LAUDO 048 / 2015 DELIMITAÇÃO DE ATIVIDADES AUXILIAR DE COZINHA/SMED LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 1.

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Transcrição:

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE SMS GERÊNCIA DE SAÚDE DO SERVIDOR MUNICIPAL EQUIPE DE PERÍCIA TÉCNICA EPT LAUDO 048 / 2015 DELIMITAÇÃO DE ATIVIDADES AUXILIAR DE COZINHA/SMED LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 1. IDENTIFICAÇÃO ÓRGÃO: SMED SETOR: EMEF SAINT HILAIRE ENDEREÇO: Rua Gervásio Braga Pinheiro, 427, Vila Panorama, Lomba do Pinheiro - Porto Alegre TÉCNICO QUE REALIZOU O LAUDO: Márcia Stroeher Sost - Técnica de Segurança do Trabalho Artur Wolffenbüttel - Engenheiro de Segurança do Trabalho SERVIDOR QUE PRESTOU INFORMAÇÕES: Delvaci de Castro Goni Auxiliar de Cozinha Lúcia Czamanski Vice Diretora Djane Cândido Frederico Técnica em Nutrição e Dietética DATA DA PERÍCIA: 16/11/2015

2. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO A servidora DELVACI DE CASTRO GONI, matrícula 24002.6, Auxiliar de Cozinha com delimitação de tarefas, desempenha suas atividades na cozinha da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint Hilaire. 3. ANÁLISE QUALITATIVA 3.1 - DA FUNÇÃO DO TRABALHADOR As atividades da servidora a partir de 25/06/2015, em função da delimitação, são de servir lanches, lavar, descascar e cortar frutas e legumes e enxugar talheres. Ela realiza todas as atividades na cozinha e na posição sentada a maior parte da jornada de trabalho. 3.2 - DOS POSSÍVEIS RISCOS OCUPACIONAIS Nas atividades desenvolvidas pela servidora, foi constatada exposição intermitente a risco físico (calor) durante a permanência na cozinha. 4 - ANÁLISE QUANTITATIVA 4.1 - ANÁLISE QUANTITATIVA DA INSALUBRIDADE 4.1.1 - DESCRIÇÃO DA APARELHAGEM E TÉCNICA UTILIZADA CALOR: Para avaliação do calor foi utilizado um conjunto termométrico digital, marca QUEST, modelo Questemp 10, dotado de termômetro de bulbo úmido, termômetro de globo e termômetro de bulbo seco (comum). As leituras foram efetuadas com o aparelho posicionado junto a fonte de calor (fogão), na altura das chamas (altura da região do corpo mais atingida) e no lado em que o maior número de bocas e/ou forno estavam funcionando. Os valores obtidos encontram-se no quadro a seguir: 2

Calculou-se, o IBUTG médio ponderado: ESCOLA MUNICIPAL DE 1º GRAU Antônio Giudice 29,5 Deputado Victor Issler 20,1 Prof ª Ana Íris do Amaral 22,6 Pepita de Leão 23,0 Lauro Rodrigues 24,5 Grande Oriente do RS 22,8 Presidente Vargas 20,2 Jean Piaget 27,7 João Antônio Satte 25,9 Décio Martins Costa 28,9 Wenceslau Fontoura 24,6 Prof. João Belchior Goulart 20,6 Ildo Meneghetti 23,0 Heitor Villa Lobos 28,0 Anísio Teixeira 27,2 Prof. Larry José Ribeiro Alves 30,0 Senador Alberto Pasqualini 28,3 Dolores Alcaraz Caldas 29,0 Saint Hilaire 29,1 Tendo em vista que as fontes geradoras de calor (fogões e autoclaves) são semelhantes e que a intensidade de calor depende do cardápio do dia, a análise foi procedida pelo conjunto das informações e não pelos valores individuais de cada Escola, eis que as avaliações realizadas nas Escolas em um determinado dia não representam a rotina mensal das atividades do mês. 4.1.2 - INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS CALOR Foram coletados dados referentes a uma amostra em cada Escola, entre os meses de junho/97 e dezembro/97, sempre na parte da manhã, das 09 às 12 horas, período em que são preparados e cozidos os alimentos, situação na qual a carga térmica é mais intensa. A exposição ao calor foi avaliada através do índice de bulbo úmido - termômetro de globo (IBUTG), definido para ambiente interno, através da seguinte equação: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Onde: tbn = temperatura do bulbo úmido natural tg = temperatura de globo O limite de tolerância para as atividades de cozinheiros e auxiliares de cozinha está estabelecido no Quadro nº 1, do Anexo 3, da NR-15 (regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço). Considerando o tipo de atividade como moderada (segundo Quadro nº 3), e trabalho contínuo, o limite de tolerância (IBUTG) é de até 26,7 ºC. 3

