Estudo do Emprego Formal nas MPE Maranhenses Fevereiro 215 No Brasil, resultado de dezembro foi o pior desde 28; resultado anual foi o pior desde 1999. No Maranhão, último trimestre foi decepcionante. Em dezembro/214, foram fechados no país 576,2 mil postos de trabalho formal, quase 17 mil a mais que no mesmo mês do ano anterior. Aspectos sazonais fazem com que o último mês do ano registre mais demissões que admissões, em especial nos segmentos da Indústria, da Construção Civil e de Serviços. No entanto, na comparação com dez/13, o resultado em dez/14 mostra que as empresas demitiram mais trabalhadores. No acumulado do ano, o saldo foi positivo (391, mil), mas não há o que comemorar, dado o recuo de 65,7% frente ao acumulado de 213 (1,1 milhão). Na Região Nordeste, o Maranhão ficou à frente somente de Alagoas e Pernambuco em relação à geração de empregos. Apenas 434 novos postos de trabalho formal foram abertos no Estado no ano passado, uma significativa redução quando comparado a 213 (17,4 mil), número que provavelmente se converterá em negativo, quando todos os ajustes referentes ao período forem atualizados. Movimentação líquida de empregos formais, por setor de atividade: Brasil, Regiões e UF s nordestinas. Var. Dezembro Dezembro 213 214 Var. % Localidade absoluta 213 214 (a) (b) (b/a) (b-a) Brasil -57.77-576.244 1.138.562 391.8-747.554-65,7 1º Sudeste -275.85-288.759 471.425 119.818-351.67-74,6 2º Sul -111.44-127.22 255.247 114.812-14.435-55, 3º Nordeste -38.277-53.476 214.257 99.977-114.28-53,3 4º Centro-Oeste -56.334-73.695 131.144 38.2-93.142-71, 5º Norte -26.67-33.94 66.489 18.399-48.9-72,3 1º Ceará -2.96-4.12 51.461 47.677-3.784-7,4 2º Bahia -13.427-21.561 53.814 21.527-32.287-6, 3º Paraíba -974-1.561 16.52 16.59 538 3,4 4º Piauí -2.381-2.248 12.945 1.93-2.42-15,8 5º RN 255-3.72 14.93 1.268-3.825-27,1 6º Sergipe -1.743-1.863 13.978 8.912-5.66-36,2 7º Maranhão -7.45-6.772 17.474 434-17.4-97,5 8º Alagoas -1.362-44 -628-3.368-2.74-436,3 9º Pernambuco -8.289-11.857 35.68-12.966-48.34-137, No plano nacional, a Indústria de Transformação e a Construção Civil foram os setores mais afetados pela queda na atividade econômica em 214. A Indústria fechou 163,8 mil vagas e a Construção Civil outras 16,4 mil. Com juros em elevação, conta de energia mais cara e fim dos benefícios tributários (IPI e desonerações da folha de salários, principalmente), 215 será bem complicado para esses setores. No Maranhão, os indicadores do mercado de trabalho se deterioraram rapidamente após o enceramento do ciclo eleitoral. Mais de 12 mil vagas fechadas somente no último trimestre fizeram o saldo no ano passado minguar. O mercado de trabalho formal brasileiro mostrou sinais de deterioração no último trimestre de 214. O cenário de estagnação econômica ficou mais claro diante das expectativas de empresários e consumidores em queda. As vendas no Natal do ano passado, por exemplo, registraram queda de 1,7% frente a 213, a primeira retração em doze anos. O ano terminou com juros e inflação em alta, o que deverá repercutir com mais intensidade sobre o consumo e a demanda doméstica em 215. Com isso, os sinais de deterioração na geração de empregos formais devem se aprofundar. 1
MPE Brasil: micro e pequenas empresas atenuam os efeitos da estagnação econômica sobre o mercado de trabalho As médias e grandes empresas são as que mais enfrentam problemas. Considerando a Indústria de Transformação, a Construção Civil, o Comércio e Serviços, em 214 as empresas de médio e grande porte desses setores fecharam 328,5 mil postos de trabalho, 17 mil somente na Indústria de Transformação. Por outro lado, as micro e pequenas empresas dos setores selecionados abriram 715,1 mil novas vagas de emprego, recuo de 39,% frente ao resultado verificado no ano anterior (1,1 milhão), mais ainda assim um resultado expressivo diante da conjuntura. Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, por setor de atividade: Brasil acumulado. 6. 551.579 5. 213 214 422.89 4. 31.118 3. 2. 27.699 186.956 115.359 1. 99.215 6.868 Ao lado, o desempenho das micro e pequenas empresas, por setor de atividade, no acumulado dos dois últimos anos. No geral, o recuo em relação a 213 foi de 39%, mas no setor industrial a redução na geração de empregos chegou a 94,%, enquanto que no setor de Serviços a queda foi mais suave, de 23,4%. Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, segundo o setor de atividade: Brasil Dezembro. 2. dez/13 dez/14 Em dezembro/214, as MPE ampliaram o número de demissões, na comparação com dezembro/213. As maiores variações negativas foram registradas na Construção Civil e no Comércio. O maior saldo negativo (em termos absolutos) foi registrado no setor de Serviços diferente de 213. -2. -4. -6. -8. -1. -983-41.333-65.212-65.614-77.61-1.331-63.85-83.228 2
