PESQUISAS EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA: UM ESTUDO SOBRE AVALIAÇÃO. Apresentação: Pôster

Documentos relacionados
OBJETIVOS. PALAVRAS CHAVE: Produção científica, Sequência de ensino-aprendizagem, Pesquisa em Ensino de Ciências, Didática das Ciências.

TENDÊNCIAS DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA NO BRASIL DE 2000 A 2013: EVENTOS CIENTÍFICOS

PROJETOS DE PESQUISA E CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PESQUISAS

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 5º semestre

O USO DA PESQUISA DOCUMENTAL NA ANÁLISE DE PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

II Simpósio Nacional de Educação em Astronomia

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO PARA ASSUNTOS EDUCACIONAIS PLANO DE ENSINO

A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NOS ANOS INICIAIS

Introdução controle manual pelo coordenador da disciplina: abordagem conceitual: jogos lúdicos:

ABORDAGEM HISTÓRICA DA TABELA PERIÓDICA NO 9º ANO: PERCEPÇÔES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

CONTEÚDO ESPECÍFICO DA PROVA DA ÁREA DE LETRAS GERAL PORTARIA Nº 258, DE 2 DE JUNHO DE 2014

RESENHA / REVIEW COMPUTADORES E LINGUAGENS NAS AULAS DE CIÊNCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

O Diretor Geral do Instituto Federal Catarinense Câmpus Rio do Sul, no uso das suas atribuições,

TÍTULO: CONCEPÇÃO DE PRÉ-ADOLESCÊNCIA EM HENRI WALLON CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA

Tarde aula 1. Rodrigo Machado Merli Diretor Escolar da PMSP Pedagogo Didática de Ensino Superior PUC/SP Estudante de Direito

PANORAMA DAS TESES E DISSERTAÇÕES BRASILEIRAS E PORTUGUESAS SOBRE EDUCAÇÃO CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA E ANÁLISE DE ERROS: UMA RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL

INVESTIGAÇÃO DO APRENDIZADO SOBRE MODELOS ATÔMICOS DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE CULTURA E ARTE CURSO DE TEATRO-LICENCIATURA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PLANO DE CURSO. 2. Identificar os conteúdos socioeducativos do ensino/aprendizagem do voleibol e do Handebol;

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO INSTRUMENTO DE CONHECIMENTO, REFLEXÃO E DECISÃO

BANCO DE TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA: IMPLANTAÇÃO, DIFICULDADES E POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES

CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO UNIARARAS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROPESQ PROGRAMA INSTITUCIONAL DE AUXÍLIO À PESQUISA

UMA VISÃO SOBRE JOGOS LÚDICOS COMO MÉTODO FACILITADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA EDITAL N 05/2013

1. IDENTIFICAÇÃO Nome dos proponentes: Octavio Teles, Rodrigo Bonatto Dall Asta

Palavras-chave: Área do retângulo; Situações-problema; Malha quadriculada.

Ensino dos GASES sob uma abordagem contextualizada

FACULDADES INTEGRADAS CURITIBA PROGRAMA DE MESTRADO EM DIREITO COORDENAÇÃO

ÁREA: Ciências Contábeis

OFICINAS PEDAGOGICAS: COMO FORMA DE AUXILIO NO APRENDIZADO DOS EDUCANDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

Curso de Filosofia - UFRN. apresentação

Plano de Ensino Docente. SEMESTRE ou ANO DA TURMA: 2º

MEMO PERIÓDICO: UM JOGO DIDÁTICO NO CONTEÚDO DE TABELA PERIÓDICA Apresentação: Pôster

QUESTÕES DO ENEM EM ATIVIDADES DO PIBID: um relato de experiência.

DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ALUNOS EM RESOLVER QUESTÕES DE PROBABILIDADE

FORMAÇÃO CONTINUADA: COMPREENDENDO O PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES A PARTIR DE UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

BAREMA - PROFESSOR TITULAR

Metodologia da Pesquisa em Sistemas de Informação. Aula 3. Projeto de Pesquisa. Revisão Sistemática. Profa. Fátima L. S. Nunes

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 001/PPGEDU, DE JULHO DE 2013.

Aula 1. Planejamento. Lilian R. Rios 18/02/16

RELAÇÃO ENTRE A CONTEXTUALIZAÇÃO E A EXPERIMENTAÇÃO ACERCA DAS QUESTÕES DO ENEM EM QUÍMICA

Eixo temático 1: Pesquisa em Pós-Graduação em Educação e Práticas Pedagógicas.

PLANO DE ENSINO DISCIPLINA: Experiência de aprendizagem em espaços educativos escolares e nãoescolares

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS JAGUARÃO CURSO DE PEDAGOGIA

Projeto do Estágio Supervisionado da Licenciatura em Ciências Biológicas (Parte do Projeto Pedagógico do Curso )

Texto referência para a audiência pública sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Relações Internacionais

UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO BRASILEIRA SOBRE O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE QUÍMICA

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

FACULDADE LEÃO SAMPAIO

Desenvolvimento do trabalho

PROGRAMA DE DISCIPLINA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PARA CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

Normas da disciplina TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DEPARTAMENTO DE DESPORTOS PROGRAMA DE ENSINO 2016/1

RESOLUÇÃO N 008/2013

SELEÇÃO E USO DE LIVROS DIDÁTICOS DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA POR PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: RESULTADOS PRELIMINARES

METODOLOGIA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR EMENTA OBJETIVOS

UMA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL LIGADA AO DESPERDÍCIO DE ÁGUA EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE

Teorias curriculares: teoria tradicional campo epistemológico e teóricos

Contrato didático e (in)disciplina. Professora: Dra. Eduarda Maria Schneider

EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA 1º PERÍODO

A EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES E ESTUDANTES

XVI CURSO DE ESCRITA CIENTÍFICA: DA CONCEPÇÃO À PUBLICAÇÃO EM PERIÓDICOS ARBITRADOS

E.E. Prof. Willian Rodrigues Rebuá

INCLUINDO A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO PROCESSO DE INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO EMENTA

Universidade Federal de Roraima Departamento de matemática

EDITAL DE BOLSAS DE PRÉ-INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (PIBIC-EM) 2016/2017

ANALIZANDO A CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS DE ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

AULA 01 Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos

VI PERÍODO (MANHÃ/TARDE) 1º dia (manhã) 17/01. VII RECURSOS DIDÁTICOS _ Quadro histórico teórico-conceitual. _ Projetor multimídia. _ Pincel atômico.

PLANO DE ENSINO. CURSO Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais MATRIZ 763

O MODELO DE ATENDIMENTO À DIVERSIDADE (MAD) E SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS DE APOIO A ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.

Evolution News - Edição 1

Instituto de Educação Universidade de Lisboa

DIVISÃO DE ASSUNTOS ACADÊMICOS Secretaria Geral de Cursos PROGRAMA DE DISCIPLINA

A CONCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE BIOLOGIA SOBRE RECICLAGEM E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO DA SUSTENTABILIDADE

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO RESOLUÇÃO Nº 06/2015

REGIMENTO INTERNO DO CURSO DE MESTRADO EM DIREITO

A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA EM LIVROS DIDÁTICOS 1

A COSMOLOGIA EM TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ENSINO DE ASTRONOMIA NO BRASIL

METODOLOGIA DA PESQUISA

FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE

RICALDES, Daltron Maurício UFMT DARSIE, Marta Maria Pontin UFMT

FACULDADE METROPOLITANA DE CAMAÇARI FAMEC -

NORMAS DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO INTERUNIDADES EM ENSINO DE CIÊNCIAS

Ensino em arquitetura e urbanismo: meios digitais e processos de projeto

Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas

1ª Circular - Chamada de Trabalhos

Visão Geral do Trabalho de Pesquisa

AULA 10 Questão de pesquisa e amostragem

PORTARIA DA PROPPEX nº 002/2007

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO JULIANA LEME MOURÃO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

