Jörg Garbers HOMILÉTICA FUNDAMENTOS - PEREPAROS 1 FUNDAMENTOS 1.1 PRINCIPAIS TIPOS DE SERMÕES BÍBLICOS 1 1.1.1 O SERMÃO TEMÁTICO 1.1.1.1 DEFINIÇÃO "Sermão temático é aquele cujas divisões principais derivam do tema, independentemente do texto." 2 1.1.1.2 EXEMPLO Tema: Razões para a oração não respondida Esboço exemplar: I. Pedir mal; Tg 4.3 II. Pecado no coração; Sl 66.18 III. Duvidar da palavra de Deus; Tg 1.6-7 IV. Vãs repetições; Mt 6.7 V. Desobediência à palavra; Pv 28.9 VI. Procedimento irrefletido nas relações conjugais; 1Pe 3.7 3 1 Na Homilética estou seguindo o livro: "Como preparar mensagens bíblicas"; James Braga; São Paulo, 1997 11 2 Braga, p. 17 3 Braga, p. 18
1.1.2 O SERMÃO TEXTUAL 1.1.2.1 DEFINIÇÃO "Sermão textual é aquele em que as divisões principais são derivadas de um texto constituído de uma breve porção da Bíblia. Cada uma dessas divisões é usada como uma linha de sugestão, e o texto fornece o tema do sermão." 4 1.1.2.2 EXEMPLO Tema: Esdras 7.10 Título: "Dando prioridade às coisas importantes" Assunto: O propósito do coração de Esdras. Esboço exemplar: I. Estava disposto a conhecer a palavra de Deus. a) Numa corte pagã b) De maneira completa II. Estava disposto a obedecer à palavra de Deus a) Prestar uma obediência pronta b) Prestar uma obediência completa c) prestar uma obediência contínua III. Estava disposto a ensinar a Palavra de Deus a) Com clareza b) Ao povo de Deus 5 4 Braga, p. 30 5 Braga, p. 33
1.1.3 O SERMÃO EXPOSITIVO 1.1.3.1 DEFINIÇÃO "Sermão expositivo é aquele em que uma porção mais ou menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do material deste tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéias progressivas que giram em torno de uma idéia principal." 6 Exemplo Tema: Efésios 6.10-18 Título: "A boa luta da Fé" Assunto: Aspectos relacionados com a guerra espiritual do crente. Esboço exemplar: I. A moral do crente, vv. 10-14a. a) Deve ser elevada, v. 10. b) Deve ser firme, vv. 11-14a. II. A armadura do crente, vv. 14-17. a) Deve ter caráter defensivo, vv. 14-17a. b) Deve também ter caráter ofensivo, v. 17b. III. A vida de oração do crente, v.18 a) Deve ser persistente, v. 18 b) Deve ser intercessora, v. 18b. 7 6 Braga, p. 47 7 Braga, p. 51
2 PREPAROS 2.1 PASSOS E DICAS PARA ELABORAR UMA PREGAÇÃO 1. Escolha do texto ou tema 2. Trabalho exegético 3. Preparar uma palestra a. Elaborar um esboço O título A introdução A proposição As divisões b. Elaborar a palestra A discussão As ilustrações A aplicação A conclusão 4. Escrever a palestra 5. Reler e controlar a palestra 6. Imprimir a palestra a. Formato b. Onde pregou c. Quando pregou d. Reações? 2.2 O ESBOÇO 2.2.1 A NECESSIDADE O esboço ajuda na hora da pregação O esboço ajuda memorizar a pregação O esboço evita repetições O esboço facilita o entendimento O esboço ajuda não perder o alvo O esboço facilita uma conclusão 2.2.2 UM MODELO O modelo ao lado mostra como pode ser feito um esboço. Uma pregação pode conter mais ou também menos de três divisões principais. A proposição pode servir como introdução ou como conclusão, pode ser visto também como parte separada. Exemplo de um esboço Título:... Texto:... Introdução:... Proposição:... 1. Primeira divisão principal:... Discussão... Transcrição... 2. Segunda divisão principal:... Discussão... Transcrição... 3. Terceira divisão principal:... Discussão... Transcrição... Conclusão:...