Para técnicas de nutrição e dietética é definido pelo Quadro nº 2, do mesmo anexo (regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local): Quadro nº 2 M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG 175 30,5 200 30,0 250 28,5 300 27,5 350 26,5 400 26,0 450 25,5 500 25,0 Em ambos os locais, a atividade é leve (nos termos do Quadro nº 3), sendo a taxa de metabolismo considerada da seguinte forma: 150 Kcal/h quando a atividade desenvolve-se na cozinha, e 125 Kcal/h quando a atividade se realiza em outro local. Assim, a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela fórmula abaixo, é de 137, 5 Kcal/h. Onde: M t = taxa de metabolismo no local de trabalho T t = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho M d = taxa de metabolismo no local de descanso T d = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de descanso local de descanso: ambiente termicamente mais ameno O IBUTG médio ponderado é determinado pela seguinte fórmula: Onde: IBUTG t = valor do IBUTG no local de trabalho T t = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho IBUTG d = valor do IBUTG no local de descanso T d = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de descanso local de descanso: ambiente termicamente mais ameno 4

5. EPI A servidora não usa equipamentos de proteção individual. 6 - CONCLUSÃO 6.1 - FUNDAMENTO LEGAL As condições para definição de insalubridade nos locais de trabalho ou atividades dos trabalhadores estão estabelecidas na legislação federal (Portaria 3214/78 do MTE) que considera como insalubre as atividades ou operações que se desenvolvem acima dos limites de tolerância, no que se refere a ruídos contínuos ou de impacto, calor, radiações não ionizantes, vibrações, agentes químicos e poeiras minerais. Considera também para as atividades de trabalho sobre pressões hiperbáricas, agentes químicos ou biológicos. Considera, ainda, as atividades que através de inspeção no local de trabalho verifique o estabelecido em lei no que se refere às radiações não ionizantes, frio e umidade. O exercício de trabalho em condições insalubres assegura ao trabalhador a percepção de adicional de acordo com a classificação de grau máximo (40%), médio (20%) ou mínimo (10%). As situações a que se refere à legislação quanto aos riscos químicos, físicos ou biológicos são as seguintes: ANEXO 1: ruído contínuo ou intermitente; ANEXO 2: ruído de impacto; ANEXO 3: calor excessivo; ANEXO 4: revogada pela Portaria 3.751/90; ANEXO 5: radiações ionizantes; ANEXO 6: pressões hiperbáricas; ANEXO 7: radiações não ionizantes; ANEXO 8: vibrações excessivas; ANEXO 9: frio excessivo; ANEXO 10: umidade; ANEXO 11: agentes químicos (avaliação quantitativa); ANEXO 12: poeiras minerais; ANEXO 13: agentes químicos; ANEXO 14: agentes biológicos. Atualmente, na legislação vigente (Portaria 3214/78 do MTE), seis são as hipóteses de enquadramento de periculosidade aos trabalhadores em geral: - Anexo 1 da NR 16: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos; - Anexo 2 da NR 16: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis; - Anexo 3 da NR 16: Atividades e Operações com Exposição a Roubos ou outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial - Anexo 4 da NR 16: Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica - Anexo 5 da NR 16: Atividades Perigosas em Motocicleta - Portaria 518 de 04/04/2003: Radiações ionizantes ou substâncias Radioativas. Nesses casos é obrigatório o pagamento de adicional de periculosidade no valor de 30% do salário básico. 5

