RISCOS FÍSICOS E ERGONÔMICOS DE DENTISTAS EM CLÍNICAS DE HOSPITAIS : UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE BRASÍLIA - DF



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XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010. RISCOS FÍSICOS E ERGONÔMICOS DE DENTISTAS EM CLÍNICAS DE HOSPITAIS : UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE BRASÍLIA - DF Teresa Cristina Villamarin Lopez (UCG) tecrisvillamarin@yahoo.com.br LENITA VILLAMARIN LOPEZ LESSA (UFPB) lenitalessa@yahoo.com.br Seja em consultórios particulares, clínicas ou hospitais da rede pública ou privada, o cirurgião-dentista está exposto a diversos riscos ocupacionais. O presente artigo propõe-se a realizar uma avaliação dos riscos ocupacionais físicos e errgonômicos de cirurgiões-dentistas na clínica odontológica de um hospital em Brasília-DF. Para tanto, realizou-se um estudo de caráter exploratório e descritivo, por meio de uma pesquisa de campo e um estudo de caso. Os dados foram coletados com a aplicação de questionários programados, com perguntas fechadas, a 15 dos 29 cirurgiões-dentistas do quadro de pessoal da clínica odontológica em questão, expressando, desse modo, uma representatividade amostral de 51,7%. Os resultados revelaram pontos passíveis de melhoria, especialmente no uso de EPI completo, ciência dos resultados do dosímetro individual, radioproteção, aspectos ergonômicos e fatores estressores que afetam os profissionaisi. Sugere-se, para minimizar os riscos ocupacionais detectados, a implantação de ciclos de palestras de aculturamento e sensibilização, a ampla ciência dos resultados dos dosímetros individuais, a reformulação dos espaços físicos de trabalho e a inserção de auxiliares de consultórios. Palavras-chaves: odontologia; riscos ocupacionais entre dentistas; riscos físicos; riscos ergonômicos

INTRODUÇÃO A realização das mais variadas tarefas pode gerar, direta ou indiretamente, distúrbios à saúde, conhecidos como doenças ocupacionais. A profissão de cirurgião-dentista está sujeita a um amplo espectro de riscos ocupacionais, dentre os quais os mais comuns são os de caráter biológico, que possibilitam contaminações por meio do contato direto com lesões infecciosas ou com sangue e saliva contaminados. São considerados riscos ocupacionais a possibilidade de perda ou dano e a probabilidade de que tal perda ou dano ocorra, o que implica na probabilidade de ocorrência de um evento adverso. Os riscos mais freqüentes a que estão sujeitos os profissionais que atuam em assistência odontológica são os físicos, os químicos, os ergonômicos, os mecânicos ou de acidente, os advindos da falta de conforto e higiene e os biológicos. Os riscos físicos são aqueles advindos da exposição a agentes físicos como ruído, vibração, radiações ionizantes e não-ionizantes, temperaturas extremas, iluminação deficiente ou excessiva, umidade e outros. São causadores desses riscos as canetas de alta rotação, os compressores de ar, os equipamentos de raio X, os equipamentos de laser, os fotopolimerizadores, as autoclaves e os condicionadores de ar, entre outros agentes (ANVISA, 2002). A exposição dos profissionais a agentes químicos como poeiras, névoas, vapores, gases, mercúrio e produtos químicos em geral, tem como principais causadores os amalgamadores, os desinfetantes químicos como álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio, ácido peracético e clorexidina, bem como os gases medicinais, como o óxido nitroso, por exemplo (SAMARANAYAKE, 1995). Os riscos ergonômicos são aqueles causados por postura incorreta, ausência do profissional auxiliar e/ou técnico, falta de capacitação do pessoal auxiliar, atenção e responsabilidade constantes, ausência de planejamento, ritmo excessivo, atos repetitivos, entre outros mais. Os riscos mecânicos e de acidentes caracterizam-se pela exposição do odontólogo a agentes mecânicos ou que propiciem acidentes e, dentre as causas concorrentes para esse tipo de risco, encontram-se o sub-dimensionamento do espaço físico, o arranjo físico inadequado, a existência de instrumental com defeito ou impróprio para o procedimento, o perigo de incêndio ou explosão, os problemas na edificação com defeitos, as improvisações na instalação da rede hidráulica e elétrica e a ausência de EPI -equipamento de proteção individual ( MANDEL, 1993) A ausência de conforto no ambiente de trabalho gera riscos relacionados a situações onde haja, por exemplo, sanitários em número insuficiente e sem separação por sexo, carência de itens de higiene pessoal nos lavatórios, como sabonete líquido e toalha descartável, ausência de água potável para consumo, não fornecimento de uniformes, ausência de ambientes arejados para lazer e confortáveis para descanso, ausência de vestiários com armários para a guarda de pertences ou não existência de local apropriado para lanches ou refeições. Considera-se risco biológico a probabilidade da ocorrência de um evento adverso em virtude da presença de um agente biológico. As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados constituem um sério risco aos profissionais da odontologia nos seus locais de trabalho. Estudos desenvolvidos nessa área mostram que os 6

acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às exposições mais freqüentemente relatadas (APECIH,2008). Ao atuarem em clínicas odontológicas de hospitais, onde geralmente estão sujeitos a plantões de serviço, os cirurgiões-dentistas cumprem, muitas vezes, cargas horárias semanais superiores a 40 horas, incluindo o trabalho noturno e nos finais de semana. Tais fatores elevam o nível de exigências e atenção e trazem, em conseqüência, a redução do tempo durante e entre os procedimentos, o que pode se constituir em uma causa específica de riscos de acidentes. Em todas as situações, seja em consultórios particulares, clínicas ou hospitais da rede pública ou privada de qualquer porte, o cirurgião dentista está sujeito a diversas doenças adquiridas por meio do contato direto (mãos ou pele) ou indireto (superfícies ambientais ou itens de uso do paciente), devido à proximidade e ao tempo de exposição prolongado durante a realização dos procedimentos, devendo ser adotadas medidas de precauções padrão para com todos os pacientes. Os riscos físicos, químicos, ergonômicos e mecânicos, por serem matéria de menor regulação pelos órgãos competentes, cuja atenção se volta, em nível primário, aos riscos biológicos, acabam por se instalarem nos ambientes de trabalho sem que a eles seja dada a devida atenção. Eles acabam, assim, por tornarem-se causas comuns de problemas, cuja ocorrência é alta e, muitas vezes, pouco relacionada ou percebida como um risco ocupacional. Desse modo, a problemática do estudo encontra o seu eixo central na busca da compreensão sobre quais os riscos ocupacionais físicos e ergonômicos a que estão submetidos os cirurgiões-dentistas que atuam em clínicas odontológicas de um hospital. Os órgãos reguladores da profissão, bem como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) oferecem estudos e prescrições a respeito dos métodos corretos de proteção e prevenção dos riscos ocupacionais a que estão sujeitos os cirurgiões-dentistas, dotando de maior ênfase o aspecto dos riscos biológicos. As contribuições acadêmico-teóricas sobre o tema, especialmente no que diz respeito aos riscos físicos e ergonômicos poderá levar os profissionais da carreira e gestores de hospitais à mais fácil identificação dos pontos críticos de riscos porventura existentes, tendo como respaldo uma base conceitual atualizada e útil para a tomada de decisão que se fizerem necessárias. Complementarmente, o conhecimento acerca dos níveis atuais de segurança ocupacional dos cirurgiões-dentistas na instituição analisada, traduzir-se-á em uma importante contribuição técnica para um melhor controle local das variáveis de risco envolvidas. O presente artigo pretende avaliar os riscos ocupacionais, em seus aspectos físicos, e ergonômicos a que estão sujeitos os cirurgiões-dentistas que atuam na clínica odontológica do hospital analisado. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Quanto ao tipo e aos fins, o presente estudo delineia-se como uma pesquisa de natureza qualitativa e apresenta caráter exploratório e descritivo. De acordo com Vergara (1997, p. 53), a pesquisa descritiva expõe características de determinado fenômeno ou, então, estabelece correlação entre variáveis e define sua natureza. Quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, de campo e um estudo de caso. 7

