PRÉ-FILTRAÇÃO EM PEDREGULHO APLICADA AO TRATAMENTO DE ÁGUAS COM ELEVADOS TEORES DE ALGAS - INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA E DA TAXA DE FILTRAÇÃO

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Transcrição:

PRÉ-FILTRAÇÃO EM PEDREGULHO APLICADA AO TRATAMENTO DE ÁGUAS COM ELEVADOS TEORES DE ALGAS - INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA E DA TAXA DE FILTRAÇÃO Cristina Celia Silveira Brandão (1) Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. Olga Maria Trefzger de Mello FOTOGRAFIA Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos pelo NÃO Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília. Giovana Katie Wiecheteck DISPONÍVEL Mestre em Hidráulica e Saneamento pela EESC/USP. Professora Assistente da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Waldemir Alencar de Souza Júnior Aluno do Mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília. Carlos Tadeu Carvalho do Nascimento Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos. Pesquisador Associado Júnior do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília. Luiz Di Bernardo Professor Titular do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo (EESC/USP) Endereços (1) : Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Civil - Campus Universitário Darcy Ribeiro - Brasília - DF - CEP: 70910-900 - Tel: (061) 348-2304 - Fax: (061) 347-4743 - e-mail: cbrandão@guarany.unb.br RESUMO Este trabalho apresenta uma avaliação do desempenho de um sistema de Filtração em Múltiplas Etapas (FiME), em escala piloto, no tratamento da água do Lago Paranoá (Brasília, DF) que apresenta elevadas concentrações de algas, com predominância de uma cianofícea filamentosa, a Cylindrospermopsi raciborskii. Particular atenção é dada à avaliação do sistema de pré-filtração em pedregulho. A FiME é uma seqüência de tratamento que envolve pré-filtração em pedregulho e filtração lenta. A instalação piloto FiME utilizada constitui-se de uma unidade de préfiltração dinâmica, duas unidades de pré-filtração ascendente em camadas com composição granulométricas diferenciadas e duas unidades de filtração lenta. O arranjo da instalação permitiu não só avaliar o potencial dessa tecnologia de tratamento quando voltada para a remoção de algas, como também a influência da composição granulométrica e da taxa de filtração na unidade de pré-filtração ascendente. Os resultados obtidos sugerem que o sistema de FiME é bastante eficiente no tratamento de águas com elevadas concentrações de algas, produzindo, nas condições estudadas, efluentes com teores de clorofila-a abaixo de 1 µg/l e com turbidez consistentemente menores que 1 UTN. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1634

O pré-filtro ascendente dotado de camada de topo com granulometria mais fina mostrouse mais eficiente, tanto na remoção de turbidez quanto na remoção de clorofila-a, sendo que esse melhor desempenho foi mais acentuado quando se tratou da remoção de clorofila-a. Por outro lado, o aumento da taxa de filtração nos pré-filtros ascendentes resultaram na diminuição da eficiência dos mesmos, destacando-se que o impacto maior foi observado na performance do pré-filtro ascendente de granulometria mais fina e na remoção de clorofila-a. PALAVRAS-CHAVE: Pré-filtros de Pedregulho, Remoção de Algas, Filtração Múltiplas Etapas, Filtração Lenta. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS A filtração lenta é considerada, por diversos autores (e.g.: EPA, 1992, Clarke et al., 1996, Kawamura, 1991), como a tecnologia mais apropriada para o tratamento de águas de abastecimento para pequenas cidades e comunidades rurais, particularmente em países em desenvolvimento. Segundo Wegelin (1988), nenhum outro processo (unidade) de tratamento, de forma isolada, é capaz de melhorar a qualidade física, química e bacteriológica da água de forma mais eficiente que um filtro lento de areia. A tecnologia associada à filtração lenta é simples, dispensa o uso de coagulante, necessita de pouco ou nenhum maquinário, não utiliza água tratada no processo de limpeza, não requer mão de obra especializada; tem baixo consumo de energia; e é um sistema confiável, sendo particularmente eficiente na remoção de bactérias e vírus. Apesar do grande número de vantagens, a filtração lenta demanda grandes áreas para instalação e tem aplicação limitada ao tratamento de águas com baixos valores de turbidez (sólidos em suspensão) e algas. A presença significativa de turbidez e algas na água bruta afluente aos filtros lentos provoca a rápida colmatação do material filtrante e corridas de filtração excessivamente curtas. Para ampliar a aplicação da filtração lenta ao tratamento de águas brutas de qualidade inferior, faz-se necessária a adoção de sistemas de pré-tratamento ou acondicionamento da água. Cleasby (1991) aponta como opções de pré-tratamento o uso da filtração em leitos de rios, de galerias e poços de infiltração, da reservação prolongada, da sedimentação simples, de micropeneiras, e da pré-filtração em pedregulho. Nas últimas duas décadas a pré-filtração em pedregulho vem sendo estudada em países da Europa, África e América Latina, com destaque para a Colômbia e Brasil. Essa préfiltração pode ser realizada em pré-filtros dinâmicos de pedregulho, pré-filtros de pedregulho de escoamento horizontal e pré-filtros de pedregulho de escoamento vertical com fluxo ascendente ou descendente. A tecnologia de tratamento que combina a utilização de pré-filtros de pedregulho (pré-filtro dinâmico seguido de pré-filtro de escoamento horizontal ou vertical) com a filtração lenta, é denominada Filtração em Múltiplas Etapas (FiME). 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1635

