lvários biótipos, que são a expressão fenotípica de diversos

Documentos relacionados
XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVEIA BRANCA FORRAGEIRA IPR SUPREMA

TBIO SELETO - Rusticidade, precocidade e bom potencial de rendimento

CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO RECOMENDADAS PARA OS CERRADOS DO MEIO- NORTE DO BRASIL

CONSERVAÇÃO DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.) A LONGO PRAZO. Introdução

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE FEIJÃO COM SEMENTES DISPONÍVEIS NO MERCADO

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DO ÓLEO ESSENCIAL DE AÇAFRÃO NO CONTROLE DO PULGÃO BRANCO (APHIS GOSSYPII) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Desempenho Agronômico da Cultivar de Trigo BRS 220, no Mato Grosso do Sul, e Aptidão Tecnológica

BRS PARRUDO: NOVA PROPOSTA DE ARQUITETURA DE PLANTA DE TRIGO ADAPTADA AO SUL DO BRASIL

CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DO BANCO DE GERMOPLASMA DE MAMONA DA EMBRAPA ALGODÃO*

Importância e objetivos do melhoramento de plantas

ESTUDO DO PROGRESSO GENÉTICO NA POPULAÇÃO UFG- SAMAMBAIA, SUBMETIDA A DIFERENTES MÉTODOS DE SELEÇÃO.

Aula 1 -Importância e Objetivos do Melhoramento Genético

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE AVEIA BRANCA (Avena sativa) NA REGIÃO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRAS 1997 E 1998

CULTIVARES DE TRIGO EMBRAPA

Programas de Melhoramento Visando à Resistência a Doenças. Estudo de casos

Cultivares comerciais de milho não transgenico de instituições publicas

LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE Bemisia sp. NA CULTURA DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA-MS

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na. safra 2009/2010

FiberMax. Mais que um detalhe: uma genética de fibra.

Reação de genótipos de trigo (Triticum aestivum L.) ao mosaico comum análise de dados 2011

Sementes de. A Linha de Sementes de Soja Dow AgroSciences avança sem parar. Com um portifólio adaptado para as principais regiões do país e variedades

1 - INTRODUÇÃO 2 - METODOLOGIA

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

6.4 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

1 - Sente-se apto para o exercício da sua atividade/função? (Na Contabilidade)

02 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DAS SEMENTES

PLANTIO CONSORCIADO DE PIMENTA DEDO-DE-MOÇA COM ADUBOS VERDES: PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO E OCORRÊNCIA DE PRAGAS PROJETO DE PESQUISA

EFICÁCIA DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS MELACANTHUS, NA CULTURA DO MILHO

TBIO ITAIPU Elevado potencial de rendimento

MELHORAMENTO DE PLANTAS AUTÓGAMAS POR SELEÇÃO

Genética Embrapa: INOVAÇÃO E SUPERIORIDADE NO CAMPO

Feijões do Grupo Comercial Carioca

Cultivares de Aveias para Produção de Forragem e Cobertura do Solo

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Introdução. Material e Métodos

CUSTO DE PRODUÇÃO DE GRÃOS EM GUARAPUAVA-PR

LANÇAMENTO DKB 290 MULTI PLANTIO O NOVO HÍBRIDO PARA ALTAS PRODUTIVIDADES CATÁLOGO DE HÍBRIDOS SAFRINHA REGIÃO SUL 2014/2015. dekalb.com.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Base Genética dos Caracteres Qualitativos e Quantitativos, Componentes da Variação Fenotípica, Coeficiente de Herdabilidade e Progresso com Seleção

Avaliação de Cultivares de Sorgo Sacarino em Ecossistema de Cerrado no Estado de Roraima

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Trimestre 2008: outubro, novembro e dezembro

1.2. Situação da Cultura do Trigo no Brasil e no Mundo

IMPORTÂNCIA DAS SEMENTES

Mancha branca, não parasitária, em folhas de gramíneas, na safra de inverno de 2016, no Sul do Brasil

