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Transcrição:

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SEDE MUNICIPAL DE CAPITÃO / RS MEMORIAL DESCRITIVO / ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 1. Considerações preliminares O presente projeto visa à implantação de melhorias no sistema de abastecimento de água na sede do município de Capitão, RS, por meio da perfuração, e instalação elétrica, hidráulica e mecânica de poço tubular profundo para captação de água subterrânea, reservatório, implantação de redes adutora e de distribuição de água e ramais prediais. O desenvolvimento sócio-econômico do município, cotejado as previsões de ampliação futura, impõe a necessidade da implantação de melhoramentos nas condições de infra-estrutura. A rede hidráulica existente, executada com materiais de qualidade e diâmetros inadequados a atual demanda, não permitem um atendimento satisfatório às necessidades da população atendida. A meta do projeto é o fornecimento contínuo de água de boa qualidade, objetivando a redução e o controle de doenças entéricas de veiculação hídrica e outros agravos, com a finalidade de contribuir para a redução da morbimortalidade, principalmente a infantil, e para o aumento da expectativa de vida e da produtividade da população. O projeto abastecerá, de forma direta, a totalidade do sistema urbano de abastecimento de água. 2. Horizonte do Projeto / Concepção do projeto O horizonte / alcance do projeto está de acordo com o preconizado na Lei de Saneamento nº 11.445/2007. O projeto prevê a captação de água subterrânea, por meio da perfuração de um poço tubular profundo. A opção pela utilização de água subterrânea em detrimento a água superficial, são os custos envolvidos na adução, e no tratamento para adequação aos padrões de potabilidade preceituados pela Portaria 2914 da Secretaria da Saúde, tanto no que se refere a implantação quanto a operação, uma vez que a primeira, normalmente, apresenta boa qualidade em relação aos parâmetros físico-químicos, sendo desnecessários tratamentos mais sofisticados, além da menor vulnerabilidade a eventuais processos de contaminação. Outras vantagens econômicas relacionadas à utilização do manancial de água subterrânea estão relacionadas ao seu custo de captação, uma vez que poderá ser executado mais próximo da área consumidora, além de permitir um planejamento modular na Página 1 de 11

oferta de água a população, isto é, os poços tubulares poderão ser perfurados à medida que aumente a necessidade, dispensando a realização de grandes investimentos de uma única vez. O recalque da água subterrânea a partir do poço tubular ocorrerá por intermédio de conjunto motor-bomba submersa, sustentado por tubulação de aço também destinada a adução da água. Na superfície, a rede de recalque prosseguirá com tubulações de PE- AD, até os reservatórios projetados, estrategicamente locados em ponto de topografia favorável a distribuição por gravidade ao longo da rede de distribuição existente. 3. Geologia 3.1 Geologia Regional Em termos gerais, a geologia do topo para a base é compreendida pelo evento vulcânico da Formação Serra Geral, de idade Cretácea, uma seqüência de efusivas toleíticas básico-intermediárias e ácidas, intercalando na base arenitos eólicos intertraps, intrusões e derrames picríticos tipo Gravataí, sucedidos por basaltos tipo Gramado, interdigitando superiormente vulcânicas ácidas do tipo Palmas/Caxias. Na base dessa sucessão de derrames basálticos ocorre a Formação Botucatu, de idade Jurássica, composta por arenitos finos a médios, róseo-avermelhados, bem selecionados, bimodais, com estratificações cruzada tangencial e plano-paralela de médio a grande porte. Seguindo a Formação Botucatu e de idade Triássica aparece o Grupo Rosário do Sul, constituído por arenitos arcosianos, siltitos e lamitos, com níveis de conglomerados intraformacionais, preservados como blocos abatidos em estruturas do tipo graben; arenitos avermelhados finos a médios com estratificações paralela e cruzada acanalada. 3.2. Geologia Local: As litologias da área de estudo são predominantemente riolitos, riodacitos e em menor proporção, basaltos fraturados e amigdalóides, capeadas por espesso solo avermelhado. A unidade Botucatu estende-se abaixo dos derrames da Formação Serra Geral, e é constituída basicamente por arenitos finos a médios, quartzosos e localmente feldspáticos, bem selecionados com cores em tons avermelhados, subordinadamente amarelados. As estruturas primárias mais representativas são as laminações plano-paralela e as estratificações cruzadas do tipo tabular e acanalada, de pequeno a muito grande porte. No interior das lâminas podem ocorrer fluxos de areia e ondulações cavalgantes transladantes. No topo, os arenitos intercalam-se concordantemente com as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral, sendo comuns as ocorrências recorrentes da sedimentação eólica, formando os arenitos intertraps, com espessura e distribuição muito irregular. Página 2 de 11