Os pré-filtros de pedregulho, usados de forma individual ou combinada, têm se mostrado capazes de ampliar a aplicação da filtração lenta ao tratamento de águas brutas com valores de turbidez de cerca de 100 UTN e de coliformes fecais da ordem de10 6 UFC/100 ml, sendo também capazes de absorver picos de turbidez de até 500 UTN (Cleasby, 1991, Di Bernardo, 1993, Clarke et al. 1996, Galvis et al., 1996, Vargas et al., 1996). No que tange à remoção de algas, contudo, raros são os estudos que reportam a utilização desses pré-filtros, destacam-se os trabalhos de Di Bernardo e Rocha (1990) e Saidam e Butler (1996), que apresentam resultados bastante promissores. Nesse contexto, o presente artigo apresenta os resultados de um trabalho experimental desenvolvido em escala piloto, onde uma água bruta com elevados teores de algas foi submetida à pré-filtração dinâmica em pedregulho e à pré-filtração em pedregulho com escoamento ascendente, antes de ser conduzida aos filtros lentos. Nos experimentos realizados, particular atenção foi dada à influência da variação da taxa de filtração e da composição granulométrica na eficiência de remoção de algas pelo pré-filtro de pedregulho com escoamento ascendente. O trabalho descrito é parte integrante de um projeto de pesquisa inter-institucional apoiado pelo Programa de Pesquisa em Saneamento Básico - PROSAB, e este artigo configura-se numa atualização dos resultados obtidos, uma vez que parte dos mesmos já foi publicada pelos Autores (Brandão et al., 1998a e 1998b). MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento do trabalho utilizou-se uma instalação piloto de FiME localizada às margens do Lago Paranoá, Brasília-DF, de onde foi captada a água objeto de estudo. A qualidade da água do Lago Paranoá caracteriza-se por uma relativa baixa turbidez e níveis elevados de algas cianofíceas durante todo o ano, com predominância significativa da Cylindrospermopsis raciborskii. A instalação-piloto de FiME, cujo diagrama esquemático é apresentado na Figura 1, é composta de um pré-filtro dinâmico de pedregulho (PFD) que alimenta, paralelamente, dois pré-filtros de pedregulho de escoamento ascendente dotado de camadas sobrepostas (PFA-1 e PFA-2). Cada pré-filtro ascendente alimenta, respectivamente, um filtro lento (FL-1 e FL-2). A composição granulométrica de cada uma das unidades de tratamento é apresentada nas Tabelas 1 e 2. Uma descrição mais detalhada das unidades pode ser encontrada em Brandão et al. (1998a e 1998b). Durante cada experimento (corrida de filtração), a ETA-piloto era operada de forma contínua, e amostras de água eram coletadas na entrada e saída de cada unidade. Para cada amostra, vários parâmetros de qualidade de água eram analisados, destacando-se: ph; Turbidez; Temperatura; Algas (Clorofila-a, e biomassa algal); Coliformes Totais e Fecais. As freqüências de análise variavam de diária a semanal, de acordo com o parâmetro. A perda de carga nos pré-filtros ascendentes e nos filtros lentos era monitorada diariamente. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1636