PROJETO INTEGRADOR REGULAMENTO INSTITUCIONAL

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Transcrição:

PESQUISAS EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA: UM ESTUDO SOBRE AVALIAÇÃO Apresentação: Pôster Ana Maria da Cunha Rego 1 ; Francisca Maria Silva Miranda 2 ; Kilma da Silva Lima Viana 3 Introdução Esse trabalho apresenta um estudo acerca das pesquisas na área de avaliação no ensino das Ciências da Natureza no Brasil, considerando o evento nacional mais importante para a área de ciências, o ENPEC, e dois periódicos Qualis A para o ensino de Ciências. Justificamos o nosso estudo devido à realidade encontrada nas escolas com relação à avaliação no ensino das Ciências, especialmente Química e Física. Historicamente essas duas disciplinas são aquelas que mais reprovam e mais apresentam a vivência da avaliação da chamada Primeira Geração (GUBA; LINCOOLN, 1989), quando a ênfase está nas questões quantitativas e a avaliação é concebida como medida e seu objetivo é medir a capacidade do estudante em reproduzir o conteúdo ensinado em sala de aula a partir de provas individuais. Consideramos que a forma de ensinar e avaliar no ensino de Ciências é um dos motivos que influenciam os estudantes a não despertarem interesse por essa área do conhecimento. Afinal, o seu ensino muitas vezes se limita ao treinamento de questões e fórmulas matemáticas e a grande maioria dos estudantes não obtêm bons resultados nas avaliações (LIMA, 2008). A busca por mapear como estão as pesquisas nessa área, vão na direção de tentar compreender o porquê dessa realidade e como as pesquisas em avaliação estão repercutindo nas salas de aula. Entendemos que é de suma importância que sejam realizadas pesquisas na área e estimulado seu 1 Pedagogia/UFPE/Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino das Ciências/anacunha11@hotmail.com 2 Pedagoga/IFPE/Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de Ciências/Francisca.miranda@vitoria.ifpe.edu.br 3 Professora da Licenciatura em Química/IFPE/Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de Ciências/kilma.viana@vitoria.ifpe.edu.br

estudo e aprofundamento por parte dos professores. Fundamentação Teórica De acordo com os estudos de Guba e Lincoln (1989), a avaliação passou por uma evolução histórica de seus métodos, que chamaram de Gerações da Avaliação. A Primeira Geração, conhecida como Geração da Medida, tinha como pressuposto de defender a utilização de métodos quantitativos, reprodutivistas, com o intuito de medir o conhecimento do estudante nas disciplinas. A segunda Geração, denominada de Geração da Descrição, tinha o objetivo de descrever o caminho percorrido pelos estudantes, ressaltando os pontos fortes e fracos em relação aos objetivos pré-definidos pelo professor no planejamento de ensino. Essas duas gerações são até hoje, segundo pesquisas (LIMA, 2008, SALES; LIMA, 2013, CUNHA, MONTEIRO; LIMA 2014), fortemente utilizados no ensino das Ciências da Natureza, especialmente em Química e Física. A Terceira Geração, denominada Geração de Juízo de Valor, surge a partir da crítica das duas gerações anteriores, com objetivos mais qualitativos, buscando compreender o processo de construção do estudante ao longo do tempo determinado pelo professor. Diante disso, por mais que tenha havido a crítica, o professor ainda é o centro das decisões do processo avaliativo. Por fim, a Quarta Geração da Avaliação, denominada Geração da Negociação, vem propor e salientar a importância do envolvimento e participação do estudante em seu processo avaliativo, o incluindo nas tomadas de decisões. Dessa maneira, podemos observar que o professor não atua mais como o único detentor da avaliação, compartilhando desse processo com os estudantes. É importante ressaltar que essa Geração se apropria de métodos avaliativos mais qualitativos e contextualizados, considerando o estudante como um ser único de especificidades e características individuais, mas que pode construir coletivamente com seus pares. Metodologia Para melhor compreender como se configura a Avaliação no ensino das Ciências da Natureza (mais especificamente, Física e Química), é importante observar como está a pesquisa nessa área, tomando como base de estudo os Anais do ENPEC, que é o Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências. Ou seja, o mais importante encontro da área em nível nacional. Os critérios adotados para esse levantamento foram os seguintes: Seleção de todos os trabalhos que trazia a palavra Avaliação no título ou nas palavras-chave; Leitura dos resumos e conclusões desses trabalhos;