4. Hidrogeologia 4.1 Aspectos gerais: O sistema aqüífero no qual se situa a área de interesse está associado com os derrames da Unidade Hidroestratigráfica Serra Geral. As capacidades específicas são muito variáveis, existindo poços não produtivos próximos de outros com excelentes vazões. Predominam poços com capacidades específicas entre 0,5 e 2 m²/h/m, entretanto, excepcionalmente em áreas mais fraturadas ou com arenitos na base do sistema, podem se encontrados valores superiores a 4,0 m³/h/m. Na área de estudo, esse sistema aqüífero fraturado caracteriza-se pela descontinuidade, heterogeneidade e anisotropia, e corresponde ao teto confinante do conjunto litológico intergranular que compõe o Sistema Aqüífero Guarani. A unidade hidroestratigráfica Botucatu integra o conjunto de aqüíferos do Sistema Aqüífero Guarani, e na sua grande maioria, suas águas apresentam boa aptidão para fins de consumo humano. No vale do rio Taquari, as produções dos poços oscilam entre 20 a 70 m 3 /h, dependendo da espessura, confinamento e penetração no aqüífero. As capacidades específicas estão próximas de 2 m²/h/m, indicando as boas condições de permeabilidade do aqüífero. A unidade hidroestratigráfica subjacente corresponde ao Membro Alemoa da Formação Santa Maria (Grupo Rosário do Sul) e constitui-se de uma sucessão quase homogênea de siltitos argilosos vermelhos, maciços ou pobremente laminados. Concreções e veios de carbonatos comumente ocorrem na seqüência. Face a sua composição litológica, predominantemente pelítica, não apresenta condições de permeabilidade que permitam o acúmulo de reservas de águas subterrâneas, obstaculizando o seu fluxo, tratando-se mais propriamente de um aqüiclude. 4.2. As condições hidrogeológicas da área: No local do projeto existe a predominância de rochas basálticas da Formação Serra Geral, sobrepostas aos arenitos da Formação Botucatu. Os pressupostos básicos para a concepção do sistema simplificado de abastecimento da localidade em epígrafe, mormente aqueles relacionados às estratégias de locação do poço tubular profundo, são de diminuir as incertezas da perfuração de um poço improdutivo, e também, de viabilizar o projeto em termos financeiros, privilegiando as áreas situadas nas proximidades do local a ser implantado o reservatório, não acarretando em custos adicionais para a implantação de extensas redes elétricas, adutoras, de comando, e também, despesas operacionais relacionadas ao consumo de energia elétrica pela possível necessidade da implantação de sistemas de bombeamento mais potentes. Neste contexto, o estudo geológico, inicialmente, buscou identificar locações que possibilitassem a exploração do aqüífero da Unidade Estratigráfica Serra Geral, porém, Página 3 de 11

não foram detectadas estruturas favoráveis com o grau de confiabilidade estabelecido para a viabilização do projeto como um todo. Regionalmente, a maioria das captações subterrâneas ocorre por intermédio de poços parcialmente penetrantes no aqüífero poroso da Formação Botucatu, face a sua potencialidade como reservatório, decorrente de sua extensão e homogeneidade, e também, às suas condições pontenciométricas. 5. Projeto do poço De acordo com os elementos e as análises realizadas, é prevista a perfuração de um poço de 500 metros de profundidade objetivando a exploração do aqüífero poroso da Formação Botucatu. A exceção dos 20 metros iniciais, que serão perfurados em 12 de maneira a permitir a implantação de cimentação para a vedação sanitária, a perfuração ocorrerá no diâmetro de 6. 6. Poço tubular profundo A execução da obra de captação deverá obedecer a seguinte documentação técnica: Estas especificações técnicas; Orçamento; Normas da ABNT; Durante a execução dos serviços a contratada deverá tomar todas as precauções de seguranças com vistas de garantir uma perfeita segurança ao trânsito de pessoas junto à obra. Para tanto, deverá manter uma sinalização adequada. Todos os materiais, mão-de-obra e equipamentos necessários para a execução da obra deverão ser fornecidos pela empresa contratada, que deverá também providenciar e fiscalizar o uso de todos os equipamentos de segurança necessários ao andamento da obra, atendendo as recomendações da NR 18. 6.1 Especificação dos serviços A execução do poço tubular profundo deverá seguir as recomendações das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. A estimativa de profundidade para o poço tubular profundo é de 500 (cento e noventa e dois) metros, sendo de 00 à 20 metros no diâmetro de 12, e de 20 à 500 no diâmetro de 6. No trecho de 00 à 20 metros ocorrerá a instalação provisória de tubulação (tubo de boca) de aço carbono em 12. O método de perfuração deverá ser o rotativo e/ou pneumático, com diâmetro de 12, de acordo com a descrição estabelecida no tópico anterior do presente memorial e estimativa apresentada no perfil litológico e construtivo. Página 4 de 11

