PEREIRA E SILVA PARECER JURÍDICO Nº 20/2016. Belém/PA, 24 de março de 2016.

Documentos relacionados
PEREIRA E SILVA. A d v o g a d o s A s s o c i a d o s

PEREIRA E SILVA PARECER JURÍDICO Nº 32/2016. Belém/PA, 08 de julho de 2016.

Cessão de Servidores

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO MATEUS ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO PREFEITO

DECISÃO/OFÍCIO Nº /2013

NOTA DE AUDITORIA. Destino(s): - Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas - PROAP C/C: - Prefeitura Universitária - PU - Reitoria

PORTARIA Nº 72, DE 12 DE MAIO DE 2017

Projeto de Decreto Legislativo Regional

Superior Tribunal de Justiça

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO CORPO DE BOMBEIROS

ORDEM DE SERVIÇO OS- 001/SR-1/ /00/12 01/

ASSUNTO: Atualiza a Ordem de Serviço nº 001/SR-1/2012 que dispõe sobre a regulamentação dos trabalhos de campo

DIREITO ADMINISTRATIVO

Kimonos Torah Programa de fidelidade

ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE - MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO. No direito brasileiro, a autorização administrativa tem várias acepções:

DECRETO MUNICIPAL Nº 35, de 31 de janeiro de 2019.

Concessão, Permissão e Autorização de Serviço Público. Diana Pinto e Pinheiro da Silva

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

S.R. DA EDUCAÇÃO E CULTURA Portaria n.º 71/2016 de 4 de Julho de 2016

Acordo de Confidencialidade

CONSELHO CURADOR DA FUNDAHC RESOLUÇÃO Nº 002 / 2012

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI 8.666/93. Prof. Luís Gustavo. Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 28, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2017

Lei de 18/11/2011 Lei de acesso a informação pública

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO ESTUDANTE EM EVENTOS DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO (PIPDE)

ESCOLA TÉCNICA REDENTORISTA ETER PORTARIA/ETER Nº 001 DE 02 DE SETEMBRO DE 2013

CADERNO DE ENCARGOS PARA EXPLORAÇÃO DE CAFETARIA-PASTELARIA DA FACULDADE DE DIREITO DE LISBOA

Regulamento de Apoio a Iniciativas Regulares ou Pontuais, de Natureza Educativa, Desportiva, Recreativa, Cultural, Social e Outras

Reitoria RESOLUÇÃO UNESP Nº 02 DE 03 DE JANEIRO DE 2018

PARECER JURÍDICO Nº 003/2012 SSCP/GSJ

DECRETO N.º 210/IX REGULA A UTILIZAÇÃO DE CÂMARAS DE VÍDEO PELAS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA EM LOCAIS PÚBLICOS DE UTILIZAÇÃO COMUM

Altera o Decreto nº , de 10 de dezembro de 1981, para dispor sobre a situação jurídica do estrangeiro na República Federativa do Brasil.

MUNICÍPIO DE CAICÓ / RN CNPJ Nº: / AV. CEL. MARTINIANO, CENTRO. LEI Nº 5.000, DE 13 DE SETEMBRO DE 2017.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CONSELHO UNIVERSITÁRIO CÂMARA DE GESTÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA

MANUAL DE PESSOAL A conclusão do processo será comunicada pelo DAREC ao chefe do órgão de lotação do empregado.

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

PLANO DE OCUPAÇÃO DA INFRAESTRUTURA

INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 40/05 - DATJ

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Parágrafo único Somente em caráter excepcional o Reitor poderá conceder afastamentos

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

POLÍTICA ADESÃO DE SEGURO EDUCACIONAL

Aula 36. Despesas. O CPC/73 previa em seu art. 19 que:

DISPENSA DE LICITAÇÃO

Diagnóstico de problemas no acesso a dados

PUBLICADO NO DOU Nº 125 SEÇÃO 1, DE 29/06/2012 MINISTÉRIO DA SAÚDE GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 1.338, DE 28 DE JUNHO DE 2012

PODER EXECUTIVO PREFEITURA MUNICIPAL DE JACAREACANGA Assessoria e Consultoria Jurídica - ACJUR Construindo Uma Nova História

ANEXO VIII TERMO DE DOAÇÃO DE BEM MÓVEL 1

Município de Santa Rosa

ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO INDENIZAÇÃO DE AJUDA DE CUSTO

Porto Alegre, 16 de julho de Orientação Técnica IGAM nº /2018

RESOLUÇÃO Nº 03/2015

MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM NITERÓI-RJ DESPACHO /2011