6.2 FUNDAMENTO CIENTÍFICO Calor O calor é um risco físico frequentemente presente em uma série de atividades profissionais desenvolvidas na indústria siderúrgica, indústria do vidro, indústria têxtil e em outros ramos industriais que apresentam processos com liberação de grandes quantidades de energia térmica. Está igualmente presente em atividades executadas ao ar livre, tais como a construção civil e o trabalho no campo. É sabido que o homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre de fadiga, seu rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio e aparecem sérias perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostrações. Reações do Organismo ao Calor Na medida em que há um aumento de calor ambiental, ocorre uma reação no organismo humano no sentido de promover um aumento da perda de calor. Inicialmente ocorrem reações fisiológicas para promover a perda de calor, mas estas reações, por sua vez, provocam outras alterações que, somadas, resultam num distúrbio fisiológico. Os principais mecanismos de defesa do organismo humano, quando submetido a calor intenso, são a vasodilatação periférica e a sudorese. - Vasodilatação Periférica: Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução-convecção ou radiação é menor que o calor ganho, a primeira ação corretiva que se processa no organismo é a vasodilatação periférica, que implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo e num aumento da temperatura da pele. Estas alterações resultam em um aumento da quantidade de calor perdido ou numa redução de calor ganho. O fluxo de sangue no organismo humano transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície, onde ocorrem as trocas térmicas. - Sudorese: Outro mecanismo de defesa do organismo é a sudorese. O número de glândulas sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente. A quantidade de suor produzido pode, em curtos períodos, atingir até dois litros por hora, embora em um período de várias horas não exceda a um litro por hora. Pela sudorese, no ritmo de um litro por hora, um homem pode, teoricamente, perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente. Doenças do Calor Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor forem insuficientes para promover a perda adequada de calor, ou se estes mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente, uma fadiga fisiológica pode ocorrer. Existem quatro categorias principais de doenças devidas ao calor: - Exaustão do Calor: É decorrente de uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor. Uma baixa pressão arterial é o evento crítico resultante, devido, em parte, a 6

uma inadequada saída de sangue do coração e, em parte, a uma vasodilatação que abrange uma extensa área do corpo. - Desidratação: Em seu estágio inicial, a desidratação atua, principalmente, reduzindo o volume de sangue e promovendo a exaustão do calor. Mas, em casos extremos, produz distúrbios na função celular, provocando até a deterioração do organismo. Ineficiência muscular, redução da secreção (especialmente das glândulas salivares), perda de apetite, dificuldade de engolir, acúmulo de ácido nos tecidos irão ocorrer com elevada intensidade. Uremia temporária, febre e morte ainda podem ocorrer. - Câimbras de Calor: Ocorrem espasmos musculares, seguindo-se uma redução do cloreto de sódio no sangue, de modo a atingir concentrações inferiores a um certo nível crítico. A alta perda de cloreto é facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatização. - Choque Térmico: Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal, que põe em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcionamento. É devido a um distúrbio no mecanismo termo-regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o indivíduo e o meio. 7. BIBLIOGRAFIA Segurança e Medicina do Trabalho, Manuais de Legislação Atlas; 74ª edição, São Paulo, Editora Atlas S. A, 2014 8. CONCLUSÃO FINAL A servidora municipal que exerce suas funções, efetuando as atividades descritas acima, faz jus ao adicional de insalubridade em grau médio (20%), por exposição a risco físico (calor), anexo n.º 03 da NR 15 da Portaria 3214/78. Porto Alegre, 19 de novembro de 2015. Márcia Stroeher Sost Artur Wolffenbüttel Técnico em Segurança do Trabalho Engenheiro de Segurança do Trabalho EPT/GSSM/SMS Chefe da EPT/GSSM/SMS Matrícula 47955.2 Matrícula 45902.4 7