Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto As Tarifas do Gás Projeto FEUP MIEEC Equipa: 1MIEEC12_1

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Transcrição:

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto As Tarifas do Gás Projeto FEUP 2013 - MIEEC Armando Sousa José Fidalgo Supervisor: José Fidalgo Equipa: 1MIEEC12_1 Monitora: Carolina Janeiro Estudantes & Autores: Carlos Figueiredo up201202439@fc.up.pt Francisco Silva up201306420@fe.up.pt Clésio Silva up201304996@fe.up.pt Guilherme Santos up201303499@fe.up.pt As Tarifas do Gás 1/14

Resumo Este relatório apresenta uma análise sintética do sistema tarifário que incide sobre o preço do gás, em Portugal. Foram focados dois pontos importantes: os fatores que influenciam o preço do gás e verificar se o atual sistema tarifário incentiva a redução do consumo de gás. As componentes das tarifas são fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), sendo que no atual mercado (não regulado) o comercializador de venda final, usufrui de alguma liberdade na aplicação de tarifas, especialmente nas que diz respeito à componente da comercialização da tarifa. Foram interpretadas varias simulações, realizadas em sites online, de modo a obter informação sobre a relação consumo/preço, sendo assim possível determinar se os esforços de redução no consumo de gás se transmitem para o preço pago pelo consumo do mesmo. Chegou-se à conclusão de que, não existe um real incentivo à redução do consumo de gás. Palavras-Chave gás-natural; tarifas; consumo; eficiência; energia. As Tarifas do Gás 2/14

Índice Lista de figuras Lista de acrónimos Glossário 1. Introdução 2. As Tarifas do Gás. 2.1 Componentes das Tarifas 3. Eficiência Energética 3.1 Faturação no Gás 3.2 Simulação de Redução do Consumo 4. Conclusão Referências bibliográficas As Tarifas do Gás 3/14

Lista de figuras Figura 1: Rede de Gás Natural em Portugal. Galp Página 7; Figura 2: Esquema da tarifa de Venda a Clientes Finais Página 8; Figura 3: Gráfico de Preço anual por consumo Página 11. Tabela 1: Preços por escalão praticados pela Galp, na Zona de Lisboa Página 10; Tabela 2: Preço anual relativo ao consumo do gás em Lisboa. (Dados obtidos a partir do comercializador EDP Casa Gás ) Página 12. As Tarifas do Gás 4/14

Lista de acrónimos ERSE Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos; CURR Comercializador de Último Recurso Retalhista As Tarifas do Gás 5/14

Glossário Tarifa: conjunto de normas que fixam os preços e as taxas e regras da sua aplicação; tabela com os valores cobrados por serviços de transportes, comunicações, etc. (Infopédia) Tarifa de Energia: tarifa a aplicar pelos comercializadores de último recurso retalhistas aos fornecimentos a clientes finais, deve proporcionar os proveitos das funções de Compra e Venda de gás natural dos comercializadores de último recurso retalhistas. (Regulamento Tarifário) Tarifa de Uso da Rede de Transporte: tarifa a aplicar às entregas dos operadores das redes de distribuição devem proporcionar os proveitos a recuperar por cada operador de redes de distribuição relativos ao transporte de gás natural. (Regulamento Tarifário) Tarifa de Uso Global do Sistema: tarifa a aplicar às entregas dos operadores de redes de distribuição deve proporcionar os proveitos a recuperar pelos operadores de redes de distribuição relativos à Gestão Técnica Global do SNGN. (Regulamento Tarifário) Tarifas de Comercialização: tarifas a aplicar pelos comercializadores de último recurso aos fornecimentos aos seus clientes devem proporcionar os proveitos das funções de Comercialização de gás natural dos comercializadores de último recurso. (Regulamento Tarifário) Tarifa de Uso da Rede de Distribuição em BP: tarifa que deve proporcionar os proveitos das atividades de Distribuição de gás natural dos operadores de rede. (Regulamento Tarifário) Eficiência energética: O conceito de Eficiência Energética consiste na otimização da quantidade de energia consumida necessária para fornecer a mesma quantidade de valor energético e manter o mesmo conforto, e é traduzida pela redução efetiva da fatura de energia. (Fenosa Gás) As Tarifas do Gás 6/14

1. Introdução No âmbito da Unidade Curricular Projeto FEUP foi-nos proposto desenvolver um trabalho acerca das tarifas do gás praticadas em Portugal. O gás natural surgiu em Portugal em 1997 com o principal objetivo de reduzir a dependência do petróleo aumentando assim a competitividade da indústria a nível nacional. Esse objetivo foi largamente cumprido, registando-se já no ano de 2003 uma estabilização e mesmo redução do consumo de derivados do petróleo, tendo o gás natural um importante presença na indústria energética portuguesa. (Álvaro Martins e Vitor Santos 2005) As infraestruturas de gás natural têm vindo a desenvolver-se chegando a cada vez mais consumidores, estando estes organizados em três grandes grupos, domésticos, industriais e produtores de energia elétrica. Este relatório irá focar-se apenas nos consumidores domésticos tendo dois objetivos essenciais a cumprir, descrever as principais componentes das tarifas aplicadas ao consumo de gás e se o sistema incentiva a eficiência energética, promovendo a redução do consumo de gás. Figura 1. Rede de Gás Natural em Portugal. Galp As Tarifas do Gás 7/14