RESOLUÇÃO DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO (CONSUNI) N. 18/2009

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS SECRETARIA DOS CONSELHOS SUPERIORES CONSELHO COORDENADOR DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO

PORTARIA ANP Nº 202, DE DOU REPUBLICADA DOU

A CeasaMinas iniciou suas operações em 28 de fevereiro de 1974;

PORTARIA Nº 01, DE 1º DE JUNHO DE 2015

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. Previsão se encontra no art. 20 e no art. 26 todos da CF. Art. 20. São bens da União:

REGULAMENTO COMBO HD 15 MEGA POR R$ 29,80 POR 06 MESES NA CONTRATAÇÃO DE PACOTE HD

Estado do Pará Governo do Município de Canaã dos Carajás Procuradoria Geral do Município PARECER JURÍDICO

Afastamento para servir a outro órgão ou entidade (cessão)

PROGRAMA DE APOIO À PUBLICAÇÃO QUALIFICADA - PAPQ

PORTARIA DG Nº 323 /2012

NORMA DE AFASTAMENTO DE DOCENTES PARA PRESTAR COLABORAÇÃO TÉCNICA EM OUTRA INSTITUIÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ -

AFASTAMENTO PARA CAPACITAÇÃO DOCENTE

ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE IGARAPÉ-AÇU Assessoria Jurídica

ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE IGARAPÉ-AÇU Assessoria Jurídica PARECER JURÍDICO

Senhora Procuradora Chefe, RELATÓRIO

PROGRAMA DE APOIO À PUBLICAÇÃO QUALIFICADA - PAPQ

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 04 DE 26 DE ABRIL DE A Câmara Municipal de Guaíra resolve:

RESOLUÇÃO N o 007/ CAD

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

LEI COMPLEMENTAR Nº 915, DE 11 DE OUTUBRO DE 2016 ASA SUL (REGULAMENTAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR 766 DE 19 DE JUNHO DE 2008).

CONSELHO DELIBERATIVO DA FUNAPE RESOLUÇÃO Nº 04, DE 13 DE JUNHO DE 2002.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA - CRMV-SC

O presente informativo dispõe sobre a norma interna a ser observada na concessão de diárias e passagens.

Investigador Polícia Civil do Espírito Santo Direito Administrativo Questões 38, 40 e 43

Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio 1 (DR, 2.ª série n.º 148, de 28 de Junho de 2001)

DECRETO Nº. 005 DE 31 DE JANEIRO DE 2019

Art. 1º A prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional será efetuada mediante apresentação de:

AFASTAMENTO DE DOCENTES PARA QUALIFICAÇÃO ACADÊMICA

RESOLUÇÃO 163/2000 R E S O L V E:

ESTADO DO PARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE MARABÁ CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE MARABÁ CONGEM

RESOLUÇÃO Nº 26/2011

ATUALIZADA EM 12/12/2013

PROGRAMA DO PROCEDIMENTO

RESOLUÇÃO Nº 05/2016

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 82, DE 13 DE SETEMBRO DE 2004

PROFESSOR DOUTOR VANDER FERREIRA DE ANDRADE

INSTRUÇÃO NORMATIVA STJ/GP N. 13 DE 28 DE AGOSTO DE 2015.

ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº 01/2012-AUDIN Assunto: Formalização legal dos processos de dispensa de licitação

RESOLUÇÃO Nº XX, DE XX DE ABRIL DE 2018.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CABO VERDE CEP.: ESTADO DE MINAS GERAIS

PROCESSO LICITATÓRIO Nº - 001/2017 PREGÃO PRESENCIAL OBJETO - AQUISIÇÃO DE PRODUTOS ASFÁLTICOS PARA PAVIMENTAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE VIAS URBANAS.

Parecer Jurídico nº 36/2015 Interessado: CAU/DF. Assunto: Solicitação de licença sem remuneração

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

Transcrição:

PARECER JURÍDICO Nº 20/2016 PEREIRA E SILVA Belém/PA, 24 de março de 2016. Interessado: Conselho Regional de Nutricionistas da 7 a Região - CRN7 Advogado(a): Flávia de Aguiar Corrêa Assunto: Cessão de uso da antiga sede do CRN7. I. DO RELATÓRIO O Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 7 a Região, submete a este(a) assessor(a) jurídico(a) consulta via correio eletrônico datada de 22/03/2016, acerca de pedido realizado pelo Sindicato dos Nutricionistas do Estado do Pará - SINDNUT e Associação de Nutrição do Estado do Pará - ANEPA, para disponibilização gratuita de espaço físico da atual sede do CRN7 após a efetiva mudança do conselho para seu novo endereço. É o relatório. II. II. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA Nossa legislação, doutrina e jurisprudência enunciam que os titulares da dominialidade de bens públicos, podem dispor acerca de sua utilização conforme regras postas pelo Direito Administrativo, prevendo a possibilidade de cessão desses bens

