IMUNIZAÇÃO DE CAMUNDONGOS COM VACINA VIVA AVIRU- LENTA DE TRYPANOSOMA CRUZI. V Ensaio de novos esquemas de vacinação

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Transcrição:

IMUNIZAÇÃO DE CAMUNDONGOS COM VACINA VIVA AVIRU- LENTA DE TRYPANOSOMA CRUZI. V Ensaio de novos esquemas de vacinação Hum berto M enezes * Camundongos vacinados com uma, duas ou três vacinas vivas quando in fectados apresentam melhor gra/u de imunização e menor reação inflamatória do que animais vacinados unicamente com uma, duas ou três doses de vacinas fenolaãas mortas e igualmente infectados. A combinação de vacinas vivas e mortas não melhorou em nada os resultados obtidos unicam ente com as vacinas v i v a s. Em um trabalho anterior (6) ensaiamos três esquemas de vacinação usando ünicamente vacinas vivas. Numa tentativa de introduzir doses de reforço com vacinas m ortas e com o objetivo de, mais um a vez, procurar estudar, do ponto de vista histopatológico, o fenômeno de hipersensibilidade, referido na tripanosomose cruzi experim ental por outros autores (1, 3, 7, 8), realizamos uma série de experimentos que vão a seguir relatados. MATERIAL E MÉTODOS 1.1 Vacinas vivas (V). Foram em pregadas suspensões salinas de T. cruzi, cepa PF (1) com 14 a 27 dias de cultivo em meio difásico de Packchanian. Essas suspensões tinham de 50 a 90% de formas móveis com mais ou menos 7% de formas metacíclicas. A quantidade média de tripanosomas nessas várias vacinas foi de 16 x 10G por ml sendo injetado em cada animal, de cada vez, 0,2 ml, por via subcutânea. As vacinas foram tôdas utilizadas im ediatam ente após o seu preparo. 1.2 Vacinas mortas (M). Consistiram de suspensões dos mesmos tripanosomas utilizados nas vacinas vivas com a diferença de que a suspensão final, em vez de ser feita em solução salina simples, foi feita em sol. salina fenolada a l /00. A cada animal foi injetado 0,2 ml, de cada vez, por via subcutânea. 1.3 Tripanosomas virulentos. Foram empregadas formas sanguíneas de T. cruzi, cepa Y, colhidas de cam undongos no 8. dia de infecção. O sangue foi colhido por punção cardíaca em sol. de citrato de sódio. Os animais infectados receberam por via peritoneal 5.000 tripanosom as/g de pêso corporal. 1.4 Animais. Foram utilizados 152 camundongos albinos, de uma mesma linhagem, todos do sexo masculino, com 25/30 dias de idade, no início das experiências, e pêso médio de 10 g. * U.S.P. D ep artam en to de P atologia. F acu ld ad e de M edicina de R ibeirão Prêto, S. Paulo, Brasil. Recebido p ara publicação em 7.12.70.