2. As Tarifas do Gás As tarifas do gás são constituídas por diferentes componentes, que dizem respeito às diferentes etapas do fornecimento do gás natural aos consumidores, desde a sua aquisição até à comercialização. As mesmas existem de forma a tabelar os proveitos permitidos, pela distribuição de gás, aos vários operadores da rede, contribuindo assim para a sustentabilidade e eficiência do mercado de distribuição de gás natural. Estas tarifas são imputadas ao cliente final, pelo Comercializador de Último Recurso Retalhista (CURR), seguindo as normas estipuladas pela ERSE no Regulamento Tarifário (este estipula a metodologia a usar no cálculo das tarifas, incluindo os lucros do CURR). 2.1 Componentes das Tarifas Existem diversas tarifas, sendo algumas destas aplicadas entre os diversos agentes envolvidos na distribuição (e.g. Tarifa de Uso de Armazenamento tarifa aplicada aos operadores que façam uso dos armazéns de gás para abastecimento da rede), mas neste relatório irão apenas ser focadas as tarifas que dizem respeito a clientes domésticos/pequenas empresas (clientes em baixa pressão com consumos iguais ou inferiores a 10.000 m 3 ). Figura 2. Esquema da tarifa de Venda a Clientes Finais As Tarifas do Gás 8/14

Ao cliente final é cobrada são cobradas as Tarifas Transitórias de Venda a Clientes Finais, surgindo geralmente na fatura sobre a denominação de termo fixo. Este conjunto de tarifas é obtida pela soma de cinco tarifas, que dizem respeito às três funções desempenhadas pelo CURR, e das quais o mesmo tira proveito (lucro). Na função de compra e venda do acesso às redes de transporte de gás natural, e de distribuição de gás natural, o CURR aplica 3 tarifas: Tarifa de Uso da Rede de Distribuição em média pressão; Tarifa de Uso da Rede de Transporte; Tarifa de Uso Global do Sistema. Estas tarifas são aplicadas entre os diferentes operadores da rede de distribuição pelo uso das diferentes infraestruturas, vindo depois a ser imputadas, em parte, ao cliente final. Na função de comercialização de gás natural o CURR aplica apenas uma tarifa, a Tarifa de Comercialização. Esta é aplicada a todos os consumidores e o seu propósito é proporcionar os proveitos das funções de Comercialização de gás natural (...). (Regulamento Tarifário). Esta tarifa, ao contrário das outras, não é regulada pela ERSE, pois o atual mercado funciona em regime não regulado, sendo o CURR o responsável pelo método como esta tarifa é aplicada. Na função de compra e venda de gás natural é aplicada pelo CURR a Tarifa de Energia. É aplicada com o final de proporcionar os proveitos das funções de Compra e Venda de gás natural dos CURR. (Regulamento Tarifário) As Tarifas do Gás 9/14

3. Eficiência Energética A eficiência energética traduz a rentabilização dada à energia consumida, (neste caso particular sobre a forma de gás natural), ou seja, para um determinado consumo de gás a eficiência será maior se, para o mesmo fim útil se consumir a mesma quantidade de gás, ou para a mesma quantidade de gás consumido for aumentado o seu fim útil. Para o fim a que se destina este relatório, considera-se que existe um incentivo à eficiência energética, se e só se, o valor pago mensalmente (ou anualmente) pelo consumidor refletir os esforços do mesmo na redução do consumo de gás. 3.1 Faturação no Gás As faturação do gás está dependente de um modelo de escalões. Estes escalões dividem os consumidores em função do consumo efetuado por ano. Através da análise da tabela 1 vê-se que, quanto mais aumenta o consumo, menor é o preço pago pelo gás consumido, e maior é o preço pago pelo termo tarifário (tradução das tarifas transitórias de venda a clientes finais). Escalão (m 3 /ano) Termo tarifário Termo tarifário Energia ( /kwh) fixo ( /mês) fixo ( /dia) Escalão 1 0-220 2,11 0,0750 0,0695 Escalão 2 221-500 3,56 0,0703 0,1170 Escalão 3 501-1.000 5,27 0,0628 0,1732 Escalão 4 1.001-10.000 5,53 0,0628 0,1819 Tabela 1: Preços por escalão praticados pela Galp, na Zona de Lisboa. 3.2 Simulação de Redução do Consumo Com a ajuda do site da ERSE efetuamos algumas simulações com o objetivo de tentar compreender como poderemos influenciar o preço de acordo com o nosso consumo. As simulações foram realizadas dentro dos limites do Escalão 1 (0 a 200 m 3 ) e Escalão 2 (221 a 500 m 3 ). As Tarifas do Gás 10/14

