SISTEMA CEMIG DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA DE RESERVATÓRIOS. Manual de Procedimentos de Coleta e Metodologias de Análise de Água



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Transcrição:

SISTEMA CEMIG DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA DE RESERVATÓRIOS Manual de Procedimentos de Coleta e Metodologias de Análise de Água Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil 2009

Copyright: ISBN: 978-85-87929-41-9 Companhia Energética de Minas Gerais Cemig Presidência Djalma Bastos de Morais Diretoria de Geração e Transmissão Luiz Henriue de Castro Carvalho Superintendência Gestão Ambiental da Geração e Transmissão Enio Marcus Brandão Fonseca Gerência de Estudos e Manejo da Ictiofauna e Programas Especiais Newton José Schmidt Prado Autores Maria Edith Rolla Bióloga - Cemig Sônia Maria Ramos Técnica em Química Cemig Marcela David de Carvalho - Bióloga Cemig Helen Regina Mota Bióloga - Consultora Andréa Cássia Pinto Pires de Almeida - Bióloga Cemig Revisão Ludmylla Soares Colaboradores Fernando Antônio Jardim Biólogo Maria Beatriz Gomes Bióloga Diagramação Moniue Soares Pereira Ilustração Andréa Cassia Pinto Pires Almeida Fotos Hélen Regina Mota Maria Edith Rolla Sônia Maria Ramos Rubens Florentino Mota Normalização Maria Izabel Moreira Couto Bibliotecária - Cemig COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS. Sistema Cemig de monitoramento e Controle de ualidade da água de reservatório siságua- manual de procedimentos de coleta e Metodologia de análise de água. Belo Horizonte: Cemig, 2009 85p. ilust. 1.Água 2.Reservatória I. Titulo II. Companhia Energética de Minas Gerais III. Rolla, Maria Edith IV. Ramos,Sônia Maria V. Carvalho, Marcela David de VI..Mota, Helen Regina VII. Almeida, Andréa Cássia Pinto Pires CDU- 556 627.8.3

Sumário APRESENTAÇÃO... 4 1. A Coleta...7 1.1 Classificação das amostras...8 1.2 Ações para preparação e execução do trabalho de campo...10 1.3 Medidas de segurança para a utilização de embarcações...12 1.4 Procedimentos a serem observados...12 2. Parâmetros indispensáveis para uma coleta de rotina...27 2.1 Águas superficiais ambiente lótico (rios, riachos e nascentes)... 27 2.2 Águas de reservatório e lagos (perfis), ambiente lêntico... 28 2.3 Água Potável... 29 2.4 Tanues e viveiros de piscicultura... 30 2.5 Efluentes...31 3. Condicionamento e Transporte de Amostras (Lee A. Barclay)...33 4. Métodos de Análise...39 5. Normas de segurança das embarcações e limpeza...41 6. Referências Bibliográficas... 44 7. Anexos...46 7.1 Anexo Legislação Ambiental e Normas da Cemig...47 7.1.1 Legislação Federal... 48 7.1.2 Legislação Estadual... 48 7.1.3 Normas da Cemig... 49 7.2 Normas de coleta da U.S. Fish and Wildlife Service National Fisheries Research......50 7.3 Bibliografia de identificação taxonômica... 60 7.4 Sugestão de Fichas de Coleta... 77

