ESTUDO COMPARATIVO FRENTE A ATUAÇÃO DOS CIMENTOS ENDODÔNTICOS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO,ÒXIDO DE ZINCO E EUGENOL E RESINOSOS.

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Transcrição:

ESTUDO COMPARATIVO FRENTE A ATUAÇÃO DOS CIMENTOS ENDODÔNTICOS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO,ÒXIDO DE ZINCO E EUGENOL E RESINOSOS. Nathália Marton da Silva 1,Paula Elaine Cardoso 2, Íris Maria Fróis n ¹UNIVAP- Universidade do Vale do Paraiba, Odontologia, Av.Shishimura Hifumi, 2911- Urbanova, São José dos Campos,nathalia.marton@gmail.com. 2 UNESP- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Avenida Engenheiro Francisco José Longo, 777 - Jardim São Dimas São José dos Campos, paula.elaine@bol.com.br. n UNIVAP- Universidade do Vale do Paraiba, Odontologia, Av.Shishimura Hifumi, 2911- Urbanova, São José dos Campos, irisfrois@hotmail.com. Resumo- A Endodontia é uma das especialidades que exige muita cautela e destreza manual do profissional que a pratica. A técnica endodôntica consiste em três etapas: a retirada dos tecidos de dentro dos canais, a modelagem dos canais radiculares, e obturação adequada destes. Na revisão da literatura apresentada será abordado a última etapa do tratamento, enfatizando a importância dos cimentos endodônticos e ressaltando três propriedades importantes: biocompatibilidade, radiopacidade e solubilidade, de modo comparativo, entre alguns tipos de cimentos resinosos, à base de hidróxido de cálcio e à base de óxido de zinco e eugenol. O objetivo do presente trabalho consiste na realização de uma revisão bibliográfica para apontar algumas propriedades dos cimentos endodônticos a fim de encontrar um cimento com boas propriedades conjuntas e proporcionar um resultado satisfatório no tratamento endodôntico realizado. Palavras-chave: Cimentos endodônticos, Propriedade dos cimentos endodônticos, Obturação canais radiculares. Área do Conhecimento: IV-Ciências da Saúde. Introdução A endodontia é uma especialidade que consiste na retirada de eventual conteúdo dos canais radiculares, modelagem e desinfecção das paredes e ao fim, o preenchimento dos canais com materiais que permitam um selamento efetivo. O sucesso do tratamento endodôntico depende da adequada obturação dos canais radiculares, utilizando de técnicas aprimoradas e materiais com boas propriedades físico-químicas e biológicas, que preencham os canais previamente trabalhados. Estes materiais se apresentam em dois estados físicos: plásticos (Guta-percha) e sólidos (cimento) (SYDNEY et al. 2008). Os cimentos devem ser materiais que ocupem os túbulos dentinários unindo-se intimamente as fases orgânicas e inorgânicas da dentina, devem possuir ação antimicrobiana que destrua ou neutralize os microorganinismos e seus subprodutos, induza a neoformação cementária e fortaleça o sistema de canais radiculares. Além do cimento participar juntamente com os cones de guta percha para um selamento adequado, se faz necessário que seja biocompatível com os tecidos periapicais, isto é, não provocando uma regeneração inadequada, através da presença de fatores irritantes presentes em sua composição. A radiopacidade dos cimentos endodônticos é instituída pela ADA na especificação 57 onde, exige que os cimentos apresentem radiopacidade de 2 a 3 mm de alumínio, sendo assim diferenciado da dentina e outras estruturas radiopacas presentes no sistema estomatognático. O resultado final do adequado selamento dos canais radiculares é observado através de imagem radiográfica, sendo a radiopacidade do material obturador o indicador principal, de possíveis falhas na condensação do material (FERREIRA et al. 1999). O selamento do canal radicular é conseguido pelo emprego do cimento endodôntico, sendo este importante, pois impede qualquer contato com fluídos periodontais, bem como em caso de ineficiência da restauração do elemento, torna-se uma barreira física aos microorganismos provenientes da cavidade oral. Muitas vezes, defeitos do selamento do elemento em questão, levam ao retratamento do dente por solubilização ou expansão desta barreira, o cimento, ocasionando recontaminação através da cavidade oral. O objetivo do presente trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica para apontar algumas propriedades dos cimentos endodônticos chegando à um cimento com boas propriedades conjuntas. 1