GASTOS COM INSETICIDAS, FUNGICIDAS E HERBICIDAS NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA, BRASIL,

Quantificação de Rutina e Genistina e Identificação de Metabólitos Secundários em Raízes e Folhas de Soja

BRS Gralha-Azul, nova cultivar de trigo da Embrapa

OR Sementes: 26 anos de excelência em trigo

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

ANEXO VIII MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL SERVIÇO NACIONAL DE PROTEÇAO DE CULTIVARES

LSPA. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Dezembro de Pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil

Mancha branca, não parasitária, em folhas de gramíneas, na safra de inverno de 2016, no Sul do Brasil

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E DE SEQUEIRO RECOMENDADAS PARA O MATO GROSSO DO SUL

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1311

Exercícios Genética e Evolução Curso: Tecnológicos Campus Palotina

OCORRÊNCIA E INFESTAÇÃO DE Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE) EM SALTO DO JACUÍ - RS 1

Doença de plantas é definida como qualquer alteração

Fernando Penteado Cardoso Ondino Cleante Bataglia Giseli Brüggemann Antonio Roque Dechen

O preço médio da soja pago aos produtores familiares pelas cooperativas

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Levantamento de adultos de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) utilizando armadilha de feromônio em área comercial de milho Bt

BRS Ametista: Cultivar de Feijoeiro-comum Carioca com Grãos Graúdos e Resistência a Doenças

Seleção de progênies de café arábica com resistência à ferrugem

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SEMENTES E MUDAS SCS

QUEBRA DE PLANTAS DE SOJA

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

Sistema Cultivance Ideal para a rotação de tecnologias na cultura da soja.

MOMENTO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO EM COBERTURA EM TRIGO: QUALIDADE TECNOLÓGICA E RENDIMENTO DE GRÃOS

CULTIVARES DE SOJA. BAHIA Safra 2011/12. Soja. Transferência de Tecnologia

O presente estudo foi instalado no município de Alfenas-MG, a 900 m de altitude. Rodolfo Carvalho Cesar de San Juan 1

Uma das maneiras de reduzir os efeitos da

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

Luiz Carlos Fazuoli. CENTRO DE CAFÉ ALCIDES CARVALHO 38 Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras

Conceitos Gerais sobre Resistência

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS COM PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

Métodos de condução de populações segregantes para teor de fibra em feijoeiro-comum

Ocorrência e Danos de Diatraea saccharalis Fabr. (Lepidoptera: Crambidae) em Diferentes Cultivares de Milho (Zea mays L.)

1. CENSO VARIETAL NO ESTADO DO PARANÁ 2. O PMGCA/UPFR 1. Subestações 2. Locais de seleção 3. Evolução clones

QUALIDADE DE SEMENTES CARACTERÍSTICAS QUE AFETAM A QUALIDADE DAS SEMENTES. Componentes:

INFORMATIVO SOBRE TECNOLOGIAS DE RESISTÊNCIA A INSETOS SEMEANDO O FUTURO

5.9 Controle de Pragas e Doenças

Tecnologias de Manejo Nematoides da soja e cultura do milho: mitos e verdades

Coleta de Cucurbitáceas no Estado de Mato Grosso do Sul

Dentre as diversas espécies de corós. Paulo Roberto V. S. Pereira1, José Roberto Salvadori1. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO CERRADO MATOGROSSENSE *

PRODUÇÃO DE ARROZ COM TIPO DE GRÃO PARA A CULINÁRIA JAPONESA: UMA OPÇÃO PARA RORAIMA

Rally da Safra. Qualidade Nutricional da Soja Safra 2012/13 e 2013/14. Cuiabá, 31 de Julho de 2014

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE BANANA RESISTENTE À SIGATOKA NEGRA VARIEDADE CAIPIRA

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO NA DÉCADA DE NOVENTA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Arroz e Feijão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

Transcrição:

