh) num sistema SIGFI 13 CC, o que seria um aumento qualitativo significante para este tipo de sistema. O cálculo revela que o custo do sistema SIGFI 13 CC acrescido dos custos de equipamentos eficientes utilizados, seria o mesmo do atual sistema padrão, sem os equipamentos de consumo (compare na Figura 7 as barras padrão e eficiente CC + geladeira ). 16, 14, 12, 1, 8, 6, 4, + 16% Inversor Sistema sem inversor + 4% 8 6 4 2-2% geladeira radio parabólica televisão lâmpadas SFD 2, - CC CA "selo PBE" CA "eficiente" Figura 6: comparação de custos de sistemas SFD em corrente alternada com sistemas de corrente contínua (Acre) O custo de um SFD de corrente alternada com um inversor que atende os critérios mínimos do PBE- INMETRO seria 16% acima do custo de um sistema em corrente contínua. Com a tecnologia mais eficiente de inversores este incremento seria no mínimo de 4%. 2.2.3 Uma alternativa eficiente ao SIGFI 13 A criação da classe SIGFI 13 foi motivada para atender as necessidades básicas de iluminação e comunicação de uma residência, como mostra a Tabela 1 (ver coluna padrão ). Tabela 1: uso padrão da energia para um SIGFI 13 Equipamento Utilização [h/dia] padrão Potência [W] eficiente Potência [W] 3 lâmpadas 2.5 2 13 TV colorida 14 3 55 18 Parabólica 3 25 15 Rádio pequeno 4.5 1 8 padrão: SIGFI 13 com inversor eficiente e equipamento comum eficiente: "SIGFI" 7 com equipamento eficiente 127Vca eficiente CC + geladeira: "SIGFI" 13 CC com equipamento eficiente 12V Figura 7: comparação de custos / custos adicionais de sistemas SIGFIS com equipamento eficiente 2.3 O desenho dos sistemas fotovoltaicos do projeto piloto Para o projeto piloto em Xapuri, a ANEEL autorizou, através da Resolução 927, o uso experimental de SFD com fornecimento em corrente contínua. Para fins comparativos, foram desenvolvidos três diferentes tipos de sistemas fotovoltaicos que serão instalados em diferentes seringais do município: Tabela 2: Sistemas a serem utilizados no projeto piloto Tipo local SIGFI 13 (CA) Seringal Iracema Sistema com corrente contínua (CC) Seringal Albracea Sistema misto (CA e CC) Seringal Dois Irmãos unidades 31 37 35 Demanda mensal 13 kwh 7 kwh

O sistema em corrente alternada está dentro do padrão SIGFI 13 estabelecido pela resolução 83. O sistema foi desenhado para disponibilizar 13 kwh/mês mesmo no mês com a menor insolação do ano, com uma autonomia de 2 dias. Para o inversor, foi escolhido o modelo eficiente caracterizado anteriormente. A Figura 8 ilustra o esquema unifilar do sistema CA. gerador fotovoltaico: 3x 8Wp 6A Controlador de carga 3A 2A contador Ah, CC O quadro de controle e a caixa com as baterias serão instalados dentro da residência do cliente. gerador fotovoltaico: 3x 8Wp 6A Controlador de carga 3A baterias 2 x 15 Ah 12V 4A Inversor senoidal puro Figura 8: esquema unifilar do sistema CA 3A contador Ah, CA quadro de controle No sistema misto (CA+CC, mostrado na Figura 9) a energia em CA será utilizada somente por algumas horas do dia e por cargas maiores, como, por exemplo, televisor, receptor parabólico ou outros eletrodomésticos. Na maior parte do dia ele será mantido desligado. A iluminação e outras cargas constantes (por exemplo, o telefone rural), serão operadas em corrente contínua. Por esta razão, escolheu-se um inversor mais econômico dentro do padrão estabelecido pelo PBE. gerador fotovoltaico: 3x 8Wp 6A Controlador de carga 3A baterias 2 x 15 Ah 12V 2A 4A Inversor senoidal puro contador Ah, CC contador Ah, CA quadro de controle Figura 9: esquema unifilar do sistema misto CC+CA Para o sistema em corrente contínua (ver Figura 1) foi mantido o tamanho do gerador e da bateria por vários motivos operacionais. Assim, ele disponibilizará cerca 15% mais energia quando comparado ao sistema CA (ver argumento no item 2.2.2 acima), correspondendo a 15 kwh por mês. A metodologia do monitoramento previsto para este projeto possibilitará analisar o dimensionamento adequado para um sistema em corrente contínua de 13 kwh/mês em detalhe. baterias 2 x 15 Ah 12V Figura 1: esquema unifilar do sistema CC quadro de controle Para redução dos custos de manutenção, foram escolhidos componentes de alta qualidade. A vida útil projetada do inversor e do controlador é acima de 1 anos, enquanto a durabilidade das lâmpadas é de 5. horas e a dos reatores é de 1. horas. Para uma vida longa da bateria, procurou-se dimensionar o gerador fotovoltaico de forma a manter o estado de carga médio anual da bateria acima de 85%. Tudo isso, aliado a um alto padrão de qualidade no acabamento da instalação, deve garantir um longo ciclo de manutenção. 