Metodologia Foi realizado um levantamento bibliográfico sobre as propriedades de cimentos endodônticos. As bases de dados foram Pubmed, Bireme e google. Resultados É de extrema importância conhecer a compatibilidade biológica dos cimentos endodônticos devido ao fato de que se os componentes presentes forem demasiadamente irritantes, podem á longo prazo, causar uma inflamação e necrose tecidual na área adjacente ao tratamento. A biocompatibilidade de um cimento endodôntico é chave de extrema importância devido ao íntimo contato com tecidos vitais adjacentes ao ápice radicular. Nassri et al. (2003), estudaram a compatibilidade biológica da área onde foi implantado tubos de polietileno no tecido subcutâneo de doze ratos contendo os cimentos Sealapex, na região escapular, e Apexit, na região pélvica. Foi avaliado os eventos histopatológicos nos períodos de sete, vinte e um e quarenta e cinco dias, onde observou-se que mesmo os dois cimentos sejam á base de hidróxido de cálcio, que possuem grande capacidade de regeneração tecidual e deposição de tecido mineralizado, o Sealapex apresentou processo inflamatório, porém com evolução reparativa tecidual, e o Apexit apresentou uma reação inflamatória mais agressiva. Foi realizado em 2006, um estudo que comparou histológicamente a biocompatibilidade de 3 cimentos á base de hidróxido de cálcio: Sealapex, Apexit e Sealer 26, onde tubos foram inseridos cirurgicamente nos tecidos subcutâneos de ratos. Houve resposta inflamatória considerada severa e moderada em todos os períodos analisados. Na análise dos resultados observou-se que a intensidade da reação inflamatória ao cimento Sealapex apresentou quadro ativo porém na fase involutiva, sendo assim o mais biocompatível do estudo seguido pelo Apexit e Sealer 26 (PINTO VELOSO, et al.2006). Silveira et al. (2011) realizaram estudo comparando a biocompatibilidade de quatro cimentos Epiphany, AH Plus, Pulp Canal Sealer e Sealapex, com implantação tubos com os cimentos no tecido subcutâneo de ratos, e avaliado em sete, quinze e trinta dias. Foi retirado os tecidos e embebidos nos corantes de hematoxilina e eosina e analisada em microscópio o número de células inflamatórias presentes. Segundo Silveira et al.(2011), o cimento Epiphany desencadeou reação inflamatória severa no primeiro período de análise, sete dias, porém no ultimo período, já tinha regredido a reação inflamatória, sendo considerada reação inflamatória leve. Os Demais cimentos, AH Plus, Pulp Canal Sealer e Sealapex, apresentaram reação moderada à leve, Sendo o Sealapex o que menos induziu à uma resposta inflamatória. Pode-se observar que os cimentos endodônticos demonstraram alguma reação inflamatória mesmo que leve, o que pode ser considerado normal por se tratar de reparação onde o cimento se encontra quase em contato direto com tecidos biológicos. O Sealapex demonstrou-se com processo inflamatório ativo, porém na fase involutiva. Ferreira et al. (1999) analisaram a radiopacidade de alguns cimentos endodônticos com três aparelhos radiográficos e quilovoltagem diferentes. Foi analisado amostras dos cimentos com e sem a guta-percha. Tab. 2- Avaliação da radiopacidade dos cimentos endodônticos com e sem guta-percha (FERREIRA et al. (1999). Tanomaru et al. (2004), Avaliando radiopacidade dos cimentos Endofill, Sealapex, Sealer 26, AH Plus e Rocko Seal com método radiográfico convencional. Encontrou como resultado o cimento AH Plus o mais radiopaco e o Sealapex com menor radiopacidade. Sydney et al. (2008) analisaram também por radiografia digital cinco cimentos endodônticos, AH Plus, Endofill, Intrafill, N-Rickert e Óxido de Zinco e Eugenol e mediram a variação da radiopacidade dos cimentos em pixels, unidade utilizada para qualidade de imagens, obtendo o seguinte resultado. 2

