ADAPTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTO SIMPLIFICADO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA FINS DE IRRIGAÇÃO DE HORTALIÇAS

Documentos relacionados
DESEMPENHO DO MÉTODO DAS PESAGENS EM GARRAFA PET PARA A DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

PERFORMANCE EVALUATION OF THE WEIGHING METHOD FOR THE DETERMINATION OF SOIL MOISTURE

CALIBRAÇÃO DE TDR PARA DOIS SOLOS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA NO RS

ESTUDO DIRIGIDO EM FÍSICA DO SOLO. Não estudar apenas por esta lista

DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO NO FORNO MICROONDAS EM DIFERENTES POTÊNCIAS

Determinação da umidade de solo argiloso pelo método do forno de micro-ondas

DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁGUA DE SOLO PELO MÉTODO DA FRIGIDEIRA EM UM LATOSSOLO VERMELHO ESCURO

ESTUDO COMPARATIVO DO MÉTODO DAS PESAGENS E O MÉTODO GRAVIMÉTRICO PADRÃO PARA A DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DO SOLO

MÉTODOS DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DA ALFACE AMERICANA

Erros e precisão na determinação da curva de retenção de água no solo com psicrômetro de ponto de orvalho

AVALIAÇÃO DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DE PIMENTÃO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO

EFEITO DO TRÁFEGO DE MÁQUINAS SOBRE ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E DESENVOLVIMENTO DA AVEIA PRETA. Instituto Federal Catarinense, Rio do Sul/SC

DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO DO SOLO EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO E CAMPO

ESTIMATIVA DA UMIDADE NA CAPACIDADE DE CAMPO DE UM LATOSSOLO AMARELO VERMELHO IN SITU E EM VASOS

Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada

TÍTULO: CALIBRAÇÃO DE UM SENSOR DE UMIDADE DE JARDIM PARA APLICAÇÃO EM IRRIGAÇÃO PARA AGRICULTURA FAMILIAR

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA DE UM LATOSSOLO VERMELHO PERFÉRRICO SUBMETIDO A DOIS SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO 1

Exemplos de questões em provas práticas

ESTIMATIVA DE POTASSIO NA SOLUÇÃO DO SOLO EM LISIMETRO DE DRENAGEM COM USO DA TDR

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

EFEITO DA APLICAÇAO DE MICROGEO NA QUALIDADE FÍSICA DO SOLO EM ÁREAS DE PRODUÇÃO DE GRÃOS SOB PLANTIO DIRETO

DETERMINAÇÃO DA UMIDADE CRÍTICA PARA COMPACTAÇÃO E DENSIDADE MÁXIMA A PARTIR DO CARBONO ORGÂNICO E DA TEXTURA EM UM LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO

Manejo e eficiência de uso da água de irrigação da cultura do abacateiro no Submédio São Francisco

22/2/2012. Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar. Introdução. Coeficiente de esgotamento (f)

O FENÔMENO DA HISTERESE NAS CURVAS DE RETENÇÃO DA ÁGUA NO SOLO E NO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

Compactação dos Solos. Fernando A. M. Marinho 2012

COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE. Voluntário PVIC/UEG, graduandos do Curso de Engenharia, UnUCET Anápolis- UEG.

DETERMINAÇÃO DA GRANULOMETRIA

AVALIAÇÃO DO COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO PARA FINS PAISAGÍSTICOS

MANEJO AUTOMATIZADO DA IRRIGAÇÃO

Validação de equação de calibração de um sensor TDR visando à determinação de umidade volumétrica do solo

Atividades EXERCÍCIOS. Materiais Naturais e Artificiais

VIII. FÍSICA DO SOLO NOTA

ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DO TOMATE IPA 6 EM DIFERENTES COMBINAÇÕES DE SUBSTRATO E AREIA

INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO SOLO SOBRE OS PARÂMETROS DOS MODELOS DE VAN GENUCHTEN E BROOCKS E COREY. Donizete dos Reis Pereira, Danilo Pereira Ribeiro

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO. Disciplina: GCS 104 FÍSICA DO SOLO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E ÁGUA

COMPARAÇÃO DE CUSTOS PARA DIFERENTES SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO EMPREGADOS NA CAFEICULTURA IRRIGADA EM ÁREAS DE CERRADO DE MINAS GERAIS 1

