AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE REPARO DE COMPÓSITOS APÓS DIFERENTES MÉTODOS DE TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE (2011) 1 SINHORI, Bruna Salamoni 2 ; BALBINOT, Carlos Eduardo Agostini 3 1 Trabalho de Iniciação Científica 2 Acadêmica do Curso de Odontologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 3 Professor do Curso de Odontologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: bru_nek@yahoo.com.br; caiobalbinot@gmail.com RESUMO Objetivo: Este estudo objetiva a avaliação da influência de duas diferentes formas de tratamento de superfície na resistência de união do reparo entre compósitos através do teste de cisalhamento em um compósito à base de metacrilato. Métodos: Foram confeccionados 20 amostras cilíndricas de 4,5mm de diâmetro e 5 mm de altura e que foram divididas em 2 grupos (n=10). Todas as amostras ficaram armazenadas em água destilada por 7 dias. Para confecção do reparo, a mesma resina composta (Charisma) cor C3 foi aplicada sobre a superfície das amostras de ambos os grupos, após receberem o tratamento de superfície previamente definido para cada grupo, sendo: Grupo 1 - condicionamento da superfície com ácido fosfórico 37% + adesivo XP Bond e Grupo 2 condicionamento da superfície com ácido fosfórico 37% + silano + adesivo XP Bond. Adicionalmente, foram confeccionadas 10 amostras de mesmas dimensões que das realizadas inicialmente, para que fosse testado nessas, a resistência coesiva do material restaurador. A obtenção das médias para resistência de união e resistência coesiva da resina composta foi realizado através de um teste de cisalhamento em uma máquina de ensaio universal, a uma velocidade de 0.5mm/min. Para avaliação das médias obtidas para os grupos testados será realizado o teste-t para amostras independentes a um nível de confiança de 95% (α=0,05), através do software estatístico IBM SPSS Statistics (IBM), EUA, versão 19.0. Resultados, Discussão e Conclusões: Os testes laboratoriais estão sendo finalizados neste momento e por isso os resultados finais das médias obtidas para os grupos testados não poderão ainda ser apresentados. Após a finalização dos ensaios mecânicos in vitro, os 1
dados obtidos serão avaliados estatisticamente e serão redigidos então os resultados, discussão e conclusões do trabalho realizado. Palavras-chave: materiais dentários, reparos, resinas compostas 1. INTRODUÇÃO As resinas compostas são amplamente utilizadas na odontologia restauradora e continuam a evoluir com a melhora de suas propriedades bem como com a evolução dos sistemas adesivos necessários para a realização desta modalidade restauradora. Embora essas propriedades estejam melhoradas, ainda existem fatores como desgaste, descoloração, polimerização, contração e ainda microinfiltração que podem limitar a longevidade da restauração de uma resina convencional a base de metacrilato (BRENDEKE; ÖZCAN, 2007). Após o compósito ser exposto ao ambiente oral já são previstas mudanças nas composições dos materiais que por sua vez afetam a longevidade da restauração, o que resulta na necessidade para substituição ou reparo das restaurações. O reparo de uma restauração defeituosa é muitas vezes preferido à sua substituição pois, além de preservar estrutura dentária sadia, ela reduz custos e o tempo de trabalho, tendo em vista que toda vez que a mesma for substituída, poderá tornar-se mais complexa, os dentes adjacentes poderão ser danificados e novos defeitos poderão ser introduzidos (BRENDEKE; ÖZCAN, 2007. YAMAN, 2011). Diferentes métodos de envelhecimento vêm sendo testados para tentar simular a permanência da restauração em boca, tais como: armazenagem em água por diferentes períodos de tempo, termociclagem, ciclagem mecânica e imersão em substâncias ácidas (ÖZCAN et al., 2005). Sendo que os diferentes métodos de envelhecimento geram alterações variadas na estrutura dos compósitos, conhecidas como alterações físicoquímicas e que influenciam sobremaneira no comportamento clínico destes materiais quando procedimentos de reparo de restaurações são realizados principalmente relacionados à resistência de união entre resina mantida na cavidade e resina usada na confecção do reparo. Além disso, o reparo de uma resina composta requer um adequado tratamento de superfície, como: rugosidade com pontas diamantadas, condicionamento com ácido 2
fluorídrico ou fosfórico, abrasão a ar, silicatização, uso de silano e diferentes sistemas adesivos. Em vista disto, o objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união do reparo das restaurações com resina composta a base de metacrilato, sob o efeito dois diferentes métodos de tratamento de superfície: (1) aplicação de agente adesivo e (2) aplicação de silano + agente adesivo, e sua influência nos valores de resistência de união em um teste de cisalhamento. A hipótese nula testada é de que não havia diferença entre os valores de resistência de união do teste de cisalhamento entre os grupos testados. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados no estudo estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 - Materiais usados no estudo Material Composição Fabricante Lote Charisma Bis-GMA, Vidro barioaluminofluoretado (0.02-2µm) e dióxido de silício altamente disperso (0.02 0.07µm) Heraeus 010304 XP Bond Resina TCB (Dimetacrilato Carboxílico modificado), PENTA, UDMA, TEGDMA, HEMA, estabilizadores, Etil-4- dimetilaminobenzoato,canforoquinona, sílica amorfa funcionalizada, t-butanol Denstply 0909001779 2.1 Confecção das Amostras Para confecção das amostras, foi utilizada uma matriz de teflon bipartida, de 4,5mm de diâmetro e 8 mm de altura, circundada por uma matriz metálica. A resina composta foi inserida na matriz de teflon em incrementos de 2 mm, sendo cada incremento fotopolimerizado por 20 segundos com o aparelho fotopolimerizador BluePhase (Ivoclar Vivadent, Shaan, Liechtenstein), seguindo as instruções do fabricante. A cada cinco ativações por luz, a intensidade da luz do fotopolimerizador era medida no radiômetro do próprio aparelho fotopolimetizador, apresentando uma média de 1000 mw/cm 2. 3