2.3 O TÍTULO DE UMA PALESTRA deve ser pertinente ao texto ou à mensagem deve ser interessante deve estar de acordo com a dignidade do púlpito deve ser breve, em geral pode vir em forma de afirmação, interrogação ou exclamação pode consistir em uma citação breve de um texto bíblico 2.4 A PROPOSIÇÃO 2.4.1 INTRODUÇÃO Gostaria lembrar do terceiro passo da elaboração de uma palestra. Os pontos que encontramos lá precisam ser vistos não necessariamente de forma cronológica. A proposição normalmente é elaborada bem no início e uma introdução é muitas vezes formulada depois que foi feita toda a palestra. 2.4.2 DEFINIÇÃO: O QUE É UMA PROPOSIÇÃO "Proposição é uma declaração simples do assunto que o pregador se propõe a apresentar, desenvolver, provar ou explicar. Em outras palavras, é uma afirmativa da principal lição espiritual ou da verdade eterna do sermão, reduzida a uma sentença declarativa." 8 A proposição deve ser feita no início, antes de fazer as divisões. Ela não necessariamente deve ser apresentada no início da palestra, mesmo se isso facilita o ouvir e entender da pregação. Ela pode ser útil também no final, na conclusão - para que o alvo, a intenção da palestra pode ser gravada mais facilmente pelo ouvinte. 2.4.3 A IMPORTÂNCIA DA PROPOSIÇÃO A proposição é o fundamento de toda a estrutura do sermão. A proposição indica claramente o rumo que o sermão deve tomar. 2.4.4 ELABORAR A PROPOSIÇÃO Um estudo exegético completo da passagem Apresentar da idéia exegética (v. resumo 4, parágrafo B, ponto 9b: O que quer dizer o texto) o Formular a idéia exegética de modo que possa ser vista a verdade eterna na nossa atualidade. o Deve ser uma sentença declarativa. o Deve ser em geral formulada no tempo presente. o Deve ser formulada com simplicidade e clareza. Para esclarecer a proposição é útil formular uma pergunta e depois uma transição que guia já para as divisões principais. 8 Braga, p. 99
2.4.5 UM EXEMPLO Título: "A vida de dependência" Proposição: A vida cristã é uma vida de constante dependência. Pergunta: Por que a vida cristã é de constante dependência? Transição: Vários são os motivos pelos quais podemos dizer que a vida cristã é de constante dependência. Divisão: I. Dependemos de Cristo para a salvação (Tt 3.5) II. Dependemos da Palavra de Deus para o crescimento espiritual (1Pe 2.2) III. Dependemos da oração para o poder espiritual (Tg 5.16) IV. Dependemos da comunhão para o estímulo mútuo (1Jo 1.3) 2.5 CRIAR DIVISÕES PARA O SERMÃO 2.5.1 DEFINIÇÃO "Divisões são as seções principais de um sermão ordenado." 9 2.5.2 O VALOR DAS DIVISÕES 2.5.2.1 PARA O PREGADOR As divisões promovem a clareza de idéias As divisões promovem a unidade de pensamento As divisões ajudam o pregador a descobrir o tratamento correto de um assunto as divisões ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão 2.5.2.2 PARA OS OUVINTES As divisões esclarecem os pontos do sermão As divisões ajudam a recordar os aspectos principais do sermão 2.5.3 PRINCÍPIOS PARA A PREPARAÇÃO DAS DIVISÕES PRINCIPAIS As divisões principais devem originar-se da proposição, e cada divisão deve desenvolver-lá. As divisões principais devem ser totalmente distintas umas das outras. As divisões principais devem ser dispostas em forma de progressão. Quando a proposição consiste numa afirmação que requer validação ou prova, as divisões principais devem esgotar ou defender apropriadamente a posição nela proposta. Cada divisão principal deve conter apenas uma idéia básica. O número de divisões principais deve ser o menor possível. Duas até cinco divisões bastarão normalmente. 9 Braga, p. 122
2.6 ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS 2.6.1 DEFINIÇÃO Ilustração é o meio pelo qual se lança luz sobre um sermão através de um exemplo. 2.6.2 VALOR E TAREFA DE ILUSTRAÇÕES Dão clareza ao sermão Tornam o sermão interessante 2.6.3 PRINCÍPIOS Usar ilustrações apropriadas Usar ilustrações claras Usar ilustrações exatas Em regra geral, usar ilustrações breves Em geral: Uma ilustração em cada divisão principal no máximo A palestra é o centro, não a ilustração 2.6.4 ABUSO DE ILUSTRAÇÕES Acumulo de ilustrações A ilustração esconde o tema