A pesquisa documental foi realizada por meio da análise dos documentos oficiais do hospital investigado, dos organismos reguladores e normalizadores das especificidades dos riscos ocupacionais no exercício da profissão de Cirurgião-dentista, bem como dos Conselhos Federal e Regionais de Odontologia, da ANVISA e congêneres. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de questionários programados, com perguntas fechadas, a 15 cirurgiões-dentistas, dentre uma população de 29 desses profissionais, lotados no quadro de pessoal da clínica odontológica do hospital analisado, obtendo, desse modo, uma representatividade amostral de 51,7%. Em conformidade com a revisão bibliográfica concernente ao tema, as variáveis utilizadas como referência para o presente estudo estão definidas a seguir: VARIÁVEL DEPENDENTE VARIÁVEIS INDEPENDENTES VARIÁVEL DEPENDENTE VARIÁVEIS INDEPENDENTES RISCO FÍSICO ADVINDO DE EXPOSIÇÃO A AGENTES FÍSICOS Ruído Vibração Radiações ionizantes Radiações não-ionizantes Temperaturas extremas Iluminação inadequada Umidade RISCO ERGONÔMICO AFETA INTEGRIDADE MENTAL AFETA A INTEGRIDADE FÍSICA Postura incorreta Ausência do profissional auxiliar Capacitação do pessoal técnico Atenção e responsabilidade constantes Ritmo excessivo Condições do espaço físico Arranjo físico inadequado Instrumental improvisado Quadro 1 - Variáveis de investigação Os achados de pesquisa foram tratados quali-quantitativamente, por meio do auxílio das ferramentas da estatística descritiva e da análise discricionária, bem como pela análise qualitativa das correlações lógicas entre os achados da pesquisa e apresentados sob a forma de gráficos, tabelas e quadros, a fim de propiciar maior clareza no entendimento. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS - Perfil dos dentistas do hospital analisado Dentre os entrevistados, 87% são mulheres e 13% são homens, com idade média de 30 anos, sendo que a maioria (40%) possui até 1 ano de serviço. Dos demais, 20% possuem entre 2 a 4 anos de serviço, 20% tem de 5 a 7 anos e outros 20% contam com mais de 7 anos de serviço. 8

Gráfico 1: Distribuição por sexo Gráfico 2: Tempo de serviço -12-29 Evidencia-se um grupo de profissionais, em sua maioria, relativamente jovem, com um pequeno tempo de serviço no hospital e preponderantemente feminino. Com relação aos riscos ocupacionais percebidos no exercício da profissão, foram os seguintes os achados da pesquisa de campo: a) Riscos Físicos - Radioproteção tomadas radiográficas A respeito das medidas de radioproteção adotadas, 7% dos entrevistados fazem uso de avental de chumbo combinado com protetor de tireóide, 13,3% não adotam proteção alguma e 80% observam uma distância de dois metros do aparelho de raio-x. Gráfico 3: Medidas de radioproteção Considerando-se que o uso de radiação nos procedimentos diagnósticos em odontologia é uma prática freqüente, e que, sob o ponto de vista dos sentidos humanos, as radiações ionizantes são invisíveis e imperceptíveis e perigosas, por passarem despercebidas, advém a preocupação em relação aos cirurgiões-dentistas que n]ao adota medida alguma de radioproteção e que, sujeitos a uma dose diária de radiação, estarão sujeitos, também, aos riscos inerentes a essa exposição. Com isso, evidencia-se a necessidade de um conhecimento 9