Deverá ser construída uma laje de concreto com dimensões mínimas de 1 m² e espessura de 10 cm, concêntrica ao tubo de revestimento e com declividade para as bordas. Durante o processo de perfuração, deverão ser coletadas amostras do material removido, com vistas a análise, descrição geológica e elaboração de perfil litológico. Concluída a etapa de perfuração, deverá ser realizado o processo de desenvolvimento do poço pelo método Air Lift, com compressor compatível, até que a turbidez e o teor de areia esteja dentro dos limites admissíveis. 6.2 Teste de bombeamento O teste de produção deverá ser iniciado com a instalação de motobomba submersa, visando a obtenção da vazão ideal de explotação. Para a mensuração da vazão deverá ser utilizado um sistema com orifício calibrado, vertedouro ou método de recipiente com volume conhecido que possua aferição superior a 2% de erro escolhido e adaptado de acordo com a vazão encontrada. Deverá ser instalado um tubo auxiliar de aço galvanizao ou PVC rígido de ¾ de diâmetro, desde a profundidade do crivo da bomba até a superfície, para a medição dos níveis de água. As medições serão feitas com medidor de nível elétrico, com precisão de centímetros, na seguinte freqüência: Período Intervalo de Leitura De (min) a (min) (min) 0 10 1 10 20 2 20 50 5 50 100 10 100 500 30 500 1000 60 1000 em diante 100 As medidas de níveis serão efetuadas em correspondência com as medidas de vazão do poço. O teste deverá ser iniciado após a confirmação do nível estático, quando a mesma medida for igual após intervalos de uma hora entre as medições. Esta certificação só será possível caso não haja interferência de poços localizados nas proximidades. Inicialmente, deverá ser realizado um teste de vazão máxima ou vazão de projeto, seguido de um período de recuperação de nível, de no mínimo 4 horas, ou até a completa estabilização do nível d água. Na hipótese de ocorrer a necessidade, também deverá ser executado um teste de vazões escalonadas em quatro etapas de uma hora cada, com vazões progressivas, em bombeamento contínuo, sendo a passagem de cada etapa feita de forma instantânea, sem interrupção no bombeamento. 6.3 Equipamentos hidráulicos A contratada deverá executar os serviços de instalação e posterior retirada do equipamento de bombeamento provisório para o teste de bombeamento. Página 5 de 11

6.4 Desinfecção final: A desinfecção final deverá ser procedida por intermédio da aplicação de solução bactericida, em quantidade que resulte em concentração de 50 mg/l de cloro livre. 6.5 Análise físico-química e bacteriológica: Deverá ser procedida a coleta de água captada com vistas a realização de análise físico-química e bacteriológica da água captada. 6.6 Relatório final de perfuração: Deverá ser apresentado um relatório constando as seguintes informações: tempo de bombeamento, profundidade da bomba, características do equipamento de bombeamento (tipo da bomba, número de estágios, potência do motor e altura manométrica), vazão, nível estático, nível dinâmico, rebaixamento, método de análise do teste, planilhas, planilhas de cálculo e gráficas (rebaixamento x tempo, recuperação x tempo). Baseado em tais elementos deverá ser apresentado um projeto operacional do poço, com a vazão de operação, nível dinâmico e número de horas diárias de bombeamento. 7. Instalações elétricas Deverá ser implantado um poste metálico para entrada de energia, conforme detalhamento em anexo, destinado a entrada de energia e instalação de caixa de medidores. A motobomba será ligada com cabos elétricos de três condutores, e no interior da casa de química deverão ser implantadas caixas que conterão os quadros com os comandos elétricos, necessários para o perfeito funcionamento e proteção dos sistemas de recalque. 8. Movimento de terra 8.1 Considerações preliminares A execução dos serviços de movimentação de terra deverão ser realizados por profissionais capacitados e obedecer aos preceitos da boa técnica, especialmente, a NBR12266 da ABNT. As valas deverão ser abertas e fechadas no mesmo dia, de modo a garantir condições de segurança ao tráfego de veículos e pedestres. Os trechos em obras deverão ser convenientemente sinalizados e protegidos. 8.2 Demarcação das valas Página 6 de 11