Tab. 1- Avaliação em pixels da radiopacidade dos cimentos endodônticos (SYDNEY et al. 2008). É notória a variação da radiopacidade entre os cimentos, sendo o AH Plus o mais radiopaco. Já o Òxido de Zinco e Eugenol o menos radiopaco, podendo ser resultado da possível falta de radiopacificadores em sua fórmula. Aznar et al. (2010) avaliaram a radiopacidade de sete cimentos endodônticos: Sealapex, Apexit, Sealer 26, AH Plus, Endo Rez, Intrafill e Endomethasone, utilizando radigrafia digital. A análise radiográfica demonstrou em ordem decrescente capacidade de radiopacidade dos cimentos estudados que foi: AH Plus, Endo Rez, Intrafill, Sealer 26, Endomethasone, Apexit e Sealapex, porém os valores de radiopacidade foram superiores ao da dentina. A radiopacidade do cimento endodôntico permite a visualização radiográfica do canal obturado, porém alguns cimentos não possuem boa radiopacidade, sendo esta uma propriedade importante na comprovação da adequada obturação dos canais radiculares. Fidel (1993) observou que os cimentos Fillcanal e Sealapex apresentaram solubilidade acima do estipulado pela ADA. Porém os demais cimentos, Sealer 26, CRCS, Apexit e PRsealer apresentaram resultados abaixo do limite imposto de 3%. Savioli (1998) analisou cimentos à base de OZE, N-Rickert, Fillcanal, Endomethaone, Endomethasone Ivory, onde observou-se valores de solubilidade de 3,53% e 5,65% para Fillcanal e N-Rckert respectivamente, sendo considerados acima do permitido, e os cimentos Endomethasone Ivory (0,38%) e Endomethasone (1,66%) valores dentro do limite máximo permitido. Carvalho-Júnior et al. (2003) foi imerso em água destilada corpos de prova com os seguintes cimentos Ketac-Endo, Endofill, N-Rickert e Sealer 26, previamente pesados, a fim de se avaliar a solubilidade destes, decorrido sete dias foi removido do recipiente, secado e pesado. Observou-se que o Ketac-Endo (9,90%) e Endofill 3,90% apresentaram valores acima do estipulado pela ADA. Já o N-Rickert (3%) e Sealer 26 (0,25%), valores aceitáveis. Nunes et al. (2005) realizaram estudo avaliando a solubilização e desintegração dos cimentos endodôntico Sealapex apenas e em duas outras amostras manipulou juntamente dois radioacificadores, Sulfato de bário e iodofórmio. Observou que a solubilidade foi de 78,15% do cimento sem adição de radiopacificador, e 50,35% para Sulfato de Bário e 84,31% na amostra com Iodofórmio, sendo todos os resultados muito acima do limite máximo estipulado pela ADA. Camargo et al. (2008) Analisaram a estabilidade dimensional de quatro cimentos endodônticos, Sealer 26, N-Rickert, Fillcanal e Sealapex. Foi confeccionado corpos de prova que de 6mmx 3mm envolvidos por teflon prensados e mantidos em ambiente com 100% de umidade à 37 C, por sete dias, até seu completo endurecimento. Passado este período os corpos de prova foram pesados e metade da amostra dos cimentos foi imerso em água destilada e outra metade em fluído tissular simulado mantidos por cento e vinte dias, e retirados à cada trinta dias e pesados. Autores observaram que os cimentos Fillcanal e Sealapex, se fragmentou nas tentativas de remoção da matriz, sendo assim, impossível obtenção de dados. Já o cimento N-Rickert perdeu massa e diminuiu seu diâmetro, e o Sealer 26 aumentou sua massa e seu diâmetro. Bauza et al. (2010), avaliaram a capacidade de solubilidade de alguns cimentos endodônticos de diferentes bases. Os cimentos foram representados por corpos de prova imersos em água e avaliou-se a concentração de íons metálicos presentes no líquido de imersão. Foi realizado os teste de acordo com a especificação nº 57 da ANSI\ADA,2000. A NASI\ADA define solubilidade como massa inicial e massa final de um dado corpo de prova, expressa em porcentagem. Os cimentos avaliados foram AH Plus, Apexit Plus, Polifil, Endométhasone e Endofill que tiveram seus corpos de prova imersos em recipientes de água destilada e deionizada e foram mantidos na estufa á 37 C e 95% de umidade relativa durante sete dias. Nos resultados obtidos os cimentos Endofill, Apexit Plus e AH Plus sofreram perdas de massa da ordem de 2,50%, 1,47% e 0,75% respectivamente e os cimentos Polifil e Endométhasone sofreram expansão devido a absorção de água, valores obtidos -0,37% e -0,16% respectivamente. Apexit Plus teve grande perda de íons cálcio com conseqüente desgaste estrutural podendo desta forma prejudicar o sucesso do tratamento. 3