O gráfico da figura 4 mostra os valores de preço anual obtidos para dois exemplos de consumo de cada escalão. 600 500 400 Preço anual por consumo 300 551,46 200 100 139,93 247,68 301,48 0 Escalão 1 Escalão 2 100 m3/ano 200 m3/ano 250 m3/ano 500 m3/ano Figura 3. Gráfico de Preço anual por consumo 247,68 2 < 139,68 551,46 2 < 301,48 Como podemos observar, caso o consumo seja diminuído para metade, o valor a pagar não será metade mas sim um valor superior. Por exemplo, sendo do escalão 2, se reduzirmos o consumo de 500m 3 para 250m 3 não iremos pagar 275,73, mas sim 301,48 como indica o gráfico. Há uma outra situação em que, existindo um consumidor de escalão 1, caso exceda os seus limites, por exemplo consumir 500m 3, o pagamento a efetuar será de 570,90, superior ao preço do gráfico, 551,46. A Tabela 1 apresenta os valores de preço anual para um determinado consumo na zona de Lisboa. As Tarifas do Gás 11/14

Consumo (m 3 /ano) Preço Anual Escalão 1 100 137,60 200 252,34 Escalão 2 250 302,55 500 553,62 Tabela 2: Preço anual relativo ao consumo do gás em Lisboa. (Dados obtidos a partir do comercializador EDP Casa Gás ). Como se pode verificar, comparando os valores da tabela com os do gráfico verificamos que os preços em Lisboa são superiores excetuando quando o consumo é de 100m 3 /ano. As Tarifas do Gás 12/14

4. Conclusão Com isto tudo chegámos à conclusão que o sistema não incentiva a poupança energética pois vimos que uma diminuição no consumo do gás não se traduz numa diminuição dos custos na mesma proporção. Este fenómeno deve-se à existência das tarifas que, são fixas dentro de determinado escalão, e aplicadas de igual forma independentemente do consumo efetuado. Estas variam também de zona para zona, como pudemos observar no caso de lisboa onde houve algumas variações. Outro fator a ter em conta é não exceder os limites estipulados pois isso implica um pagamento superior. No entanto a eficiência energética é sempre possível, pois cabe a cada um de nós otimizar os nossos serviços e as nossas tarefas de modo a que o gás, neste caso, não seja mal gasto. Desta forma, contribuímos para o desenvolvimento sustentável da sociedade e para a proteção do meio ambiente, porque acreditamos plenamente que a energia mais limpa é a que não se consome. (Galp - Gás Natural) As Tarifas do Gás 13/14

Referências bibliográficas Tipo de documento Relatórios Regulamentos Citação no texto (Álvaro Martins e Vitor Santos 2005) (Regulamento Tarifário) Simuladores - Páginas Web (Fenosa Gás) Páginas Web - Páginas Web (Galp - Gás Natural) Páginas Web - Páginas Web - Dicionários (Infopédia) Referência Bibliográfica Álvaro Martins e Vitor Santos. 2005. Formulação de Políticas Públicas no Horizonte 2013 relativas ao tema Energia. www.qren.pt/np4/file/1432/7_energia 2005.pdf [Consult. 2013-11-01]. ERSE. Abril de 2013. Regulamento Tarifário do Setor do Gás Natural - abril de 2013 (Regulamento n.º 139- E/2013). http://www.erse.pt/pt/gasnatural/regulamentos/tarifario/d ocuments/regulamento%20139-e- 2013_RT%20GN.pdf[Consult. 2013-11-01]. Simulador ERSE. http://www.erse.pt/pt/simuladores/paginas/simgasnatur al.aspx[consult. 2013-11-01]. Gás Natural Fenosa - Portugal. http://www.gasnaturalfenosa.pt/pt/inicio/negocio/129709 2617290/eficiencia+energetica.html [Consult. 2013-10-30]. Comercialização. http://www.erse.pt/pt/gasnatural/actividadesdosector/co mercializacao/paginas/default.aspx [Consult. 2013-11-01]. Gás Natural Galp Energia. http://www.galpenergia.com/pt/produtosservicos/gasn atural/paginas/gasnatural.aspx[consult. 2013-11-01]. Glossário letra T. http://www.erse.pt/pt/glossario/paginas/glossario.aspx?f older=78e94328-81b1-4309-b292-036861257361 [Consult. 2013-11-01]. Tarifas e Preços http://www.erse.pt/pt/gasnatural/tarifaseprecos/paginas/ default.aspx[consult. 2013-11-01]. Infopédia Porto: Porto Editora, 2003-2013. http://www.infopedia.pt/linguaportuguesa/tarifa;jsessionid=vad4kx80xzu+qtbsvsjar g [Consult. 2013-11-01]. As Tarifas do Gás 14/14