APRESENTAÇÃO A criação de reservatórios a partir do barramento de cursos hídricos proporciona grandes modificações na dinâmica desses ambientes auáticos, afetando profundamente o euilíbrio físico, uímico e biológico. Os fatores determinantes da evolução da ualidade do novo sistema, tanto em termos ecológicos, como do ponto de vista sanitário, atuam de modo distinto da condição natural sem barramento. A Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig - possui 52 reservatórios em três estados brasileiros: Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina, com monitoramento da ualidade da água. O acompanhamento fazse necessário em função do aumento do índice populacional e do crescente uso da água na agropecuária e na indústria. Embora seja benéfico para o homem, o desenvolvimento pode comprometer os ecossistemas auáticos, tornando a água imprópria para abastecimento, dessedentação de animais, recreação, pesca, bem como para o uso industrial. Portanto, o acompanhamento da ualidade da água torna-se essencial para se ter uma real dimensão do comprometimento. O Sistema Cemig de Monitoramento e Controle de Qualidade da Água de Reservatórios - SISÁGUA - possibilita uma avaliação espacial e temporal, de forma adeuada e uniforme, para ue os dados obtidos possam ser utilizados pela própria empresa, em todas as unidades e também pelos parceiros. O monitoramento é a medição ou verificação de parâmetros de ualidade e uantidade de água. O acompanhamento - contínuo ou periódico - da condição e controle da ualidade do corpo de água é realizado de acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente Resolução CONAMA no 357 de 2005 e conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000, ue estabelece níveis para a balneabilidade, de forma a assegurar as condições necessárias à recreação de contato primário, tais como natação, esui auático e mergulho. Em nível estadual, deve-se observar ainda a Deliberação Normativa conjunta COPAM-CERH-MG no 1/2008. Este manual leva em conta, também, a Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais COPAM - no 89, de 15/09/2005, ue define as normas a serem seguidas pelos laboratórios responsáveis por medições vinculadas aos procedimentos exigidos pelos órgãos ambientais do Estado. É objetivo deste manual a padronização dos métodos a serem utilizados nas campanhas de campo e laboratórios, realizadas pela Cemig e por parceiros. Ressaltamos a importância do cuidado especial com as coletas, pois se executadas 4

de maneira inadeuada podem comprometer os resultados, tornando-os duvidosos e/ou gerando falsas interpretações e projeções.o material busca minimizar as diferenças existentes entre os coletores, visando a comparação e avaliação dos dados e a elaboração de estratégias de manejo dos reservatórios. Chamamos atenção para a segurança, tanto nos laboratórios uanto no campo, prevendo medidas capazes de eliminar ou mitigar os riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, preservando a saúde e a integridade física dos profissionais. Além do monitoramento nos reservatórios, a Cemig Geração e Transmissão realiza, em todas as usinas, o controle de efluentes orgânicos e inorgânicos, com base nas legislações do Conselho Nacional do Meio Ambiente Resolução CONAMA no 357 de 2005 e a Deliberação Normativa conjunta COPAM-CERH-MG no 1/2008, e também da água potável, utilizada pelos empregados, conforme a legislação do Ministério da Saúde na Portaria no 518, de 2005 e as instruções de coleta da Organização Mundial de Saúde OMS. Constam deste manual instruções para coleta e análise em tanues de piscicultura de acordo com a legislação e Boid, 1979, citada no item 2.4. Estão descritas nesta publicação técnicas simples para amostragem de materiais biológicos, físicos e uímicos em águas doces. Aui estão transcritos, também, os procedimentos anteriores e posteriores à coleta. De fato, o manual é um roteiro para uem trabalha no campo, a fim de evitar erros e descuidos, ue causam, muitas vezes, desperdícios e desgastes desnecessários aos técnicos envolvidos na coleta. O Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas sugere dez premissas básicas para o sucesso da prática de monitoramento: 1. Os objetivos devem ser bem definidos e o programa adaptado a eles e não vice- versa, como já ocorreu no passado. O suporte financeiro deve ser adeuadamente dimensionado; 2. O tipo e a natureza do corpo d água devem ser avaliados, por meio de estudos preliminares, principalmente as variáveis espaciais e temporais; 3. Os meios apropriados (água, material particulado, biota) devem ser devidamente selecionados; 4. As variáveis, os tipos de amostras, a freuência de amostragem e a localização de estações de coleta devem ser definidos, cuidadosamente, de acordo com os objetivos; 5. O campo, os euipamentos e o laboratório devem ser selecionados com base nos objetivos e não vice-versa; 6. Um tratamento de dados completo e operacional deve ser estabelecido; 7. O monitoramento da ualidade do ambiente auático deve ser integrado ao 5