mais amplo sobre o assunto, o que inclui um maior treinamento ou conscientização sobre a adequada proteção do profissional durante os exames radiográficos. Zamata et al (2002) lembram que várias leis e portarias foram elaboradas, com a intenção de diminuírem as doses decorrentes de exposições em radiologia diagnóstica, dentre as quais se destaca a portaria 453, da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), de 1 o de junho de 1998, que estabelece as Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico em todo o território nacional. As radiações ionizantes são tratadas como riscos físicos e há, também, recomendações sobre o assunto no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PRA, NR-9 citado no Manual de biossegurança no atendimento odontológico, que é um regulamento técnico que estabelece os requisitos básicos de proteção radiológica em radiodiagnóstico e disciplina a prática com os raios-x para fins diagnóstico e intervencionista, visando à defesa da saúde dos pacientes e profissionais. - Radioproteção - dosímetro individual e ciência dos resultados Embora a totalidade dos respondentes (100%) faça uso do dosímetro individual, apenas 40% dos profissionais alegaram ter ciência dos resultados auferidos. Tal fato pressupõe o relativo desconhecimento e incerteza individual de que as restrições de dose não sejam ultrapassadas. Embora os resultados sejam monitorados pelo hospital, seria recomendável a sua ciência a todos os envolvidos. A monitoração da dose recebida por trabalhadores expostos à radiação ionizante é feita normalmente através do uso de um monitor individual, usado na posição representativa da parte mais exposta da superfície do tronco. O objetivo principal é monitorar se as exposições, as quais os trabalhadores estão submetidos, estão sendo mantidas baixas, além de garantir que as restrições de dose não sejam ultrapassadas. A Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de 1998 dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território nacional, e trata as doses médias e o controle das doses, ao dizer que as exposições ocupacionais normais de cada indivíduo, decorrentes de todas as práticas, devem ser controladas de modo que os valores dos limites estabelecidos na Resolução-CNEN n.º 12/88 não sejam excedidos, estabelecendo as doses médias máximas anuais e cumulativas em 5 anos, além das doses máximas diferenciadas, para extremidades do corpo e cristalino. A Norma de Radioproteção NE 3.03, constante da Resolução CNEN 12/1988 dispõe sobre as atividades do serviço de radioproteção e monitoração individual dos trabalhadores, afirmando que a monitoração permanente de cada trabalhador de áreas controladas com dosímetros individuais é de uso obrigatório por qualquer pessoa durante a sua permanência em áreas controladas e que as especificações dos dosímetros individuais devem ser compatíveis com as condições de exposição, levando em conta o tipo de radiação ( energia, geometria de irradiação do corpo, tempo de exposição e taxa de dose). De acordo com a Resolução CNEN 12/1988, a monitoração individual deve ser realizada por meio de dosímetros, possibilitando que o profissional avalie se suas condições de trabalho são satisfatórias. Ainda sobre os riscos físicos, os cirurgiões-dentistas apontaram os movimentos repetitivos (93%), seguidos pelas ausências de intervalos na jornada de trabalho (80%), pela ausência de proteção acústica nos equipamentos (73%), pelos ruídos externos (60%), pelas 10

vibrações (33%) e pelo calor (20%) e pelo frio (5%). Nenhuma percepção de risco físico foi apontada por 7% dos entrevistados. Gráfico 4: Fatores identificados como riscos físicos É importante frisar que os riscos físicos são considerado o Grupo 1 na classificação dos Riscos Ocupacionais do Manual de Serviços Odontológicos, da ANVISA (2006). Entre os riscos físicos classificados no Manual encontram-se o ruído, o calor, o frio, as pressões anormais, a umidade, as radiações ionizantes e não ionizantes, as vibrações, etc. - Proteção Individual uso de EPI Quanto à adoção de EPI completo, 20% dos entrevistados utilizam-se apenas de óculos de proteção para os pacientes, 53% utilizam apenas EPI para si mesmos e 27% adotam tanto o EPI completo como os óculos para os pacientes. Gráfico 5: Uso de EPI pelos profissionais - Óculos de proteção para luz halógena Quanto ao uso de óculos de proteção para a operação com equipamentos emissores de luz halógena, 73% dos profissionais afirmaram não os utilizarem, enquanto 27% fazem uso do mesmo. 11