MPE Maranhão: forte desaceleração na Construção Civil e nos Serviços Da mesma forma que no plano nacional, enquanto as micro e pequenas empresas ostentaram saldos positivos, as médias e grandes empresas, no geral, desmobilizaram muita mão-de-obra. No ano passado, considerando a Indústria de Transformação, a Construção Civil, o Comércio e Serviços, as empresas de médio e grande porte maranhenses fecharam, em conjunto, 7,3 mil postos de trabalho. Já as micro e pequenas empresas abriram 9, mil novas vagas. As MPE do Comércio maranhense apresentaram bom resultado em 214, na comparação com o ano anterior: foram 4,1 mil novas vagas abertas, praticamente repetindo o desempenho de 213. No setor de Serviços, a geração de empregos nas MPE caiu quase à metade: das 6,9 mil vagas abertas em 213 para somente 3,6 mil em 214. Na Construção Civil, o baque foi ainda maior: 933 novos empregos nas MPE, bem menos que os 1,4 mil de 213. Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, por setor de atividade: Maranhão acumulado. 12. 1.444 1. 213 214 8. 6.892 6. 4.274.145 4. 3.637 2. 1.271 37 933 Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, segundo o setor de atividade: Maranhão Dezembro. 4 dez/13 dez/14-77 -116-4 -312-393 -561-588 -8-821 -1.2-1.337-1.6 Em dezembro214, as MPE de todos os setores desmobilizaram mão-de-obra, embora no Comércio tenha sido registrado um número menor de demissões, na comparação com o mesmo mês de 213. Nos demais setores, as demissões se ampliaram, de forma mais intensa na Construção Civil e na Indústria. O baixo dinamismo no mercado de trabalho brasileiro e maranhense observado no último trimestre deve perdurar em 215, diante das crescentes dificuldades impostas pela recessão econômica que se avizinha. 3
Unidades Regionais SEBRAE: Na comparação com 213, destaque para UR Balsas e UR Caxias. Forte desaceleração, porém, nas principais Unidades Regionais A UR São Luís concentrou a geração de empregos no Estado: quase 5,3 mil vagas foram abertas, de janeiro a dezembro de 214, nas micro e pequenas empresas da região que tem como polo a capital maranhense. O resultado foi 54,4% inferior ao registrado em 213 (11,6 mil). Movimentação líquida de empregos formais nas micro e pequenas empresas, por unidade regional SEBRAE- MA: acumulado e mensal (à direita) UR São Luís -51 UR Santa Inês UR Presid. Dutra UR Pinheiro UR Lençóis-Munim UR Imperatriz UR Grajaú UR Chapadinha UR Caxias UR Balsas UR Bacabal -41 UR Açailândia 5.286 1.892 99 623 268 149 186 884 63 3.196 139 83 64 514 644 212 1.662 1.559 55 777 1.376 214 213 11.612 UR São Luís UR Santa Inês UR Presid. Dutra UR Pinheiro UR Lençóis-Munim UR Imperatriz UR Grajaú UR Chapadinha UR Caxias UR Balsas UR Bacabal UR Açailândia -1.457-1.59 dez/14 dez/13-52 -116-11 -18-21 -146-6 -13-288 -26-28 -5-74 -32-22 -193-32 -31-172 -47 26 32-2. 6. 14. -2.5-1.5-5 5 Os maiores recuos foram observados na Construção (1,9 mil em 214 contra 6, mil em 213) e no Comércio (652 em 214 contra 1,7 mil em 213). Por outro lado, as micro e pequenas empresas da Indústria de Transformação tiveram melhor desempenho em 214 (+35) do que em 213 (-122), numa possível absorção parcial, diga-se de passagem de mão-de-obra desmobilizada pelas grandes empregadoras do setor. Na UR Balsas e na UR Caxias, o desempenho das MPE em 214 foi melhor que em 213. Na região de Balsas, todos os setores registraram saldo positivo. Na região de Caxias, o destaque ficou por conta do Comércio e dos Serviços. Por outro lado, na UR Açailândia e UR Santa Inês, o desempenho em 214 foi negativo. A Construção Civil pesou contra: fechamento de 76 vagas na região de Açailândia e de outras 438 na região de Santa Inês. 4
Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, por unidade regional SEBRAE-MA, segundo o setor de atividade: acumulado. INDÚSTRIA CONSTRUÇÃO COMÉRCIO SERVIÇOS MONITORAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MARANHÃO Publicação mensal do SEBRAE MA www.sebrae.com.br/uf/maranhao Diretoria Executiva: João Batista Martins (Diretor Superintendente); José de Ribamar da Silva Morais (Diretor Técnico) Unidade de Gestão Estratégica: Antônio Paixão Garcês (Gerente); Teresinha Drummond Gonçalves Moreira (Coordenadora de Pesquisa); Fernando Vinícius de Oliveira Moreira (Analista) Cenário Econômico Consultoria Ltda. Felipe de Holanda (Coordenador); Daniele Amorim, Dionatan Silva Carvalho e Talita Sousa Nascimento (Pesquisadores); Igor Oliveira Sá; Rafael Thalysson; Vicente Anchieta Jr (Auxiliares de Pesquisa). Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. 5