A tubulação a ser assentada deverá ter seu eixo demarcado por meio de estaqueamento, de acordo com as localizações estabelecidas nas peças gráficas constantes no projeto, assinalando-se os pontos onde serão instalados conexões, registros, ventosas, além disso, cruzamentos em nível com outras tubulações ou elementos enterrados. 8.3 Escavação das valas A abertura de valas de solos poderá ser executada, mecanicamente, nos locais de boa acessibilidade aos equipamentos, ou então, caso contrário, de forma manual. A escavação em rocha poderá ser a frio, quando se tratar de rocha fraturada ou branda, ou então, quando colocar em risco as edificações e serviços existentes nas proximidades. Quando se tratar de rocha sã, maciça, e desde que não apresente riscos às construções vizinhas, a escavação poderá ser executada a fogo, mediante autorização do órgão competente para o transporte e uso de explosivos, e conforme especificações técnicas de projeto e segurança. De acordo com a legislação em vigor, deverá ser obtida a indispensável licença e o acompanhamento por profissionais legalmente habilitados para este trabalho. Nas escavações em solos de pouca coesão, para permitir a estabilidade das paredes da escavação e garantir a segurança, admitem-se taludes inclinados a partir da cota superior da tubulação obedecendo ao ângulo de atrito natural do material que está sendo escavado. Caso este recurso não se aplique, por inviabilidade técnica ou econômica, deverão ser utilizados escoramentos nos seus diversos tipos, conforme o caso exigir. 8.4 Serviços de preparo e regularização do fundo da vala O fundo da vala deverá ser uniforme, evitando-se colos e ressaltos. Para tanto, deverá ser regularizado utilizando-se material granular objetivando o adequado alojamento dos condutos. 8.5 Aterro / Reaterro de valas O recobrimento deverá ser feito manualmente e alternadamente a compactação de ambos os lados do tubo, evitando-se o deslocamento do mesmo e danos nas juntas. Deve-se evitar a compactação sobre o tubo até 30 cm acima da geratriz superior do tubo de forma a não transmitir a carga do reaterro da vala sobre a tubulação. A partir da cota da geratriz inferior do tubo até 30 cm acima da geratriz superior do tubo, o reaterro deve ser manual, com material homogêneo que não possa danificar a tubulação. 8.6 Compactação em valas Página 7 de 11

A compactação deverá ser executada manualmente, em camadas de 20 cm, até uma altura mínima de 30 cm acima da geratriz superior das tubulações, passando então, a ser executada mecanicamente com utilização de equipamento compactador, também em camadas de 20 cm. A partir da cota da geratriz inferior do tubo até 30 cm acima da geratriz superior do tubo, o reaterro deve ser manual, com material homogêneo que não possa danificar a tubulação. O material granular do embasamento deverá ser adensado manualmente, assim como o envolvimento da tubulação, no entanto, apenas nas suas laterais e não diretamente sobre a tubulação. Os defeitos surgidos na pavimentação executada sobre o reaterro e eventuais recalques do terreno, causados por compactação inadequada, serão de total responsabilidade da contratada. 8.7 Retirada de pavimentos, guias e sarjetas Nos trechos onde as vias públicas estão pavimentadas com paralelepípedos ou asfalto, a pavimentação deverá ser rompida utilizando-se os meios adequados para tal. O material retirado reaproveitável deverá ser armazenado de forma que não impeça o tráfego de veículos e pedestres. O armazenamento deverá se dar preferencialmente, junto a vala, do lado oposto aquele onde é depositado o material escavado, formando pilhas regulares ou então, depositado em caçambas. 8.8 Recomposição de pavimentos A reposição da pavimentação nas vias públicas deverá objetivar o restabelecimento das condições anteriores à abertura da vala. A reconstrução do pavimento deverá acompanhar o assentamento da tubulação, de forma a permitir a reintegração do tráfego no trecho acabado. O pavimento, após concluído, deverá estar perfeitamente conformado ao greide e seção transversal do pavimento existente. As emendas do pavimento reposto com o pavimento existente devem apresentar perfeito aspecto de continuidade. A recomposição da pavimentação de paralelepípedo deverá ser assentada com disposição idêntica à da pavimentação existente, sobre uma camada de areia de 5 cm de espessura, das bordas da faixa para o centro e, quando em rampa, de baixo para cima. As peças devem ser fortemente comprimidas por percussão através de soquete de madeira e a parte superior das juntas não deve exceder 15 mm. O rejuntamento consiste no espalhamento de uma camada de areia seca e limpa sobre as peças assentadas, para o preenchimento dos vazios. Página 8 de 11