2 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. V N9 1 Êsses anim ais foram, divididos em 13 grupos, conforme descrição abaixo. VI Nove animais (1.4) foram vacinados por via subcutânea com uma única dose da vacina viva ( 1. 1 ). Ml Foram utilizados 10 camundongos injetados um a única vez com uma vacina m orta (1.2). V2 Um grupo de 10 animais (1.4) foi vacinado com duas doses de vacina viva (1.1) com intervalo de sete dias. M2 10 camundongos (1.4) foram vacinados com duas doses de vacina m orta (1.2), com intervalos de sete dias. VI Ml Um grupo de 10 animais (1.4) foi vacinado com uma dose de vacina viva (1.1) e sete dias depois com uma outra de vacina morta (1.2). VI M2 16 camundongos (1.4) foram vacinados, com intervalo de sete dias, com um a dose de vacina viva (1.1) e duas de vacina m orta (1.2). V2 Ml 17 animais (1.4) foram vacinados, a intervalos de sete dias, com duas doses de vacinas vivas (1.1) e uma de vacina morta (1.2). V3 Um grupo de 10 camundongos (1.4) foi vacinado, com intervalos de sete dias, com três doses de vacinas vivas (1.1). M3 10 anim ais (1.4) foram Vacinados com três doses de vacinas mortas (1.2), com intervalos de sete dias. Todos os animais de todos os grupos tiveram pesquisa de tripanosom as no sangue periférico 8 dias após cada vacina. 30 dias depois da l.a vacina, foram todos infestados com tripanosomas virulentos (1.3). Parasitemias, pela técnica de Pizzi- Brener (2) foram então realizadas 8, 15 e 30 dias depois da infecção. Os animais sobreviventes foram sacrificados e exames histopatológicos foram realizados em fragmentos de fígado, baço, rim e coração. Controles Os grupos VI e Ml tiveram um grupo-contrôle de 10 camundongos. Os grupos V2, M2 e VI Ml igualmente tiveram 10 anim ais controles. Os grupos VI M2 e V2 Ml tiveram 20 animais controles e os grupos V3 e M3, 10 camundongos. Todos os anim ais tinham a mesma idade dos anim ais testes e no decurso da experiência foram mantidos com a mesma dieta e nas mesmas condições am bientais. A infecção foi feita no mesmo dia, com a mesma cepa, a mesma dose e a mesma via utilizada para os anim ais testes (1.3). Parasitem ias foram também realizadas no 8., 15. e 30 dia após a infecção, bem como exames histopatológicos de todos os animais que morreram e dos que foram sacrificados ao fim do 30. dia. RESULTADOS A análise das Tabelas 1, 2, 3 e 4 e dos gráficos I, II, III e IV m ostra que na presente série de experimentos não houve diferenças significativas na parasitem ia e no grau de mortalidade entre os 3 grupos que receberam unicam ente vacinas vivas. Nos grupos que receberam uma e duas vacinas ainda apareceram alguns casos positivos, 8 dias após a infecção, mas que não foram suficientes p ara alterar o v a lor da m ediana das parasitem ias do grupo. J á no grupo que recebeu 3 doses de vacinas vivas a parasitem ia foi negativas em todos os anim ais e em tôdas as determ i nações efetuadas.

Jan.-Fev., 1971 Rev. Scc. Bras. Med. Trop. 3 Os animais que foram vacinados unicamente com vacinas fenoladas, mortas, mostraram poucas diferenças n a parasitemia (exceto o grupo M3), com relação aos respectivos grupos controles e um a ligeira melhoria com respeito à mortalidade mas que, do ponto de vista prático, não deve ser considerada como alentadora. O emprêgo combinado de vacinas vivas e mortas não parece ter trazido nenhum a vantagem sôbre o emprêgo unicamente das vacinas vivas., Do ponto de vista histopatológico não foram observadas diferenças apreciáveis nas reações tissulares entre os três grupos que só receberam vacinas vivas. No miocárdio dêstes casos, o infiltrado histio-linfocitário foi observado predominantemente nas paredes auriculares e nas bases do ventrículo E, próximo à emergência dos grossos vasos (Fig. 1.1). Êsses infiltrados foram menos disseminados e de grau menos atuado do que nos animais que receberam um a vacina viva e duas mortas (Fig. 1.3) que por sua vez apresentavam reações menos pronunciadas do que nos anim ais vacinados unicam ente com vacinas mortas. Em alguns dêstes últimos o processo inflam atório histio-linfocitário era mais difuso e mais intenso (Fig. 1.5) que nos animais controles (Fig. 1.7). A reação esplênica foi mais ou menos sem elhante. Nos anim ais vacinados unicamente com vacinas mortas os folículos eram menores e menos numerosos que nos demais casos. Os centros foliculares eram relativamente pequenos com escassa atividade mitótica e fagocitária (Fig. 1.6). O número de plasmócitos n a polpa vermelha era reduzido. O baço dos animais que receberam uma dose de vacina viva e duas vacinas mortas exibiam folículos com centros reacionais maiores que os anteriores, com um anel GRAFICO I 0 0 IS 30 DIAS APOS 1 NFE C ÇÃO