Figura 1: Diagrama da instalação piloto de Filtração em Múltiplas Etapas. Caixa de Distribuição PFD PFA-1 Quadro Piezométrico PFA-2 FL-1 Quadro Piezométrico FL-2 LEGENDA: Pontos de amostragem Seqüência do tratamento Água extravasada ou descarga de fundo ÁGUA BRUTA Sistema de drenagem do PFD Sistema de coleta de descartes Tabela 1: Composição granulométrica das unidades de pré-filtração (*). Espessura (m) PFD PFA-1 PFA-2 Faixa granulométrica Espessura Faixa granulo- Espessura Faixa granulo- (mm) (m) métrica (mm) (m) métrica (mm) Superior 0,20 6,4-12,7 0,30 1,4-3,2 Intermed. superior 0,40 3,2-6,4 0,30 3,2-6,4 Intermediária 0,20 12,7-19,0 0,40 7,9-12,7 0,30 9,6-15,9 Intermed. inferior 0,40 15,9-25,4 0,30 19,0-25,4 Inferior 0,40 19,0-25,4 0,30 31,4-50,0 0,30 31,4-50,0 (*) Na quarta carreira de filtração tanto o PFA-1 como o PFA-2 eram dotados de 5 sub-camadas Tabela 2: Composição granulométrica dos filtros lentos. Espessura da camada (m) 0,70 Tamanho do menor grão (mm) 0,08 Meio filtrante Tamanho do maior grão (mm) 1,00 Tamanho efetivo (mm) 0,34 Coeficiente de desuniformidade 2,0 Camada suporte Espessura (m) 0,45 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1637

RESULTADOS Os resultados apresentados neste trabalho dizem respeito a quatro carreiras de filtração realizadas no período de agosto de 1997 a julho de 1998, utilizando a instalação piloto de FiME descrita acima. Dois tipos de experimento foram conduzidos:(i) carreiras nas quais os pré-filtros de escoamento ascendente eram submetidos à mesma taxa de filtração, porém apresentavam diferentes composições granulométricas (PFA-1 4 sub-camadas, PFA-2 5 sub-camadas); e, (ii) carreiras em que os pré-filtros de escoamento ascendente apresentavam mesma composição granulométrica (5 sub-camadas) e eram submetidos a diferentes vazões. Excetuando-se a primeira carreira de filtração, as taxas de filtração no PFD e nos filtros lentos foram mantidas constantes nos experimentos realizados. A Tabela 3, apresenta um quadro-resumo dos experimentos. Tabela 3: Resumo das condições operacionais testadas. 1 a Carreira 2 a Carreira 3 a Carreira 4 a Carreira Unidade TF NC TF NC TF NC TF NC Pré-filtro dinâmico 36 3 36 3 36 3 36 3 Pré-filtro ascendente 1 18 4 12 4 18 4 18 5 Pré-filtro ascendente 2 18 5 12 5 18 5 12 5 Filtros lentos 1 e 2 6 1 3 1 3 1 3 1 Legenda: TF Taxa de filtração (m 3 /m 2.dia) NC Número de sub-camadas filtrantes A duração de cada experimento foi de 20, 57, 55 e 65 dias, respectivamente, da primeira à quarta carreira de filtração. As limpezas das unidades foram realizadas apenas entre as corridas. Durante o período de realização dos experimentos a água bruta apresentou-se com valores de turbidez variando de 3,6 a 19,7 UTN, enquanto que o teor de clorofila-a variou de 3,5 a 61,4 µg/l, com valor médio em torno de 35 µg/l. Os valores de turbidez podem ser considerados baixos, enquanto que o teor de clorofila-a é característico de águas de lagos considerados eutróficos. As Figuras 2 e 3 apresentam resultados típicos obtidos para, respectivamente, os parâmetros turbidez e concentração de algas (expressa como µg de clorofila-a/litro) nas carreiras de filtração onde os pré-filtros ascendentes apresentavam composição granulométrica diferentes e foram operados com a mesma taxa de filtração. Similarmente, as Figuras 4 e 5 apresentam os resultados da carreira na qual a composição granulométrica dos pré-filtros ascendentes era semelhante e as taxas de filtração aplicadas eram diferentes. A Tabela 4, por sua vez, resume a eficiência obtida em cada uma das unidades de pré-filtração no que tange aos parâmetros citados acima. Tabela 4: Eficiência de remoção média das unidades de pré-filtração. Unidade de pré-filtração PFD PFA-1 PFA-2 1 a Remoção de Turbidez (%) 33 31 45 Carreira Remoção de Clorofila-a (%) 25 21 44 2 a Remoção de Turbidez (%) 49 51 65 Carreira Remoção de Clorofila-a (%) 41 41 64 3 a Remoção de Turbidez (%) 61 39 50 Carreira Remoção de. Clorofila-a (%) 52 15 31 4 a Remoção de Turbidez (%) 48 36 49 Carreira Remoção de Clorofila-a (%) 46 29 51 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1638