IDENTIFICAÇÃO DE BIÓTIPOS DE Schizaphis graminum QUE OCORREM EM CEREAIS DE INVERNO, NO BRASIL Tonet, G.L. 1 Resumo lvários biótipos, que são a expressão fenotípica de diversos genótipos e dependem de suas relações com os hospedeiros, compõem a população do pulgão-verde-dos-cereais, Shizaphis graminum (Rondani, 1852) (Hemiptera, Aphididae). Os danos que as plantas apresentam resultam de uma reação fitotóxica a uma substância desconhecida, injetada pelo inseto no momento de sua alimentação. O surgimento de diferentes biótipos do pulgão-verdedos-cereais é favorecido pelo cultivo contínuo de cultivares resistentes de cereais de inverno) Atualmente, encontram-se descritos na literatura mundial 8 biótipos dessa espécie. No Brasil, até 1993, havia registro apenas da ocorrência do biótipo C. O acompanhamento anual dos biótipos que ocorrem nas regiões tritícolas do país é indispensável para o sucesso do melhoramento genético voltado para a resistência de plantas de trigo a S. graminum. De 1993 a 1996, foram coletados, em diferentes regiões do Brasil, 26 clones do pulgão-verde-dos-cereais, que, submetidos isoladamente à coleção diferencial de plantas, indicaram que no primeiro ano todos eram do biótipo C. Em 1994, apenas os coletados em Santa Rosa, no RS, pertenciam ao biótipo C; os demais, das regiões Sul e Centro-Sul, eram do biótipo E. Em 1996, em Guaíra, PR, e em Fátima do Sul e em Caarapó, MS, houve alteração no biótipo, predominando o biótipo B. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que atualmente, no Brasil, encontram-se nas diferentes regiões tritícolas três diferentes biótipos de S. graminum, 1 Pesquisadorada Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo,RS. E-mail:gabriela@cnpt.embrapa.br. 590 XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo

que possuem diferenças fisiológicas entre si, resultando em danos diferenciados em diversos genótipos. Palavras chave: Pulgão - biótipos - S. graminum. Introdução [O pulgão-verde-dos-cereais, Schizaphis graminum (Rondani, 1852) (Hemiptera, Aphididae), ocorre nas regiões mais quentes do estado do Rio Grande do Sul, nos estados do Paraná, de São Paulo, de Mato Grosso do Sul e no sul de Minas Gerais. Atualmente é a única espécie que atinge níveis populacionais elevados na cultura de trigo, devido à sua grande capacidade de proliferação. J Em 1979, foram iniciados trabalhos para a incorporação de resistência ao pulgão-verde-dos-cereais em cultivares de trigo com adaptação às regiões produtoras do Brasil. Inicialmente, as fontes usadas foram a cultivar Amigo e algumas seleções precoces dessa cultivar, por possuírem um gene simples dominante que confere resistência ao pulgão. A seleção, após forte infestação de plântulas, considera as diferenças entre genótipos resistentes e suscetíveis (Tonet, 1993). Em 1993, foi lançada a primeira cultivar de trigo resistente ao biótipo C de S. graminum, BR 36-lanomani, para a região Centro-Sul do Brasil (Tonet, 1993; Tonet e Silva, 1994). Vários biótipos, que são a expressão fenotípica de diversos genótipos e dependem de suas relações com os hospedeiros, compõem a população do pulgão-verde-dos-cereais. Atualmente, encontram-se descritos na literatura mundial oito biótipos de S. graminum (A, B, C, D, E, F, G e H). No Brasil, até 1993, havia registro apenas da ocorrência do biótipo C, nas culturas de trigo, de aveia, de cevada e de sorgo (Tonet, 1997). O objetivo do presente trabalho consistiu na identificação, por região tritícola, dos biótipos de S. graminum, visando a fornecer subsídios para a incorporação de resistência em diferentes genótipos de trigo e de cevada. XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo 591