TABELA 1 ANIMAIS QUE RECEBERAM UMA ÚNICA VACINA VIVA (Vi) E UMA ÚNICA VACINA MORTA (M t ) Grupo! '! ' N. N. de parasitas por 5mm3 de sangue 8. dia pós 15. dia pós 30. dia pós Morte D ias pós Vi }> j> t i «ti 5> 1 2 3 4 5 6 7 8 9 35 35 35 35 - ' i 1 Mediana 0 0 0 % M ortalidade 0 0 0 M t 1 3.580 X X 12. 2 2.975 X X 13. 3 7.700 3.675 X 17. 4 3.325 X X 14. )> 5 3.850 X X 14. 6 3.570 X X 13. 7 3.430 X X 14.» 8 4.025 X X 15. >) 9 4.975 X X 15. )» 10 5.250 X X 15. M ediana 3.715 3.675 % M ortalidade 0 90 100 Controle 1 4.375 X X 13. ft 2 3.675 X X 12. 3 4.375 2.800») 4 3.570 X X 14. 5 10.500 X X 14. 6 4.375 X X 15. 7 4.025 4.200 X 16. 5? 8 4.200 3.675 1 1 9 7.000 X X 14. 10 4.025 X X 12. Mediana 4.287 4.200 0 % M ortalidade 0 70 80

TABELA 2 ANIMAIS QUE RECEBERAM DUAS DOSES DE VACINAS VIVAS ( V J, DUAS DOSES DE VACINAS MORTAS (M ) E UMA DOSE DE VACINA VIVA E OUTRA DE VACINA MORTA (Vj M,). 1 1 N. de parasitas por 5mms de sangue Morte Grupo N. 8. dia pós 15. dia pós 30 dia pós Dias pós V., 1 1 _! 5y 2 1 1 1-1 jí 3 35 H J? 4 i 1 1-1 >? 5 6 35 l - í 7 35 1-1 1 >5 8 35 i i 1! 1! ( 10 i! 1 1 1-1 Mediana 0 0 0 % Mortalidade 0 0 0 Mo 1 2.170 5.250 X 17.o >3 2 2.490 2.170 M 3 2.530 4.025 X 19. > 4 2.170 4.375 70 > 5 2.490 2.730 35 6 2.835 3.570 1 1 7 2.030 1.680 X 27 o >5 8 1.680 3.675 1 J) 9 2.835 3.690 X 23. JJ 10 1.505 3.290 I - l 1-1 Mediana 2.330 3.622 0 % Mortalidade 0 0 40 V, Mt 1 2 3 105 70 j _ 1 1! i 5 35 1-1 n ; i ' 8 i 1 7 35 i 1 1 > 9 35 M )> 10 ;! 1 1-1 M ediana 17,5 0 0 % Mortalidade 0 0 0 Controle 1 10.500 3.015 X 17. 2 7.175 3.290 105 >5 3 4.375 2.870 X 15. n 4 5.250 X X 11. 5 4.200 * 2.660 X 18. JJ 6 4.025 2.590 X 16 7 3.780 3.675 X 15 1» i 8 3.830 3.780 Jí 9 4.550 4.375 X 27 10 7.875 5.250 X 15.o M ediana 4.462 3.290 53,5 % Mortalidade 0 10 80

VACINAS VIVAS E UMA MORTA (V2 M-,) Grupo N N. de. parasitas por 5m m :i de sangue Morte 5. dia pós 15. dia pós 30. dia pós j Dias pós j i Vi M.> 1 1 i '- 1 ; ] 2 35!------! >» 3 70 X X 10. [ [ 1 1 4 5 35 X X 10. 1 I j i 6 > 7 X 27. 8 70 X 20. Q y 10 1 ; j 1 11 X X X 8. J> 12 35 [ 1 X! 20. J? 13 - i 1-5* 14 35 10 16 i j 1 ] 1 35 35 i - i j M ediana 0 0 0 % M ortalidade 6,2 18,7 37 í Va M t >5 J5 5* >5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 í - i!! ]! 1 M! i 1! l - i! 1 1 - ' 11 35 JJ 12 35 1! 13 i - i X 27. >} 14 35 X X 13. >1 15 1 1 16 35 I 1 17 X X X 8. 1 1 - í - í I M ediana 0 0 0 % M ortalidade 5,8 11,7 17,6 Controle 1 3.500 2.310 M > 2 2.920 X X 13. 5J 3 3.455 X X 13. 4 2.135 2.275 X 17. 5 2.380 3.395 X 23. 6 2.520 X X 14. JJ 7 2.830 2.830 35 8 2.975 3.780 X 16. 9 2.660 X X 11. 10 2.240 X X 14. 11 17.500 X X 13. 12 4.375 2.975 X 18. 13 14.000 3.675 X 18. 14 7.070 X X 15. >» 15 3.780 X X 13. J? 16 3.605 3.605 X 22. 17 28.000* X X 13. 18 10.500 4.025 X 17. >? 19 3.570 2.660 X 26. 20 4.550 X X 15. M ediana % M ortalidade 3.535 0 3.185 50 17,5 90