monitoramento hidrológico; 8. A ualidade analítica dos dados deve ser regulamente verificada por um controle interno e externo; 9. Os dados não devem ser enviados para os tomadores de decisão como uma mera lista de variáveis, mas sim interpretados e avaliados por experts, com recomendações relevantes para estratégias de manejo; 10. O programa deve ser periodicamente avaliado, especialmente se houver ualuer alteração no ambiente, de causa natural ou influenciada por medidas tomadas na área da bacia. ATENÇÃO É importante ressaltar ue a legislação estadual e/ou federal deve ser observada na realização do monitoramento em outros empreendimentos da empresa, localizados fora do estado de Minas Gerais. 6

1. A Coleta A coleta de água deve ser feita de acordo com o objetivo principal do monitoramento, priorizando a segurança dos executores da tarefa. Em caso de morte de peixes por motivos desconhecidos, euipamentos especiais de segurança devem ser utilizados. O laboratório de medição ambiental deve ser cadastrado junto ao Sistema Estadual de Meio Ambiente - SISEMA - e adotar os procedimentos de controle de ualidade analítica, necessários ao atendimento das condições exigíveis, conforme Deliberação Normativa - COPAM no 89/2005; reuisitos imprescindíveis para a aceitação dos relatórios ou laudos pelos órgãos ambientais e outras autoridades. A Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (EPA) classifica os danos à saúde humana em uatro níveis. No uadro a seguir, estão descritos os euipamentos de proteção reueridos em caso de amostragem em ambientes contaminados. Quadro 1 Classificação dos danos à saúde humana segundo a Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (EPA) Nível Condições ambientais Euipamentos de proteção reueridos D C B A Baixa probabilidade de risco - nenhum suspeito conhecido de veiculação hídrica. Possíveis ricos de de veiculação hídrica, ue podem ser identificados. Possível faixa de riscos desconhecidos. Probabilidade alta de doença desconhecida de veiculação hídrica ou de contato com materiais corrosivos. Corpo e pés protegidos contra riscos não corrosivos. Corpo e pés protegidos e, ainda, máscara de gás apropriada. Corpo e pés protegidos. Roupa especial - roupa da lua - para impedir a penetração no corpo e nos pés. O trabalho de campo associado à coleta e transporte de amostras representa uma grande parte do orçamento de um programa de monitoramento. As viagens de campo devem, portanto, ser realizadas após planejamento prévio e detalhado, a fim de evitar o esforço desnecessário e o desperdício. Caso uma peça essencial de um euipamento seja esuecida ou uma estação de coleta não seja localizada devido a uma descrição mal feita, por exemplo, a viagem estará seriamente comprometida. 7