5 CURVAS CARACTERÍSTICAS OU DE SUCÇÃO

ENSAIOS DE LABORATÓRIO

SISTEMA DE CULTIVO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS EM LATOSSOLO DISTROCOESO SOB CERRADO NO MARANHÃO (1)

EFEITO DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO SOB DIFERENTES MÉTODOS CONTROLE E TENSÕES DE ÁGUA DO SOLO NA CULTURA DO FEIJOEIRO

Capítulo 3 Professora: Ariel Ali Bento Magalhães

DA NECESSIDADE DE CALCÁRIO (NC) Dr. José Ribamar Silva

UNIFORMIDADE DEDISTRIBUIÇAO DO PERFIL DE APLICAÇÃO PARA MICROASPERSORES

SOLO COMPACTADO COM RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO COMPACTED SOIL WITH CONSTRUCTION AND DEMOLITION WASTE

AJUSTE DAS ALTURAS DE ÁGUA DENTRO DO EVAPORATÓRIO DO IRRIGÂMETRO PARA ESTIMAR A EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O ALHO IRRIGADO

Propriedades Físicas dos Solos. Prof. Dra. Sheila Santos

Avaliação da eficiência do sistema de pivô central e sua uniformidade de aplicação de lâmina d água

Uso do balanço hídrico simplificado em sistemas de conservação em um solo classificado como Argissolo Vermelho Amarelo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE DISCIPLINA DE SOLOS I UNIDADE VII

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (Dispersão Total)

QUANTIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO ENTRE CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA DE UM LATOSSOLO VERMELHO IN SITU E NO LABORATÓRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Manejo de água em cultivo orgânico de banana nanica

Var. Mar. Mar = massa de ar Var = volume de ar Ma = massa de água Va = volume de água Ms = massa de sólidos Vv = volume de poros (vazios) = Var + Va

Determinação das Propriedades Geotécnicas dos Sedimentos Eólicos da Cidade de Natal-RN

Teor de MO e Densidade de solos

Estudo Agroclimático da Demanda Hídrica para o Milho Irrigado na Região de Sete Lagoas,MG

RELAÇÕES MASSA/ VOLUME

DISPONIBILIDE DE ÁGUA NO PLANETA

Caracterização de Solos do Sítio-Específico de Precisão de Sete Lagoas para Fenotipagem de Genótipos de Cereais Visando Estudos de Tolerância à Seca 1

Secagem natural da madeira no campo para produção de carvão vegetal.

UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE IRRIGAÇÃO VIA ASPERSÃO EM ESPAÇEMENTO TRIANGULAR

AULA 3: O ESTADO DO SOLO - ÍNDICES FÍSICOS E

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS Aula 02

APROVEITAMENTO DA AREIA DE FUNDIÇÃO NA PRODUÇÃO DE TIJOLOS

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Quantificação da serapilheira acumulada em um povoamento de Eucalyptus saligna Smith em São Gabriel - RS

ANÁLISE DE PARAMÊTROS PARA DETERMINAÇÃO DE CURVAS DE CALIBRAÇÃO DE TRANSDUTORES TÉRMICOS PARA MEDIDA DO TEOR DE ÁGUA DE SOLOS 1

IRRIGAÇÃO POR GOTEJO EM MORANGO*

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO ARENOSO E ARGILOSO UTILIZANDO O MÉTODO DE ANEL SIMPLES NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - PA.

AVALIAÇÃO DA REPETITIVIDADE E REPRODUTIBILIDADE PARA CÁLCULO DE INCERTEZA NA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

DETERMINAÇÃO DA INFILTRAÇÃO E VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO

EFEITOS DA ADIÇÃO DE CONCRETO ASFÁLTICO FRESADO NO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE SOLOS

Avaliação do sistema de irrigação por aspersão via catch3d

Figura 2: Surgimento do menisco nos equipamentos volumétricos.

MIEA102 Grupo 2. Docente : Aurora Futuro Silva. Inês Cunha Pedro Silva

DINÂMICA DO POTÁSSIO NO SISTEMA SOJA-MILHO EM ÁREA DE ALTA PRODUTIVIDADE EM SORRISO-MT.

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANEL EM SOLO ARENOSO NO MUNICÍPIO DE CODÓ- MA

Avaliação da velocidade de reação do corretivo líquido na camada superficial de um Latossolo Vermelho distroférrico

RECOMENDAÇÃO TÉCNICA USO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR DE BAIXO CAMPO NA DETERMINAÇÃO RÁPIDA DO TEOR DE UMIDADE EM MADEIRAS.