t Jan.-Fev., 1971 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 5 GRAFICO 1 15 DIAS APOS INFECÇÃO linfocitário, peri-folicular, mais delgado que no caso anterior (Fig. 1.4). Na polpa vermelha se observavam grandes acúmulos de células plasmocitárias. Uma fase mais avançada foi apresentada pelos baços dos anim ais controles onde os folículos eram constituídos quase que exclusivamente pelos centros claros de Flemming onde era intensa a atividade fagocitária e m itótica das células de linhagem jovem (Fig. 1.8). Finalmente, como expressão máxima de atividade hiperplásica linfóide e reticular encontramos os baços dos animais que receberam três doses de vacinas vivas. Nestes, os folículos eram extremamente grandes, com grandes centros reacionais onde predom inavam as células blásticas. Era intensa, aí, a atividade fagocitária dos macrófagos e eram numerosas as figuras de mitose. A coroa peri-folicular de pequenos linfócitos se mostrava extremamente delgada (Fig. 1.2). Nos cordões medulares havia abundante quantidade de células plasmáticas. Em nenhum dos apimais examinados, qualquer que fôsse o grupo, foi possível evidenciar a existência de pseudo-cistos. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES A aparente discrepância observada entre as conclusões dêste trabalho e aquelas a que chegamos em trabalho anterior (6) i

\ TABELA 4 ANIMAIS VACINADOS COM TRÊS DOSES DE VACINAS VIVAS (V.,) E TRÊS DE VA CINAS MORTAS (M3). Grupo N. N. de parasitas por 5mm:! de sangue 8. dia pós 15. dia pós 30. dia pós Morte Dias pós v :i J> M J? >5 J )» )J 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10! - j - í - l 1 1 Mediana 0 0 0 % Mortalidade 0 0 0 M.j 1 4.900 5.250 X 17. >) 2 4.375 3.675 X 23. 3 3.570 3.080 4 3.7S5 3.780 X 16.»> 5 5.075 3.570 6 7.000 3.255 7 4.900 2.870 >5 8 4.550 2.730 X 15. 9 3.675 3.675 X 10 4.235 3.670 X 23. Mediana 4.462 3.620 0 % Mortalidade 0 0 60 Controle 1 3.500 2.310 2 2.920 X X 13. )> 3 3.455 X X 13. 4 2.135 2.275 X 17. 5 2.380 3.395 X 23. 6 2.520 X X 14. )> 7 2.380 2.830 35 8 2.975 3.780 X 16. 9 2.660 X X 11. 10 2.240 X X 14. Mediana 2.590 2.830 17,5 % Mortalidade 0 50 80 O. 00

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Fig. 1.1 \ D iscreto in filtra d o h istio -lin fo citário n a base do v en trículo esquerdo em anim al vacinado com 3 doses de vacin as vivas (F r 58 1 V 3). Orig. 150 x Fig. 1.2 Fig. 1.3 Baço do m esm o an im al. Orig. 100 x. M oderada in filtra ç ã o h istio -lin fo c itá ria n a s paredes do v en trícu lo esquerdo em an im al vacinado com u m a vacina viva e d uas m ortas (F r 58/3V1M2) Orig. 100 x. Fig. 1.4 Baço do m esm o an im al. Orig. 100 x. Fig. 1.5 In filtrad o difuso histio -linfoplasm ocitário em parede ventrlc u la r do coração do anim al vacinado com 3 vacinas m o rtas (Fr 58/5-M 3). Orig. 100 x. Fig. 1.6 Fig. 1.7 Baço do m esm o an im al. Orig. 100 x. I In filtra d o h istio -lin fo citário, difuso, n o m iocárdio do cam undongo u n icam en te infectado. Orig. Í20 x. Fig. 1.8 Baço do m esm o an im al. Orig. 100 x.