Tab. 3- Avaliação da solubilidade, comparação perda de íons (BAUZA et al. 2010). Na literatura conseguimos observar que os cimentos AH Plus, Apexit Plus, e Endofil, apresentaram o valor aceitável pela especificação ANSI/ADA 2000, onde cimento não deve perder mais que 3% de sua massa. Já Polifil, Endométhasone, sofreram expansão, assim ganhando massa podendo tornar ineficiente a obturação dos canais radiculares. Discussão A biocompatibilidade é uma propriedade importante, visto que todos os cimentos analisados apresentaram reação inflamatória, porém pode-se observar graus diferente variando de severo á leve, e a regeneração tecidual e deposição de tecido mineralizado ao redor da área em questão, dependendo de cimento para cimento e tempo decorrido da permanência do cimento em contato com tecidos adjacentes. Ferreira et al. (1999) avaliaram cinco cimentos, de modo comparativo, onde os espécimes formato de corpos de prova de cimentos isolados, e cimentos junto com guta-percha como em uma obturação por condenção lateral, e amostra de dentina de três dentes para servir de parâmetro. Após as tomadas radiográficas, observou que os cimentos possuíam radiopacidade em maior quantidade para menor respectivamente: Vidrion Endo, N-Rickert, Sealer 26, Endomethasone e Sealapex, porém quando analisados nos corpos de prova em conjunto com a guta-percha observou que o Sealer 26, Endomethasone e Sealapex aumentou a radiopacidade da obturação, já nos cimentos Vidrion e N-Rickert diminuiu a radiopacidade. Alguns cimentos endodônticos não possuem radiopacidade desejada, podendo apresentar radiograficamente falhas na obturação por falta de radopacificadores em sua fórmula, assim se faz necessário adicionamento de substâncias radiopacificadoras como Iodofórmio, sulfato de bário (NUNES et al. 2005). Cruz et al. (2001) em estudo comparativo, da ação antimicrobiana, entre três cimentos Rickert, N-Rickert e Sealer 26, foi notória a apresentação de um maior halo de inibição da atividade microbiana com o cimento N-Rickert para os microrganismos S. aureus, S. mutans e Cândida albicans. Já o Sealer 26 apresentou maior halo antimicrobiano para microrganismos bucais e S. salivarius. A ação antimicrobiana de um cimento é outra propriedade importante, devido a indesejável recontaminação e insucesso do tratamento executado. A penetração intratubular dos cimentos é importante pois protege a integridade do tratamento endodôntico concluído. O cimento Rickert apresentou maior penetração intratubular, e o Sealapex a menor penetração, podendo ser resultado da capacidade de escoamentos deste cimento (DEUS et al. 2002). Com relação aos cimentos à base de Óxido de Zinco e Eugeno,l foi encontrada nos artigos que possuem maior solubilidade, podendo ser resultado da dificuldade na proporção exata de pó/líquido, influenciando assim na solubilidade e desintegração do cimento(leonardo 2005). Segundo Camargo et al. (2008) analisaram de modo comparativo, os cimentos N-Rickert e Sealer 26 observou-se a alteração antagônica entre os dois, onde N-Rickert (OZE) diminuiu em massa e diâmetro e o Sealer 26 (Hidróxido de Cálcio) aumentou em massa e diâmetro. Os resultados obtidos podem ser considerados indesejáveis ou não, onde a dissolução do cimento em caso de extravasamento pode ser favorável principalmente se ele apresentar-se bom indutor de deposição de minerais, já a dissolução do cimento no interior do canal pode levar ao fracasso do tratamento. E se tratando de expansão no interior dos canais radiculares proporcionará melhor selamento, porém esse fato ocasiona diminuição da solubilidade, sendo um fator desfavorável em caso de extravasamento periapical. Conclusão De acordo com os resultados obtidos em revisão literatura, concluiu-se que: 1.Que os cimentos endodônticos podem apresentar boas propriedades e a escolha para utilização deve ser criteriosa. 2. Que cimentos á base de Hidróxido de Cálcio apresentam boa regeneração tecidual, biocompatibilidade e indução de deposição tecido mineralizado. 3. A obtenção da radiopacidade é resultado de agentes radiopacificadores na fórmula dos cimentos endodônticos. 4.Os cimentos AH plus e N-Rickert apresentaram maior radiopacidade, já o Sealapex apresentou menor radiopacidade. 7.O cimento que apresentou menor solubilidade foi o AH Plus. 4