como forma de colaboração, submetida a requisitos próprios. Nesse sentindo, assim dispõe o art. 10, inciso IX da Lei nº 6.583/78 e o art. 13, inciso IX do Decreto nº 84.444/80, o qual regulamenta a Lei nº 6.583/78, que cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, respectivamente: Art. 10. Art. 10 - Compete aos Conselhos Regionais: (...) IX - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis; Art. 13. Compete aos Conselhos Regionais: (...) IX - autorizar o Presidente a onerar ou alienar bens imóveis de propriedade do Conselho; Conforme é cediço, os bens públicos podem se destinar ao uso comum do povo ou ao uso especial. Assim, o Estado poderá conceder título de uso do bem público a particulares ou a outras pessoas jurídicas de direito público e demais entes da Administração, utilizando-se, para tanto, dos instrumentos atribuídos pela legislação, como por exemplo: a autorização de uso, permissão de uso, concessão de uso, concessão de direito real de uso, além da cessão de uso, e, ainda, dos institutos de direito privado, como o comodato, a locação e a enfiteuse.

Segundo narra a solicitação encaminhada, o Sindicato dos Nutricionistas do Estado do Pará - SINDNUT e Associação de Nutrição do Estado do Pará - ANEPA requerem a esse Conselho a disponibilização de algumas salas da atual sede do CRN7, para exercício de suas atividades. se não vejamos. No presente caso, entende-se aplicável o instituto da permissão de uso, A permissão de uso é o ato negocial (com ou sem condições, gratuito ou oneroso, por tempo certo ou determinado), unilateral, discricionário e precário por meio do qual a Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem público. Esta permissão é sempre modificável e revogável unilateralmente pela Administração, quando o interesse público o exigir, sendo que a regra permite a revogabilidade sem ônus para a Administração. Um dos requisitos para o uso de tal medida, é que sua utilização seja também de interesse da coletividade, a qual vai usufruir de vantagens da permissão concedida, o qual se assemelha a um serviço de utilidade pública. Têm-se assim, a possibilidade do particular se utilizar de um bem público mesmo de forma gratuita, porém, passando a constar no seu termo a previsão de ressarcimento das despesas referentes à utilização da parte correspondente do bem pelo permissionário, via indenização, que já tem a própria utilização do bem permitida

gratuitamente, devendo ser ressarcidas despesas como tributos, taxas, serviços de vigilância, limpeza, etc., relativamente à parte do bem de que lhe são beneficiados pelo uso. III. DA CONCLUSÃO Ante o exposto, restrita a análise ao aspecto jurídico-formal e as informações e documentos disponibilizados até a presente data, esta assessora jurídica, manifesta-se no seguinte sentido: 1) No caso em análise, qual seja, utilização de salas da atual sede do CRN7 para o Sindicato dos Nutricionistas do Estado do Pará - SINDNUT e Associação de Nutrição do Estado do Pará - ANEPA, têm-se o instituto da permissão de uso, como recurso mais adequada à solicitação colocada sob análise. 2) Para tanto, sugere-se a esse conselho a formalização da permissão através do ato administrativo de termo de permissão de uso, o qual tem como requisitos: a) Impossibilidade de cessão gratuita, devendo ser instruído o processo com cópia de pesquisa de preços sobre o real valor locativo do imóvel, devendose, na medida do possível, transferir os custos de energia, água e esgoto, telefone e demais serviços públicos à pessoa cessionária, ou inseri-los no valor da mensalidade.

b) Formalização de um documento de justificativa, assinado pela autoridade administrativa máxima do CRN7, em que se ateste o interesse público envolvido na permissão de uso do bem imóvel. c) Deverá consta no termo ainda, a vigência do contrato e sua eventual prorrogação, desde que permaneçam os interesses públicos lastreadores da cessão do uso. Vale destacar que o presente Parecer Jurídico foi elaborado sob o ângulo estritamente jurídico, não analisando critério de conveniência e oportunidade administrativa, bem como elementos de caráter financeiro, tendo em vista que a análise de tais elementos não são de competência deste assessor (a) jurídico (a). Este é o parecer, que submeto a apreciação do Conselho Regional de Nutrição da 7º Região e demais órgãos de interesse, salvo melhor juízo. Assessora Jurídica do CRN7