2.4 O modelo de gestão O modelo de gestão baseia-se na terceirização do serviço de manutenção, trabalhando com equipes locais de intervenção e um serviço de atendimento ao cliente centralizado na concessionária. A comunicação entre a concessionária e o cliente poderá ser realizada pessoalmente, por cartas, por telefonemas ou por transmissões na rádio local. Está previsto um faturamento trimestral com emissão de carnês anuais de pagamento. A organização da concessionária como também as normas de procedimentos estão em fase adaptação ao novo serviço da concessionária, o fornecimento de energia a partir de SFD. 2.5 O monitoramento Uma outra etapa do projeto piloto consiste em monitorar o desempenho dos equipamentos e do serviço de energia prestado durante 18 meses, buscando avaliar as hipóteses antes estabelecidas. O monitoramento é composto por cinco componentes, relatadas a seguir. 2.5.1 Desempenho do sistema fotovoltaico domiciliar Consiste na avaliação comparativa do desempenho dos três diferentes tipos de SFD sob o ponto de vista técnico e sob o ponto de vista do usuário, objetivando aprimorar o dimensionamento e analisar a adequabilidade das atuais exigências regulamentadas à realidade rural e das concessionárias. A primeira parte desta componente consiste na coleta e análise de dados de um Sistema Automatizado de Aquisição de Dados, instalados em 6 domicílios, sendo

dois em cada seringal, para obter informações referentes à produção, perda e consumo de energia, estado de carga e degradação da bateria. A segunda parte consiste no registro do consumo de energia elétrica de cada um dos 1 domicílios beneficiados, através de Medidores Ampére-hora para analisar a adequação da disponibilidade energética de 13 kwh à demanda dos consumidores como também os fatores socioeconômicos que influenciam esta demanda. E, por fim, a terceira parte contempla a realização de 4 entrevistas, em todos os domicílios, através da aplicação de um Questionário, que registrará informações técnicas, funcionais e comportamentais, bem como o desempenho do sistema sob a ótica do usuário. 2.5.2 Desempenho do serviço prestado pela Eletroacre Consiste na avaliação da eficácia e eficiência do modelo de gestão adotado pela concessionária, durante e após o sistema ser instalado. Esta componente também compreende a avaliação do funcionamento interno dos procedimentos criados ou adaptados pela empresa. 2.5.3 Avaliação financeira Compreende os registros e análises de todas as receitas e despesas do projeto. Esta componente do monitoramento visa compilar o balanço financeiro e analisá-lo sob a ótica da concessionária, quantificando os custos envolvidos na instalação dos sistemas e na prestação do serviço de fornecimento de energia, bem como o faturamento e subsídios obtidos com os sistemas fotovoltaicos. 2.5.4 Desenvolvimento socioeconômico dos beneficiados Realização de uma pesquisa para identificar os impactos socioeconômicos na vida e na expectativa dos moradores das comunidades atendidas, detectando alterações no perfil dos consumidores a respeito dos hábitos, atividades produtivas, receita familiar, educação e saúde. Esta pesquisa ainda visa detectar as alterações no uso da energia para fins domésticos (iluminação, conservação de alimentos e acesso a informação) e fins produtivos (produção agropecuária e beneficiamento). Além do estudo de linha de base realizado antes da implantação do projeto, está previsto a realização de estudos em dois outros momentos: dois e quatro anos após a eletrificação dos domicílios. 