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

ÍNDICE S EM ÁREA DE MONOCULTIVO DE MILHO SOB DIFERENTES MÉTODOS DE PREPARO DO SOLO

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DO ANEL DETERMINATION OF THE SPEED OF INFILTRATION METHOD INFILTROMETER RING

AVALIAÇÃO DA VAZÃO E UNIFORMIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

Camila Bolognes Couto Pahl Bióloga e Laboratorista UFMS Disciplina Transporte de Sedimentos Prof. Dr. Teodorico Alves Sobrinho

Relações da água no Sistema Solo-Planta-Atmosfera LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

DETERMINAÇÃO DA UMIDADE EM FERTILIZANTES E SEMENTES COM BASE NO PRINCIPIO DE ARQUIMEDES 1

XVIII CONIRD São Mateus, 27/07 a 01/08/2008

DESENVOLVIMENTO MATEMÁTICO DE UMA EQUAÇÃO PARA ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE CAMPO 1

Teste de Uma Nova Estratégia de Programação de Irrigação na Cultura Milho

MT DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

Avaliação da altura do Cedro Australiano (Toona ciliata var. australis) após diferentes níveis de adubação de plantio

AJUSTE DE DADOS EXPERIMENTAIS DA SOLUBILIDADE DA UREIA EM SOLUÇÕES DE ISOPROPANOL+ÁGUA COM O USO DE EQUAÇÕES EMPÍRICAS

DENSIDADE DO SOLO E DENSIDADE DE PARTÍCULAS

Transcrição:

ADAPTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTO SIMPLIFICADO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA FINS DE IRRIGAÇÃO DE HORTALIÇAS M. B. BRAGA 1 ; W. A. MAROUELLI 1 ; M. CALGARO 2 RESUMO: Este trabalho teve como objetivo adequar uma metodologia de baixo custo e manuseio para estimativa da umidade do solo em cultivo irrigado com hortaliças. Para tanto, foram coletadas amostras de solo na área experimental da Embrapa Hortaliças que foram levadas ao laboratório de irrigação onde forma realizados os testes e adaptações da metodologia. Os resultados mostraram que a metodologia adaptada obteve boa precisão e mostrou-se de fácil manuseio. PALAVRAS-CHAVE: água no solo, método pesagens. ADAPTATION AND EVALUATION OF SIMPLIFIED PROCEDURE FOR DETERMINATION OF SOIL MOISTURE FOR IRRIGATION OF VEGETABLES M. B. BRAGA 1 ; W. A. MAROUELLI 1 ; M. CALGARO 2 SAMMURY: This study aimed to adapt a methodology for low-cost and handling to estimate soil moisture in irrigated with greenery. Therefore, soil samples were collected in the experimental area of Embrapa Vegetables that were taken to the laboratory where irrigation so the tests performed and adaptations of the methodology. The results show that the methodology adapted obtained good accuracy and is easy to handle. KEYWORDS: Water content in soil; irrigation management; weighing method INTRODUÇÃO O monitoramento contínuo da umidade do solo é fator primordial para o manejo racional da água de irrigação, tanto se estabelecer o momento de irrigar quanto para determinar a lâmina de água a ser aplicada. Ao longo do tempo foram desenvolvidas diversas metodologias e equipamentos para a determinação da umidade do solo, que define o teor de água existente no solo. Entre eles, existe grande variação de precisão, de custo e praticidade.