Da mesma forma, se a estimativa do tempo de viagem for irreal e a expedição demorar mais ue o planejado, o tempo máximo permitido para estocagem das amostras será excedido e os resultados das análises, conseuentemente, serão uestionáveis. O trabalho de campo deve ser programado com o laboratório, para ue os laboratoristas tenham ciência da uantidade de amostras, do tempo estimado e local previsto para a chegada e dos parâmetros a serem analisados. A euipe ue fará a coleta das amostras de água, biota ou sedimento deve ser devidamente treinada em técnicas de amostragem e procedimentos de campo. Deve ter conhecimento dos objetivos do trabalho, com o intuito de obter uma amostra representativa de todo o corpo d água. A coleta e o manuseio das amostras são fontes freuentes de erro, ue superam as falhas ocorridas durante a análise. 1.1 Classificação das amostras A coleta deve ser programada, preferencialmente, para o período da manhã, uando a temperatura do ar é mais baixa e há menor probabilidade de distorção dos resultados. Na definição dos parâmetros, da uantidade de estações e da periodicidade do monitoramento, as diferenças regionais, geográficas, sociais e econômicas, as tensões exercidas sobre o reservatório e o orçamento disponível devem ser considerados. As ações decorrentes do uso e ocupação do solo, na bacia de drenagem dos reservatórios, são fatores determinantes das condições do ecossistema. Alguns tipos de reservatório reuerem um planejamento mais elaborado, devido à localização e/ou à dimensão, a exemplo da proximidade de grandes centros industriais e urbanos. No caso da Cemig, a importância para a geração é um fator determinante do planejamento. Para manter os euipamentos e suprimentos em boas condições de uso, alguns cuidados são necessários: Elaborar uma lista dos euipamentos e programar uma checagem periódica, de acordo com as recomendações dos fabricantes, especialmente uando houver utilização de baterias. Se possível, tenha um sistema de backup das análises, ue não exija baterias; Substituir regularmente soluções e meios de cultura, a fim de conservá-los adeuados para o uso; Manter um diário de manutenção; Estocar adeuadamente os aparelhos especiais e produtos uímicos, para prevenir deterioração ou contaminação. Os frascos utilizados nas coletas sem garrafa coletora devem ser segurados 8

pela parte de baixo e submersos a mais ou menos 20cm, com a boca levemente inclinada para cima. A boca do frasco deve estar contra a correnteza. Os meios de transportes para as amostras e os horários disponíveis devem estar anotados e cadastrados. A euipe deve assegurar o mínimo possível de variações no transporte das amostras até o local de análise. De acordo com o objetivo do monitoramento, as amostras podem ser classificadas como: Contínuas ou permanentes normalmente coletadas pela manhã, após uma caracterização prévia do reservatório monitorado, com definição da periodicidade e do tamanho da rede de amostragem, conforme a necessidade da região e a importância estratégica da usina; Emergencial realizada em ualuer dia ou horário, em função de algum acidente ambiental, a exemplo de um derramamento de óleo, ue compromete a vida auática e viola a Lei de Crimes Ambientais. O roteiro para esse tipo de coleta deverá ser elaborado com base nas informações das euipes de campo da região afetada e da população ribeirinha. As amostras podem também ser subdivididas em compostas ou integradas, uando coletadas em diferentes partes e então reunidas para atender a objetivos específicos do monitoramento. As amostras compostas ou integradas podem ser dos tipos: Integradas de profundidade: mais comumente coletadas de duas ou mais partes iguais, em intervalos pré-determinados, entre a superfície e o fundo; Área integrada: combina uma série de amostras tomadas de vários pontos espacialmente distribuídos em corpos d água; Tempo integrada: mistura volumes iguais de água coletada em uma estação, em intervalos regulares de tempo; Descarga integrada: primeiramente, as taxas de descargas das amostras são medidas, em intervalos regulares, por um determinado período. Um arranjo comum é amostrar a cada duas horas no período de 24 horas. A amostra composta reúne porções mistas, proporcionais à taxa de descarga mensurada no período da amostragem; Amostras subterrâneas: são coletadas em poços subterrâneos, cisternas ou nascentes. Ocasionalmente, durante o curso de uma pesuisa hidrogeológica. A Figura 1 (pág. 16) mostra como escolher cuidadosamente o local da estação de coleta. 9