Gráfico 6 : Uso de óculos de proteção para luz halógena A luz halógena dos aparelhos fotopolimerizadores convencionais possui um grande componente de radiação ultravioleta, que é minimizada pela presença de filtros no aparelho, mas não eliminada (CCAHUANA-VÁSQUEZ, 2004). A exposição direta dos olhos aos raios ultravioletas pode provocar conjuntivite temporária, queimadura da retina e até a cegueira permanente devido à alta intensidade de energia, sendo os efeitos cumulativos e, por tais razões, é essencial a proteção dos olhos( DUFFY, 2002). - Uso de protetores auriculares Um fato que se evidenciou foi a não utilização de protetores auriculares, pois (100% dos profissionais afirmam não fazer uso) enquanto 33% dos respondentes apontaram vibrações e 60%, ruídos externos como riscos físicos percebidos no ambiente de trabalho, demonstrando, com isso, uma forte relação de causalidade nesse item. A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) pode ser conceituada como uma diminuição gradual da acuidade auditiva do tipo neurossensorial decorrente da exposição contínua a níveis elevados de ruído, constituindo-se em doença profissional de grande prevalência no meio odontológico ( FELIX,2005). Existem medidas de prevenção e controle das doenças ocupacionais auditivas. Uma delas refere-se ao fato de que o cirurgião-dentista deveria incluir o protetor auricular no Equipamento de Proteção Individual (EPI), uso de material fonoabsorvente para promover o isolamento acústico e realização de manutenção técnica periódica dos instrumentos rotatórios, principalmente das turbinas de alta rotação, a fim de minimizar o ruído no consultório odontológico( RESTON ET AL, 2001). - Dobra, reencape e retirada de agulhas A respeito do modo como se dá a retirada, dobra e reencape de agulhas, 53% dos respondentes afirmaram fazê-lo por meio das mãos, 40% revelaram utilizarem-se de pinça clínica e 7% realizam a atividade com o uso do coletor de material perfuro-cortante. 12

Gráfico 7: Modo de dobra, reencape e retirada de agulhas b) Riscos Ergonômicos Os riscos ergonômicos mais apontados pelos entrevistados foram a ausência de auxiliar de consultório odontológico (100%), seguido por situações causadoras de estresse físico ou psicológico vividas rotineiramente (80%), jornadas de trabalho demasiadamente prolongadas (73%), necessidade de esforços adicionais e deslocamentos desnecessários na realização das tarefas (73%), ausência de equipo e mesa auxiliar com regulagem de altura (67%), existência de mesa auxiliar ou bancada de difícil alcance (67%)), espaço físico restrito (53%), condições inadequadas de iluminação (53%) e, por fim, o controle muito rígido da produtividade (33%). Gráfico 8: Fatores de risco ergonômico A área de trabalho deve ser planejada e montada com equipamentos localizados no alcance do dentista e do auxiliar, permitindo que o trabalho seja realizado de forma confortável e sem a execução de movimentos inadequados, levando ao menor gasto de tempo e energia e, com isso, aumentando a produtividade (MEDEIROS, 1968; SCHÖN, 1973; ERGONOMICS, 1981; FIGLIOLI, 1996). Para o posicionamento do equipamento odontológico no local de trabalho, a ISO 4073 (1980) convencionou um esquema onde o centro é a boca do paciente e a partir do centro são traçados 4 círculos concêntricos (A, B, C e D), cada um com um afastamento de 0,5m, indicando a posição exata de cada equipamento. 13