Leitura completa dos artigos que indicassem, após a seleção, discussão sobre Avaliação da Aprendizagem da Física ou Química; Caso não fossem encontrados artigos baseados nesses critérios de seleção, seria realizado outro parâmetro de seleção, a saber: Identificação trabalho que trouxessem palavras, no título ou nas palavras-chave que indicassem relação com a Avaliação; Leitura do resumo e das conclusões; Leitura completa dos artigos sobre da Avaliação da Aprendizagem da Física ou Química. Resultados e Discussões Observamos, após as nossas análises, que quase não existem pesquisas em Avaliação. Ao longo dos anos encontramos trabalhos em Avaliação de Políticas públicas, em Avaliação de Larga Escala, Avaliação Institucional e Avaliação do Livro Didático. Ressaltamos, porém, que as pesquisas em Avaliação da Aprendizagem quase não são encontradas. E quando buscamos pesquisas em Avaliação no ensino da Física ou Química, os resultados se afunilam ainda mais e se apresentam quase nulos, especialmente se fizermos a relação entre o número de trabalhos apresentados no ENPEC (Comunicações Orais) e o número de pesquisas em Avaliação no Ensino da Física ou Química. Observe a Tabela abaixo: Ano Número De Publicação Artigos Em Avaliação ENPEC I 57 2 ENPEC II 106 0 ENPEC 124 5 III ENPEC 192 3 IV ENPEC V 378 5 ENPEC 405 6 VI ENPEC 382 6 VII ENPEC 1009 5 VIII ENPEC 1500 20 IX Total 4153 52 Tabela 1: ENPEC X Avaliação. Fonte: Própria Por essa tabela, é possível observar claramente o quanto a temática Avaliação é pouco discutida e pesquisada no ensino de Ciências. Com relação à Avaliação no Ensino da Física e da Química, observamos os seguintes dados:

Em um total de 4153 trabalhos no evento, apenas 52 fazem referência Avaliação; Dentre esses 52 trabalhos, 37 deles, apesar de fazerem referência à Avaliação nas palavras-chaves e nos títulos, após leitura e análise, observamos que não apresentam relação com a Avaliação da Aprendizagem, não discutem sobre o campo conceitual da Avaliação e nem trazem referências da área do conhecimento; Apenas 15 trabalhos fazem referência à Avaliação da aprendizagem, apresentam discussões significativas no corpo do texto e trazem referências da área como Luckesi, Perrenoud, Moreto, Hoffmann, Lima; Entre os 52 trabalhos, 14 são da área de Física. Desses 14 trabalhos, 9 discutem o campo da Avaliação e 5 deles dão ênfase aos aspectos conceituais da Física, em nenhum momento discutem sobre a Avaliação da aprendizagem; Entre esses 52, encontramos apenas 2 trabalhos na área de Química, mas com ênfase apenas nos conceitos químicos e não na prática avaliativa ou no instrumento avaliativo. Após verificarmos essa situação no ENPEC, analisamos duas revistas Qualis A para o Ensino de Ciências, na expectativa de observarmos o campo da Avaliação em periódicos. As revistas investigadas foram RBPEC (Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciência) e C&E (Ciência e Educação). Analisamos a RBPEC, desde 2001 (primeira publicação) até 2013. Essa revista publica 3 números, com exceção ao ano de 2013, que teve apenas um número, totalizando 262 artigos publicados e nenhum deles apresenta discussão sobre Avaliação da Aprendizagem. Ano Número De Publicação Artigos Em Avaliação 2001 36 0 2002 20 0 2003 16 0 2004 26 0 2005 15 0 2006 12 0 2007 12 0 2008 18 0 2009 18 0 2010 19 0 2011 30 0 2012 30 0 2013 10 0 Total 262 0 Tabela 2: REBPEC X Avaliação. Fonte: Própria