1.2 Ações para preparação e execução do trabalho de campo Pelo menos uma semana antes da coleta, no escritório: Definir itinerário; Providenciar inventário detalhado de estações de amostragens, mapas, coordenadas (uando possível); Elaborar lista de amostras reueridas em cada estação de amostragem; Preparar tabela onde as leituras serão anotadas. Pelo menos um dia antes da coleta: Separar todo o material e euipamento a serem utilizados; Etiuetar os frascos das amostras com as seguintes informações: local de coleta, parâmetro, profundidade, data e identificação do ponto; Preencher o cabeçalho das fichas de campo; Verificar as baterias dos euipamentos; Verificar barco e motor (se necessário); Confirmar acesso a locais restritos ou privados com a Coordenação local; Certificar-se dos arranjos de viagens e/ou transporte de amostras com a Coordenação institucional; Notificar a data e o horário de chegada das amostras ao(s) laboratório(s); Averiguar condições locais de tempo e exeuibilidade de viagem, com ualuer fonte de informação disponível. Amostragem: Preparar os reagentes a serem utilizados na coleta e nas análises laboratoriais; Verificar frascos de amostragem, reagentes, etiuetas e canetas; Verificar materiais (caixas e gelo) para estocagem das amostras; Certificar-se de ue os amostradores/ euipamentos estejam calibrados; Providenciar botas de borracha de cano alto e/ou tênis náutico; Verificar procedimentos padrões para amostragem. Para documentação: Providenciar canetas, etiuetas, computadores, fichas de campo, etc. Testes no local: Disponibilizar listagem de análises a serem realizadas no campo; Checar estoues de produtos necessários (água destilada, tampão de ph, padrões e brancos); 10

Preparar e/ou calibrar euipamentos: phmetro, condutivímetro, oxímetro, turbidímetro e termômetros; Disponibilizar procedimentos padrões e manuais de euipamentos. Segurança: Providenciar kit de primeiros socorros, luvas e extintor de incêndio. Transporte: Providenciar veículo, com capacidade adeuada, para transporte de pessoal, suprimentos e euipamentos; Verificar veículo (bateria, lubrificação, calibração dos pneus, combustível, etc.); Planejar itinerário detalhadamente; Verificar acessórios para euipamentos e medidores, incluindo cabos, baterias, etc. Como utilizar os euipamentos: Disco de Secchi - todas as leituras devem ser feitas, preferencialmente, pelo mesmo operador, já ue a sensibilidade de visão pode variar; Rede de plâncton deve ser confeccionada com materiais ue não sofrem alterações e deformações com o tempo, boca larga para uma grande área de filtração e malha adeuada para cada tipo de uso (fito, zooplâncton). As mais indicadas são as de 30-45μm; Garrafa de van Dorn Verificar periodicamente a estrutura física da garrafa, observando a vedação, o cabo de descida e a marcação; Deve ser limpa constantemente, com água e escovão apenas, para evitar incrustação de matérias e formação de lodo, capazes de contaminar as amostras coletadas. Controle de Euipamentos: Para ue as medições sejam confiáveis, o controle dos euipamentos deve ser realizado periodicamente, atendendo às especificações dos respectivos manuais, incluindo: Calibração comparar com um padrão; Ajuste alcançar a condição de aceitação. O laboratório deverá manter uma lista dos euipamentos, com os respectivos prazos de calibração/verificação. 11

1.3 Medidas de segurança para a utilização de embarcações Portos; Embarcação devidamente vistoriada e licenciada pela Capitania dos A documentação da embarcação e a habilitação do condutor deverão estar, rigorosamente, em dia; Limpeza do casco e higienização interna; Higienização dos euipamentos do barco ue entram em contato com a água, a fim de evitar o transporte de larvas de espécies invasoras de uma bacia hidrográfica a outra; Colete salva-vidas adeuado para o peso de cada ocupante do barco; Uniformes (tênis náutico sem cadarço, camiseta, shorts, bonés ou chapéus, luvas de borracha); Protetor solar - Fator de Proteção Solar (FPS) 15; Capa de chuva (conjunto completo de calça e jaueta); Repelente; Remos; Foguetes sinalizadores; Ferramentas (alicate universal, chave de fenda, canivete, pinos e hélice para motor); Mapa plastificado do local do percurso (se necessário); Rádio de comunicação; Binóculos (se necessário); Bússola ou Geographical Position System GPS; Caixa para primeiros socorros; Garrafa térmica com água potável. 1.4 Procedimentos a serem observados Antes da coleta água; Solicitar autorização do responsável para colocação da embarcação na Elaborar análise de risco; Avisar a sala de controle da usina sobre a utilização da embarcação; Assegurar boas condições físicas e mentais do condutor; Verificar as condições de navegação (meteorologia e operação da usina); Verificar as condições da embarcação, os euipamentos, os EPIs e a capacidade de carga; 12

