Curso de Medicina Veterinária Aquicultura Prof. Armando José Capeletto Aquicultura Espécies não-piscícolas em Aquicultura I: OSTREICULTURA (ramo da Maricultura) A morsa e o carpinteiro, personagens de Alice do outro lado do Espelho (Lewis Carroll): fanáticos por ostras... 1 Criação de Ostras Caracterização zoológica: Filo: Moluscos Classe: Bivalves Gênero: Crassostrea spp (várias espécies) Crassostrea gigas (exótica) (ostra-japonesa ou ostra-do do-pacífico) No Japão as ostras fornecem carne e pérolas. No Brasil, a criação é voltada para a produção de carne. 2 1
11/5/2014 Sambaquis (do tupi tamba'kï, morro de conchas ) São enormes montanhas erguidas em baías, praias ou na foz de grandes rios por povos que habitaram o litoral do Brasil na Pré-História. O hábito de consumir ostras e outros moluscos é milenar. São formados principalmente por conchas de moluscos. A própria origem tupi da palavra sambaqui significa "amontoado de conchas". Essas elevações também contêm ossos de mamíferos, equipamentos primitivos de pesca e até objetos de arte e enterramentos, num verdadeiro arquivo pré-histórico. Os arqueólogos calculam que existam milhares de sambaquis espalhados pela costa do país. Os mais antigos nasceram há cerca de 6 500 anos. 3 Anatomia interna de uma ostra: músculo adutor ventrículo brânquias intestino aurícula estômago glândula digestiva manto charneira palpo labial concha Mesa 4 2
Crassostrea rhizophorae, ou ostra nativa, também chamada de Crassostrea brasiliana. Habita manguezais em regiões estuarinas, locais com águas de baixa salinidade (águas salobras). Tem preferência pelo médiolitoral, na zona entremarés, mas pode sobreviver o tempo todo submersa. Salinidade ideal: 18 a 32 0/00. 5 Efeito de maré: influência da Lua Zona entremarés 6 3
Ostra do mangue 7 Formação da pérola Quando um corpo estranho penetra na membrana da ostra, causando irritação, como defesa o molusco libera a secreção de nácar ou madrepérola, para calcificação similar à face interna da concha. Este processo dá origem à formação de uma pérola, cujo tamanho varia de acordo com o tempo em que o corpo estranho fica exposto ao depósito de madrepérola - o processo de maturação dura cerca de três anos. Certos parasitas reproduzem-se no interior da ostra, perfurando a concha e se alojando no manto, fina camada de tecido que protege as vísceras e é o órgão secretor da concha. Depositado sobre o invasor em camadas concêntricas, o nácar cristaliza-se rapidamente, isolando o perigo e formando uma pequena bolota rígida. A resistência do corpo estranho no animal e as condições climáticas influenciam o processo de formação da pérola. Composição do nácar ou madrepérola: Matéria orgânica conchina ou conqueolina (proteína) 5,94% Água 2,34% Carbonato da Cálcio (CaCO 3 ) sob a forma de cristais de aragonita 91,72% Obs.: Alguns investigadores sugerem outras causas para a formação das pérolas, especialmente alterações fisiológicas que conduzem à produção do nácar. 8 4
Nácar ou madrepérola é um material calcáreo, branco ou escuro, iridescente, rijo, brilhante, produzido por diversos tipos de moluscos, especialmente bivalves. A madrepérola é o principal componente das pérolas. Substâncias presentes na água podem ser incorporadas à pérola, por isso sua cor varia de. acordo com o ambiente, gerando diversas tonalidades. Pérolas cultivadas No início do século XX, os japoneses inventaram uma forma simples de acelerar o processo, introduzindo na ostra um pequeno núcleo de madrepérola, retirada de uma concha, com cerca de três quartos do tamanho final desejado. As ostras perlíferas são cultivadas em engradados, fixados na zona entremarés. O resultado é tão bom que, mesmo para um especialista, é difícil distinguir a pérola natural da cultivada. Cultivo de ostras perlíferas no Japão 9 Caracterização Como os demais bivalves, as ostras possuem duas valvas (hemiconchas), sendo que as ostras de boa aparência devem ter um lado côncavo e outro plano. Estas características indicam que a ostra foi criada com o manejo correto, provém de boas sementes e teve espaço suficiente para crescer Possuem um músculo forte, chamado adutor, que mantém as valvas fechadas e protegidas contra qualquer ameaça externa. As ostras são animais filtradores e, na maré alta, mantêm as valvas ligeiramente abertas, por onde entra a água com a sua alimentação. Nestas horas, o músculo fica relaxado. Ao menor sinal de perigo o músculo adutor se contrai, fechando fortemente as valvas. Uma mesma espécie de ostra pode viver em ambientes variados como baías, estuários, rios, enseadas e mar aberto. Alimentam-se filtrando a água e capturando organismos microscópicos: fitoplâncton, microalgas, zooplâncton e partículas orgânicas ou detritos espalhados pelo ambiente marinho. 10 5