2.5.5 Mercado local de eletrodomésticos e equipamentos Compreende a realização de pesquisas e análise da oferta de eletrodomésticos e equipamentos eficientes em 12 Vcc nos mercados locais, verificando a disponibilidade, os fornecedores, os preços e a qualidade dos produtos. Esta análise, além de registrar o desenvolvimento natural deste mercado, auxiliará na identificação da necessidade de estimulá-lo. 3 CONCLUSÃO Tendo em vista o desafio de universalização dos serviços de energia elétrica, que impõe a obrigatoriedade de atendimento de todos os domicílios brasileiros, e a inviabilidade de atendê-los somente com extensão de redes rurais, torna-se imprescindível o uso de Sistemas Fotovoltaicos Domiciliares, uma tecnologia consolidada, mas com pouca experiência no uso e com uma regulamentação incipiente no setor elétrico brasileiro. É exatamente neste contexto que o Projeto Piloto de Xapurí contribui, buscando não só auxiliar a concessionária na eletrificação de residências em áreas remotas, mas também desenvolvendo alternativas mais econômicas e, através de estudos de eficiência energética, demonstrar a capacidade e utilidade dos sistemas dentro de suas limitações. Durante o trabalho discorreu-se sobre o uso de sistemas com fornecimento em corrente contínua. Relatou-se a eficiência destes sistemas quando comparados aos sistemas em corrente alternada. Apesar de ainda não se ter uma comprovação prática em campo dos estudos teóricos apresentados, ensaios realizados no Laboratório Solar da Eletroacre confirmaram, por exemplo, a eficiência da geladeira 12 Vcc. Ressalta-se que a limitação dos sistemas é real, mas ela pode ser minimizada com sistemas de corrente contínua, uso de equipamentos e aparelhos eletrodomésticos eficientes, além de uma adequada instrução aos usuários sobre gerenciamento da energia disponível. O projeto em questão assumiu uma considerável importância, pois a ANEEL utilizará os resultados e experiências em campo deste projeto como argumentos para possíveis alterações ou adaptações na norma de atendimento por sistemas individuais de geração por fontes intermitentes, a Resolução 83, de 2 de setembro de 24. Isto eleva a responsabilidade do projeto, pois está com ele o compromisso de indicar as condições mais econômicas e mais eficientes, sob a ótica da concessionária e do rurícola. 4 REFERÊNCIAS MANUAL DO CLIENTE Energia Solar, COELBA I SEMINÁRIO FRE, Primeiro Seminário Sobre Utilização de Fontes Renováveis de Energia no Contexto de Eletrificação Rural no Norte e Nordeste do Brasil Auditório da ANEEL Brasília DF: 9 e 1 de Dezembro de 24 Caderno de Apresentações e Relatório Final

MANUAL LPT, Manual de Operacionalização do Programa Luz Para Todos versão 3. Anexo à Portaria MME Nº. 115 de 22 de maio de 26 SANTOS, Rosana R., Procedimentos para a Eletrificação Rural Fotovoltaica Domiciliar no Brasil: Uma Contribuição a Partir de Observações de Campo Dissertação de Doutorado, USP, PIPGE, São Paulo: julho, 22. ZILLES (1), Roberto, A regulamentação dos sistemas fotovoltaicos domiciliares e sua aplicação a realidade da Amazônia, 1 seminário de atendimento energético de comunidades Extrativistas SAECX 24 ZILLES (2), Roberto, Padrões técnicos para sistemas fotovoltaicos domiciliares no Brasil concepção e exemplo de aplicação, Workshop energia fotovoltaica na eletrificação rural na Conferencia Rio6, Rio de Janeiro, Novembro 26 MACHADO, Hugo, Aplicações de sistemas fotovoltaicos no Programa Luz para Todos da COELBA, Workshop energia fotovoltaica na eletrificação rural na Conferencia Rio6, Rio de Janeiro, Novembro 26 MORNINGSTAR Corp., SureSine 3 inversor senoidal puro, folheto de especificações, USA, novembro 26 PEB Programa de Etiquetagem de Sistemas e Equipamentos para Energia Fotovoltaica, ETIQUETAGEM RESP/13-FOT, INMETRO, 24/1/25 RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 83, ANEEL, 2 de setembro de 24 RESOLUÇÃO AUTORIZATIVA Nº 646, ANEEL, 1 de Agosto de 26 RESOLUÇÃO AUTORIZATIVA Nº 927, ANEEL, 1 de Maio de 27 PV-SOL 2.5, DR. VALENTIN SOFTWARE DE ENERGIA GMBH, BERLIN, ALEMANHA, 25