Dentre os métodos para determinação da umidade do solo, o gravimétrico direto (padrão de estufa) é o mais preciso e utilizado como padrão para a calibração de outros métodos (Bernardo et al., 2006). Pelo método gravimétrico padrão de estufa, o teor de água no solo é determinado de forma direta e seu valor expresso em percentagem de umidade em massa (base seca). Porém, MAROUELLI et al. (2011) relatam que o principal fator limitante do método gravimétrico direto para fins de manejo da água de irrigação é não permitir que a umidade do solo seja determinada de forma rápida. Além de requerer uma balança de precisão e estufa, são necessários de 24 horas a 72 horas, a depender do tipo de solo, para a obtenção do resultado final. Esse intervalo é, em geral, demasiadamente longo para a tomada de decisão sobre quanto e quando irrigar. Por acreditar que tecnologias para o manejo da água de irrigação são dispendiosos, complexas e trabalhosas, e que os equipamentos para a medição da umidade do solo são de difícil adoção pela maioria dos produtores (MAROUELLI et al., 2011). Sendo que estes equipamentos não estão prontamente acessíveis para a grande maioria dos produtores de hortaliças. Em 1984, KLAR cita trabalho desenvolvido por KLAR et al. (1966) que propõe uma metodologia que permite estimar a umidade do solo usando o conceito de que quanto mais água tem um solo menos água seria necessária para preencher um determinado volume de controle. Ressalta também que a metodologia possui boa precisão. O objetivo do presente trabalho foi adaptar o método das pesagens e desenvolver metodologia para a determinação da umidade do solo, visando o manejo da água de irrigação, que possibilite determinações rápidas, tenha baixo custo, seja de fácil utilização pelo produtor e que tenha precisão minimamente aceitável. MATERIAL E MÉTODOS Os trabalhos foram realizados no Laboratório de Irrigação da Embrapa Hortaliças, Distrito Federal, Brasil, no ano de 2012. O solo utilizado no estudo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico, fase cerrado (EMBRAPA, 2006), apresenta classe textural variando entre argila e muito argilosa (Tabela 1) e capacidade de retenção de água da ordem de 1,2 mm cm -1. Foram coletadas seis amostras compostas de solo nas profundidades de 10 cm, 20 cm, 30 cm e 40 cm, num total de 24 amostras, em uma área de cultivo de repolho de

aproximadamente um meio hectare. As amostras foram retiradas com auxílio de cavadeira, homogeneizadas no próprio campo e cada amostra composta acondicionada em saco plástico de aproximadamente 2,0 kg. Cada amostra composta foi resultante da mistura de cinco amostras simples retiradas em pontos distintos da área. As amostras forma levadas ao Laboratório, colocadas em latas de alumínio e levadas a estufa entre 105 0 C a 110 0 C por 48 horas, também formam colhidas amostras para determinação da densidade do solo (Ds) conforme metodologia descrita em EMBRAPA (1997). Após este tempo foi utilizado a adaptação da metodologia das Pesagens para determinar os padrões de peso para cada profundidade do solo estudada, conforme descrito em KLAR (1984), e usando para tanto: balança de precisão (0,01g), garrafa de vidro de 250 ml, do tipo long neck, e água da torneira. Para validação do modelo adaptado foram coletadas doze amostras de solo de maneira aleatória, na mesma área da coletada anterior, sendo que, desta vez, não foram feitas amostras compostas e sim independentes, com um total de três amostras simples em cada uma das quatro profundidades. Para efeito de comparação, partes das amostras foram acondicionadas em latas de alumínio, pesadas e em seguida levadas a estufa para determinação da umidade gravimétrica padrão (Ubg). A umidade volumetria (Ubv) foi determinada pelo do produto Ubg e Ds, na referida profundidade. Posteriormente, com auxílio de planilhas eletrônicas foram gerados coeficientes de ajustes e as equações que possibilitam a estimativa da umidade do solo. RESULTADOS E DISCUSSÃO As figuras de 1 a 4 mostram os ajuste dos pontos com as equações de explicação. Ressalta-se que, para as profundidades de 10 cm e 20 cm a densidade do solo (Ds) foi igual a 1,0 g/cm 2, e por isso uma mesma equação explica tanto a umidade em base de peso (umidade gravimétrica) como a em base de volume (Ubv). A Ds para as profundidades de 30 cm e 40 cm foram iguais a 1,1 e 1,15 g/cm 2, respectivamente, por isso, as curvas de ajustes para umidade em base de volume e em base de peso foram diferentes (Figura 4 e 5). De maneira geral para todos as profundidades foi obtido um bom ajuste das equações, mostrado pelos valores de coeficientes de determinação (R) próximos a 1. Vindo demostrar que com o auxílio da equação pode-se estimar, com uma boa precisão, a umidade do solo, tanto em base volume (Ubv) como em base de peso (Ubg).