Material e Métodos De 1993 a 1996, foram feitas coletas do pulgão-verde-doscereais nas culturas de inverno, nos estados do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Mato Grosso do Sul, de São Paulo e de Goiás. Esses clones de pulgões foram devidamente identificados por região, mantidos isoladamente e multiplicados em gaiolas no insetário da Embrapa Trigo, após eliminação de indivíduos virulíferos. Em câmaras climatizadas, cada clone foi submetido a uma coleção diferencial de plantas proposta por Tylel e modificada por Tonet, citado por Tonet & Arias (1999), para caracterizar o biótipo da espécie, de cada clone coletado, nas diferentes regiões do país. A metodologia consistiu em infestar as plantas dessa coleção aos três dias após a emergência, com um número médio de 30 pulgões/planta, durante sete dias. Após esse período, as plantas foram avaliadas quanto à sua reação aos danos causados pelos insetos, usando-se a seguinte escala, adaptada da escala de Wiseman & McMillian (1970) e citada por Tonet (1997), conforme a porcentagem de danos: 1-10 % = altamente resistente; 11-20 % = resistente; 21-40 % = moderadamente resistente; 41-50 % = moderadamente suscetível; 51-60 = suscetível; e 61 % = altamente suscetível. Por se tratar de uma espécie sugadora, elaborou-se uma escala adicional, na qual considerou-se o tipo de mancha ou lesão provocada pelo pulgão-verde-dos-cereais, como segue: O-sem danoaltamente resistente; 1-mancha esbranquiçada-resistente; 2-mancha amarela com necrose central-suscetível; e 3-manchas coalecendo, formando lesão marrom-amarelada-altamente suscetível. Resultados e Discussão Na Tabela 1 encontram-se os resultados obtidos, e pode-se verificar que, em 1993/94, o biótipo prevalecente foi E, exceto no Rio Grande do Sul, onde o biótipo C foi predominante. Foi registrada 592 XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo

a ocorrência do biótipo E apenas no município de Passo Fundo, no ano de 1994. Nos anos subseqüentes (1995 e 1996), em Caarapó, em Fátima do Sul e em Panambi, MS, e em Guaíra, PR, observou-se uma alteração no biótipo ocorrente, verificando-se a presença nos clones testados do biótipo B (Tabela 2). Isso foi constatado em decorrência da reação aos danos do inseto das diferentes cultivares da coleção, em especial da cultivar Largo, que, de altamente resistente, passou a ser moderadamente resistente, resultando em mais de 30 % das plantas com danos e manchas do tipo 2 e 3 (manchas amarelas com necrose) e da cultivar Amigo, que foi resistente aos danos do pulgão-verde-dos-cereais. Esses resultados mostram a quebra da resistência da cultivar de trigo BR 36- lanomani, nas regiões onde atualmente predomina o biótipo E, e a manutenção dessa característica nas áreas em que prevalecem os biótipos B e C. A identificação correta da espécie e do biótipo do pulgão é de extrema importância em programas de melhoramento de plantas que visem à resistência a essa praga, porque um genótipo pode ser resistente a uma espécie ou a um biótipo e para outro não apresentar essa característicai Um fator que favorece a alta taxa de mutação de S. graminum em relação a outras espécies de insetos, é o fato de este reproduzir-se por partenogênese. No caso do pulgãoverde-dos-cereais, os biótipos diferem entre si fisiologicamente e não morfologicamente, podendo ocorrer em mesmo local mais de um biótipo. Referências Bibliográficas TONET, G.L.; SILVA, R.F.P. da. 1994. Antibiose de genótipos de trigo ao biótipo C do "pulgão-verde-dos-cereais", Schizaphis graminum (Rondani,1852) (Homoptera: Aphididae). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.29, n.8, p.1181-1186, 1994. TONET, G.L. 1993. Resistência de genótipos de trigo ao pulgão verde dos cereais Schizaphis graminum (Rondani, 1852) (Homoptera, Aphididae). Porto Alegre: UFRGS- Faculdade de Agronomia. 153 p. Tese de Doutorado. XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo 593