Com relação à Revista C&E, foram analisadas os números desde 1998 (primeira publicação disponível no site da revista) até 2011. Essa revista publicou 2 números anuais de 1998 até 2003 e a partir de 2004 passou a publicar 3 números por ano, totalizando 384 artigos publicados, dentro do período analisado. Ano Número De Publicação Artigos Em Avaliação 1998 17 0 2000 14 0 2001 17 0 2002 20 1 2003 20 0 2004 40 0 2005 36 1 2006 24 0 2007 28 0 2008 39 1 2009 39 0 2010 45 2 2011 45 0 Total 384 5 Tabela 3: C&E X Avaliação. Fonte: Própria Observa-se que do total de publicações, encontramos apenas 5 artigos que tratam sobre Avaliação, todos em ensino da Física (1 artigo em 2002, 1 artigo em 2005, 1 artigo em 2008 e 2 artigos em 2010). Todos os artigos apresentam discussões aprofundadas sobre o campo da Avaliação e trazem teóricos e estudiosos da área. Mais uma vez não foram encontrados artigos na área de avaliação no ensino da Química. Conclusões Diante dessas análises, observamos que o campo da Avaliação ainda não está sendo bem discutido na área de ensino de Ciências. Quando a Avaliação é citada no título do trabalho, na grande maioria das vezes, são as questões específicas que estão em foco e não as questões próprias da Avaliação. Esse quadro acerca da pesquisa em Avaliação é assustador! Onde estão os pesquisadores

da área? Quanto à fundamentação teórica desses trabalhos, especialmente os do ENPEC, é bastante preocupante também, pois mesmo quando os trabalhos discutem a Avaliação, os autores ou teóricos da área raramente são utilizados. As análises dos resultados dão ênfase aos aspectos quantitativos ou descritivos sem uma discussão teórica mais aprofundada. Destacamos assim esse grande deficit e a importância de estudos na área, pois entendemos que é a pesquisa e discussão em eventos e periódicos que impulsionam a mudança da realidade das salas de aula e, consequentemente, o despertar do interesse por essa área do conhecimento. Referências GUBA, E. G.; LINCOLN, Y. S. Fourth generation evaluation. Newbury Park, London, New Delhi: Sage, 1989. LIMA, K. S. Compreendendo as concepções de avaliação de professores de física através da teoria dos construtos pessoais. Recife, 2008. 163 p. Dissertação (Mestrado em Ensino das Ciências). Pró- Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2008. REGO, A.M.C ; ARAÚJO, R.M. ; VIANA, K.S.L. AS GERAÇÕES DA AVALIAÇÃO E SUAS RELAÇÕES COM O ENSINO DA QUÍMICA. In: I Simposio Latinoamericano de Intercambio sobre Ensiñanza de la Química, 2014, La Plata - Argentina. Anais do I Simposio Latinoamericano de Intercambio sobre Ensiñanza de la Química, 2014. SALES, E. S. ; LIMA, K. S. Relações entre as concepções e práticas avaliativas desenvolvidas em sala de aula por professores de Química. In: 65º Reunião Anual da SBPC, 2013, Recife. Reunião Anual da SBPC, 2013.