Jan.-Fev., 1971 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 13 SRAFICO m com relação ao ^alor do emprêgo de uma ou mais doses de vacina se deve, seguramente, ao menor número de tripanosomas empregados, ao percentual de formas vivas e de formas metacíclicas que naquele foram menores do que nos experimentos atuais. Nos animais vacinados unicamente com vacinas vivas,.o exsudato inflamatório, no coração, foi sempre menos intenso do que o dos animais controles. O sistema histiolinfocitário dêstes últimos animais parece reagir mais intensam ente do que o dos demais grupos, excetuado o dos cam undongos que receberam unicam ente vacinas vivas, onde os fenômenos hiperplásicos são os mais acentuados de todos. Os camundongos vacinados com 3 vacinas m ortas em geral apresentam exsudação inflamatória, no coração, de grau igual ou superior ao dos anim ais controles unicamente infectados. Êste fato já foi mencionado por outros autores (1, 3, 7, 8), mesmo com vacinas vivas e interpretado como um certo grau de hipersensibilização, determinada pela vacina. Em nossa experiência essa é a primeira vez que observamos êsse fenômeno e unicamente nos animais que receberam três doses de vacinas m ortas fenoladas. O exame da tabela 4 e do gráfico IV m ostra que o grau da parasitem ia dos animais dêsse grupo foi significativamente mais elevado do que o dos animais controles. Do acim a exposto pode-se concluir que

14 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. V 1 GRAFICO H a melhor proteção contra um a infecção experim ental do cam undongo por um a cepa virulenta do T. cruzi, é aquela obtida por vacinas vivas avirulentas e que os a n i m ais im unizados com estas são os que oferecem m enores reações inflam atórias. SUMMARY Mice vaccinated w ith one, two or three doses of a live avirulent vaccine of T. cruzi present better ãegree of resistance and slighter tissular inflam atory reaction, after challengs, than mice vaccinated ' w ith only one, two or three doses of killeã phenolated vaccine of the same strain. The combination of live anã killeã vaccines gives no better results than those obtained w ith the live vaccines only.

Jan.-Fev., 1971 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 15 BIBLIOGRAFIA 1. ANDRADE, S. G. & CARVALHO. M. L. Efeito da excitação do sistema retículo-endotelial pelo adjuvante de Freund na Doença de Chagas exnerimental. Rev. Inst. Med. Trop São Paulo, 11: 229-235, 1969. 2. BRENER, Z. Contribuição ao estudo da terapêutica experimental da Doença de Chagas. Tese. Fac. Farm. Odont. Univ. Minas Gerais. B. Horizonte, 1961 3. FERNANDES, J. F.; CASTELLANI, D. & OKUMURA, M. Histopatologia do coração e músculos em camundongos imunizados contra T. cruzi. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo, 8: 151-156, 1956. 4. MENEZES, Humberto Lesões histológicas em camundongos vacinados com uma cepa avirulenta do Trypanosoma cruzi. Rev. Bras. Med. 25: 160-165, 1968. 5. MENEZES, Humberto Lesões histológicas do coração em cães vacinados com uma cepa avirulenta de Trypanosoma cruzi. Rev. Bras. Med. 26: 281-283, 1969. 6. MENEZES, Humberto Imunização de camundongos com vacina viva avirulenta do Trypanosoma cruzi. IV Ensaio de esquemas da vacinação. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., 4: 1970. 7. MUNIZ, J. & AZEVEDO, A. P. Nôvo conceito da patogenia da Doença de Chagas (Trypanosomiasis americana). Inflamação alérgica granulomatoide (A) e miocardite hiperergica (B) produzidas em Rhesus (Macaca mullata) inoculada com formas mortas de cultivo do Schizotrypanum cruzi. (Nota prévia). O Hospital, 32: 165-183, 1947. 8. TORRES, C. M. Sôbre a anatomia patológica da Doença de Chagas. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 36: 391-404, 1941. (