TONET, G.L.; ARIAS, G. Reação de genótipos de cevada ao Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC). In: EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Trigo (Passo Fundo, RS). Resultados de pesquisa de cevada-1999. Passo Fundo, 1999. p.85-87. TONET, G.L. 1997. Novo biótipo de Shízaphís gramínum em trigo, no Brasil. In: Resumos. 16 Congresso Brasileiro de Entomologia. Salvador, Bahia. p.333, 1997. 594 XVIII Reunião Nacional de Pesquisa de Trigo

<, )( S ::::: Tabela 1, Determinação de biótipos de Schizaphis graminum, em diferentes lais, sobre uma coleção trigo, de aveia, de cevada, de centeio e de sorgo. Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS diferencial de cultivares de iiii o Origem C') Local."Â Coleção diferencial de cultivares/reação aos danos Ano OS 28 Amigo Largo PF 91582 Insave CI17882 BR36 BR 1 KS-30 Nill Omuge Biótipo õ' Passo Fundo/RS 1993 AS AR R R R MS AR S - - - C ::l - Po Fundo/RS 1994 AS S R AR AR R S S E - Caarapó/MS 1994 AS S R AR AR AR S S S S MR E Itaporã/MG 1994 AS S R AR AR R S S S MS R E 11I - - - - CII Dourados/MS -, 1993 AS S R - AR - S S S S R E.Q Dourados/MS 1994 AS S R - R - S S S S S E c::: Fátima uo Sul/MS 1994 AS S AR AR AR AR MS S S MS MR E ir Rio Brilhante/MS 1994 AS S AR AR AR AR S S S S AS E " Jaguariúna/SP 1993 AS AR R R R MS AR S - - - C Jaguariúna/SP 1994 AS S AR cq' AR AR R S S S S S E o Guaíra/PR 1994 AS MS R AR AR AR MS S S MS MS E Uberaba/MG 1994 AS AS R AR AR AR S S S S MS E Brasília/DF 1994 AS MS R AR AR AR AS S AS AS AS E Santa Rosa/RS 1994 MS AR R R R MS AR S R R R C S= suscetível R= resistente AS= altamente suscetível AR= altamente resistente S= moderadamente suscetível MS= moderadamente resistente cn <O cn -,

0'1 co O> Tabela 2. Determinação de biótipos de S. graminum, em diferentes locais, sobre coleção diferencial de cultivares de trigo, de aveia, de cevada, de centeio e de sorgo. Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS Origem Coleção diferencial de cultivares/reação a danos Local Ano DS- Amigo Largo Insave PF CI BR36 CI Will Omuge Black PI Biótipo 28A 91582 17882 17885 Tartanian 186270 Indápolis/MS 1995 S MS AR AR AR AR S AR S S AS AS E Cascavel/PR 1995 S MS R AR AR AR S AR MS S MS AS E GuaíralPR 1995 S MS R AR AR AR MS - AS AS AS AS E Caarapó/MS 1995 S MS R AR AR AR MS AR MS S MS MS E Campo Mourão/PR 1995 S MS R AR AR AR S AR AS S AS AS E Fátima do Sul/MS 1995 S MS R R AR AR MS - AS AS AS AS E ).c Dourados/MS 1995 S MS AR AR AR AR MS - AS S AS AS E S Itaporã/MS 1995 S S AR AR AR AR S AR S S MS AS E ::::: Panambi/MS 1995 S S AR AR AR - S AR S S MS - E Rio Brilhante/MS 1995 S S AR AR AR AR S - AS S S AS E Santa RosalRS 1995 MS AR AR AR AR AR R AR MS R R AS C iiii o Carazinho/RS 1996 MS AR AR AR AR AR R AR S MR MR AS C GuaíralPR 1996 S R MR AR R R R AR S MS S AS B n Panambi/MS 1996 S S AR AR AR AR S R S S AS AS E g' Fátima do Sul/MS 1996 S R MR AR R R R AR S MS S AS B Q) Caarapó/MS 1996 S R MR AR R R R AR S MS S AS B - S= suscetível R= resistente MS= moderadamente suscetível AS= altamente suscetível AR= altamente resistente MS= moderadamente resistente!li.q c: ir cão o