8. A solubilidade dos cimentos N Rickert e Sealer-26 aumentou em estudo realizado com fluído tissular simulado, comparado com água destilada. Contudo, observou-se a necessidade de mais pesquisas, a fim de se obter dados apurados em busca do cimento ideal. Referências -AZNAR, F.D.C.; BUENO, C.E.S.; NISHIYAMA, C.K.; MARTIN, A.S. Radiopacidade de setes cimentos endodônticos avaliada através de radigrafia digital - Rev Gaúcha Odontol., Porto Alegre, V. 58, n. 2, p. 181-184; 2010. -BAUZA, G.A.M.; JUNIOR, F.J.A.R.; PIM, F.S.; ALTOÉ, B.S.; SOUSA, Y.T.C.S.; NETO, M.D.S.; MIRANDA, C.E.S. Avaliação da solubilidade de cimentos endodônticos de diferentes bases- Sociedade Brasileira de Química; 2010. -CAMARGO, C.H.R; CARDOSO, P.E.; NASCIMENTO, D.R.;VALERA, M.C. Análise da estabilidade dimensional de diferentes cimentos endodônticos, conservando em água destilada ou em fluido tissular simulado. Rev ABO Nac. V. 16 n.2; 2008. -CARVALHO-JÚNIOR, J.R. et al. Evolution of solubility, desintegration, and dimensional alterations of glass ionomer root canal sealer. Braz. Dent. J, V.14, n. 2; 2003. -CRUZ, C.W.; MOURA, P.P.R.; HABITANTE, S.M.; ZÖLLNER, N.; JORGE, A.O.C. Avaliação do efeito antimicrobiano in vitro dos cimentos obturadores Rickert, N-Rickert e Sealer 26.-Departamento de Odontologia UNITAU- Rev biociênc., Taubaté, V.7, n.1, p.49-53; 2001. -DEUS, G.; FILHO,E.D.G.; FERREIRA, C.M; FILHO, T.C Penetração intratubular de cimentos endodônticos- Pesqui Odontol Brás-16(4): 332-336; 2002. -FERREIRA,F.B.A.; SILVA E SOUZA, P.A.R.; VALE, M.S.; TAVANO, O. Radiopacidade de cimentos endodônticos avaliada pelo sistema de Radiografia digital. -Rev. FOB- V.7, n.1/2, p.55-60; 1999. -LEONARDO, M.R. Endodontia: tratamento de canais radiculares: princípios técnicos e biológicos, 1ªed. São Paulo: Artes Médicas, p.1050-1145; 2005. -NASSRI, M.R.G.; LIA, R.C.C.; BOMBANA, A.C. Análise da resposta tecidual de dois cimentos endodônticos J Appl Oral Sci- 11(1): 9-14; 2003. -NUNES, V. H. et al. Tempo de endurecimento e solubilidade /desintegração do cimento Sealapex e associações. Braz Oral Res., V.19, Suplemment (Proceedings of the 22 Annual SBOPqO Meeting); 2005. -PINTO VELOSO, H.H.; SANTOS,R.A.; ARAÚJO, T.P.; LEONARDI, D.P.; BARATTO FILHO, F. Histological analysis of the biocompatibility of three diferent calcium hydroxide- based root canal sealers J Appl Oral Sci. 14(5):376-81; 2006. -SAVIOLI, R.N. Avaliação das propriedades físicoquímicas de alguns tipos de cimentos endodônticos á base de òxido de Zincoeugenol.1998. 62 p. Tese (Doutorado em Endodontia)- Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto; 1998. -SILVERA, C.M.M.; PINTO, S.C.S.; ZEDEBSKI, R.A.M.; SANTOS, F.A.; PALATTI, G.L. Biocompatibility of four root canal sealers: a histopathological evolution in rat subcutaneous connective tissue- Braz Dent J- 22 (1): 21-27; 2011. SYDNEY, G.B.; FERREIRA, M.; LEONARDI, D.P.; DEONIZIO, M.D.A.; BATISTA, A. Análise da radiopacidade de cimentos endodônticos por meio de radiografia digital.- Rev Odonto ciênc. 23(4):338-341; 2008. -TANOMARU, J.M.G.; CEZARE, L.; GONÇALVES, M.; TANOMARU FILHO, M. Evoluation of the radiopacity os root canal sealers by digitization of radiographic images- J Appl Oral Sci- 12(4): 355-7; 2004. -FIDEL, R.A.S.- Estudos das propriedades físicoquímicas de alguns cimentos obturadores dos canais radiculares contendo hidróxido de cálcio- 169 p. Tese (Doutorado em Odontologia- área de Reabilitação Oral)- Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto; 1993. 5