Figura 2: Variação da turbidez nas unidades da FiME ao longo da 2 a carreira de filtração (PFA-1: 4 sub-camadas, PFA-2: 5 sub-camadas, TF nos PFAs = 12 m/d). 20 18 AB PFD PFA-1 PFA-2 FL-1 FL-2 16 Turbidez (UTN) 14 12 10 8 6 4 2 0 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 Tempo (dia) Figura 3: Variação do teor de algas nas unidades da FiME ao longo da 2 a carreira de filtração (PFA1: 4 sub-camadas, PFA2: 5 sub-camadas, TF nos PFAs = 12 m/d). 60 AB PFD PFA-1 PFA-2 FL-1 FL-2 Clorofila-a (ug/l) 50 40 30 20 10 0 2 4 7 9 11 14 16 18 22 25 29 31 35 37 39 42 44 46 53 56 Tempo (dia) 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1639

Figura 4: Variação da turbidez nas unidades da FiME ao longo da 4 a carreira de filtração (PFA-1 e PFA-2: 5 sub-camadas ; TF: PFA1 = 18 m/d, PFA2 = 12 m/d). 14 12 AB PFD PFA1 PFA2 FL1 FL2 Turbidez (UTN) 10 8 6 4 2 0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 Tempo (dia) Figura 5: Variação do teor de algas nas unidades da FiME ao longo da 4 a carreira de filtração (PFA-1 e PFA-2: 5 sub-camadas ; TF: PFA1 = 18 m/d, PFA2 = 12 m/d). 60 AB PFD PFA1 PFA2 FL1 FL2 Clorofila-a (ug/l) 50 40 30 20 10 0 1 11 17 24 31 38 Tempo (dia) 45 52 59 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1640