Verificar o combustível; Certificar-se do sistema de transporte do barco do abrigo até o reservatório; Seguir as normas de segurança da Cemig e legislação vigente, conforme Ministério da Marinha, durante os trabalhos. No dia da coleta Acondicionar o material coletado em engradados sem repartição. Os frascos devem estar etiuetados e colocados em caixas plásticas ou de isopor, organizados por ponto. Os reagentes devem ser mantidos em local seguro. Posicionar o material no barco, de forma a deixar espaços vazios para conforto e movimentação dos técnicos; Manter em local adeuado o mapa dos pontos, a prancheta com fichas de coleta, lápis, borracha, caneta e fita crepe; Colocar as pipetas no porta-pipetas, junto com a vidraria. Levar sempre papel absorvente para secagem do material, ue deverá ser lavado com água destilada após a coleta em cada ponto; Verificar as condições para o uso da embarcação e colocar as ferramentas, o pino e duas toneladas de óleo em local de fácil acesso. Antes de entrar no barco Debater a Análise de Risco; Colocar os Euipamentos de Proteção Individual - EPI; Localizar os pontos de coleta no mapa, planejar o roteiro e dirigir-se ao primeiro ponto. Preenchendo a ficha de coleta A Cemig fornece à empresa contratada os Modelos de Ficha de Campo (ANEXO), utilizado no Sistema Cemig de Monitoramento e Controle de Qualidade da Água de Reservatórios - SISÁGUA. A Cemig irá, oportunamente, instruir e repassar à empresa contratada o acesso necessário, para ue os resultados das medições ambientais possam ser lançados diretamente no SISÁGUA. ATENÇÃO A Ficha de Caracterização Ecológica deverá ser preenchida em TODOS os pontos, durante a coleta de reconhecimento (MODELO 1). Nas demais, somente a Ficha de Coleta, MODELO 2A ou MODELO 2B. 13

A ficha de coleta contém informações indispensáveis ao banco de dados, conforme o Quadro a seguir: Como nomear a estação: Quadro 2 Códigos usados para registro dos dados do monitoramento Reservatório Código Tipo Código Subtipo Código Amostra Código Sub Amostra Código Tipo de análise Código Reservatório 0 Subsuperficial 1 simples 0 água 0 Rio 1 Metade da zona fótica 2 integrada 1 esgoto 20 Superficial 1 Fundo 3 duplicada 2 sedimento 30 Tanue de piscicultura 2 Margem 4 triplicada 3 composta 4 Jaguara JG Poço artesiano 0 aleatória 5 branco 6 Subterânea 2 Esgoto doméstico Esgoto laboratório Efluente industrial Água turbinada Tomada d água 1 2 3 4 5 Localização da estação Geográfica: coordenadas; bacia hidrográfica, sub-bacia, rio, riacho e córrego; nome da usina. Data Dia,mês,ano,horário; Clima aberto); Ventos (ausentes, leves, médios, fortes); Céu (100% encoberto, 75% encoberto, 50% encoberto, 25% encoberto, Presença ou ausência de chuva, nas últimas 24 horas (trovoadas com chuvas, chuvas, nublado, parcialmente nublado, pancadas de chuvas, ensolarado); 14