A recomposição do pavimento em asfalto deverá ser executada obedecendo as mesmas características do pavimento existente. A regularização das ruas de terra deverá ser executada com motoniveladora. 9. Assentamento da tubulação 9.1 Tubulações de PEAD Na execução dos serviços devem ser observadas, além destas especificações, as instruções dos fabricantes, as normas da ABNT e outras aplicáveis. Nos serviços executados em áreas públicas devem ser observados os aspectos relativos à segurança dos transeuntes e veículos, utilizando-se sinalização de segurança de modo a preservar a integridade dos próprios operários e equipamentos utilizados. Devem ser definidos e mantidos acessos alternativos, evitando-se a total obstrução de passagem de pedestres e veículos. O assentamento da tubulação deverá seguir paralelamente a abertura da vala. Sempre que o trabalho for interrompido, tanto durante o período de trabalho, como no final de cada jornada diária, o último tubo assentado deverá ser tamponado, a fim de evitar a entrada de elementos estranhos. O fundo da vala deverá ser uniformizado a fim de que a tubulação se assente em todo o seu comprimento, observando-se inclusive o espaço para as bolsas. A descida dos tubos na vala deverá ser feita manualmente, com muito cuidado, estando os mesmo limpos, desimpedidos internamente, e sem defeitos. Considerando-se a utilização de tubulações de PVC/PEAD, deverão ser utilizados grampos de fixação provisórios, que deverão ser retirados após a compactação da primeira camada de reaterro sobre o tubo. Os tubos deverão ser assentados alinhados e ser suficientemente protegidos contra contaminação, sendo proibida a sua passagem em poços absorventes, fossas e quaisquer outros locais ou compartimentos passíveis de causar contaminação. Deverá ser observado um recobrimento mínimo final de 0,65 metros nos passeios e 0,90 metros nas ruas, admitindo-se recobrimentos inferiores no caso de ramais prediais. As tubulações de PEAD deverão ser assentadas preferencialmente com as juntas soldadas. A solda preconizada é a termoplástica de fusão, com máquinas especiais para a soldagem topo a topo. Página 9 de 11

Para o trabalho com este material, os procedimentos a serem adotados serão os seguintes: a) Abrir a vala no mínimo 10,00 metros a frente da linha instalada, facilitando o seu desvio de eventuais obstáculos; b) Efetuar as soldas preferencialmente fora da vala; c) Facear regularmente as superfícies a serem soldadas; d) Limpar as superfícies com solvente indicado pelo fabricante dos tubos; e) Aquecer as superfícies com solvente indicado pelo fabricante dos tubos; f) Aquecer as superfícies com o emprego da máquina de solda e pressioná-las entre si; g) Cuidar ao movimentar o tubo para coloca-lo na vala, para não curvá-lo acima de sua curvatura admissível (raio mínimo igual a 30 vezes o diâmetro). 9.2 Tubulações de PVC JE / JEI Na montagem das tubulações com junta elástica e junta elástica integrada, os procedimentos serão: a) Limpar cuidadosamente com estopa comum o interior da bolsa e o exterior da ponta; b) Introduzir o anel de borracha no sulco da bolsa (JE); c) Aplicar o lubrificante recomendado pela fábrica no anel de borracha e na superfície externa da ponta; d) Riscar com giz, na ponta do tubo, um traço de referência, a uma distância da extremidade igual à profundidade da bolsa menos 10 mm; e) Introduzir a ponta chanfrada do tubo até a marca referenciada no item d ; f) Usar alavancas para o acoplamento de tubos com diâmetros até 150 mm; g) Usar tirfor no caso de juntas com diâmetros iguais ou superiores a 150 mm, para o tracionamento das peças. 10. Reservatório Deverá ser fornecido um conjunto de reservatórios verticais fabricado em polietileno reforçado com fibras de vidro, que deverá ser construído de acordo com as exigências normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Deverão ser utilizadas chaves de nível tipo bóia para reservatório (desliga no limite superior), com corpo e tampa estampadas em aço e haste de latão ou cobre, contatos em liga de prata e bóia injetada em polietileno. Página 10 de 11

11. Cadastro da rede Deverá ser elaborado por profissional devidamente habilitado, um cadastro georreferenciado do sistema de abastecimento de água, com a finalidade de auxiliar na operação e manutenção das unidades do sistema e subsidiar a elaboração de estudos e projetos afins. Página 11 de 11