Os resultados obtidos nas três primeiras carreiras de filtração mostraram que o pré-filtro ascendente com cinco sub-camadas (PFA-2) foi sistematicamente mais eficiente do que o pré-filtro com quatro sub-camadas (PFA-1), tanto na remoção de turbidez e como de clorofila-a. A aplicação de testes estatísticos (análise de variância e teste de Tukey) confirmaram que a diferença de performance entre os pré-filtros ascendentes é significativa, ao nível de significância de 5%. É importante observar que, embora diferentes com relação ao número de sub-camadas, a profundidade total do meio filtrante nos dois PFAs era a mesma, sendo que o PFA-2 caracteriza-se por camadas de espessura mais estreita e adoção de uma camada de topo composta de areia grossa. Acredita-se que essa sub-camada é responsável pela melhor performance do PFA-2, particularmente no que tange à remoção de algas. Também, a partir dos resultados obtidos nas três primeiras carreiras, observou-se que o aumento da taxa de filtração de 12 m 3 /m 2.dia para 18 m 3 /m 2.dia teve influência negativa sobre a eficiência de remoção dos pré-filtros com escoamento ascendente. O impacto da variação foi mais evidente na remoção de algas (clorofila-a) do que na remoção de turbidez, sendo que o PFA-2 sofreu maior influência que o PFA-1. Porém, o fato de que durante a terceira carreira o PFD obteve melhor desempenho produzindo efluente de melhor qualidade, também pode ter contribuído para esse comportamento pois, de uma forma geral, a literatura mostra que o desempenho dos pré-filtros ascendentes cai com a melhora da qualidade da água afluente a essas unidades. Assim, para avaliar, de forma mais sistemática, o efeito da taxa de filtração sobre a eficiência dos PFAs foi realizada a quarta carreira de filtração. Para levar a cabo esse experimento fez-se necessária a modificação da composição granulométrica do PFA-1, tornando-o similar ao PFA-2, ou seja, ambos com 5 sub-camadas de espessura e granulometria similares. Os pré-filtros ascendentes eram operados com uma taxa diferenciada (12 e 18 m 3 /m 2.dia), porém recebendo afluentes de mesma qualidade. Os resultados obtidos mostraram-se coerentes com o observado anteriormente, confirmando que o aumento da taxa de filtração reverte em um impacto negativo significativo sobre a capacidade de remoção de algas e turbidez. Resultados apresentados por Di Bernardo e Rocha (1990), por sua vez, sugerem que o aumento da taxa de filtração em pré-filtros ascendentes, até 36 m 3 /m 2.dia, não acarretam prejuízo no desempenho dessas unidades. É importante destacar que esses autores trabalharam com uma situação bastante diferenciada da do presente trabalho, pois, além de algas, a água afluente aos pré-filtros continha considerável teor de turbidez (15 a 100 UT). Outro aspecto de grande relevância é o fato de se tratar de espécies de algas bastante diversas. O desenvolvimento da perda de carga nos pré-filtros ascendentes, como era de se esperar, foi afetada de forma marcante pela taxa de filtração adotada (Figura 6), sendo mais elevada no pré-filtro operado com maior taxa. A redução da perda de carga após o 50 o dia pode estar associada a um balanço negativo da biomassa algal dentro do pré-filtro ascendente, ou seja, a massa de algas que está sendo retida no meio filtrante é menor (devido a melhoria da qualidade da água afluente aos mesmos - ver figura 5) que a biomassa de algas previamente retida e que sofreu decomposição ou lise. Tal comportamento não é observado quando os pré-filtros são usados para o condicionamento de águas de elevada concentração de sólidos suspensos de origem mineral. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1641

Figura 6: Evolução da perda de carga nos PFAs durante a 4 a carreira de filtração. 18 16 Perda de carga (cm) 14 12 10 8 6 4 2 0 1 8 18 21 29 36 37 40 42 43 44 45 46 47 50 52 53 54 55 56 57 64 Tempo (dia) PFA 1 PFA 2 Outras observações de interesse podem ser ressaltadas: A unidade de pré-filtração dinâmica apresentou uma maior capacidade de absorver as variações de turbidez da água bruta do que as variações nos teores de clorofila-a; A variação dos teores de algas na água bruta não influenciou de forma significativa a performance das unidades do sistema de pré-tratamento; Observou-se nessas unidades uma tendência de que valores mais elevados de algas levam a maiores eficiências de remoção; A performance dos pré-filtros de pedregulho, dinâmico e ascendentes, tendem a melhorar, passados os primeiros dias de funcionamento, sugerindo a existência de um período de amadurecimento do sistema de pré-tratamento; A remoção de coliformes totais e fecais observada no sistema de pré-filtração, quando operado nas suas condições mais apropriadas, foi da ordem de 80% e 90%, respectivamente; Os dois filtros lentos produziram água com qualidade bastante similar, independentemente da performance do sistema de pré-tratamento; Entretanto, o desenvolvimento da perda de carga foi maior quando o filtro recebia água de qualidade inferior, com conseqüências negativas sobre a duração das carreiras de filtração. Cerca de 90% das amostras da água coletadas na saída dos filtros lentos na segunda, terceira e quarta carreiras de filtração apresentaram valores de turbidez inferiores a 1 UTN. CONSIDERAÇÕES FINAIS Da análise dos dados obtidos, parcialmente apresentados neste trabalho, observa-se que, em qualquer das situações, a concentração de algas é significativamente reduzida no sistema de pré-tratamento, de 50 a 80%, demonstrando o potencial de utilização da préfiltração dinâmica e da pré-filtração ascendente tanto para a remoção de turbidez como para a remoção de algas. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1642