Observações de campo Presença de: - materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: visualmente ausentes; - substâncias ue comuniuem gosto ou odor: visualmente ausentes; - corantes provenientes de fontes antrópicas: visualmente ausentes; - resíduos sólidos objetáveis: visualmente ausentes; - marcas de enchentes nas margens, em caso de chuva recente, etc. Odores: Quadro 3 - Detecção de odores associados a compostos presentes no esgoto não tratado Compostos Fórmula Química Odor Aminas CH 3 NH 2, (CH 3 )3H peixe Amônia NH 3 amoníaco Diaminas NH 2 (CH 2 )4NH 2 (CH 2 )5NH 2 carne podre Sulfeto de hidrogênio H 2 S ovo podre Mercaptanas (por ex., metil e etil) Mercaptanas (por ex., butil e crotil) CH 3 SH, CH 3 (CH 2 )3SH (CH 3 )3SH,CH 3 (CH 2 )3SH repolho podre Jaritataca (gambá) Sulfetos orgânicos (CH 3 )2S, (C 6 H 5 )2S Couve podre Material fecal C 9 H 9 N fezes Anotar os resultados das análises medidas no campo: Preferencialmente, as medidas devem ser realizadas entre 10h e 16 horas, já ue nesse período os raios solares incidem em ângulo similar; Após a coleta: Dispor o material coletado no bagageiro do veículo de transporte, de modo a obter estabilidade durante o percurso de volta; Verificar periodicamente a refrigeração das amostras, substituindo o gelo uando necessário; Acondicionar os reagentes uímicos de maneira segura, a fim de evitar vazamentos ou atritos durante a viagem; Manter o laboratório responsável informado sobre o horário previsto de 15

chegada das amostras; Preencher e afixar a etiueta padrão, contendo informações relativas à identificação da amostra. Sugestão de locais de coleta de amostras: 1 2 3 3 Figura 1 1 Livre de efluentes 2 3 Entrada de material orgânico Amostras para pesuisa de substâncias tóxicas à montante da área afetada 16

Cadeia de hieraruia da Cemig em caso de acidentes ambientais A definição da cadeia hieráruica deve estar de acordo com a Lei de Crimes Ambientais, Cap. I art 2º. Quem, de ualuer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador, o membro do conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, ue sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, uando podia agir para evitála. Consultar a IS-48 nos anexos, ue trata de Negociações Socioambientais na Cemig. Coletas de parâmetros físico-uímicos Aguardar o barco parar, desligar o motor e jogar a poita (âncora) com cuidado para não levantar sedimentos capazes de contaminar as amostras e, só então, iniciar a coleta; campo; Fazer a leitura do disco de Secchi na sombra e registrar o valor na ficha de Calcular a zona fótica - multipliue o valor obtido na leitura do disco de Secchi por 3 e, em seguida, divida por 2, para obter o valor estimado correspondente à metade da zona fótica -, e registrar na ficha de campo; Medir o perfil de temperatura da água com a sonda e registrar temperaturas e profundidade total na ficha de campo; Fazer a primeira coleta de profundidade, posicionando a garrafa na metade da zona fótica; Repetir a coleta a mais ou menos um metro da profundidade total; As amostras não devem incluir partículas como folhas, detritos ou ualuer objeto estranho, exceto material de sedimento; Nas determinações de campo com eletrodos indicadores, devem ser tomadas alíuotas separadas das ue serão enviadas ao laboratório; Deve-se ter cuidado para não tocar a parte interna dos frascos e euipamentos de coleta e evitar a exposição a pó e outras impurezas ue possam ser fontes de contaminação, tais como gasolina, óleo, fumaça de exaustão de veículos. Recomenda-se, portanto, o uso de luvas plásticas incolores, de preferência cirúrgicas, ao pessoal de campo, responsável pela coleta das amostras. 17