Após a confecção, as amostras foram incluídas em um tudo de PVC de 20 mm de diâmetro interno com resina acrílica autopolimerizável (Jet, Artigos Odontológicos Clássico, SP, BR) e então, armazenadas em água destilada em uma estufa para cultura (Fanem, modelo 002 CB, SP, BR) a 37º por sete dias. Foram confeccionadas 24 amostras que foram divididas em 2 grupos (teste e controle), com n=12. 2.2 Método de Reparo das Amostras As amostras de ambos os grupos testados, após o período de armazenagem foram asperizadas em uma politriz horizontal (Aropol S 600 RPM) com lixa d água 600, para planificar a superfície e simular o emprego de pontas diamantadas na asperização da superfície das resinas compostas e a seguir foram realizados para cada grupo, o protocolo de tratamento de superfície previamente definido para a confecção do reparo. 2.2.1 Tratamento da Superfície das Amostras do Grupo 1 (ácido fosfórico + adesivo) Após a asperização da superfície foi aplicado ácido fosfórico Condicionador Dental Gel 37% (Dentsply, Petrópolis, RJ, BR), por 30 segundos seguido de lavagem com spray ar/água por 30 segundos e secagem com spray de ar. Foi então aplicado o sistema adesivo XP Bond (Dentsply, Petrópolis, RJ, BR) seguindo as instruções do fabricante, que estão apresentadas na Tabela 2, e realizada a confecção do reparo propriamente dito. 2.2.2 Tratamento de Superfície das Amostras do Grupo 2 (ácido fosfórico + silano + adesivo) Após a asperização da superfície foi aplicado ácido fosfórico Condicionador Dental Gel 37% (Dentsply, Petrópolis, RJ, BR), por 30 segundos seguido de lavagem com spray ar/água por 30 segundos e secagem com spray de ar. Foi então aplicado o silano Prosil (FGM, Joinvile, Santa Catarina, BR) com o auxílio de um microbrush e deixado repousar sobre a superfície da resina por 1 minuto, seguindo de secagem leve e aplicação do sistema adesivo XP Bond (Dentsply, Petrópolis, RJ, BR) seguindo as instruções do fabricante e realizada a confecção do reparo propriamente dito. 4
Tabela 2 - Instruções do fabricante para uso do sistema adesivo XP Bond Material Instruções de uso XP Bond 1. Desgaste e limpe a área fraturada com uma broca diamantada fina e, se possível, crie retenção mecâncica 2. Aplique o Condicionador Dental Gel Dentsply na cavidade e na superfície fraturada da restauração por pelo menos 15s 3. Lave com água abundante por pelo menos 15s e elimine o excesso de água 4. Aplicação do XP Bond 4.1 Molhe uniformemente toda a superfície. Evite excessos 4.2 Repousar por 20s 4.3 Evapore o solvente aplicando um leve jato de ar por pelo menos 5s 4.4 Fotopolimerize por pelo menos 10s. 2.2.3 Método de Confecção do Reparo propriamente dito Para confecção do reparo propriamente dito, foi utilizada uma matriz cilíndrica de Teflon bipartida de 3mm de diâmetro e 8 mm de altura, que foi posicionada sobre a superfície das amostras, individualmente, e fixada através de um dispositivo metálico. A resina composta foi então inserida na matriz de Teflon, em incrementos de 2 mm e fotopolimerizada por 20 s com o aparelho fotopolimerizador BluePhase (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein), seguindo as instruções do fabricante. A cada cinco ativações por luz, a intensidade da luz do fotopolimerizador era medida no radiômetro do próprio aparelho fotopolimetizador, apresentando uma média de 1000 mw/cm 2. A mesma resina composta usada na confecção das amostras foi usada para confecção dos reparos. 2.3 Teste de Resistência de União pelo Método do Cisalhamento Após a confecção dos reparos, as amostras foram levadas a uma máquina de ensaio EMIC DL 2000, para que fosse realizado o teste de resistência de união ao cisalhamento, a uma velocidade de 0,5 mm/ min, até a falha, com uma matriz com cinzel. A resistência de união ao cisalhamento foi calculada através da seguinte fórmula: Rc = F/A, onde: Rc = resistência ao cisalhamento (MPa) F = força aplicada (N) A = área de união (π/r 2 ) 5
2.4 Análise estatística As médias obtidas, em MPa, para os grupos serão avaliadas estatisticamente pelo teste-t para amostras independentes, com nível de significância de 5% (α = 0.05). Será utilizado software estatístico IBM SPSS Statistics (IBM), versão 19.0. 3. RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Os testes mecânicos dos ensaios in vitro estão sendo realizados no presente momento não sendo possível, dessa forma a apresentação dos resultados. Após a finalização dos testes mecânicos, as médias obtidas para resistência de união através do teste de cisalhamento, serão avaliadas estatisticamente e o estudo será então finalizado com a redação dos resultados, discussão e conclusões. REFERÊNCIAS BRENDEKE, J.; ÖZCAN, M. Effect of physicochemical aging conditions on the compositecomposite repair bond strength. J Adhes Dent, v. 9, n. 4, p. 399-406, 2007. YAMAN, B.C. et al. Microleakage of repaired class V silorane and nano-hybrid composite restorations after preparation with erbium: yttrium- aluminum-garnet laser and diamond bur. Lasers Med Sci, v. 26, n. 2, p. 163-170, 2011. ÖZCAN, M. et al. Effect of three surface conditioning methods to improve bond strength of particulate filler resin composites. J Mater Sci Mater Med, v. 16, p. 21-27, 2005. 6