O quadro 1 mostra os resultados das amostras de solo coletadas para validação da metodologia proposta, usando as tabelas (2 a 5) e as equações propostas. Nota-se que os valores das percentagens dos erros, dada relação da umidade gravimétrica estimada com auxílio das tabelas e das equações, foram todos inferiores a 5% (0,05) mostrando que o método usado possui boa precisão na estimativa da umidade do solo. CONCLUSÕES O método das pesagens mostrou-se adequado para estimativa da umidade do solo, para as condições do estudo. O método proposto é de baixo custo, fácil utilização e não requer treinamento específico para seu manejo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8 ed. Viçosa, UFV, 2006. 625 p. EMBRAPA. Centro Nacional e Pesquisa em Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa-SPI; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. 2 ed. Rio de Janeiro, 1997. 212 p. (EMBRAPA-CNPS. Documentos, 1). KLAR, A. E. A água no sistema solo-planta-atmosfera. Livraria Nobel, 408p. 1984. KLAR, A. E.; VILLA NOVA, N.A.; MARCOS, Z. Z.; CERVELLINI, A. Determinação da umidade do solo pelo método das pesagens. Anais Esc. Sup. Agric. LUIZ DE Queiroz. 15-30. 1966. MAROUELLI, W. A.; OLIVEIRA, Á. S.; COELHO, E. F.; NOGUEIRA, L. C.; SOUSA, V. F. Manejo da água de irrigação. In: SOUSA, V. F.; MAROUELLI, W. A.; COELHO, E. F.; MAROUELLI, W. A.; SILVA, W. L. C.; SILVA, H. R. Irrigação por aspersão em hortaliças: qualidade da água, aspectos do sistema e método prático de manejo. 2.ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. 150p. PINTO, J. M.; COELHO FILHO, M. A. (Ed.). Irrigação e fertirrigação em fruteiras e hortaliças. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2011. p. 157-232. Tabela 1. Composição granulométrica e classe textural do solo nas diferentes profundidades amostradas. CNPH, Brasília-DF. Granulometria Profundidade (cm) 10 20 30 40 Argila (%) 68,2 59,9 66,3 58,8 Silte (%) 18,9 27,1 21,1 28,7 Areia fina (%) 5,2 5,4 5,3 5,1 Areia grossa (%) 7,7 7,6 7,3 7,4 Classe textural Muito argiloso Argila Muito argiloso Argila

Densidade solo (g/cm 3 ) 1,0 1,0 1,1 1,15 Quadro 1. Relação entre umidade gravimetria (Ubg) obtida usando o método padrão de estufa (MPE) e o método das pesagens proposto. Ubg 1 Peso Ubg 2 Tab. Ubg 3 Eq. Profundidade % Erro % Erro (MPE) (G+Solo+água) (Mpes) (Mpes) (cm) Tabelas Equações (%) (g) (%) (%) 10 34,42 467,59 34,25 34,36 0,49 0,06 10 34,56 467,85 33,56 33,66 2,89 0,90 10 34,47 468,02 33,11 33,21 3,95 1,26 Média 34,48 467,82 33,64 33,74 2,44 0,74 20 34,56 467,69 34,00 34,10 1,62 0,46 20 34,12 467,88 33,48 33,59 1,88 0,53 20 34,20 467,35 34,90 35,02-2,05-0,82 Média 34,29 467,64 34,13 34,23 0,47 0,06 30 35,73 468,07 33,95 34,04 4,98 1,69 30 35,38 468,01 34,12 34,21 3,56 1,17 30 35,45 468,00 34,14 34,23 3,70 1,22 Média 35,52 468,03 34,07 34,15 4,08 1,37 40 36,06 467,55 36,30 36,42-0,67-0,36 40 36,06 467,45 36,57 36,69-1,41-0,63 40 35,95 467,53 36,35 36,47-1,11-0,52 Média 36,02 467,51 36,41 36,53-1,08-0,51 1 Ubg (MPE) é a umidade gravimétrica, método das padrão estufa; 2 Ubg Tab. (Mpes) é a umidade gravimétrica estima da pelo método da pesagem, dada pelas tabelas geradas; 3 Ubg Eq. (Mpes) é a umidade gravimétrica estima da pelo método da pesagem, estimada pelas equações gerada.. Figura 2. Relação umidade do solo versus peso da garrafa com solo e água, a profundidade de 10 cm. Figura 3. Relação umidade do solo versus peso da garrafa com solo e água, a profundidade de 20 cm.

Figura 4. Relação umidade do solo versus peso da garrafa com solo e água, a profundidade de 30 cm. Figura 5. Relação umidade do solo versus peso da garrafa com solo e água, a profundidade de 40 cm.