ATENÇÃO Ao iniciar a coleta ou após a mudança de ponto, deve-se lavar os euipamentos com água destilada ou criar um ambiente com a própria água do ponto de coleta, a fim de evitar a contaminação das amostras e ocasionar falsos resultados do monitoramento. Zooplâncton: As amostragens de zooplâncton deverão propiciar análises ualitativas e uantitativas. Para análises ualitativas, a coleta deverá ser feita com a rede de nylon de 35μ de poro nos ambientes lóticos e de 68μ de poro nos lênticos, em arrastos horizontais ou deixando a rede contra a correnteza por 15 minutos. Quando possível, realizar também arrastos verticais. Já nos pontos limnéticos, as amostras deverão ser obtidas pela filtragem da coluna d água, a partir de um metro do fundo até a superfície, por meio de arrasto vertical, da ZONA FÓTICA ou, no mínimo, de cinco metros. Quando o disco de Secchi marcar abaixo de dois metros, utilizar uma rede de arrasto de, no mínimo, 30cm de diâmetro. O material filtrado deverá ser estocado em frasco de 250mL e refrigerado até a realização do exame a fresco. Para análise uantitativa, tanto no ambiente lótico uanto no lêntico, a coleta deverá ser feita na porção subsuperficial da coluna d água, por filtragem de 200 litros de água na rede de nylon de 35μ de poro para lótico e 68μ de poro para lêntico, com auxílio de um balde de volume certificado. Para estocagem do material filtrado, colocar 100mL da amostra em um frasco de tampa plástica de 150 ml, gotejar 0,2 a 0,3mL de rosa de bengala e acrescentar 4mL de formol. No caso da análise uantitativa, o material deverá ser fixado, após 15 minutos, em formalina a 5%. Para o preparo da solução de rosa de bengala, são utilizados 0,5g de rosa de bengala e 100 ml de água destilada. Dissolva a substância em água destilada e, em seguida, complete o volume até 100mL. Fitoplâncton: Os organismos fitoplanctônicos deverão ser coletados com a rede de nylon de 25μ de poro, específica para captura de fitoplâncton. Em ambiente lótico, a 18

amostragem ualitativa deverá ser realizada por meio de arrasto horizontal, posicionando a rede contra a correnteza durante 15 minutos. Quando possível, coloue-a verticalmente. A amostragem ualitativa no reservatório (ambiente limnético) deverá ser por arrastos verticais na zona fótica. O material filtrado no arrasto deverá ser estocado em frasco de 250mL e refrigerado até a realização do exame a fresco. Para análise uantitativa, tanto no ambiente lótico uanto no ambiente lêntico, a coleta de um litro de água deverá ser feita na porção subsuperficial da coluna d água, corada e preservada em lugol acético. Cianobactérias Em estudos da comunidade de cianobactérias, a metodologia de coleta deve atender aos objetivos do programa de monitoramento, de acordo com os usos específicos do corpo hídrico, levando em conta as características do manancial (lêntico ou lótico), bem como os demais aspectos do ambiente, ue podem interferir na distribuição dos organismos planctônicos. Para ue a amostra seja representativa do sistema, no caso de florações, devese considerar a distribuição espacial (horizontal e vertical) e a ação dos ventos, especialmente para as cianobactérias, ue formam escumas superficiais pela deposição junto às margens. Alguns procedimentos utilizados na coleta e análise de cianobactérias são empregados, com maior freuência, no monitoramento de mananciais de abastecimento público pelas companhias de saneamento. Os procedimentos variam de acordo com o tipo de análise a ser realizada, conforme descrito a seguir: Coleta análise ualitativa Utiliza-se rede de plâncton de nylon com 20mm de abertura de malha e a coleta é realizada por meio de arraste horizontal repetidas vezes na subsuperfície (20cm abaixo da superfície) ou com o auxílio da embarcação. Ou ainda por arraste vertical, mergulhando a rede até uma profundidade previamente estabelecida e, em seguida, trazendo-a até a superfície. Coleta análise uantitativa A coleta de amostra para análise uantitativa pode ser realizada manualmente ou com auxílio de amostradores especiais, como garrafas de amostragens e bombas de sucção. Na coleta manual, o frasco de polietileno ou vidro neutro é levado a uma profundidade de 20cm aproximadamente. Em casos de florações superficiais, a coleta é realizada diretamente nos pontos de maior concentração de organismos (escuma). 19