A eficiência de remoção pelas unidades de pré-filtração ascendente pode ser melhorada a partir da adoção de taxas de filtração mais baixas e utilização de uma camada de areia grossa no topo do meio filtrante. O presente trabalho constitui-se em um estudo pioneiro sobre a utilização da tecnologia de tratamento conhecida como Filtração em Múltiplas Etapas- FiME no tratamento de águas com elevada concentração de algas. Desta forma as observações e conclusões apresentadas tem um caráter preliminar, e novos estudos devem ser realizado visando a validação e possível generalização da mesmas. Particular atenção deve ser dada à realização de estudos com diferentes espécies de algas, uma vez que as caraterísticas desses organismos influenciam os processos de tratamento, tanto físicos como biológicos. AGRADECIMENTOS O desenvolvimento deste trabalho não seria possível se não fosse o apoio do Programa de Pesquisa em Saneamento Básico-PROSAB e das agências de fomento que dão suporte ao Programa (FINEP, CNPq, CAPES, RHAE/MCT e CEF). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CLARKE, B.A., LLOYD, B.J, JONES, C.J. e EVANS, H.L. Water treatment by multistage filtration utilising gravel prefilters and fabric enhanced slow sand filters. In: GRAHAM, N. E COLLINS, R. (eds.), Advances in Slow Sand and Alternative Biological Filtration. John Wiley & Sons Ltd, Inglaterra., p. 314-326, 1996 2. CLEASBY, J.L. Source water quality and pretreatment options for slow sand filters. In: LOGSDON, G.S.(ed.), Slow Sand Filtration, ASCE, New York, 227p., 1991. 3. BRANDÃO, C.C.S., WIECHETECK, G.K., MELLO, O.M.T., DI BERNARDO, L, GALVIS C.,G e VERAS, L.R.V. Remoção de algas por filtração em múltiplas etapas. Anais do VIII Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Paraíba, Brasil, 1998a. 4. BRANDÃO, C.C.S., WIECHETECK, G.K., MELLO, O.M.T., DI BERNARDO, L, GALVIS C.,G e VERAS, L.R.V. O uso da filtração em múltiplas etapas no tratamento de águas com elevado teor de algas. Anais Eletrônicos do 26 o Congresso da AIDIS, Lima, Peru, 1998b. 5. DI BERNARDO, L. Métodos e Técnicas de Tratamento de Água, ABES, Rio de Janeiro, Vol. II, 1993 6. DI BERNARDO, L. e ROCHA, O. Remoção de algas em pré-filtro de fluxo ascendente com meio granular de pedregulho e areia grossa. Anais do IV Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte, Brasil, 1990 7. EPA. Small Community Water and Wastewater Treatment. Summary Report, EUA, 1992. 8. GALVIS, G., LATORRE, J., OCHOA, A.E. e VISSHER, J.T. Comparison of horizontal and upflow roughing filtration. In: GRAHAM, N. E COLLINS, R. (eds.), Advances in Slow Sand and Alternative Biological Filtration. John Wiley & Sons Ltd, Inglaterra., p. 342-348, 1996. 9. KAWAMURA, S. Integrated Design of Water Treatment Facilities. John Wiley, EUA, 1991. 10. SAIDAM, M.Y. e BUTLER D. Algae removal by horizontal flowrock filters. In: GRAHAM, N. E COLLINS, R. (eds.), Advances in Slow Sand and Alternative Biological Filtration. John Wiley & Sons Ltd, Inglaterra., p. 327-339, 1996. 11. VARGAS, F. V., GALVIS, C. A., MERCEDES, H. G. M. e LATORRE M. Filtracion en múltiples etapas: selección de tecnología considerando riesgo sanitario, eficiencia y costos. In CONFERENCIA INTERNACIONAL MEJORAMENTO DE LA CALIDAD DEL AGUA, Santiago de Cali, Colômbia, 1996. 12. WEGELIN, W. Roughing gravel filters for suspended solids. In: GRAHAM, N.J.D. (ed.), Slow Sand Filtration: Recent Developmants in Water Treatment Technology, Ellis Horwood Ltd., Inglaterra, 416p, 1988. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1643