Figura 1: Esquema de localização de equipamentos em consultórios dentários Fonte: Adaptado de Figlioli, 1996 A partir desse esquema, Figlioli (1996) sugeriu a divisão do ambiente em 2 áreas por meio do eixo 6-12 horas, sendo que posição 12 horas é indicada pela cabeça do paciente. Essa divisão tem como finalidade separar o ambiente em duas áreas: à direita da cadeira área do cirurgião-dentista e à esquerda da cadeira área do auxiliar. Em relação ao equipo e unidade auxiliar, a ISO 4073 (1980) instrui que essas peças são identificadas por números, devido aos seus diferentes posicionamentos na cadeira do paciente; onde o 1º dígito, antes da barra, indica a posição do equipo e o 2º dígito, após a barra, da unidade auxiliar. Além de promover a divisão da área de tratamento, Figlioli (1996) ressalta a necessidade de a cadeira odontológica ser localizada em frente a uma fonte de luz natural e Eleutério4 (1996) sugere que ela deve ser colocada no sentido oblíquo para promover um maior espaço nas áreas de trabalho. Em relação ao mocho da auxiliar, ele deve ser mais alto para facilitar a visualização da cavidade bucal e apresentar um aro de metal para o descanso dos pés e o posicionamento da coxa paralelamente ao chão. O autor complementa que não só os equipamentos devem estar dispostos corretamente no ambiente de trabalho, mas também a porta presente neste ambiente, que deve estar posicionada nos extremos das paredes para diminuir as áreas mortas do ambiente e facilitar o fluxo de pessoas. - Treinamentos sobre riscos ocupacionais Não foram registradas, no hospital investigado, ocorrências de palestras, treinamentos ou programas de conscientização/sensibilização sobre riscos ocupacionais entre cirurgiõesdentistas. A existência de tal prática poderia servir como um aporte para a redução das situações de risco detectadas e, também, para o fortalecimento de uma cultura organizacional mais orientada à prevenção. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS De modo geral, observaram-se alguns pontos passíveis de melhoria na instituição analisada, especialmente no que tange ao uso de EPI completo, à ciência dos resultados do dosímetro individual, à radioproteção e aos aspectos ergonômicos dos locais de trabalho. 14

A prática de ciclos de palestras de aculturamento e sensibilização poderia ser um instrumento a serviço da redução das situações rotineiras de exposição a riscos entre os cirurgiões-dentistas. Os fatores estressores relatados, como o controle rígido da produtividade e as jornadas de trabalho prolongadas são coadjuvantes para a perda de atenção e concorrem para o aumento dos riscos de acidentes ocupacionais entre o pessoal da área de saúde. Ainda, evidenciou-se uma relativa sobrecarga de trabalho dos profissionais, em virtude da ausência de auxiliares no consultório odontológico. 5 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES A fim de minimizar as situações de riscos ocupacionais detectadas entre os cirurgiõesdentistas no hospital investigado, sugere-se: Implantar ciclos de palestras, com intuito de esclarecimento, sensibilização e aculturamento sobre as melhores práticas de prevenção de acidentes; Padronizar os procedimentos de radioproteção e fiscalizar sua adoção por todos os profissionais; Divulgar amplamente os resultados dos dosímetros individuais a todos os profissionais; Analisar o arranjo físico dos consultórios e a possibilidade de realização de melhorias Disponibilizar auxiliares de consultório para prestarem suporte aos dentistas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA. Resolução RDC n0 50 de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de março de 2002. Disponível em: < http://www.legis.bvs.br/leisref/public/home.php>. APECIH. Controle de Infecção na Prática Odontológica. São Paulo: 2000. 87 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de AIDS: manual de condutas. Brasília: 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. CCAHUANA-VÁSQUEZ, R.A. et al. Influência do tipo de ponteira condutora de luz de aparelhos LED. Rev do UNESP, v. 2, n. 33, p. 69-73, 2004. CNEN. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Norma NE 3.02/1988. Resolução CNEN 12/1988 : Serviços de Radioproteção. DUFFY, V.G.; CHAN, A.H.S. Effects of virtual lighting on visual performance and eye fatigue. Human Factors and Ergonomics in Manufacturing. v. 12, n. 2, p. 193 209, Feb. 2002. 15

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